O Ocultismo e a Espiritualidade de Augusto de Santa-Rita, em especial no Auto da Vida Eterna. Transcrevemos o proémio, e falaremos do seu relacionamento com Fernando Pessoa, nomeadamente na revista Exílio, dada à luz em 1916, bem como a apreciação que o poeta da Mensagem faz ao Auto da Vida Eterna, impresso em 1925.
Na revista Exílio Fernando Pessoa afirmou fortemente o ocultismo de Orpheu e dos que a seguiam no texto final. |
No proémio, que transcrevemos, escrito provavelmente antes da peça, destacaremos o carácter mântrico, ou seja, de se poderem orar, de alguns versos, e sobremodo o segundo da tríade inicial: “Místico encanto/ Graça bendita,/ Alma infinita,/ Espírito santo” o qual tanto se pode ligar a Maria, como ao Espírito Santo, como à alma humana aberta ao Espírito.
Após tal invocação trina divina dá-se, à graças ao misterioso ou anónimo génio (expressão-estado de consciência-ser, já invocada na revista Exílio, como a descida «do Anjo da Guarda do autor do poema», originalíssima utilização do Anjo da Guarda, o qual expõe em belas quadras a «génese da peça e o estranho tema», vindo para «falar do Além, da Eternidade», seguindo-se uma bela série de analogias da luz angélica com a vida humana e a natureza, tendendo a despertar ou fazer «palpitar o Coração das Cousas» e seres e que a visão interior do poeta capta e partilha, desvendando, por exemplo, muito lapidarmente, que:
«Há depois desta Vida outra existência,
Que é outra realidade mais real;
Em tudo quando existe há uma essência
Divina, eterna e sobrenatural».
E que «quem ama traz as chaves do Céu na própria mão».
Eis a transcrição do proémio:
«Há depois desta Vida outra existência,
Que é outra realidade mais real;
Em tudo quando existe há uma essência
Divina, eterna e sobrenatural».
E que «quem ama traz as chaves do Céu na própria mão».
Eis a transcrição do proémio:
«VISÃO
Proémio
Sobe o pano... O do fundo, em translucido azul
E em cuja face incide um foco: - oiro e lilaz,
Conserva-se descido, ecoando por detrás,
Uma coral canção longínqua, vaga, exul!...
CORO CELESTIAL, como em nocturna paz
As virações do Sul:
Virgem Maria,
Mãe de Jesus,
Divina Luz...
Eterno Dia!
Proémio
Sobe o pano... O do fundo, em translucido azul
E em cuja face incide um foco: - oiro e lilaz,
Conserva-se descido, ecoando por detrás,
Uma coral canção longínqua, vaga, exul!...
CORO CELESTIAL, como em nocturna paz
As virações do Sul:
Virgem Maria,
Mãe de Jesus,
Divina Luz...
Eterno Dia!
Místico encanto Claro esplendor
Graça bendita Hosanna aos Céus
Alma infinita Hosanna a Deus
'spirito Santo! Nosso Senhor
Graça bendita Hosanna aos Céus
Alma infinita Hosanna a Deus
'spirito Santo! Nosso Senhor
De súbito um relâmpago se faz,
Relâmpago de génio,
O génio que em si traz
Um Anjo que do Céu baixa ao proscénio,
Anjo de essência excepcional, divina,
O ANJO DA GUARDA DO AUTOR DO POEMA
Que expõe, ao som da música, em surdina,
A génesis da peça e o estranho tema:
Salvé Mortais!... Baixei dos Céus, neste momento,
Para vos vir falar do Além, da Eternidade!
Sou o Anjo da Guarda, o Guia, Amparo, Alento
De um Poeta que tem cem mil anos de idade!
Relâmpago de génio,
O génio que em si traz
Um Anjo que do Céu baixa ao proscénio,
Anjo de essência excepcional, divina,
O ANJO DA GUARDA DO AUTOR DO POEMA
Que expõe, ao som da música, em surdina,
A génesis da peça e o estranho tema:
Salvé Mortais!... Baixei dos Céus, neste momento,
Para vos vir falar do Além, da Eternidade!
