Desde que no final do século XVIII, a hipnose, com o mesmerismo ou magnetismo e a sugestão, se tornou tema de investigação ocultista e da experimentação e teorização científica nunca mais deixou de suscitar questões, com um pico na época do espiritismo dos finais do séc. XIX princípios do XX, e que no século XXI ainda mais se acentuaram pois graças em grande parte ao movimento da Nova Era, que veio a sobrepor-se ou quase a substituir o ocultista e o esoterista, e a certo tipo de psicologia, a hipnose divulgou-se ainda mais e por doenças, mera curiosidade e desejo de conhecer vidas passadas ou fazer regressões há muitos candidatos à sua utilização.
E contudo desde sempre algumas vozes se ergueram contra a facilidade com que se permitia a alguém entrar no foro íntimo de outra pessoa e tomar conta da sua psique e corpo, fazendo-a sujeitar-se a cenas divertidas ou ridículas e a influências das quais não se sabiam as consequências, eventualmente daninhas ou nocivas.
Com efeito, o facto de deixarmos alguém adormecer o nosso eu consciente e substituí-lo pelo do hipnotizador ou pô-lo de lado e deixar alguém sugestionar-nos e dirigir-nos à vontade, cria vários perigos:
1º enfraquecimento do eu de uma pessoa, já que aceitou que outro eu o substituísse no seu foro íntimo.
2º enfraquecimento das defesas de uma pessoa contra todo o tipo de influências que cada vez mais na sociedade moderna tentam manipular as pessoas, em especial para consumir ou pensar de determinados modos.
3º possibilidade do hipnotizador influenciar a pessoa, posteriormente à sessão hipnótica, voluntária ou involuntariamente, já que algum tipo de impressão e de ligação facilitadora de tal se criou entre os dois.
4º possibilidade de a tessitura energética subtil da alma ser modificada e ferida, ou rompida, ao ser penetrada e alterada, permitindo doravante a entrada mais fácil de forças exteriores, tanto positivas como negativas.
Certamente que face a uma fobia doentia e muito perturbadora que não se consegue curar de outros modos até poderá equacionar-se alguma sessão de hipnose, embora se deva realçar que o ideal será sempre a pessoa conseguir resolver por si mesma e a partir da utilização do seu próprio eu e das suas forças psíquicas, certamente em geral ajudada por outras pessoas ou terapeutas.
Entre nós, e entre outros, abordou estas questões em artigos sucessivos do Jornal da Madeira, João Reis Gomes, da Academia das Ciências de Lisboa, e em 1925, deu-os à luz no ensaio filosófico Forças Psíquicas, impresso no Funchal mas sob a chancela da lisboeta Livraria Clássica Editora de A. M. Teixeira, editora na época de várias colecções de obras acerca das ciências ocultas, sob a direcção de João Antunes, algumas das quais traduzidas por Fernando Pessoa.
E contudo desde sempre algumas vozes se ergueram contra a facilidade com que se permitia a alguém entrar no foro íntimo de outra pessoa e tomar conta da sua psique e corpo, fazendo-a sujeitar-se a cenas divertidas ou ridículas e a influências das quais não se sabiam as consequências, eventualmente daninhas ou nocivas.
Com efeito, o facto de deixarmos alguém adormecer o nosso eu consciente e substituí-lo pelo do hipnotizador ou pô-lo de lado e deixar alguém sugestionar-nos e dirigir-nos à vontade, cria vários perigos:
1º enfraquecimento do eu de uma pessoa, já que aceitou que outro eu o substituísse no seu foro íntimo.
2º enfraquecimento das defesas de uma pessoa contra todo o tipo de influências que cada vez mais na sociedade moderna tentam manipular as pessoas, em especial para consumir ou pensar de determinados modos.
3º possibilidade do hipnotizador influenciar a pessoa, posteriormente à sessão hipnótica, voluntária ou involuntariamente, já que algum tipo de impressão e de ligação facilitadora de tal se criou entre os dois.
4º possibilidade de a tessitura energética subtil da alma ser modificada e ferida, ou rompida, ao ser penetrada e alterada, permitindo doravante a entrada mais fácil de forças exteriores, tanto positivas como negativas.
