terça-feira, 8 de novembro de 2016

Livros antigos belos, sábios, raros e valiosos em exposição para leilão na Livraria Ecléctica.

                          
Livros antigos belos e sábios, raros e valiosos em exposição.
Realiza-se no dia 9 de Novembro pelas 19 horas um leilão de livros na Ecléctica Livraria Alfarrabista, sala de Leilões na Trav. André Valente, 26, Lisboa. Tel. 968088216.
Pela sua insigne beleza e substância reproduzimos algumas obras com a autorização do Nuno Gonçalves, autor do magnífico catálogo.

Destacaremos:
nº 2 de Pedro de Alcalá, a Arte para ligeiramente saber la lengua raviga emendada y anadida... Granada, Juan Varela de Salamanca, 1505.
Obra que assinala o universalismo da época e do 1º arcebispo da cidade de Granada (reconquistada em 1492), o humanista Hernando de Talavera,  que aprendeu o árabe e fez que surgisse esta gramática.
nº 6 A Elegia à deplorável morte do insigne poeta Manoel Maria de Barboza du Bocage, por Manuel Pedro Tomás Pinheiro e Aragão. Lisboa, Impressão Régia, 1805. Já que deixaram os ossos de Bocage ir para a vala comum fiquem-nos ao menos alguns prantos d de amigos na ocasião da sua partida para os Campos Elíseos.

nº 27  As Imagini delli Dei de gl'antichi, de Vicenzo Cartari. Venetia, 1647, muito ilustrada com imagens dos deuses e deusas das diversas religiões, com maior ou maior fidelidade, mas com bastante conhecimento nos deuses e personificações greco-romanos.

nº 32. As Epistole et Orationes de Cataldo Sículo, impresso em Lisboa, por Valentim Fernandes, em 21 de Fevereiro de 1500, contendo várias cartas para D. João II e D. Manuel e para outras personagens importantes da época.
nº 43. Uma das obras consideradas das mais belas e profundas de sempre da História do Livro e da Psique humana é a atribuída ao frade Francesco de Colonna e intitulada Hypnerotomachia Poliphili, traduzível por O Sonho de Polifilo, ou ainda A Batalha Onírica de Polifilo, aqui na sua primeira edição, Veneza, pelo famoso  e sábio impressor Aldo Manucio, em 1499. Narram-se os amores e aventuras de Polifilo e Polia, em sonho, com belíssimas imagens amorosas, arquitectónicas e de procissões alegóricas. Aldo Manúcio recebeu Erasmo durante alguns meses e obrigavam-se a falar em grego, sob pena de pagarem alimentos para os convívios da academia aldina de impressores e escritores, todos eles humanistas em grande camaradagem.
nº 69. De Robert Holcot, o Super Librum Sapientie. Basileia, 1489. Um incunábulo, livros publicados na cunha ou berço da tipografia, de comentário ao livro bíblico da Sapiência.
nº 86. De Raimundo Lulio,  Arbor Scientia venerabilis celitus illuminati patris... Lugduni: opera Gilberti de Villiers, 1515.
nº 92. Calendário e Regra de S. Bento, manuscrito iluminado de finais do séc. XIII, a 1ª parte e a 2ª parte do séc. XV, realizado por Frei Pedro de Salamanca, no mosteiro de S. João de Tarouca, perto de Viseu.
nº 117 de D. Leonor de Noronha, a Coronica Geral Marco Antonio Locio Sabelico des ho começo do mundo au nosso tempo. Coimbra, João Alvarez e João Barreira, 1550-1553. Humanista, discípula de Cataldo Sículo, traduz do latim esta Crónica ou História do mundo, muito assente nas lendas bíblicas e nos cronistas grecos-latinos; obra de grande labor de D. Leonor.
nº 119. De Cesar Oudin, Refranes o Proverbios Castellanos. Traduzidos en lengua Francesa. A Paris, Pierre Billaine, 1624. A sabedoria paremiológica castelhana em edição bilingue.
nº 122. De António Pinto Pereira, História da India no Tempo em que a Governou o VisoRey Dom Luis de Ataide. Coimbra, na impressam de Nicolao Carvalho, 1616. Cerca de 400 páginas dedicadas ao vice-reinado de um dos grandes heróis e estrategas da presença portuguesa no Oriente.
nº 123. De Fernando Pires, a Cronica da fundaçam do moesteyro de san Vicente dos cónegos regrantes: da hordem do aurelio doctor scto Augustinho, em a cidade de Lisboa. Coimbra: Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, 1538. Um dos poucos livros quinhentistas impressos no mosteiro conimbricense de Santa Cruz, o frontispício e a última folha com xilogravuras belas.
nº 140. De Hartmann Schedel, a famosa Crónica de Nuremberga, Registrum huius operis libri cronicarum cum figuris et ymagibus ab initio mundi. Nuremberg: Anthon Koberger, 1493. Obra chave do séc. XVI  ao narrar a história do mundo, com mais de 1800 gravuras no seu interior, uma obra prima para a época, certamente com bastante irrealidade ou pouca fidelidade em muitas das personagens ou cidades representadas, tal como a de Lisboa, pela 1ª vez  em gravura.
nº 149. As Relaciones de Pedro Teixeira d'el origem, descendencia y sucession de los Reyes de Persia, y de Harmuz, y de un viage heccho por el mismo autor desde la India Oriental hasta Italia per tierra. En Ambres: En casa de Hieronymus Versussen, 1610. Importante clássico da literatura de viagens na época dos Descobrimentos, muito apreciado pelas descrições pioneiras das gentes e da história Persa, por um português.


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