domingo, 8 de fevereiro de 2015

Do Anjo da Guarda, nossa Companhia. Breves Apontamentos.

                                 
O Anjo da Guarda emerge do fundo negro da nossa quase inconsciência e cegueira, ou da noite imensa da Vida, ou das trevas da não-manifestação, num eixo luminoso e amoroso de múltiplos fios e canais para a Divindade e no Cosmos. 
Quem ama o seu Anjo da Guarda (ou quem o quer conhecer mais...) deverá durante o dia tentar ligar-se com ele e assim reforçar os fios e canais de ligação. Ou intensificar a frequência vibratória comunicativa, de modo a possibilitar uma maior aproximação a ele, uma melhor sintonização e unificação...
O estado da relação com esta dimensão não é tão fácil de se ver como está e por que modos melhor se realiza, não só por depender de toda a vida harmoniosa e ética que conseguirmos desenvolver mas sobretudo por se passar ao nível invisível da alma, e se a fé e o amor bastarão para muitos acreditarem que estão com o seu Anjo, outros já tentarão destrinçar melhor o que se passa, tanto mais que há dois níveis em acção: tanto o vertical de ligação e intensificação sensível ou intuitiva ao alto, e portanto de apelo orante ou meditante, como também o interior da memória que nos relembra e potencializa para a acção-meditação a partir das suas experiências.
Este esforço de reminiscência ou rememorização do que já vivenciamos aguça tanto a nossa aspiração e fé como a nossa atenção concentrada, apelante, clarividente, pondo-a de algum modo, ou sintonizando-a, em moldes psicomórficos (isto é, de imagens de formas, com forças ideias psíquicas) já experimentados, ou se quisermos, pondo-nos numa ressonância vibratória mais acertada ou adequada, tanto trazendo ao de cima as nossas informações e vivências angélicas, como atraindo novas...
Daí a importância de tanto lermos e ouvirmos informações verdadeiras (e há muitíssimos livros de anjos cabalísticos e outros, que em grande parte se baseiam em meras repetições de esquemas inventados no final do séc. XVIII ou nas efabulações "nova-era" superficiais), como sobretudo de perseverarmos nas nossas próprias orações e contemplações que, partindo do nosso interior, abrem e renovam as ligações, e orientam o nosso foco da luz da atenção para o interior alto subtil onde o Anjo vive, de modo a que possamos melhor senti-lo e ouvi-lo, vê-lo e amá-lo...
                                 
Quem ora e medita, estuda e labora, e vive harmoniosamente, recebe a visitação do Anjo de quando em quando...
Assim a experiência-memória torna-se mais do que uma referência: é uma vivência germinante, uma janela reinvocadora e uma sensibilidade intensificante da percepção subtil da sua proximidade, sobretudo a trabalhamos na oração ("procurai e pedi") mais demoradamente.
O Anjo da Guarda desvenda-se então como o nosso guia e protector sempre que é mais necessário, e surge ora como a consciência da nossa totalidade, desde os ossos até aos raios ou asas e ao ambiente e grupo em que estamos como, finalmente, Ele próprio, mensageiro do Ser Divino, nosso amor e mestre, tão próximo e tão subtil...
          Nosso ser angélico, nosso guia peregrínico, alma gémea sonhada, avistada e amada. 
Saibamos esforçar-nos por merecer a Tua graça!

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