domingo, 16 de novembro de 2025

Rússia, o Ocidente e o Futuro Multipolar, por Alexandre Dugin, apresentado por Pedro Teixeira da Mota. Text bilingual.

                     Rússia, o Ocidente e o Futuro Multipolar.

 Alexander Dugin, escreveu hoje 16 de novembro um pequeno mas bastante elucidativo texto sobre a actual luta contra Rússia por parte do Ocidente oligárquico e mais particularmente da União Europeia e do regime militar dirigido por Zelensky, que vale a pena ser lido e reflectido.

É uma tentativa de transmitir alguma luz da verdade  à população ocidental que está tão manipulada, desinformada,  e logo em certos casos histericamente russofobica, como se os Russos quisessem vir pela Europa a fora até chegarem às sardinhas das Berlengas, como alguns paspalhões tentam fazer crer, numa barca de tolos beligerante que vai desde a direcção da União Europeia e 1º ministros mais anti-russos até à a arraia miúda dos comentadores amilhazantes.  E para isso mostra como para a Rússia e os militares russos não há uma guerra por procuração ou para interesses de elites, como sentem  muitos dos ucranianos alistados à força e o sofrem, mas uma luta pela Mátria e Pátria, para se defenderem do cerco que a NATO lhe estava a armadilhar, para diminuírem a pressão e opressão do Ocidente hegemónico imperialista e e para libertarem terras e populações que foram russas séculos e cuja população é maioritariamente etnicamente russa e pró-russa.
Cada vez se torna mais evidente que o regime de Zelensky tem os seus dias contados, e as mais recentes investigações (ucro-americanas) e divulgações públicas das corrupções gigantescas dos seus mais próximos colaboradores indicam que provavelmente já se deve estar a procurar quem o possa substituir, com o mínimo de faltas ou falhas no seu cadastro.
Quanto à empedernida e arrogant
e direccão da União Europeia, mais a troika da Alemanha, França e Inglaterra, e os mais anti-russos dos governos bálticos ou doutras zonas em que até os nossos incultos poderão estar, o que vão fazer, é um mistério...

Alexandre Dugin admite generosamente que podem decidir deixar a Rússia ganhar agora, para depois rearmados em poucos anos, poderem vencê-la, mas eu não creio que assim aconteça, pois  a genética nazi está presente em algumas dessas invejosas e raivosas almas, líderes na vaidade e arrogância exterior mas corroídas por dentro, pelo que não quererão ser humilhados e aceitar a vitória da Rússia.

Alexandre Dugin, pai da mestra de filosofia perene  Daria Dugina, mártir desta guerra do Ocidente liberal degenerado infrahumanista contra Tradição e a multipolaridade,  admite esta hipótese da União Europeia querer continuar a oferecer biliões para  a morte de muitos e os bolsos de alguns (três dos principais corruptos já fugidos para Israel e Turquia) e sem entrar na hermenêutica psicológica que eu fiz, diz só laconicamente: se não aceitam as negociações ou propostas de pazes sugeridas por Trump e os seus, pois só perderão mais terras, que dia após dia a Rússia vai libertando ou reconquistando do que foi e é seu. 

É realmente de uma arrogância, falta de humildade e sensibilidade, e sobretudo de estupidez, não perceberem, tanto as pindéricas Ursula, Kallas, Rutta e Costa como Zelensky e os seus,  que dia após dia as forças militares da Rússia irão conquistar cada vez mais terreno, tentando o mínimo de baixas nos seus militares e na população civil, algo reconhecido por algumas das melhores e mais independentes autoridades militares,   não desfiguradas por Milhazes e Rogeiros ou outros energúmenos avençados que enxameiam os estúdios dos péssimos canais televisivos de Portugal, há demasiado tempo a estupidificarem o povo. Oiçamos então o notável pensador da Filosofia Perene e da Multipolaridade, Alexandre Dugin:


«A guerra da Ucrânia não é a guerra de Putin. É a guerra do povo russo. E será conduzida até à  plena vitória final total. Não se deve ter nenhuma ilusão, pois estamos numa transição irreversível da unipolaridade (o globalismo, uma hegemonia liberal ocidental) para a multipolaridade.
Mas a transição irreversível da unipolaridade  para a multipolaridade não é fácil. Passa por conflitos e guerras porque os defensores da unipolaridade  não importa o preço que tenham de pagar não deixarão que tal aconteça pacificamente.
A verdadeira natureza geopolítica e profunda da guerra na Ucrânia é bastante bem compreendida pelo povo russo. Duvido que as pessoas do Ocidente tenham o mesmo nível de compreensão disso e e o porquê o como as elites globalistas liberais estão e querem usá-las na guerra contra a Rússia.
A guerra na Ucrânia não depende de quem está realmente no Kremlin. Será lutada 
de qualquer maneira  até ao fim.  

