sexta-feira, 17 de abril de 2015

De um dos Jasmins de Sintra e da sua alma, com um poema.

Ida a Sintra e comunhão com um Jasmim, 16-4-2015.

Jasmim que te despreendes profusamente tal como constelações de estrelas, que mistérios conténs em ti que tanto nos inspiras e enlaças?


Como levara para ler a Aulegrafia, de Jorge Ferreira de Vasconcelos, eis o poema escrito na página final dela e dedicado ao Jasmim.

Jasmim branco que me envolves
Com a tua aura perfumada e subtil,
que te posso oferecer em troca
que até à tua alma leve alegria?

Acaricio-te, limpo-te das flores secas,
Aspiro a tua fragrância em grandes haustos.
Que delícia, que suavidade me entranhas,
Toco-te ao de leve com todo meu amor.

Pés descalços sobre a terra, peito aberto ao Sol
Meu coração viro para o Sol irradiante,
Comungo contigo e a serra de Sintra
Neste horto do socalco bem aventurado.

Levo uma flor à boca e vai-se dissolvendo
em brancura entre dentes, língua e saliva
e contemplando os teus botões de rosa
também eu me ergo em flor de amor.

Ó Deus, ò Anjo, ò Espíritos da Natureza,
que me rodeais e luminosos sois,
que entre nós fluam raios de saude e beleza
harmonia, alegria e sabedoria,
e que na Unidade do coração sejamos Um.
Não sei como te caracterizar ou limitar pois, embora apenas uns metros ocupando o teu corpo,  a tua alma evola-se subtilmente e envolve-nos em ondas de alegria...
Quando te contemplamos com proximidade entramos no mistério das pétalas-estrelinhas de neve doce e suave feita à medida de todos, dançarinas de essências aromáticas que se insinuam no ar e nas almas que as sorvem delicadamente.
O ser que em ti se oculta apenas podemos suspeitar que de rendilhados perfumados se veste e  em cachos de estrelas ou pétalas seus cabelos derrama abençoando a terra e os que o aspiram...
Tomei-te nos dedos e vi que uma tríade tua cabia em proporção firme neles e senti o poder que une as mãos e os botões, as pétalas e os chakras, as almas e as flores, as emanações e as intenções, a Humanidade e a Divindade...
Tentarmos entrar dentro ou penetrar a selva ora nívea ora avermelhada é tomarmos consciência constante do potencial e do actual, do estar inteiro no presente e do intuir o desabrochar futurante
Esta convivência colorida e perfumada que os arbustos de flores têm em si manifestando em simultâneo todos os estágios dos seu crescimento, em harmonias  de botões e pétalas que nos convidam a participar ou a acariciar, é sem dúvida uma belo exemplo para nós humanos tão pouco preguiçosos para aceitar as diferenças, suavizar os sofrimentos ou dissipar as ignorâncias...
Ligando o céu e a terra, colunas do templo de Deus, as mulheres  e os homens, as árvores e as flores, o amado e amada, nós e  o Anjo-Mestre e a Divindade, assim seja hoje e sempre e que nas nossas almas o Jasmim suavize e irradie perenemente...

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