terça-feira, 22 de novembro de 2016

Da Espiritualidade na poesia de Bocage. 1ª parte. Congresso "Bocage e as Luzes do séc. XVIII"

                                              
                        Da Espiritualidade na poesia de Bocage.
Primeira parte da comunicação por escrito para as actas do Congresso de Bocage e as Luzes do séc. XVIII, realizado em Setembro de 2016 em Setúbal e no qual participei, ficando registada a minha interveção no Youtube: (https://youtu.be/SA70TPX5tLA) 
Já esta gravação é em Lisboa, em 20 de Novembro, com uma pintura de Bocage por Maria Da Fátima Silva, e a estatueta em bronze, esculpida por Broca, oferecida simpaticamente pela edilidade de Elmano Sadino no final do Congresso aos participantes...
O texto final nas actas apresentará alguns acrescentos em relação a esta gravação, que contudo terá um ou ou dois comentários breves adicionados ao texto...
                           
Transcrevemos ainda um dos mais belos sonetos espirituais, dedicado, por causa da morte da sua mulher, ao seu grande amigo, o médico e poeta, António Bersane Leite,  pai ainda de uma das musas amadas de Bocage.

«Tributo em ais, no coração gerados
Não dês à cara cinza, aflito esposo;
Roçam da vida o círculo afanoso
Caminhos florescentes, e estrelados.

Espíritos gentis, por Jove amados,
Volvendo a seu princípio luminoso,
Olham Sol não crestante, e mais formoso,
Vagueiam sem temor por entre os fados.

Com alta fantasia, e rosto enxuto,
Vê nos Elísios a imortal consorte.
Vê da Virtude a flor tornar-se em fruto.

Doce, augusta Verdade Amor conforte;
Em vós, à ímpios, a existência é luto,
E nos eleitos, um sorriso, a Morte.»

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