terça-feira, 3 de dezembro de 2024

Escritos no diário de 2004: da morte e partida da mãe para os mundos espirituais e da perenidade do amor unitivo...

Pintura dos mundos espirituais pelo mestre Bô Yin Râ...

Escritos no diário de 2004, Inverno, 2 de Janeiro, cerca de noventa dias após a morte ou partida materna para as dimensões subtis deste Cosmos maravilhoso mas bastante diabolizado pelo egoísmo e crueldade de muitos, sobretudo dos políticos ocidentais que tanto desgraçam os cidadãos, a justiça, a fraternidade, o Bem, a Verdade e a Terra, Gaia, Gea...

«Escrevo sobre a mãe.

Alguma dor de ausência, que ainda não sentia, talvez por estar só afectivamente-intimamente, ainda que em projectos e actividades. Mas [sinto-me] literalmente só, [e] não sei se é por ela estar mais longe, se é por vaga sensação de desprotegimento, se é pelo meu isolamento relacional...

Gostava de não pensar em nada deste mundo e apenas nas bênçãos divinas para a mãe, num mundo ou plano espiritual de luz e em que estejam o pai, a mãe e o mestre. E que das minhas mãos e coração, ao orar por eles,  a minha melhor energia anímica se eleve e chegue até eles. 

Ondas e fios de luz viajando pelo universo e através deles fluindo amor, afectividade e força, banhando as suas almas e introduzindo nos seus corpos subtis mais umas partículas de aspiração espiritual e de religação divina.

 Leve dor, leve marejamento, amor que se foi enquanto presença física,  época de convivialidade e de família que já desapareceu da vivência actual. Mas  creio que quem ou o que amamos nunca se perde, continua vivo e recuperável na memória anímica do coração. 

Como as fotografias antigas do séc. XIX que me fascinam na beleza de almas individualizadas em corpos de que já nada existe senão a imagem fotográfica e o nosso poder de as admirar e, ao senti-las,  fazê-las renascer na nossa alma, em sintonia com certas forças e imagens existentes nas dimensões subtis e ligadas às suas entidades. 

Aqui registo esta leve sensação de frio exterior, de dificuldades exteriores, de ausência da presença carinhosa e protectora da mãe, quem sabe se agora mais perto mas por estar invisível gerando esta sensibilidade dupla. 

Quem sabe o que quererá dizer? Quem sabe se nesta dualidade do frio da ausência e do calor amor que sabemos unir os espíritos que se amam, esteja um ensinamento, um estímulo ou impulsão  para cultivarmos mais na meditação e oração verticalizante o fogo do coração espiritual e a irradiação da energia psíquica e amorosa dele?

Muita luz e amor para a mãe, o pai e os outros espíritos que com eles estão ou convivem! Aum, Amen, Lux, Amor, Theos, Ishta Devata...

                                                               

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