[É uma guerra do povo e da civilização russa e dos vários povos e países que se identificam com os seus princípios, valores e realizações na luta contra os avençados da oligarquia globalista, do Forum Económico Mundial, da Open Society, que através dos extremistas e banderitas, e da NATO. tem procurado destruir e retalhar a Federação Russa e os seus vizinhos e aliados, manipulandoainda os europeus nuam histeria russóbica comparada a um pandemia, e com intrujões móres como Milhazes e Rogeiros, Soler, Isido e Ireneu destacando-se em Portugal]
Vejo alguns sinais de que o Ocidente está a começar a abandonar Zelensky. Talvez a UE deixe a Rússia vencer na Ucrânia para poder mostrar às suas sociedades quão perigosa é a Rússia e pois tal facilitará a preparação para a próxima guerra.
Creio que dificilmente a próxima guerra com a UE será a continuação da guerra atual. Parece que a UE ainda não está pronta. Precisa de alguns anos e de algumas mudanças políticas, económicas e ideológicas bastante importantes, pelo que terá de haver algum intervalo de tempo.
Se este intervalo de tempo não for interrompido pelo cessar fogo mediado por Trump, então só pode acontecer a vitória russa em grande escala na Ucrânia. Os EUA dificilmente iniciarão uma guerra nuclear, e a União Europeia  também não está pronta para uma guerra total connosco. Assim, prevejo um período em que tomaremos um controle muito maior  do solo ucraniano (=russo).»

Russia, the West, and the Multipolar Future

According to Alexander Dugin, the world is undergoing an irreversible transition from Western unipolar dominance to a multipolar global order. This transformation is not easy

«The Ukraine war is not Putin’s war. It is Russian people war. And it will be led until the total final Victory. Don’t have any illusion. There is the irreversible transition from the unipolarity (the globalism, a Western liberal hegemony) toward the multipolarity.

But the irreversible transition from the unipolarity (the globalism, a Western liberal hegemony) toward the multipolarity is not easy. It passes through the conflicts and wars because the defenders of unipolarity at any price don’t want to let it happen peacefully.

The real geopolitical and deep nature of war in Ukraine is quite well understood by Russian people. I doubt that the people of the West has the same level of understanding of how and why the liberal globalist elites want to use them in the war against Russia.

The war in Ukraine doesn’t depend on who is actually in Kremlin. It will be fought until the end in any case.

I see some signs that the West starts to abandon Zelensky. Maybe EU would let Russia win in Ukraine in order to show to their societies how dangerous Russia is and that could facilitate the preparation with next war.

Hardly the coming war with EU is going to be the prolongation of the present war. It seems that EU is not ready yet. It needs some years and some very important political, economical and ideological changes. So there can be some time gap.

If the time gap is not peace brokered by Trump it can be only full scale Russian victory in Ukraine. US hardly start nuke war, EU is not ready for total war with us either. So i foresee some period of time where we will take much broader control on Ukrainian (=Russian) soil.»

sábado, 15 de novembro de 2025

Poesia da noite e do sonhar e comungar.


Cada noite é única e irrepetível,
nunca sabemos como a vamos passar,
nem com quem estaremos a sonhar.

Nem se haverá vento ou trovoada,
até a manhã começar a raiar,
e pela portas e frinchas se infiltrar
e novas cores ao olho espiritual dar.

A nossa dança à volta do sol não para 
nem a esperança de  darmos as mãos,
 o peito e coração irradiando como o sol
e na unidade comungando a Divindade. 

sexta-feira, 14 de novembro de 2025

La lecture dialectique initiale de l’œuvre de Julius Evola selon Alexandre Douguine, par Raphael Machado. Breve apresentação e transcrição.

`Julis Evola e Aleksander Dugin...

 O artigo que vamos ler, publicado recentemente em francês por Rafael Machado, na www.geopolitica.ru, aborda a questão, nos filósofos e espirituais Julius Evola e Aleksander Dugin, da participação na política, ou não, nos tempos  caóticos de fim da denominada na ciclologia tradicional indiana Kali Yuga, a Idade das Trevas, e em que estaríamos no terminus, quando os frutos da discórdia, da mentira, da imoralidade, do mal implodem em toda a parte obrigando o observador, o peregrino, o cidadão a ser muito mais lúcido e a meditar e discernir o que deve recusar e onde deve oferecer as suas energias e capacidades. Por exemplo, se nessa luta entre partidos e candidatos, projectos e doutrinas, povos e estados, ou se, mais retirado, deverá sobretudo trabalhar na sua própria gnose, harmonização, iluminação, salvação e,  a partir de tal realização compartilhável pelo exemplo devida e pelas redes de proximidade, ser um eixo entre os dois mundos, o espiritual e o material, o metafísico e o físico, religando o que está em cima ao que está em baixo harmoniosamente, e permitindo que as energias superiores e luminosas da transcendência, e de uma "nova" fase  entrem mais na Terra e Humanidade

