domingo, 10 de novembro de 2024

Colóquio internacional “𝗨𝗺 𝗢𝗹𝗲𝗶𝗿𝗲𝗻𝘀𝗲 𝗻𝗼 𝗧𝗲𝗰𝘁𝗼 𝗱𝗼 𝗠𝘂𝗻𝗱𝗼”, o Padre António de Andrade no Tibete. Imagens do encontro e das visitas. Organização excelente da Câmara Municipal de Oleiros.

Uma tanka com Sidharta Gautama o Buddha, as bandeiras de Oleiros, Portugal e União Europeia, o retrato do Padre António de Andrade e a oração tibetana Om Mani Padme Hum Hri, que o Padre António de Andrade comentou, bordada numa faixa avermelhada. Oleiros, 9.XI.2024, quatrocentos anos desde a sua 1ª carta-relação do Descobrimento do Tibete.
Miguel Marques, presidente da Câmara Municipal de Oleiros, que tem manifestado notável dinamismo no apoio  ao património cultural e humano de Oleiros e particularmente à vida e obra do P. António de Andrade, abre o Colóquio, vende-se ainda o co-organizador Joaquim Magalhães de Castro e Maria Manso.       
À esquerda, Marco Serote Roos, que proferiu a 1ª comunicação sobre as viagens terrestres e marítimas anteriores à descoberta do Tibete, intitulada "Os Descobrimentos na Ásia Central: antecedentes da missão de António Andrade", e à direita Maria de Deus Manso,  proferindo a segunda comunicação  sobre a devassa à morte por envenenamento do mártir Padre António de Andrade, intitulada: "Além dos limites: a Viagem ao Tibete do Padre António de Andrade e as controvérsias em torno da sua morte em Goa"
                                                              
O último dos três oradores da manhã, o sacerdote jesuíta António Trigueiros, apresenta a sua comunicação: "O Padre António de Andrade na documentação jesuíta romana", acerca das cartas e assinaturas de António Andrade, partir do fundo ou arquivo da Companhia de Jesus, hoje disponível online na sede da revista Brotéria, e ainda as avaliações que lhe foram feitas internamente na Ordem, sobre os seus aspectos psicosomáticos,
A assistência interessada, que chegou a ser de 80 pessoas no início, destacando-se na primeira fila o Presidente da Câmara Miguel Marques, o vereador da Cultura e a co-organizadora do colóquio Inês Martins, sempre presente na sua claridade.
O homenageado, o heróico e santo missionário António de Andrade, nascido em Oleiros em 1580 e desencarnado em 1634, em Goa, pioneiro da ligação entre Portugal e a Europa e o Tibete.
O excelente pavilhão Multiusos em que decorreu o colóquio, numa arquitectura fortemente assente nos dons naturais de Oleiros: a madeira e o xisto. 
Parte da tarde: Maria João Coutinho profere a sua comunicação acerca da "Arte e Cultura na Assistência portuguesa no tempo de António de Andrade, s.J." e à direita António Graça de Abreu que falará sobre "O P. António de Andrade na prosa exuberante de Aquilino Ribeiro."
O Padre António de Andrade e a Maria João Coutinho.

Dia 10, Domingo, manhã, após a palestra de José Raimundo Noras, "António de Andrade e as cartas do Tibete -  urgência da Redescoberta", em que abordou as cartas no seu conjunto e a sua recepção, a Inês Martins tece algumas considerações antes de subirem ao estrado os outros comunicantes presentes, Maria João Coutinho, António Graça Abreu, Marco Serote Roos e Pedro Teixeira da Mota, que tiveram oportunidade para realizarem uma última intervenção conclusiva e valiosa.
Alguns dos objectos sagrados tibetanos expostos na homenagem ao encontro do Padre António de Andrade com o Tibete e com a sua diversificada tradição cultural, artística, religiosa e espiritual.
O cartaz do programa do Colóquio recria bem o encontro fabuloso do Padre António de Andrade com a civilização Tibetana, perenizado pelas suas tão valiosas quão emocionantes cartas.
 

