Dezassete fotografias tiradas na manhã de terça-feira, 15 de Janeiro de 2019, em Lisboa, face ao sul, e legendadas. |
Sem sabermos prever como será a nossa jornada ou que aprofundamentos realizaremos, embora do karma do passado descole o dharma do futuro, há contudo sinais, nuvens e céus que nos fazem prever ou então pensar que é possível algo de belo ou extraordinário acontecer em nós e nos céus...
Tal como há céus tão azuis e lilazes, profundos e puros, também nos nossos sonhos e diálogos, compreensões e meditações, há tão grandes transparências luminosas, ou sincronias intercomunicativas, que o fogo do Amor se torna bem presente.
Tal como as nuvens, modeladas ou não por devas e anjos, nos podem encantar, despertar e inspirar, também há certas pessoas e livros, mais afins nas tonalidades anímicas e criatividades, que despertam ou intensificam os nossos melhores potenciais humanos e espirituais...
E tornamo-nos então eixos, árvores, torres, zigurates, chamas no altar do Amor da Terra erguido aos Céus e por ele nos derramando em raios, cores e calores inspiradores...
As aparições de neblinas são sempre surpreendentes, pois erguem-se como fantasmas ou tágides do leito do rio em miríades de gotas dissolvidas e sopradas por zéfiros, sílfides ou anjos entram pela cidade a dentro, espreitam à nossa janela, convidam-nos a extasiarmo-nos na sua diafinidade e a comungar na Unicidade da existência...
Por entre a paisagem tornada branca, qual amnésia dos sonhos passadas algumas horas da nossa mente mergulhar no real quotidiano, emergem contudo eixos dos mundos, vultos firmes, árvores amadurecidas, aspirações determinadas, memórias ou reminiscências assumidas...
Seres que crescem para o além, para o alto e que dialogam pela afinidade íntima, pela proximidade amorosa, pela viração que sopra e inspira, vencendo distâncias e dificuldades, desfocagens e dispersões, são árvores, são humanos...
Para podermos apesar do frio erguer-nos ao céu, a sós ou em diálogos de amor e de sabedoria, em actos precisos, em movimentos de convergência helicoidal ou espiral, que apenas pressentimos por entre as janelas abertas que se possam criar entre os mundos e seres diafinizando-os...
A Divindade gera a multiplicidade para que esta em diálogo pacífico e criativo descubra e construa, viva e partilhe o amor e a Unidade primordial...
Sabermos adentrar-nos na floresta encantada, no jardim maravilhoso implica sermos Cavaleiros e Cavaleiras do Amor prestes a defender a dama, a musa, a árvore, a floresta, a aldeia...
Que anjos e espíritos da natureza, que ideias e sentimentos se podem manifestar nas nossas almas e visões, diálogos e encontros é sempre o desafio criativo expresso na tenção ou talento de bem agir, de bem pensar, de bem ser, de bem amar.
Enquanto a neblina permanece, enquanto na noite imensa se estende, devemos soprar a chama do amor, pois tudo é possível na osmose libertadora e iluminadora entre seres e e mundos.
O piar das aves no meio da imensa neblina faz-nos lembrar como os seres também clamam pela luz divina e como devemos estar atentos aos súbitos momentos em que os céus e a terra se podem abrir e unir pelo anel da graça humana e no amor deixarem descobrir, desvendar o divino, a Divindade em nós...
Possamos então adentrar-nos ora na floresta encantada ora nas neblinas mais cerradas e difíceis, com o fogo do Graal ardendo bem luminosamente...
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