A expressão utilizada pelo filósofo tradicionalista e representante principal no Ocidente  da Filosofia Perene, com René Guénon, Titus Buckard, Ananda Coomaraswamy, GiuseppeTuci, e de certos modos Henry Corbin, Luis Massignon, Jacques de Marquette e hoje  Alexandre Dugin (e sua filha Dara, no que nos ficou) e outros, foi "Cavalgar o tigre", presente em vários povos, ou seja nem combater contra ele, nem ser engolido ou destruído por ele, mas saber afastar-se, desviar-se, ou então cavalgá-lo, suplantá-lo, observá-lo de  cima e intuir e adaptar-se aos seus movimentos, ou mesmo saber utilizar as descobertas e potenciais.

O intervencionismo e a  adesão partidária, face à actual mistura tão grande de bem e de mal, de verdadeiro  e de falso, devem ser muito bem restringidos ou controlados e cada pessoa deve ser sobretudo ela própria, e cumprir a sua missão, o seu dever, o swadharma, a partir de uma constante gnose e ascese ou sobriedade, para que não haja dispersão mas antes a participação justa no ser vertical espiritual e logo no devir familiar, local, nacional, planetário e multipolar, e não numa história limitada e subjugada pelo sistema oligárquico ocidental predominante, e cada vez mais opressivo na época digital.
Oiçamos ent
ão o que Raphael Machado discerniu e interroga no pensamento de Julius Evola e de Aleksander Dugin (o pai da  notável filósofa Daria Dugina, mártir da Verdade), se deve haver uma apoliteia, um não agir na polis ou, pelo contrário, deve-se enfrentar directamente o tigre ou o touro, seja sabendo evitá-lo, ou mesmo dar-lhes as estocadas justas, tanto mais que  nunca se sabe bem até onde e por quanto tempo as condições negativas ou trevosas se vão manter ainda, ensombrando ou ameaçando as mentes e sociedades, por vezes atingindo limites de tal desumanidade, violência ou mal que a acção kshatriya, guerreira, se torna verdadeiramente necessária, salutar, salvífica, embora mantendo-se  sempre  a função sagrada vertical da religação ao mundo espiritual, e aos seus seres e  principios, sobretudo  pela oração, a meditação e a contemplação...

