Um dos amigos de Fernando Pessoa que nos deixou bastantes recordações da sua convivência com ele foi Francisco Peixoto Bourbon, com quem dialoguei bastantes vezes por carta e algumas vezes pessoalmente e espero um dia fazer juz à nossa amizade transcrevendo o que de mais importante me disse ou foi por ele escrito.
Foi frequentador sobretudo das tertúlias do café Montanha, à rua da Assunção, onde participavam às quinta-feiras entre outros Mário de Saa, o Marquês de Penafiel, Cunha Dias, Manuel de Meneses, mas provavelmente esteve também com ele noutros poisos tertulianos, tais como as Brasileiras do Chiado e do Rossio e os Martinhos, seja o do Rossio, seja o da Arcada, à praça do Comércio, este hoje ainda sobrevivendo como local de culto pessoano e onde de quando em quando As Amigas e Amigos do Martinho da Arcada, um grupo do Facebook, organiza actividades pessoanas.
Relendo hoje um pequeno texto que ele me enviou dactilografado intitulado: "Evocando Fernando Pessoa - Como nutrira profundo desamor que lhe chamassem o Verlaine Português", no qual referia a sua publicação recente no jornal O Dia" de texto de contestação ao livro O caso clínico de Fernando Pessoa de um médico Mário Saraiva, entendi ser uma oportunidade de relembrar tal amizade, e transcrever algumas partes desse texto, nomeadamente onde concluía: "Não, Fernando Pessoa merecia sem dúvida melhor crítico e implacável julgador do que até à data se tem revelado o Dr. Mário Saraiva.
A vida foi madrasta para o incompreendido poeta mas depois de morto e passado sobre a sua morte mais de meio século não se me afigura que esteja sendo tratado por forma mais benigna do que o foi em vida"
Neste texto, a propósito de um cachecol, ou cache-nez, e um bastão com cabo de prata que uns alentejanos ricos ofereceram a Ferando Pessoa, por serem usados bastante por Verlaine, o que ele não apreciava, nomeadamente por não gostar de dar nas vistas, diz-nos Francisco Peixoto Bourbon que "Fernando Pessoa procurava confundir-se com a multidão. Chegava mesmo a considerar a popularidade como uma gafa em que só seres inferiores se deixavam prender ou cair.
Não, Fernando Pessoa paira muito acima dessas fraquezas humanas que ele aliás compreendia e desculpava, como ser tolerante que sempre foi.
O seu lema era expor, propor e nunca, de forma alguma, impor.
De uma vez censurou-me, com desgosto, por me estar armando em Catão e acabou por me dizer que devemos ser mais compreensivos em relação às pequenas faltas reservando a severidade para as grandes faltas, as que imprimem carácter."
E fiquemo-nos por aqui nesta pequena evocação de Fernando Pessoa e do seu amigo Francisco Peixoto Bourbon, agrónomo, e das terras de Basto, amigo do meu pai e que me recebeu tão bem na sua bela casa e biblioteca do Melhorado há uns bons anos, onde vivia com a sua mulher e a filha Mafalda, hoje também agrónoma e professor do ensino secundário.
Relendo hoje um pequeno texto que ele me enviou dactilografado intitulado: "Evocando Fernando Pessoa - Como nutrira profundo desamor que lhe chamassem o Verlaine Português", no qual referia a sua publicação recente no jornal O Dia" de texto de contestação ao livro O caso clínico de Fernando Pessoa de um médico Mário Saraiva, entendi ser uma oportunidade de relembrar tal amizade, e transcrever algumas partes desse texto, nomeadamente onde concluía: "Não, Fernando Pessoa merecia sem dúvida melhor crítico e implacável julgador do que até à data se tem revelado o Dr. Mário Saraiva.
A vida foi madrasta para o incompreendido poeta mas depois de morto e passado sobre a sua morte mais de meio século não se me afigura que esteja sendo tratado por forma mais benigna do que o foi em vida"
Neste texto, a propósito de um cachecol, ou cache-nez, e um bastão com cabo de prata que uns alentejanos ricos ofereceram a Ferando Pessoa, por serem usados bastante por Verlaine, o que ele não apreciava, nomeadamente por não gostar de dar nas vistas, diz-nos Francisco Peixoto Bourbon que "Fernando Pessoa procurava confundir-se com a multidão. Chegava mesmo a considerar a popularidade como uma gafa em que só seres inferiores se deixavam prender ou cair.
Não, Fernando Pessoa paira muito acima dessas fraquezas humanas que ele aliás compreendia e desculpava, como ser tolerante que sempre foi.
O seu lema era expor, propor e nunca, de forma alguma, impor.
De uma vez censurou-me, com desgosto, por me estar armando em Catão e acabou por me dizer que devemos ser mais compreensivos em relação às pequenas faltas reservando a severidade para as grandes faltas, as que imprimem carácter."
E fiquemo-nos por aqui nesta pequena evocação de Fernando Pessoa e do seu amigo Francisco Peixoto Bourbon, agrónomo, e das terras de Basto, amigo do meu pai e que me recebeu tão bem na sua bela casa e biblioteca do Melhorado há uns bons anos, onde vivia com a sua mulher e a filha Mafalda, hoje também agrónoma e professor do ensino secundário.
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