Bem vindos os que se querem aproximar do Templo na Terra, merecidamente...
Tomar Histórica e Iniciática. Uma revisitação e peregrinação a realizar-se um dia destes....
Tomar Histórica e Iniciática. Uma revisitação e peregrinação a realizar-se um dia destes....
O muito simbólico sigilo ou selo da milícia Templária, fraternidade de corpo e alma. |
I - A
ida a Santa Maria dos Olivais permitirá entrarmos em contacto com
a zona mais antiga de Tomar pois nela se erguia a antiga cidade
romana de Sélio e no local houve desde o séc. VII
um mosteiro beneditino sobre o qual em 1160 se ergueu, sob a orientação de Gualdim Pais, a
igreja que veio a servir de panteão aos Mestres das Ordens do Templo e de Cristo.
Gualdim de Pais, quarto mestre da milícia do Templo em Portugal e doador do foral de Tomar, foi nela enterrado e uma lápide de 1195 assinala a
sua morte. Dos túmulos dos vinte e quatro Mestres só restam quatro lápides sepulcrais.
Constantes obras alteraram as estruturas iniciais, das quais só
resta o portal norte e, como é da época de D. Afonso III, a passagem
para o estilo gótico predomina, destacando-se a fachada
ocidental com uma rosácea de doze pétalas trilobadas, e um "iniciático" pentagrama no frontão, sobre o portal. Dos acrescentos, realcemos ao tempo de D. Manuel o túmulo esculpido por João de
Ruão para o 1º bispo do Funchal, o pregador e amigo do rei, D.
Diogo Pinheiro, e algumas capelas maneiristas. São belas e valiosas algumas
esculturas, tal uma Nossa Senhora do Leite quinhentista.
Esta
igreja foi elevada a Sé Catedral de todas as Igrejas dos
Descobrimentos, com autoridade ou irradiação espiritual sobre ou
para todas elas.
Diz o padre e historiador oitocentista João Bautista de Castro que foi o reformador da Ordem de Cristo Dom
António de Lisboa, no séc. XVI, quem destruiu as sepulturas (consta que era bastante contra as duas ordens) e juntou as ossadas
todas pondo-as na segunda capela das cinco laterais, colocando-se nas
paredes as lápides de Gualdim Pais e do 23º mestre João Lourenço
Martins. Dos mestres da Ordem de Cristo resta no altar-mor a lápide ou
epitáfio de D. Gil Martins. No exterior na parede sul está a lápide
do 7º mestre templário Gomes Ramires, que desincarnou em 1212.
Diz-se
que da cripta ou do poço parte um canal subterrâneo de ligação ao
castelo de Tomar, que passaria debaixo do leito do rio Nabão, algo difícil de se comprovar. A
torre sineira deve ter servido de atalaia nos primeiros tempos da
regência templária deste local.
II - No
caminho a pé de Santa Maria dos Olivais para a Igreja de São João
Baptista, no centro da vila, veremos por fora o antigo convento de Santa Iria, santa bastante venerada pela Ordem de Cristo, e a sua estátua, sobre o rio Nabão.
A igreja de S. João Baptista já existia no tempo do Infante D. Henrique e foi muito engrandecida no reinado de D. Manuel, tornando-se deste 1520 Colegiada Real, independente da jurisdição diocesana. Destacam-se nas mísulas de apoio da abóbada, no portal ocidental e no púlpito os relevos naturalistas e simbólicos manuelinos, e o programa pictórico de Gregório Lopes que orna as paredes da igreja, uma das pinturas representando o mítico encontro entre Abraão de Ur e Melkitsedek rei da Paz, de quem virá a dizer S. Paulo que Jesus era sacerdote eternamente segundo a Ordem de Melkitsedek. Os altares laterais já são do séc. XVI, e do séc. XVIII é o retábulo no altar-mor, em talha dourada.
III - A visita à fortaleza e charola Templária e ao Convento de Cristo, local bem ígneo, e à sua cerca, terá como pontos fortes sentirmos o local como ligação entre a terra e o céu, a geometria sagrada e os significados da simbologia dos portais, janela e parede exterior da sala do capítulo, lápides sepulcrais, vários fechos de abóbada e capitéis das colunas e, finalmente, as pinturas e esculturas, tradições e mitos que intensificam a mens-agem ética, religiosa e espiritual.
A igreja de S. João Baptista já existia no tempo do Infante D. Henrique e foi muito engrandecida no reinado de D. Manuel, tornando-se deste 1520 Colegiada Real, independente da jurisdição diocesana. Destacam-se nas mísulas de apoio da abóbada, no portal ocidental e no púlpito os relevos naturalistas e simbólicos manuelinos, e o programa pictórico de Gregório Lopes que orna as paredes da igreja, uma das pinturas representando o mítico encontro entre Abraão de Ur e Melkitsedek rei da Paz, de quem virá a dizer S. Paulo que Jesus era sacerdote eternamente segundo a Ordem de Melkitsedek. Os altares laterais já são do séc. XVI, e do séc. XVIII é o retábulo no altar-mor, em talha dourada.
A Charola de Tomar na Leitura Nova de D. Manuel e muito provavelmente a representação do Arcanjo de Portugal |
Entraremos na história contextualizada e vivida da Ordem Templária e da sua sucessora em Portugal a Ordem de Cristo e de alguns dos seus símbolos e mistérios e tentaremos relacionar-nos de um modo espiritual e interior com todo este campo unificado de acontecimentos, energias, grandes almas, mahatmas, nomeadamente D. Afonso Henriques e Gualdim Pais, D. Dinis e o Infante D. Henrique, anjos e Arcanjo e Divindade.
Faremos algumas referências aos Templários e aos cavaleiros e freires da Ordem de Cristo na Literatura e em especial em Fernando Pessoa, que se identificou bastante com a demanda iniciática e universalista que estas duas ordens e milícias patenteiam ou estimulam, e trabalharemos alguns dos lemas, mantras, orações e ensinamentos deste veio principal da Tradição Espiritual Portuguesa.
Pedro Teixeira da Mota, Domingo de Páscoa de 2017.
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