 

No espaço galeria da Câmara Municipal de Oleiros a exposição temporária de esculturas em pedra de Luís Alenquer, com algumas peças de grande beleza.
Luís Alenquer e a instalação de um portal.
Início da visita guiada por uma das animadoras do Colóquio.

A forte representação do Padre António de Andrade realizada por José Leitão de Paula e inaugurada e benzida em 2020, no centro da Vila de Oleiros evocando bem o seu mais ilustre conterrâneo.
Um dos conferencistas, sobre a espiritualidade ecuménica das missões da corte mogol e do Tibete, sentindo grato o coração espiritual, sob a invocação ou sintonia do heróico e santo padre António de Andrade.
Símbolos religiosos comuns: a mitra tibetana, e o pendente do rosário cristão.

A casa onde viveu o P. António de Andrade, e que se encontra bastante degradada à espera de se tornar a casa museu e centro Padre António de Andrade, talvez para ser inaugurada no quarto centenário da sua morte em 1534.
A guardiã e dona da casa, que ouviu muito interessada as comunicações, conversa com dois dos participantes do colóquio e da visita guiada, um deles muito feliz por ter-se mudado para Oleiro há dois anos, e participar nas múltiplas actividades organizadas pelo Município, onde destacou as da Universidade Sénior de Oleiros.

Nave da matriz dedicada a Nossa Senhora da Conceição e onde o Padre António de Andrade foi baptizado em 1580. Começada construir-se em 1532 e já terminada no século XVIII, tem belas esculturas, talha e azulejaria.
O tecto da nave central, bem ornado de caixotões, pintados no séc. XVIII com  frases das Escrituras e seus símbolos alusivos aos predicados da Maternidade Divina....

A Inês Martins, a co-organizadora e coordenadora do Colóquio interrogando qual a melhor designação da tão bela quão invulgar escultura em pedra de ançã, ainda do séc. XV. se Nossa Senhora do Rosário, se Senhora da Rosa, mística.
A belíssima imagem de Nossa Senhora do Rosário, ou da Rosa irradiando a admiração como via de aproximação ao Divino, tendo ao lado um S. João Baptista (séc. XVII-XVIII), de excelente lavor.
Bela imagem de Santa Margarida, domadora do dragão, padroeira de Oleiros, num dos altares laterais e junto a S. Miguel.
A cruz da Ordem de Malta, a quem foi entregue a área de Oleiros no início do seu desenvolvimento urbano, no tecto da nave central.
No adro da Igreja, junto a uma pintura recente de Nossa Senhora da Conceição, e ao Freixo recentemente datado com seiscentos anos, Daniela Hengeller, Inês Martins, José Luís Santos e José Raimundo Noras em conversas.
Meias faces no Freixo multicentenário, sob o qual certamente a criança António de Andrade brincou.
Junto ao curso de um riacho, a um quilómetro da vila, o belo espaço rústico dos "Refúgios do Pinhal" que acolhe excelentemente os seus hóspedes.
O co-organizador e moderador do Colóquio, Joaquim Magalhães de Castro, notável expedicionário moderno do Tibete, de manhã, no Refúgio do Pinhal, e com uma pilha de livros sobre o Tibete que o António Graça de Abreu trouxe para a biblioteca de Oleiros e quem sabe se para a futura casa-museu e centro Padre António de Andrade.
A bela vista sobre a serra do Muradal, de um dos bons restaurantes que acolheram os participantes, o Apalaches Trail House, avistando-se ainda o Miradouro do Zebro traçado por Siza Vieira e recentemente inaugurado no 25 de Abril.
Uma pequena tanka, com Sidharta Gautama, o Buddha, perfumada pelas belas rosas de Oleiros...
Nam mk'a, um amuleto protector de ameaças a vários níveis, cruciforme, em fio de lã colorido, trazido de um mosteiro tibetano já há uns anos, mas ainda vivo e que esteve em exposição, e que prova algumas das afinidades que o Padre António de Andrade observou entre o imaginário religioso himalaico e cristão. Rodeia-o um rosário com a particularidade de conter ainda algumas contas com pedaços de ossos, que o Padre António de Andrade refere nas suas Cartas perenes e que merecem ainda ser bem aprofundadas e divulgadas.

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