 La lecture dialectique initiale de l’œuvre d’Evola selon Douguine

«L’étude de la dimension politique de l’œuvre du philosophe traditionaliste italien Julius Evola se heurte toujours au « mur » représenté par sa phase tardive — celle qui se définit par le célèbre (et peu lu) livre Cavalcare la Tigre (= Chevaucher le Tigre).
                                                                      Julius Evola Cinquant'anni di Cavalcare ...
L’œuvre en question tire son nom d’une parabole orientale qui raconte la terreur causée par un grand tigre dans une région désertique. La seule solution, que trouve le «héros», le cas échéant, est, au lieu d’affronter directement le tigre, de sauter sur son dos, de l’agripper et de s’y tenir jusqu’à ce que la bête s’épuise. Ce n’est qu’alors qu’il devient possible de donner le «coup de grâce».
Ce que cela signifie politiquement, pour Evola, fait l’objet d’innombrables interprétations divergentes.
La période tardive d’Evola est habituellement décrite comme une période de «lassitude» face à l’engagement politique — surtout celui de ses «disciples», puisque lui-même n’a eu que quelques années pour tenter d'influencer positivement les régimes fascistes européens des années 30-40. [Ainda que só venha a desencarnar em 11 de Junho de 1974, após setenta e seis anos de vida terrena.]
Cependant, l’Italie des années 50 et du début des années 60 représentait le nadir [o nivel mais baixo] spirituel de la nation. Elle était occupée militairement par une puissance étrangère, [USA] culturellement corrompue par l’invasion de produits de l’industrie culturelle américaine, psychologiquement fracturée par le chaos démocratique, et dans le panorama politique intérieur, Evola voyait que même le nationalisme anti-libéral et anti-communiste s’était rendu conforme à l’ordre hégémonique, de manière qui n’était pas simplement superficielle.
En sous-main, de plus, les plus exaltés commençaient à recourir au terrorisme et à la guérilla urbaine comme tactique de déstabilisation de l’ordre libéral-démocratique. Aux yeux d’Evola, une aventure vouée à l'échec.
Dans ce contexte, la posture à adopter par « l’homme différencié » est celle de l’apolitisme (l'apoliteia).
À partir de ce point, cependant, il est possible d’offrir une vision peut-être plus profonde; la question pourrait être la suivante: dans le stade actuel du cycle civilisationnel, tout effort pour inverser ou contenir la déchéance par l’action politique serait voué à l’échec — le cycle étant trop avancé, et la pourriture intérieure du fascisme et son échec inévitable en étant la preuve évidente.
Selon cette lecture, assez répandue, aucune action politique n’est plus utile ou nécessaire jusqu’à la fin du
Kali Yuga. Cavalcare la Tigre représente l’attitude de ceux qui, simplement, «vivent parmi les ruines » en attendant la Fin. D’où l’apolitisme. Naturellement, il ne s’agit pas d’une attente passive, mais d’une attente dans laquelle « l’homme différencié» entreprend le chemin de la lutte spirituelle, cherchant à atteindre sa libération — ou, selon la phase philosophique d’Evola, à devenir «l’individu absolu».
Certains disciples d’Evola ont toutefois compris l’apolitisme non comme un abandon de tout engagement politique extérieur, mais comme une disposition intérieure impliquant un double engagement: 1) ne pas se soumettre aux règles politiques du système hégémonique; 2) ne pas s’impliquer émotionnellement dans tout engagement politique extérieur (d’où l’appel au dialogue entre Krishna et Arjuna dans la Bhagavad Gita, comme modèle d’un ethos de l'«action désintéressée»). Pour l’« homme différencié », il restait, selon cette lecture plus radicale, le chemin de la «milice» et de la «guerre sainte».
Ce dernier point est resté marginal dans l’école évolienne, la majorité ayant toujours interprété l’apolitisme comme une abandon total de l’engagement politique et une focalisation complète sur la « jihad intérieur» [a guerra interior contra o infiel em si mesmo, como realçava entre nós Agostinho da Silva], avec un autre courant adoptant une posture «modérée» à l’égard de l’engagement politique.
Le « premier Douguine » propose une lecture particulière de cette question.
Plus récemment, Douguine s’est longuement replongé dans la pensée d’Evola et lui a consacré un livre
 entier — Julius Evola : Stella del Mattino (= Étoile du Matin), publié jusqu’à présent en Italie uniquement. Dans cette œuvre, notre ami russe propose une lecture essentiellement métaphysique et alchimique de la métaphore du Cavalcare la tigre, en se concentrant sur le caractère yang/yin de la métaphore (puisque Douguine fait remonter la maxime jusqu’à la Chine ancienne), où le tigre représente les forces déchaînées du yin, et le chevaucheur, qui est sous-entendu dans la parabole, n’est pas proprement le yang (qui serait, en réalité, affaibli, déchu à l’ère présente), mais le représentant terrestre du yang.
Mais 35 ans auparavant, en
1990, Douguine avait formulé quelques réflexions politiques significatives sur l'ouvrage Cavalcare la Tigre, qui furent peu après publiées dans son livre intitulé Révolution conservatrice (Konservativnaïa Revolioutsia). Le penseur russe le situe spécifiquement dans une sorte d’antipode apparent de l’«impérialiste païen».
Le terme désigne le sujet hypothétique de l’ouvrage Impérialisme païen, un texte de jeunesse dans lequel Evola propose une critique programmatique du fascisme à partir de la perspective d’une pensée politique «conservatrice révolutionnaire» fondée sur une tradition impériale à la fois romaine et gibeline. Là, Evola esquisse — parfois de façon générale, parfois en détail — sa conception de l’État idéal, sa «Platonopolis». L’œuvre représente, peut-être, le «degré maximal» de politisation de la Tradition, et c’est dans ce sens que Douguine le pose comme la contrepartie de Cavalcare la Tigre.
Tandis que la posture prônée dans Cavalcare la Tigre ressemble à celle de l’anarque jünger
ien qui amorce son «Waldgang » — ou, en d’autres termes, la figure de l’« anarchiste de droite » — 30 ans auparavant, Evola offrait au monde la perspective de l’« impérialiste païen». Changement d’avis ? Maturité ?
Douguine nie toute chose de ce genre. Au contraire, dans la lecture douguinienne, l’«homme différencié» reste toujours le même, ce qui change est le monde du devenir, constamment affecté par les mouvements cycliques et les chocs entre volontés de pouvoir.
Et dans la mesure où le monde change, l’«homme différencié» aborde le monde de différentes manières, selon la phase dans laquelle il se trouve. En ce sens, l’«impérialiste pa
ïen», le «gibelin radical», le «conservateur révolutionnaire» devient «anarchiste» et «se retire dans la forêt» lorsque les conditions deviennent défavorables, et que la lutte politique devient infructueuse. La seule chose que l’«homme différencié » a à offrir au monde dominé par les forces de la Contre-Institution [e Contra-Inicição, como diria Réne Génon] est son "Non"».
Mais dans la mesure où le monde n’est pas, encore une fois, statique, l’«anarchiste» évolien est toujours prêt à «prendre d’assaut les cieux» lorsque les conditions objectives redeviennent favorables à l’action politique (désintéressée).
En réalité, toute la période de la «jihad intérieur» est aussi une préparation à la conquête extérieure du monde, à la «jihad extérieure», «lorsque les étoiles seront alignées».
La lecture douguinienne de cette question offre la sortie la plus adaptée à l’impasse de la «scolastique évolienne» concernant les possibilités d’action dans
les phases finales du Kali Yuga.»