Certamente que face a uma fobia doentia e muito perturbadora que não se consegue curar de outros modos até poderá equacionar-se alguma sessão de hipnose, embora se deva realçar que o ideal será sempre a pessoa conseguir resolver por si mesma e a partir da utilização do seu próprio eu e das suas forças psíquicas, certamente em geral ajudada por outras pessoas ou terapeutas.
Entre nós, e entre outros, abordou estas questões em artigos sucessivos do Jornal da Madeira, João Reis Gomes, da Academia das Ciências de Lisboa, e em 1925, deu-os à luz no ensaio filosófico Forças Psíquicas, impresso no Funchal mas sob a chancela da lisboeta Livraria Clássica Editora de A. M. Teixeira, editora na época de várias colecções de obras acerca das ciências ocultas, sob a direcção de João Antunes, algumas das quais traduzidas por Fernando Pessoa.
A obra, completamente ignorada nos nossos dias, bem merecia ser lida e debatida, pois dividida em três partes faz um balanço das várias investigações psíquicas em curso e suas hipóteses explicativas, baseando-se e citando sobretudo Flammarion, Richet, Gabriel Delanne, Geley, William James, Hodgson, Branly, barão de Richenbach, Carl du Prel e finalmente Maurice Materlink, a este para o rebater em vários aspectos.
Na segunda parte, intitulada No Subconsciente, (e a palavra tem a ampla significação de um ser e corpo psíquico que somos e temos), dividida em três capítulos: "o psiquismo oculto, forças inteligentes e os eflúvios ódicos", aborda a hipnose e equaciona a sua inserção na multidimensionalidade humana: «E se pensarmos que na hipnose o magnetizador pode ainda, por uma simples sugestão, alcançar do paciente quanto queira, moldando-se à vontade o seu subconsciente, mais nos persuadiremos de que este não constitui, ao menos de per si só, a alma humana, essa divina centelha, posta assim ao alcance è a disposição de qualquer mortal».
Embora confundindo realidades diferentes, tais como a alma humana e a "divina centelha", esta sendo mais propriamente o espírito, João Reis Gomes vê bem: o subconsciente é apenas uma parte da alma humana e se de facto é manipulado pelo hipnotizador o mesmo não se passará com o espírito, crendo numa providência (divina) que não permitiria tal facilidade atentória da integridade e inviolabilidade do cerne da consciência e do ser humano.
Nessa mesma obra, abordando o espiritismo, colige bastantes provas de que os principais médiuns foram embusteiros ou fraudulentos, e afirma que se deve atribuir ao subconsciente e à transmissão de energias psíquicas (que considera «uma forma de energia eléctrica», a que corresponderiam ondas electromagnéticas do cérebro) entre os seres humanos o que se atribuía a espíritos desencarnados, tanto mais que «analisando as revelações de cada hora atribuídas aos "espíritos"» verificamos que estes, nas sua longas e fastidiosas palestras, ficam sempre muito aquém da mentalidade que demonstraram na vida», dando até como prova a comparação de duas mensagens dadas na mesma sessão pelo famoso médium lisboeta Fernando Lacerda e atribuídas a Hintze Ribeiro e a Gomes Coelho, publicadas na Ilustração Portuguesa de Setembro de 1908 e que analisadas mostram ser praticamente o mesmo pensamento, com as mesmas palavras, provindas do subconsciente de Lacerda. Também eu, lendo o que Fernando Lacerda atribuiu a Antero de Quental ponho muito em causa tal autoria.
Cita mesmo Camilo Flammarion, afirmando nas suas Forces Naturelles Inconnues, que dos médiuns que conhecera "a quase todos surpreendera aldrabando", e «eu fui médium, e Allan Kardec publicou num seu livro as dissertações que eu escrevia assinadas Galileu. Essas dissertações são, bem evidentemente, o reflexo do que eu sabia, do que nós pensavamos nessa época sobre os planetas, sobre as estrelas, sobre a cosmogonia. Nada aprendi com elas». ou ainda Charles Richet: «Não, eu não creio em nenhum fenómeno espírita. E, pelo contrário, acredito na maior parte dos fenómenos psíquicos».
João Reis Gomes, que estava muito bem actualizado, citando mesmo Tesla, Lazareff, Kilner e o Padre Mainage (e a sua aceitação de uma memória cósmica), refere ainda o «Coronel de Rochas sobre o fenómeno de vidas anteriores, por ele observado e estudado: - "Estas revelações, quando as podemos verificar, não correspondem geralmente à realidade" ... "o médium criou, portanto, um Belzunce imaginário, segundo uma biografia sumária de que teve conhecimento"».
