A Primavera de Sandro Botticelli, com os anjos, Espíritos da Natureza e as três Graças |
O Dia da Mulher, como que anunciando ou desvendando a Primavera perene, é sempre uma afortunada ocasião anual de encaminhar-nos para o templo da sua essência, poder e grandeza e aí eventualmente contemplarmos a Divindade manifestada nela, a Grande Deusa, o Princípio Feminino Divino, e da qual cada Mulher é uma incarnação, mais ou menos, luminosa e transparente, activa e benfazeja, inspiradora e despertante.
Eis então um ramalhete odorífero e colorido de imagens belas e profundas da Mulher-Deusa, na verdade quase infinitas:
Dança
Do grande poder fértil da Grande Deusa, Mãe e Ventre na Terra e na Humanidade
De Susa, no Irão, 2ª metade do II milénio A. C. Concentração e irradiação amorosa.
Ó ISIS, HIS, SIS, sê, liga...
Astarte, Vénus, Divino Amor sábio em nós...
Sacerdotisa de Creta, com o poder da serpente energética e dos seios vitais, coroada e geradora na cabeça..
Do Irão Zoroástrico e das suas Fravashi, Dagvidye
Das mil faces de Grande Deusa ou Deusa Mãe, imagem partilhada pela Rosa Pedro
Numa época em que a brutalidade e machismo de alguns homens, grupos e governos-países ainda se exerce tão violentamente no mundo e nas sociedades, nomeadamente fomentando tantas guerras e tanto tipo de mercenários, de opressões, de injustiças e de crimes, é imperioso unir-nos mais conscientemente na vivência, culto e defesa das energias e valores que as mulheres consubstanciam e representam, nomeadamente os de paz, amor, diálogo, maternidade, compaixão, pureza, doçura, inspiração, beleza, solidariedade, resistência e paciência e, em grupos e comunidades de Mulheres e Homens na demanda da Verdade e do Bem, agirmos, aprofundarmos, dinamizarmos...
Dos pré-Rafaelitas e a intuição do poder de luz da mulher...
Joana d'Arc, uma clarividente e clauriaudiente corajosa e sacrificada..
Inês de Castro, do amor imenso cortado precocemente mas imortal, por Maria Da Fátima Silva
A guerra e o terrorismo no Iraque, Síria, Palestina e Yemen, quem a fomentou e apoia, quanta destruição e morte de crianças e mulheres?
A revolução e a evolução, a opressão e a libertação coexistem na marcha da Humanidade e cada um de nós deve contribuir, pelo seu modo de vida pacífico e sábio e pela sua irradiação psíquica e acção, para os Governantes e dirigentes serem mais puros, sensíveis, cultos e a Mãe Terra ser mais respeitada e menos destruída, com todos os seus seres e eco-sistemas, no fundo para uma Humanidade mais harmoniosa coexistir nela...
De Bilibin, da grande alma Russa, mais europeia do que a dos dirigentes todos (ou quase...) da União Europeia e que tanto nos desgovernam...
Do Amor imenso e divino que a Mulher incarna, suscita e transmite.
Se a luta pela sobrevivência de milhões de seres explica a destruição das florestas, a morte dos animais, a extinção das espécies, a poluição asfixiante do planeta, podemos ainda assim pôr em causa o modo tão violento, desregrado e anti-ecológico com que se exerce tal luta, e sobretudo todo o dinheiro desperdiçado em armamentos, guerras, construções megalómanas, desportos, agro-químicos, offshores, ordenados e seres milionários, tudo o que poderia ser muito mais bem canalizado para a criação de condições que diminuíssem as carências materiais e culturais, as violências e as guerras, a destruição da natureza e da sua fauna, o rebaixamento da dignidade e da potencialidade humana.
Brasil e Amazónia, Índia e Ganges, shaman, pagé, tecendo fios de orações e vestes luminosas
Da Mulher Verde, que emerge da Terra ou se contempla e afirma nas fadas e ninfas, agricultoras, consumidoras biológicas e mulheres das ervas medicinais, mães, enfermeiras, professoras, médicas, escritoras, artistas e aspiram ao Bem e Ser Divino: Om Tat Sat!
Amaterasu o mi Kami e o santo Fuji enviando paz e harmonia para todos os seres da Terra
O culto da Mulher, relembrado e intensificado neste dia, e aqui e agora, é a afirmação da confiança de que o Amor, a Beleza, a Maternidade, a Cultura, a Arte, a Dança e a Paz triunfarão face a todas as crises e opressões e que devemos manter-nos activos no desabrochamento das melhores qualidades, inspirados pelas Mulheres que sempre foram e serão Musas e Sibilas portadoras do Santo Graal, do Amor, da Luz, da Divindade...
Graal......Graallll....Graal...
Zahra, Fatimah, Nossa Senhora de Fátima...
O apoio maior à maternidade e a uma educação em contacto e harmonia com a Natureza, e mais livre e espiritual das crianças, para que desenvolvam harmoniosamente as suas imensas capacidades, é fundamental e as professoras e professores não devem estar tão amarrados em coletes de forças de programas e de burocracias que acabam por diminuir as forças luminosas que poderiam desabrochar nas escolas e no interior de todos.
Para que se possa culminar em seres mais plenos e felizes, que vivem ludica e criativamente, em aprendizagem livre e harmoniosa, a descoberta e o nascimento crescente da verdade e do amor, do espírito e da divindade na alma de cada um e dos outros...
Da educação dos seres sensíveis ou neo-platónicos pelas Musas e Professoras
Dos canais de ligação entre os vários níveis do Cosmos, ou da Sabedoria Perene dos antigos que deve ser aprofundada nos nossos dias...
Dos diálogos angélicos, das danças silenciosas e musicais que todos podemos cultivar com frutos luminosos já na, e pela, vida eterna
Dos montes Hermínios, de Hermes, ou serra da Estrela, com o casal responsável pela minha encarnação terrena. Muita luz e amor para eles, no mistério da comunhão no corpo místico ou campo unificado de energia-informação-consciência...
Da estrela divina que paira sobre cada ser, e que a mãe atrai, ou que a mulher aponta e inspira. Via Ana Moura.
Sendo cada ser uma centelha divina, como a imagem recebida da Ana Moura, meiga galega, mostra, há que ligar-nos mais a ela, fazendo desabrochar e harmonizar a alma e as suas energias psico-físicas pelo abraço, o amor, a meditação, a contemplação, a ascese, o esforço, a vida justa ou abnegada, a devoção, a leitura e estudo e o amor aos seres espirituais e à Divindade.
Uma Sibila lendo ou relendo o que intui, viu ou escreveu: Ora, lege, relege et invenies!
Da meditação, oração ou irradiação vista subtilmente
Yoni, Shakti, matriz e energia, no Oriente sagrada e cultuada
A mulher como sacerdotisa no templo da elevação psico-energética, rumo à coroa da comunhão do conhecimento, do amor, da Divindade.
Toca-me, sente-me, ilumina-me...
Do equilíbrio e união dos opostos alquímicos, complementares...
Os encontros, os abraços, os beijos e o seu potencial..
Dos mestres Nicholai e Helena Roerich, a Mãe do Mundo
Cada alma é um canal entre o céu e a terra, uma estrela entre as infinitas estrelas e derramando as suas energias na temperança do Amor e da Sabedoria, do Bem e da Verdade, face ao mistério infinito, mas sábio e amoroso, da Divindade...
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