Comemorou-se no Museu Militar de Lisboa, em 23 de Maio de 2019, os 570 anos (e três dias) da morte do infortunado príncipe ou Infante D. Pedro, junto à ribeira de Alfarrobeira, com uma exposição de J. Rosa G., sendo lido por sua mulher Filomena uma biografia do Infante das Sete Partidas, escrita pelo João...
Gravámos tais momentos e como Fiéis ou Cavaleiros do Amor com D. Pedro, acrescentamos ao vídeo a nota das efemérides do Encontro do Oriente e do Ocidente do mês de Maio que consagramos ao dia sua morte (20-V) e que está neste blogue: «Abandona neste dia o seu corpo físico em 1449 na batalha de Alfarrobeira, D. Pedro, da ínclita geração de Avis, duque de Coimbra, o infante das Quatro ou Sete Partidas (cujo Livro das Viagens, por Gomes de Santo Estêvão, foi obra de sucesso perene) que pela Europa manifestara o seu génio e valor, trazendo de Veneza um manuscrito das viagens de Marco Polo. Foi um justo e bom governador do reino por oito anos, nos quais apoiou as ousadas navegações mas não a expansão guerreira no norte de África. Com ele dão a vida terrena os seus mais fiéis amigos e leais portugueses, tendo ele e Álvaro Vaz de Almada, Capitão do mar, conde de Avranches, um dos 12 de Inglaterra e também membro da Ordem da Jarreteira, jurado não sobreviverem à morte do outro. Escreveu o Livro da Virtuosa Benfeitoria, "obra composta para o engenhoso e subtil achar deleitação a seu entendimento. E ao simples não minguasse a tal clareza porque aprender pudesse as coisas que a ele convém", como diz no prefácio dirigido ao seu irmão e rei D. Duarte que lhe pedira que a escrevesse.
É a D. Pedro que devemos a forte e sábia definição de cavalaria inserta nas Ordenações Afonsinas: Cavalaria foi chamada antigamente companhia de nobre homens que foram ordenados para defender as terras e por isso lhe puseram o nome de Milícia, que quer dizer, companhia de homens duros e fortes e escolhidos para sofrer grandes medos e trabalhos e lazuras por prol do bem comum» acrescentando ainda a qualidade de gentileza, talvez conforme a divisa que assumira Désir, isto é, de ser justiça, amor e claridade.»
Finalizemos com o tão belo quão substancial e mântrico poema que na Mensagem Fernando Pessoa consagrou em 15-2-1934 ao Infante das 7 Partidas, apontando-o como um mestre, um dono do ser e do dever, calmo, fiel às ideias e promessas, praticando a abertura e manifestação da luz ou claridade em todos os aspectos da sua vida e ser:
"D. PEDRO, Regente de Portugal
Claro em pensar, e claro no sentir,
É claro no querer;
Indiferente ao que há em conseguir
Que seja só obter;
Dúplice dono, sem me dividir,
De dever e de ser —
Não me podia a Sorte dar guarida
Por não ser eu dos seus.
Assim vivi, assim morri, a vida,
Calmo sob mudos céus,
Fiel à palavra dada e à ideia tida.
Tudo mais é com Deus!»
É claro no querer;
Indiferente ao que há em conseguir
Que seja só obter;
Dúplice dono, sem me dividir,
De dever e de ser —
Não me podia a Sorte dar guarida
Por não ser eu dos seus.
Assim vivi, assim morri, a vida,
Calmo sob mudos céus,
Fiel à palavra dada e à ideia tida.
Tudo mais é com Deus!»
Seguem-se o vídeo da leitura da biografia do infante D. Pedro na inauguração da valiosa e original exposição do João, e que ainda pode visitar no tão histórico quão patriótico Museu Militar de Lisboa.
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