O mesmo se passa hoje com tanta regressão, por sugestão, meditação guiada e hipnose que desemboca em vidas passadas mais ou menos mirabolantes, cuja origem se deve atribuir a conhecimentos, desejos e intencionalidades do terapeuta e do paciente, embora também se deva considerar a possibilidade de haver algumas energias anímicas numa pessoa que já estiveram em acção noutros tempos e vidas, neste caso tomando-se a parte pelo todo ao acreditar-se, por exemplo, que já se foi um romano ou um grego.
João Reis Gomes apontará outra característica perturbadora ou mesmo perigosa na hipnose e no espiritismo, segundo ele já estabelecida pela ciência: as mudanças de personalidade nos hipnotizados e nos médiuns em transe.
Em sintonia com Georges de Dubor, autor dos Mystéres de l' Hypnose, e que escrevera numa carta para a obra Les Morts vivent-ils: «a maior parte dos fenómenos espíritas pertencem ao domínio da hipnose e não são mais do que factos físicos de materialização», João Reis Gomes tentará justificar as materializações de ectoplasma que ocorrem algumas sessões espíritas, afastando a acção dos mortos, dizendo: «a carne que, sob o império duma sugestão, só pelo inconsciente do hipnotizado, se infla, incha, entumesce, bolsa serosidades, pús e vem a furo – apenas porque o paciente crê que uma simples estampilha de correio é um verdadeiro caustico farmacêutico – também poderá sofrer outras transformações de ordem física ou biológica, sob a influência do mesmo inconsciente (...) apenas se dá conta dum sensitivo em estado de transe ou de hipnose, com o seu subconsciente livre ou sob o pensamento de experimentadores dispostos para um fenómeno que, intensa e insistentemente, pretendem ver realizado».
Na segunda parte, intitulada No Subconsciente, (e a palavra tem a ampla significação de um ser e corpo psíquico que somos e temos), dividida em três capítulos: "o psiquismo oculto, forças inteligentes e os eflúvios ódicos", aborda a hipnose e equaciona a sua inserção na multidimensionalidade humana: «E se pensarmos que na hipnose o magnetizador pode ainda, por uma simples sugestão, alcançar do paciente quanto queira, moldando-se à vontade o seu subconsciente, mais nos persuadiremos de que este não constitui, ao menos de per si só, a alma humana, essa divina centelha, posta assim ao alcance è a disposição de qualquer mortal».
Embora confundindo realidades diferentes, tais como a alma humana e a "divina centelha", esta sendo mais propriamente o espírito, João Reis Gomes vê bem: o subconsciente é apenas uma parte da alma humana e se de facto é manipulado pelo hipnotizador o mesmo não se passará com o espírito, crendo numa providência (divina) que não permitiria tal facilidade atentória da integridade e inviolabilidade do cerne da consciência e do ser humano.
Nessa mesma obra, abordando o espiritismo, colige bastantes provas de que os principais médiuns foram embusteiros ou fraudulentos, e afirma que se deve atribuir ao subconsciente e à transmissão de energias psíquicas (que considera «uma forma de energia eléctrica», a que corresponderiam ondas electromagnéticas do cérebro) entre os seres humanos o que se atribuía a espíritos desencarnados, tanto mais que «analisando as revelações de cada hora atribuídas aos "espíritos"» verificamos que estes, nas sua longas e fastidiosas palestras, ficam sempre muito aquém da mentalidade que demonstraram na vida», dando até como prova a comparação de duas mensagens dadas na mesma sessão pelo famoso médium lisboeta Fernando Lacerda e atribuídas a Hintze Ribeiro e a Gomes Coelho, publicadas na Ilustração Portuguesa de Setembro de 1908 e que analisadas mostram ser praticamente o mesmo pensamento, com as mesmas palavras, provindas do subconsciente de Lacerda. Também eu, lendo o que Fernando Lacerda atribuiu a Antero de Quental ponho muito em causa tal autoria.