Vemos assim Rafael Machdo realçar a modernidade ou actualidade mais justa de Alexandre Dugin, que tem entrado fortemente em acção na cena da  geo-estratégia política, tentando "cavalgar o tigre" da hegemonia ocidental e da sua russofobia, contrariando-a com a defesa da Rússia tradicional e espiritual, que incarna e representa uma civilização ligada ao mundo metafísico e a transcêndncia, e é o polo da multipolaridade equitativa e tradicional planetária que tenta erguer-se perante as ruínas do Ocidente hegemónico degenerado e em queda, como estamos a assistir tão tragicamente  para os povos eslavos no conflito libertador da Ucrânia nazificada, no qual a sua filha Daria Dugina foi martirizada.

 

quinta-feira, 13 de novembro de 2025

No aniversário de Fyodor Mikhailovich Dostoevsky. O discurso do staretz Zozimo, n' Os irmãos Karamazov, sobre a oração e o amor total, universal.

Como Fyodor Dostoievsky nasceu em 11-XI-1821, há 204 anos em Moscovo, resolvemos ler, traduzir e partilhar com breve comentário  parte dum dos capítulos mais valiosos do seu mais famoso livro Os irmãos Karamazov, o 41º da II parte, extraída do excelente discurso do monge ancião e guia, o staretz Zosimo (e relembro o que tenho traduzido, e escrito, do staretz S. Serafim de Sarov, o  qual para muitos estudiosos inspirou Dostoievsky) tão pleno de sensibilidade e compaixão e que, após um belo ensinamento sobre o incógnito valor iluminante ou redentor da oração pelos que morrem anonimamente, ergue um dos mais belos cantos do amor universal e incondicional.
 «Jovem, não te esqueças da oração. Todas as vezes que orares, se a tua oração for sincera, descobrirás um novo sentimento e um novo significado nela, o que te dará mais coragem, e  fazer-te-á compreender que a oração é uma educação. 
Lembra-te também todos os dias, e sempre que puderes repete para ti mesmo: "Senhor, tem misericórdia de todos os que se apresentam diante de Ti hoje.", pois a cada hora e a cada momento, milhares de seres  deixam a vida nesta Terra, e as suas almas aparecem diante de Deus. E quantos deles partem na solidão, desconhecidos, tristes, abatidos, por ninguém chorar por eles ou sequer saber se eles  viveram ou não! Mas olha, do outro lado da Terra talvez a tua oração pela sua pacificação  subirá até a Deus, embora não os conhecesses nem eles a ti. 
Quão comovente deve ser para uma alma receosa diante de Deus sentir, naquele instante, que, para ela também, há alguém que reza, que há uma criatura na Terra que a ama também! E Deus olhará para vós dois com mais graça abençoadora, pois se tiveste tanta piedade por ela, quanto mais Ele terá piedade, Aquele que é infinitamente mais amoroso e misericordioso do que tu! E Ele perdoa-la-á por tua causa.
Irmãos, não temam o pecado dos homens. Amai um homem mesmo no seu pecado, pois isto é a semelhança do Amor de Deus e é o amor mais elevado na terra. Amai toda a criação de Deus, todo e cada grão de areia nela. Amai cada folha, cada raio da luz de Deus. Amai os animais, amai as plantas, amai tudo. 
Se  amares tudo, perceberás o mistério divino nas coisas. Uma vez que percebas isto, começarás a compreendê-lo melhor dia após dia. E chegarás por fim a amar o mundo inteiro com um amor que inclui tudo. 
Ama os animais: Deus deu-lhes os rudimentos do pensamento e a alegria sem perturbações. Não os perturbes, não os assedies, não os prives da sua felicidade, não trabalhes contra a intenção de Deus. Homem, não te orgulhes de tua superioridade em relação aos animais; eles são sem pecado, e tu, com a tua grandeza, profanas a Terra com a tua presença nela, e deixas as marcas da impureza atrás de ti -- e infelizmente, isto é verdade para quase todos nós! 
Amai especialmente as crianças, pois  também elas são inocentes como os anjos; elas vivem para suavizar e purificar os nossos corações e, como se fosse, para guiar-nos. Ai do que ofender uma criança! O monge Anfim  ensinou-me a amar as crianças. Homem gentil e silencioso costumava, nas nossas caminhadas, gastar os trocados que nos davam em doces e bolos para as crianças. Não conseguia passar por uma criança sem emoção. Esta é a natureza do ser humano», o amor compaixão que Fyodor Mikhailovich Dostoevsky tanto sentiu e viveu. Que eles nos inspirem, que saibamos orar, viver e amar como eles!
                                       

