Já a meio da tarde na Valada das Tágides, a Lia...
Cactos mais resistentes às securas da vida e mimosas flores, replicando o sol no rasterinho da terra, quem não harmoniza a sua alma em tanta beleza e simplicidade, tanta energia salutar?
Num canto mas no fundo centralizando as energias que descem do céu e que penetram ou vêm da terra, um Budha ou Bodhisatva abençoa todo o espaço...
Algumas plantas mais humildes e rasteiras lembram que a simplicidade é a chave do coração puro.
A Mafalda tenta entrar e fluir no silêncio, na meditação, no seio deste horto do esposo búdico...
E uma pega, da gaia ciente, do céu desce e sonda os movimentos das almas à volta...
Subitamente desfere o seu voo, tal como também nós fazemos no "é a hora" que nos cumpre
Feijão verde delicioso, tomate ainda verde, alface tenrinha enxameiam as almas de gratidão...
Salvia, tomilho, aloé dizem-nos que nas mezinhas da natureza há muita harmonia para o ser humano
Lia colhe rúcula, aos pés do senhor Budha, com o cimo da cabeça já bem aberto e desabrochado
O anoitecer chegado, as almas recolhem-se sob a luzes intensificada do horto búdico...
Vista do jardim para o páteo e o interior da casa, tão harmoniosamente ordenada.
Altar caseiro: Shiva Nataraja dança sobre o ego e o mal, na infinita criatividade, destemor e amor...Seres de luz, anjos e mestres, apoiam-nos e guiam-nos e Lia homenageia-os, invoca-os.
Um mandala de amor e harmonia, realizado no atelier ao fundo do jardim, aberto ao futuro...
Cegonhas que inquirem da nossa linguagem do tempo em que os animais falavamNão só de voos razantes mas ta
Um T zero vasto, confortável, ecológico, barato, mesmo junto aos campos de arroz
Após as imagens de boas amizades, Lia, Mafalda e Pedro, dialogantes e meditantes, o voo de duas garças rápidas, com a outra margem do rio ao fundo, numa metáfora convidativa do famoso hino ou sutra do Diamante que talvez o Budha do jardim do Outeiro exale com o perfume das flores e das ervas medicinais: Gate, gate, paramgate, paramsagate, Bodhi sva, Passou, passou, passou plenamente, passou completamente para além da margem, viva a intuição fulgurante! Aummm
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