Cita mesmo Camilo Flammarion, afirmando nas suas Forces Naturelles Inconnues, que dos médiuns que conhecera "a quase todos surpreendera aldrabando", e «eu fui médium, e Allan Kardec publicou num seu livro as dissertações que eu escrevia assinadas Galileu. Essas dissertações são, bem evidentemente, o reflexo do que eu sabia, do que nós pensavamos nessa época sobre os planetas, sobre as estrelas, sobre a cosmogonia. Nada aprendi com elas». ou ainda Charles Richet: «Não, eu não creio em nenhum fenómeno espírita. E, pelo contrário, acredito na maior parte dos fenómenos psíquicos».
João Reis Gomes, que estava muito bem actualizado, citando mesmo Tesla, Lazareff, Kilner e o Padre Mainage (e a sua aceitação de uma memória cósmica), refere ainda o «Coronel de Rochas sobre o fenómeno de vidas anteriores, por ele observado e estudado: - "Estas revelações, quando as podemos verificar, não correspondem geralmente à realidade" ... "o médium criou, portanto, um Belzunce imaginário, segundo uma biografia sumária de que teve conhecimento"».
O mesmo se passa hoje com tanta regressão, por sugestão, meditação guiada e hipnose que desemboca em vidas passadas mais ou menos mirabolantes, cuja origem se deve atribuir a conhecimentos, desejos e intencionalidades do terapeuta e do paciente, embora também se deva considerar a possibilidade de haver algumas energias anímicas numa pessoa que já estiveram em acção noutros tempos e vidas, neste caso tomando-se a parte pelo todo ao acreditar-se, por exemplo, que já se foi um romano ou um grego.
João Reis Gomes apontará outra característica perturbadora ou mesmo perigosa na hipnose e no espiritismo, segundo ele já estabelecida pela ciência: as mudanças de personalidade nos hipnotizados e nos médiuns em transe.
Em sintonia com Georges de Dubor, autor dos Mystéres de l' Hypnose, e que escrevera numa carta para a obra Les Morts vivent-ils: «a maior parte dos fenómenos espíritas pertencem ao domínio da hipnose e não são mais do que factos físicos de materialização», João Reis Gomes tentará justificar as materializações de ectoplasma que ocorrem algumas sessões espíritas, afastando a acção dos mortos, dizendo: «a carne que, sob o império duma sugestão, só pelo inconsciente do hipnotizado, se infla, incha, entumesce, bolsa serosidades, pús e vem a furo – apenas porque o paciente crê que uma simples estampilha de correio é um verdadeiro caustico farmacêutico – também poderá sofrer outras transformações de ordem física ou biológica, sob a influência do mesmo inconsciente (...) apenas se dá conta dum sensitivo em estado de transe ou de hipnose, com o seu subconsciente livre ou sob o pensamento de experimentadores dispostos para um fenómeno que, intensa e insistentemente, pretendem ver realizado».
Sensivelmente nesta época, mais precisamente em 1923, um autor e pintor alemão, Bô Yin Râ, publicava uma obra intitulada Okkulte Rätzel, Enigmas Ocultos, onde se debruça sobre as artes mânticas ou adivinhatórias, com um capítulo dedicado à hipnose, no qual adverte dos perigos a que se encontra sujeita quem hipnotiza e quem é hipnotizado, descrevendo alguns aspectos subtis desse estado anormal da consciência e dando outra luz, outro ângulo de visão, bem complementar para a elucidação da questão.
A maior originalidade do contributo de Bô Yin Râ é considerar que não é sobretudo uma vontade a influenciar outra vontade e consciência mas o facto de ocorrer um corte ou diminuição entre a vontade cerebral do hipnotizado e o seu corpo, havendo como que uma anestesia dos impulsos da vontade do cérebro para o corpo, tornando-se o hipnotizado como um médium e logo sendo influenciável por subtis entidades eterico-astrais de todo o tipo.
E como os desejos conscientes ou inconscientes dos dois interventores se tornam centros energetizáveis por tais entidades, tudo pode acontecer de mensagens, visões e fantasiosas vidas passadas, tão bem imaginadas que acabam por serem creditadas como provindas de um nível transpessoal ou espiritual.
Mas o problema maior será que tais entidades subtis passam a explorar as energias tanto do hipnotizado como do hipnotizador, sobretudo quanto mais é praticada a hipnose e quanto mais se acentua o laço que liga ou prende o hipnotizador e o hipnotizado e afecta ambos reciprocamente.
Algo disto se passa em certos grupos ocultistas, de yoga ou de nova Era, em que os mestres ou professores «instruem as suas vítimas em sessões que na realidade não são mais do que uma série de mais ou menos disfarçadas anestesias hipnóticas, gradualmente enlaçando as vítimas de tal modo que ficam praticamente sem o poder da sua própria vontade».