quarta-feira, 12 de novembro de 2025

S. Serafim de Sarov. Sobre as doenças. Das suas Instruções Espirituais. A tradição russa dos starezt..

Entre as instruções espirituais do famoso asceta e místico russo, natural de Kursk, o staretz (ancião, guia) e santo Serafim de Sarov (1754-1833), publicadas pela 1ª vez em 1839, encontram-se várias valiosas e já publicamos algumas no blogue,tal como  a biografia. Esta diz respeito à doença, corporal, pois noutras abordou as psíquicas, tal a tristeza, a distração, o desespero, a preocupação, o apego, embora tudo esteja relacionado no todo que somos... 
Baptizado com o nome de Prokhore, entra no mosteiro de Sarov, que se erguera no começo do séc.XVIII, com  19 anos e será só após oito anos, já com 27 anos, que se torna monge e recebe o nome de Serafim com que se tornará depois conhecido  e santificado. Sofreu bastante em vida, pois a vida no deserto, poustynia, que significa vazio (ainda que densamente arborizado), de Sarov era difícil, embora ele fosse  forte e corpulento e se exercitasse  a cortar madeira para as construções das ermidas e capelas onde esteve, por vezes em invernos rigorosos e em que partilhava o pão com que se alimentava com os simpáticos ursos que o visitavam, hoje animal totémico ou simbólico da Rússia. Viveu muitos anos como eremita isolado na floresta. Mas iluminado por Deus, teve de voltar para o mosteiro e ensinar e  aconselhar as pessoas que acorriam pela  sua forte irradiação espiritual e a fama de discernir os espíritos ou interior das pessoas. Distantes de dois séculos, as suas instruções conservam a memória desses encontros e diálogos e a perenidade da sabedoria salvífica. Oiçamo-lo no que ficou recolhido dos seus ditos sobre a doença:
                                        Sarov – Espiritualidade Ortodoxa
 «O corpo deve ser o servo da alma, pois a alma é que é a soberana. Quando o corpo  enfraquece pela doença tal pode ser um sinal da misericórdia Divina, pois as paixões também enfraquecem pela doença e a pessoa pode voltar a si mesma [reencontrar-se, purificar-se, harmonizar-se, curar-se]. 
Por vezes acontecem doenças por causa das paixões, e se então retirardes os pecados as doenças desaparecem ou cessam, pois elas ocorrem em nós por causa do pecado, tal como afirmou São Basílio Magno (no Discurso sobre a verdade de que Deus não é a causa do mal). 
As pessoas perguntam: De onde vêm as doenças? De onde vêm as lesões corporais?   
O Senhor (Kyrios) criou o corpo, e não a doença, criou a alma, e não o pecado. E o que é que é o mais salutar e necessário? - A união com Deus, uma relação perseverante com Ele, através da devoção e amor.
Ao perdermos o Amor, separamos-nos de Deus e, separados ou afastados Dele, tornamos-nos sujeitos a vários males ou doenças. Mas os que conseguem suportar a doença com paciência e vencê-la, tal é considerado como uma proeza ou  feito ascético, que vale até mais na purificação da alma.»
Após esta série de ensinamentos sobre a importância da higiene psíquica e religiosa da alma para que ela não seja vencida pelas doenças, foi acrescentada uma instrução que S. Serafim de Sarov terá dado a quem se queixaria dum mal frequente, por vezes derivado não só do excesso de trabalho mental, mas também de má alimentação e outros excessos ou irregularidades, deste modo transcrita:«Entre as doenças, a dor de cabeça pode ser causada por uma actividade mental agitada ou demasiado forçada.»
Acrescentemos ou desenvolvamo-la: «E recomenda-se então descanso mental, contacto com a natureza, enraizar com os pés no solo,  massagens, dormir, lavagens repetidas, jejuar,  exercício do corpo e mais actividade devocional do coração, desenvolvendo-se afectos, sentimentos, cantos, aspiração, adoração, pois assim as energias psico-físicas deixam de estar a ser chamadas e usadas demasiado no polo da cabeça ou cerebral,  abrindo espaço para que esta zona descanse e se reconstitua energética e circulatoriamente, e intensifica-se antes o fogo do coração, pelo qual nos religamos mais ao fogo do Amor e Ser Divino,  Sol central ou Logos do macro e do micro...

terça-feira, 11 de novembro de 2025

As instruções espirituais do staretz russo S. Serafim de Sarov (1750-1838). Acerca da Esperança..."Ó santos e santas da Rússia, orai por nós nesta Europa tão desgraçada pela direcção da União Europeia".

