sábado, 13 de fevereiro de 2016

Agostinho da Silva e a biografia de Tolstoi, nos 110 anos de nascimento de Agostinho, um divulgador de Tolstoi.

    Em 1941, Agostinho da Silva, na sua meritória tarefa de pedagogo, ou de educador popular com qualidade, dava à luz na sua vasta colecção, iniciada em 1940, Antologia, Introdução aos Grandes Autores, um número (como habitualmente de 24 páginas) dedicado a Tolstoi, com uma pequena biografia e um belo conto, certamente traduzido do francês, A Terra de que precisa um Homem.
Hoje, 13 de Fevereiro de 2016, quando Agostinho da Silva "faz" 110 anos, eis uma pequena homenagem as dois espirituais e pensadores, sábios no bom sentido da palavra e activistas éticos exemplares para os nossos dias de tanta subtil manipulação e violenta opressão...
Realcemos apenas na curta biografia que Agostinho traça de Tolstoi os valores que atribui aos seus pais de "vida pura, amor ao próximo e actividade social justa ou frutuosa", tão característicos da alma russa, bem como a forte aspiração ao Amor universal que Tolstoi teria recebido (ou melhor, intensificado...) de Jean-Jacques Rousseau, e que Eduardo Lourenço discerniu também no optimismo naturalista de Agostinho; e como Tolstoi se debateu numa luta grande contra os seus aspectos instintivos, egoístas e violentos, a qual durará toda a vida, dada a sua grande vitalidade, e na qual soube com grande arte na obra literária e religiosa genial mostrar que, apesar dos piores defeitos, os seres tinham sempre um potencial de transformação, de desenvolvimento, de amor, gerador de beleza, justiça e harmonia, valores tão necessários e valiosos então como agora.
Como sabemos,  Tolstoi tornou-se com o tempo cada vez mais não-violento, austero e desprendido da sociedade, irradiando para todo o mundo a sua espiritualidade simples e fraterna, atraindo a si, na sua ancestral propriedade Iasnaia Poliana, por correspondência ou visita (tal a do nosso sábio vegetariano Jaime de Magalhães Lima, que dele recebeu a missão de trabalhar com as mãos, o que se plasmará na sua modelar quinta em Vagos, Aveiro). Ora Agostinho da Silva, que também viveu bastante a simplicidade e tentou fomentar comunidades descentralizadas, rurais, destacará e lúcida mente e empática alma de Tolstoi, capaz de ver os erros e dogmatismos de si e dos outros, transmitindo com eloquência, coerência e paixão o seu ideal de sociedades mais abertas à fraternidade, ao amor, à vida natural harmoniosa e simples...
Os paralelos entre Lev Tolstoi e Agostinho da Silva estão ainda parte por fazer-se e nestes tempos conturbados, que apelam tanto à comunhão com as grandes almas individuais e nacionais, saibamos trabalhá-los e erguer o santo "Graal, Graal, Rússia, Índia e Portugal"...
Agostinho da Silva com um gorro russo, tão actual face à russofobia da classe política tonta...
Leiamos então a visão que Agostinho da Silva tinha de Tolstoi, ou a que expôs nesse prefácio em 1941, jovem de 35 anos, realçando-se ou transcrevendo-se apenas esta parte:«atacou os sacerdotes que traíam Cristo e os revolucionários que não tinham a menor vibração de generosidade e de amor; apontou como inimigos da felicidade comum os literatos para quem a arte vale mais que o homem, e os sábios que se fecham, por comodidade e egoísmo, nos seus casulos científicos»... 
Saibamos despertar mais o Amor todo poderoso e generoso, na comunhão anímico-espiritual com Agostinho e Tolstoi, a Rússia e Portugal, e irradiando luz e paz para a Eurásia e o Mundo...
Post Scriptum: em 2021 resolvi transcrever a biografia toda e pode lê-la em no blogspot, com este título:Tolstoi e a sua obra vistos com mestria crítica por Agostinho da Silva, em 1942. Comemorações dos 193 anos do nascimento de Tolstoi, que contudo o opressivo e vendido Google não lhe apresentará, nem sequer com o link do blogue: https://pedroteixeiradamota.blogspot.com/2021/09/tolstoi-e-sua-obra-vistos-com-mestria.html   Terá mesmo de ir ao blogue e digitar Agostinho da Silva ou Tolstoi, ou então ir ao ano de 2021, ao mês de Setembro, e ao dia 9... Provavelmente censura miserável do globalismo oligárquico googliano a Tolstoi, à Rússia...
            
  

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