Deixando a urbe portuense e a Dalila Pereira da Costa, comemorada no congresso do centenário do seu nascimento, e mais uma mão de pessoas amigas, sentado na varanda-janela do comboio intercidades Porto-Lisboa, lendo, escrevendo e contemplando, eis imagens que permancerão de uma viagem já deixada para trás na marcha imparável do tempo, mas aqui, por belos fragmentos fotográficos da paisagem e páginas da alma na sensibilidade e palavra que se transmitem, arrancada a tal voragem, e logo preservada e partilhada. Avancemos...
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Fábricas outrora bem dinâmicas, agora ruínas cheias de memórias. Mas quem as sabe pesquisar e cultivar, ou mesmo as reutilizar? |
Porque mais exposta à chuva e intempéries os telhados. mesmo sem serem de vidro, abatem, e as cabeças , mesmo não sendo ocas, podem ceder. Vela para que a tua luz interior a mantenha coesa e firme. E que a abras às melhores energias psíquicas, emotivas e espirituais
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Gate, gate, paragate, parasamgate, bodhi svaha, rezavam os budistas antigos, apelando a deixares para trás apegos, vivendo plenamente desperto no presente e, bordejando a margem da eternidade, libertares-te... |
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Quem saberá amar as casas na eternidade em que elas vivem, quem as consegue contemplar no olho espiritual, ou mesmo recuperar delas seus segredos, ou em sonhos as conhecer e habitar? |
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Quando o céu e a terra se unem pela água e o ar, a nuvens e o sol, e se tornam um lago em que contemplamos as ondas do pensamento e nos podemos abismar na riqueza e profundidade do coração do Ser. |
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Que espíritos da natureza e seres humanos geraram este quadro que atravessa os vidros e se plasma nas nossas almas como obra prima, como transmissora de energias de liberdade e comunhão? |
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Circunscreveste as tuas energias psíquicas num rectângulo talhado com a razão dourada, e assim como o lago atrairás o raio do Amor sobre ti, e as tuas águas serão harmonizadoras, plenificadoras. |
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Leves e diáfanas folhas e ramos, cantam ao vento as mudanças das estações e a subtileza do Amor substancial... |
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Paisagens que nos levam e elevam ao infinito, ao Divino... |
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Gemeste, choraste, sofreste mas se aspirares e as tuas águas acalmares o Espírito te iluminará.. |
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Nos bosques e florestas que acompanham os cursos de água absorverás o melhor "prana" e sentirás os espíritos da natureza e o Amor divino |
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Construir ou atravessar a ponte entre o mundo sensorial físico e o subtil é uma das tarefas dos pontífices e dos peregrinos, das almas sensíveis e dialogantes, pacificantes. |
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A consciência que se expande pelos campos e nuvens a dentro, chegando ao horizonte, às nuvens e ao céu azul e infinito |
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Sentir a união da terra e do céu é natural na Natureza |
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Cultivar a comunhão com as nuvens, com o espaço infinito abre-nos ao Amor divino |
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Também dentro de ti, através do teu olho espiritual, poderás contemplar na distância, maravilhado |
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Sinta e escreva, do seu ser para ser... |
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O teu temenos, o teu templo, o espaço tempo que sacralizas, vai-te preparando para a Eternidade e vai-se tornando um local irradiante e harmonizante na terra. Cultiva-o persistentemente organicamente, amorosamente. |
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