Eis-nos com mais uma das trinta e seis instruções espirituais de S. Serafim de Sarov recolhidas pelos seus devotos e publicadas pela 1ª vez em 1839, no final dum livrinho escrito pelo monge Sérgio intitulado  Breve visão da vida dum Staretz do Deserto de Sarov, Marco, monge e anacoreta, um amigo de Deus que vivia também nas imediações do convento de Sarov nessa época. Já publicamos dois textos no blogue com algumas das instruções, além de uma sua biografia, e este será sobre uma das três virtudes teologais: Fé, Esperança e Caridade ou Amor. 

Elas podem ver-se, numa visão dinâmica espiritual, e muito resumidamente, como as qualidades e estados de alma que devemos desenvolver para nos aproximar de Deus: A Fé ou o querer saber ou conhecer se há Deus, como é Deus, o que Ele quererá de nós; a Esperança que nos dá a perseverança para persistirmos na vida e práticas justas, vencendo as dificuldades, para melhorarmos e chegarmos a saber de Deus ou a conhecer mais de Deus; e, finalmente, a Caridade e Amor ao próximo e à natureza e o amor e adoração a Deus, que acendem mais plenamente o fogo do coração que nos purifica e ilumina,  e religa mais a Deus...
Oiçamos então o nosso q
uerido staretz ou mestre, lembrando como ele saudava cada pessoa que encontrava com uma palavra e vibração: - "Alegria". E regojizemos-nos de estar na escola do coração, Schola Cordis, com S. Serafim de Sarov como companheiro mais velho e próximo.

                   Instrução espiritual 5ª -  ESPERANÇA

«Todos os que  esperam firme ou confiantemente em Deus serão elevar-se-ão em sua em direcção, iluminados pela claridade da Luz eterna.
Se uma pessoa se descuidar dos seus assuntos pelo amor a Deus e por fazer o bem, sabendo que Deus não o abandonará  – a sua esperança é sábia e verdadeira. Mas se a pessoa trata dos seus assuntos e só recorre à oração a Deus [ou só se vira para Deus] quando lhe acontecem infelicidades e vê que não pode escapar por si mesmo,  – então tal esperança é falsa e vã. A verdadeira esperança procura, antes de mais, o Reino de Deus persuadida que tudo o que é necessário para a vida cá em baixo ser-lhe-á  dado por acréscimo.
O coração não pode estar em paz antes que adquira esta esperança, pois ela dá paz ao coração e traz-lhe alegria.
 
A propósito desta esperança, os lábios mais veneráveis e santos do Mestre salvífico disseram: «Vinde a Mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e Eu vos darei repouso» (Mt 11:28); isto é, tenham esperança em Mim, e sereis aliviados do trabalho e do medo.
No Evangelho de São Lucas, diz-se de Simeão: «E foi-lhe revelado pelo Espírito Santo que ele não veria a morte antes de ver o Senhor Cristo»  (Lc 2:26). E ele não deixou morrer a sua esperança mas esperou o desejado Salvador do mundo e, tomando-O alegremente nos seus braços, exclamou: - "Senhor,  deixa agora o Teu servo partir para Teu Reino, que eu tanto desejei, pois obtive a minha esperança – Cristo, o Senhor.» ....
Possamos nós bem trabalhar, orar e meditar para mantermos a Esperança viva e activa, mesmo envoltos tanta asneira e crime dos nossos desgovernantes, pois ela frutifica tanto na justiça e na verdade como no amor a Deus e à Sua Presença em nós, iluminando-nos e alegrando-nos, multipolarmente, fraternamente, invencivelmente!

segunda-feira, 10 de novembro de 2025

Amarakavi Ramachandra, um Siddha Yogi, e o Mistério da Vida Humana (Nija Ananda Bhodham), 1979.