Contudo para Bô Yin Râ o pior está no facto que com cada sessão de anestesia hipnótica mais separação há entre a vontade e o cérebro da pessoa hipnotizada, pelo que esta vai ficando cada vez mais permeável a todo o tipo de influências e perdendo o controlo do seu cérebro.
Também terapeuticamente os eventuais defeitos de personalidade, que se tentam tratar pela hipnose e que deveriam ser trabalhados pelo esforço da pessoa, e assim fazê-la desenvolver a sua alma, acabam por não ser alterados pela acção do substracto interior voluntarioso e antes diminui-se o poder da vontade própria e do eu no controle do cérebro e do corpo.
Concluamos este texto, já algo longo para a média de leitura actual, alertando para se ter muito cuidado com a hipnose, não se recomendando praticamente a ninguém e muito menos por curiosidade e pelas miragens das regressões e das fantasiosas vidas passadas.
E cuidado redobrado com os vários gurus e pastores de seitas que manipulam ou tentam hipnotizar os devotos e fiéis explorando-os por vários modos e acabando por ficarem todos sob influências invisíveis de egrégoras e entidades bem mais negativas do que as aparentes palavras, sermões e "satsangas" de amor deixariam suspeitar...
Saibamos aspirar à verdade, e discernir e trilhar bem os caminhos de luz, e não abdiquemos da nossa individualidade e livre arbítrio...
Pintura de Bô Yin Râ, no livro Welten, Mundos.A maior originalidade do contributo de Bô Yin Râ é considerar que não é sobretudo uma vontade a influenciar outra vontade e consciência mas o facto de ocorrer um corte ou diminuição entre a vontade cerebral do hipnotizado e o seu corpo, havendo como que uma anestesia dos impulsos da vontade do cérebro para o corpo, tornando-se o hipnotizado como um médium e logo sendo influenciável por subtis entidades eterico-astrais de todo o tipo.
E como os desejos conscientes ou inconscientes dos dois interventores se tornam centros energetizáveis por tais entidades, tudo pode acontecer de mensagens, visões e fantasiosas vidas passadas, tão bem imaginadas que acabam por serem creditadas como provindas de um nível transpessoal ou espiritual.
Mas o problema maior será que tais entidades subtis passam a explorar as energias tanto do hipnotizado como do hipnotizador, sobretudo quanto mais é praticada a hipnose e quanto mais se acentua o laço que liga ou prende o hipnotizador e o hipnotizado e afecta ambos reciprocamente.
Algo disto se passa em certos grupos ocultistas, de yoga ou de nova Era, em que os mestres ou professores «instruem as suas vítimas em sessões que na realidade não são mais do que uma série de mais ou menos disfarçadas anestesias hipnóticas, gradualmente enlaçando as vítimas de tal modo que ficam praticamente sem o poder da sua própria vontade».
Contudo para Bô Yin Râ o pior está no facto que com cada sessão de anestesia hipnótica mais separação há entre a vontade e o cérebro da pessoa hipnotizada, pelo que esta vai ficando cada vez mais permeável a todo o tipo de influências e perdendo o controlo do seu cérebro.
Também terapeuticamente os eventuais defeitos de personalidade, que se tentam tratar pela hipnose e que deveriam ser trabalhados pelo esforço da pessoa, e assim fazê-la desenvolver a sua alma, acabam por não ser alterados pela acção do substracto interior voluntarioso e antes diminui-se o poder da vontade própria e do eu no controle do cérebro e do corpo.
Concluamos este texto, já algo longo para a média de leitura actual, alertando para se ter muito cuidado com a hipnose, não se recomendando praticamente a ninguém e muito menos por curiosidade e pelas miragens das regressões e das fantasiosas vidas passadas.
E cuidado redobrado com os vários gurus e pastores de seitas que manipulam ou tentam hipnotizar os devotos e fiéis explorando-os por vários modos e acabando por ficarem todos sob influências invisíveis de egrégoras e entidades bem mais negativas do que as aparentes palavras, sermões e "satsangas" de amor deixariam suspeitar...
Saibamos aspirar à verdade, e discernir e trilhar bem os caminhos de luz, e não abdiquemos da nossa individualidade e livre arbítrio...
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