Quando Antero de Quental estudava em Coimbra e se inebriava na história longínqua da Humanidade e das suas religiões e mitos, mas também entusiasmando-se com o Socialismo e a Revolução, bebendo sobretudo em autores como Michelet, Quinet, Proudhon, Max Muller e outros, e sendo de estudos companheiro de António de Azeevedo Castelo Branco, Germano Meireles, Vasconcelos Abreu, Batalha Reis e Eça de Queiroz, podemos interrogar-nos como perspectivou ele a evolução da humanidade e sobretudo a história religiosa e cultural do Ocidente, e que intuições conseguiu ele desferir ou receber mais ou menos acertadas, por entre o cortejo de deuses, heróis e poetas antigos que a sua imaginação ardente e poética trabalhava e que mais tarde poemas, os Sonetos e alguns escritos testemunham.
Ora um poema pouco conhecido escrito em 1866, quando tinha 24 anos, para a revista conimbricense Instituto, já depois de ter publicado as Odes Modernas (1865) e de ter participado na Questão Coimbra, faz alguma luz e mostra-nos uma grande admiração e mitificação da época primordial da Humanidade, a sua denominada Idade de Ouro, desabrochando historicamente na Grécia mas depois subitamente obscurecida e apagada por uma estranha opressão que Antero não explicita ou nomeia mas que se pode deduzir ser o desenvolvimento do Império Romano e da Igreja Católica Romana. Antero de Quental, aliás, estava neste ano de 1866 a entrar na época de maior intervenção revolucionária, mudando-se para a Lisboa e iniciando a experiência de tipógrafo na Imprensa Nacional e antes de partir para Paris e conhecer melhor o meio vanguardista da época e as condições de ser um operário.
Esse anseio pela alma eterna da Humanidade, por esses génios e espíritos, essas vozes oraculares e divinas que inspiraram a Humanidade (nomeando ou referindo mais Diana e as Naiades, Homero e Orfeu) e que não morreram e estavam de novo a desabrochar impulsionando a Humanidade a reatar os momentos mais luminosos e harmoniosos da sua infância quando ela comungava com os deuses e mestres e toda a manifestação era vista como animada pelo Espírito, e as pedras e grutas, fontes e montanhas eram templos vivos dos deuses...
Há então neste poema de Antero de Quental, um veio quase clarividente e céltico do regresso de Orfeu e de Merlim, dos heróis, mestres e deuses que se sentem e se adivinham já como sombras, cantares suaves, presságios precursores e luz de alba em que a Humanidade estaria para entrar...
É um belo poema de Antero de Quental, pouco conhecido, dedicado ao seu grande amigo e companheiro jurista António de Azevedo Castelo Branco, e que foi visto em casa de um bibliófilo amigo, o dr. Fernando Tomás, de Algés, o qual me permitiu fotografar na bela edição da mítica Tipografia do Cávado, em Barcelos, realizada pelo seu devoto admirador Rodrigo Veloso, o qual salvou do olvido várias destas publicações dispersas do nosso santo Antero....
Saibamos trabalhar pela justiça e clarividência, pela vida harmoniosa com a Natureza e com a ligação ao mundo espiritual e os seus seres...
Ora um poema pouco conhecido escrito em 1866, quando tinha 24 anos, para a revista conimbricense Instituto, já depois de ter publicado as Odes Modernas (1865) e de ter participado na Questão Coimbra, faz alguma luz e mostra-nos uma grande admiração e mitificação da época primordial da Humanidade, a sua denominada Idade de Ouro, desabrochando historicamente na Grécia mas depois subitamente obscurecida e apagada por uma estranha opressão que Antero não explicita ou nomeia mas que se pode deduzir ser o desenvolvimento do Império Romano e da Igreja Católica Romana. Antero de Quental, aliás, estava neste ano de 1866 a entrar na época de maior intervenção revolucionária, mudando-se para a Lisboa e iniciando a experiência de tipógrafo na Imprensa Nacional e antes de partir para Paris e conhecer melhor o meio vanguardista da época e as condições de ser um operário.
Esse anseio pela alma eterna da Humanidade, por esses génios e espíritos, essas vozes oraculares e divinas que inspiraram a Humanidade (nomeando ou referindo mais Diana e as Naiades, Homero e Orfeu) e que não morreram e estavam de novo a desabrochar impulsionando a Humanidade a reatar os momentos mais luminosos e harmoniosos da sua infância quando ela comungava com os deuses e mestres e toda a manifestação era vista como animada pelo Espírito, e as pedras e grutas, fontes e montanhas eram templos vivos dos deuses...
Há então neste poema de Antero de Quental, um veio quase clarividente e céltico do regresso de Orfeu e de Merlim, dos heróis, mestres e deuses que se sentem e se adivinham já como sombras, cantares suaves, presságios precursores e luz de alba em que a Humanidade estaria para entrar...
É um belo poema de Antero de Quental, pouco conhecido, dedicado ao seu grande amigo e companheiro jurista António de Azevedo Castelo Branco, e que foi visto em casa de um bibliófilo amigo, o dr. Fernando Tomás, de Algés, o qual me permitiu fotografar na bela edição da mítica Tipografia do Cávado, em Barcelos, realizada pelo seu devoto admirador Rodrigo Veloso, o qual salvou do olvido várias destas publicações dispersas do nosso santo Antero....
Saibamos trabalhar pela justiça e clarividência, pela vida harmoniosa com a Natureza e com a ligação ao mundo espiritual e os seus seres...
Vestido de Luz, esteja e seja ainda mais Antero de Quental!... |
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