 Este tão original livro, Nija Ananda Bhodham, Conhecimento Beatífico em si mesmo,  escrito por  Amarakavi Ramachandra, é de uma pujança de realizações e informações tremenda, de tal modo que pouquíssimas pessoas o poderão compreender, fora de alguns praticantes ou estudiosos de Yoga, de sânscrito e das disciplinas e teorias indianas espirituais, ele próprio o afirmando no livro.
São bastante  subtis e elevadas as realizações internas alcançadas  em estados expandidos de consciência e elas são apresentadas sempre ligadas ou na continuidade da tradição espiritual indiana, o Sanatana Dharma, embora fazendo por vezes ligações às descobertas modernas da ciência, pelo que uma apreciação crítica completa seria um tarefa imensa, e assim apenas apresentaremos algumas ideias-resumos.
Comprado o livro na Índia, na sua 1ª edição de 1979, ao longo dos anos volta e meia abria e lia partes, e sentia-as valiosas. Mas recentemente lendo e anotando algumas páginas, decidi escrever um artigo para o dar a conhecer e por ele ilustrar o que se podem chamar os livros mais difíceis da sabedoria indiana. E como a internet dinamiza rapidamente o conhecimento do que se passa em sincronia com a nossa procura-necessidade, resolvi digitar o título e surgiram-me, após a publicidade de algumas distribuidoras de livros, dois blogues com artigos respeitantes a Amarakavi e ao livro, que me permitem melhor confirmar que foi de facto um valioso mestre dos mundos interiores, tendo deixado além de muitas obras inéditas que estão a ser digitalizadas e trabalhadas, um conjunto de 140 pinturas reflectindo as suas experiências clarividentes e oníricas.
O autor, que se chamava, por nascimento em 1906 no Tamil Nadu, em Madras, numa família brâmane (mas não de sacerdotes), Sangam Ramchandra Rao,  viveu uma vida normal, embora tendo já as suas vivências espirituais juvenis, estabelecendo família aos 20 anos ao casar-se com Meenakshi Ammal e tendo filhos,  trabalhando três anos num banco e depois desde 1927 numa companhia de petróleo, a Burmah Shell, onde foi muito pontual e consciencioso, elevando-se por seus méritos a contabilista principal. Destacou-se ainda num sindicato, num jurado de tribunal e como jogador de badminton. Quando se reformou ao fim de 35 anos de serviço, renunciando a ofertas da petrolífera, dedicou-se plenamente à realização espiritual e começou a dar à luz algumas obras. 
Através das suas práticas interiores de  respiração, controle do pensamento, devoção, mantras, meditação e a graça dos mestres e de Deus, na forma de Sri Moola Ganapathy (tradicionalmente cultuada pelos siddhas e no sul da Índia), conseguiu despertar o seu corpo espiritual, obtendo a consciência dos sentidos subtis, tal a clarividência, da luz e da visão nos mundos espirituais, e a clariaudiência, ou seja a voz ou sussurro interior, e que se manifestava tanto em vigília como no mundo onírico, atribuindo a sua origem ao seu espírito ou Atman, a Presença viva em si, ocorrendo aos quarenta anos  a sua maior iluminação, o śāmbhavi vidya.

                                     
Tentemos da sua complexa e pouco sistematizada escrita, discernir e partilhar quais as teorizações e técnicas psico-espirituais trabalhadas e recomendadas para as pessoas conseguirem controlar a sua dispersão mental e terem experiências místicas ou do eu espiritual, que as façam sair da ignorância e mover-se melhor no caminho espiritual...
Sendo muitas as vias e meios que conheceu e indica, vamos apontar apenas algumas que se nos tornaram mais evidentes, e em parte porque são as tradicionais que praticamos.
Controle dos sentidos e dos pensamentos, na linha de que a mente tem de ser controlada e dissolvida para que nela não haja um tão grande gasto de energias psico-físicas que como sabemos podem provocar até esgotamentos cerebrais.
Sri Amarakavi Ramachandra considera mesmo que a energia ígnea dos pensamentos é extraída do reservatório geral no chakra raiz, muladhara, e tal é estimulado pelas imagens que aceitamos na nossa mente. Logo o controle da mente é fundamental para a energia básica poder ser canalizada na meditação para os centros mais elevados, pela respiração vertical no canal central ou sushuma, nomeadamente para o plexo solar e a partir deste centro.
Este controle mental, no fundo o corresp
ondente  nos Yoga sutras de Patanjali, ao sutra inicial yoga citta vritti nirodha, vai alcançar-se não só pelas práticas de orações,  mantras, concentrações, respirações e imobilizações respiratórias, como também pelo que ele denomina o olhar vacante e que consiste em olhar para o céu, para o vazio, o espaço, ou sem estar a ver nada em especial. Esta técnica e modo de olhar, que eu conhecia já pessoalmente de um mestre advaita de Rishikesh, Swami Kaivalyananda, como propícia à realização advaitica ou não-dual do Brahman, tem ainda correlações com as práticas yoguicas de se contemplar o céu e as miríades de glóbulos de prana.
Em qualquer dos casos subjaz a ideia, o conceito, e para alguns bafejados pela graça, a experiência do chitakasa, o espaço da consciência cósmica, que se identifica com o corpo subtil de manifestação da Divindade ou Brahman.
Esta prática mais prolongada pode, além de imobilização da ondulação dos pensamentos. gerar um estado de samadhi, de saída da nossa iden
tificação ao corpo físico e uma unificação do nosso corpo e eu espiritual ao espaço ilimitado (ananta), ao infinito, à superconsciência, pois não havendo dispersão mental, a energia interna, a  shakti, pode elevar-se da base da coluna ou do nabi, no centro, e  manifestar-se nos centros ou chakras da coluna, exprimir-se como "Voz Mística", e  religar-se mais com a pura consciência, Shiva, beatífica, que ele também equivale a Chaitanya ou consciência cósmica, ou mesmo a Khrisna, ou ainda a Saraswati.

Boas inspirações, respirações, mantras, meditações, iluminações..