Sou o Anjo da Guarda, o Guia, Amparo, Alento
De um Poeta que tem cem mil anos de idade!
Que morre de hora a hora e nasce a cada instante,
Que os Céus, a Terra, o Mar e as coisas decorou
Na memória do Instinto, eterno caminhante,
Em cujo alforge ideal tudo o que viu guardou.
Sou o Anjo da Guarda, a Sombra que se esbate
Em penumbra, se esconde e apenas se presente
Quando, pela noitinha, à luz de uma cor mate
É uma voz que segreda à alma de toda a gente.
Sou essa luz que fala, em silêncio rezando,
Murmurando, dolente, uma nova linguagem
Que alguns não sabem ler, mas que outros soletrando,
Começam a entender nos bafejos da aragem.
Sou essa luz que fala e que um Poeta ouviu,
E ouvindo-a, a estendeu! Sou essa voz divina
Que embala o Mar à noite e à tarde em cada rio
Se ouve rezar, orando uma prece em surdina.
A luz que ao pôr do Sol encara as gelosias,
Bate, leve, à vidraça e acena adeus às almas;
Sou a luz que, ao soar na ermida Avé-Marias,
Faz joelhar os jardins ao baloiçar das palmas...
Sou a luz da manhã, quando os lírios, no val',
E as camélias, no parque, acordam do seu sono;
Que ao sorrir, para os Céus, ergue o seu avental,
No gesto que traduz a Primavera e o Outono.
A luz azul-violeta, a lua, pelos astros,
Beijando a solidão na quieta paz das lousas;
Que extasia de espanto as torres e alabastros,
Fazendo palpitar o coração das Cousas!
Que os Céus, a Terra, o Mar e as coisas decorou
Na memória do Instinto, eterno caminhante,
Em cujo alforge ideal tudo o que viu guardou.
Sou o Anjo da Guarda, a Sombra que se esbate
Em penumbra, se esconde e apenas se presente
Quando, pela noitinha, à luz de uma cor mate
É uma voz que segreda à alma de toda a gente.
Sou essa luz que fala, em silêncio rezando,
Murmurando, dolente, uma nova linguagem
Que alguns não sabem ler, mas que outros soletrando,
Começam a entender nos bafejos da aragem.
Sou essa luz que fala e que um Poeta ouviu,
E ouvindo-a, a estendeu! Sou essa voz divina
Que embala o Mar à noite e à tarde em cada rio
Se ouve rezar, orando uma prece em surdina.
A luz que ao pôr do Sol encara as gelosias,
Bate, leve, à vidraça e acena adeus às almas;
Sou a luz que, ao soar na ermida Avé-Marias,
Faz joelhar os jardins ao baloiçar das palmas...
Sou a luz da manhã, quando os lírios, no val',
E as camélias, no parque, acordam do seu sono;
Que ao sorrir, para os Céus, ergue o seu avental,
No gesto que traduz a Primavera e o Outono.
A luz azul-violeta, a lua, pelos astros,
Beijando a solidão na quieta paz das lousas;
Que extasia de espanto as torres e alabastros,
Fazendo palpitar o coração das Cousas!
Sou essa luz... a luz que já não é só luz
A luz que Deus filtrou num filtro d'oiro: a Hora.
A luz que Deus filtrou num filtro d'oiro: a Hora.
Luz-essência, Luz-fé, Luz-Alma de Jesus,
Que, de tanto chispar, se fez clarão de Aurora.
A luz que não alcança a retina do astrólogo
E que só a Visão do Poeta, atinge e vê,
Corporizada aqui, neste proémio-prólogo,
Para vos vir dizer o que este poema é.
Há depois desta Vida outra existência,
Que é outra realidade mais real;
Em tudo quando existe há uma essência
Divina, eterna e sobrenatural.
É, pois, essa existência e esse outro Mundo,
Que ides ver perpassar, com pasmo e assombro,
Pisando o mesmo lodaçal imundo,
De braço dado, ou antes, de ombro a ombro!
Nada mais achareis que um simples drama
De um grande Amor, de uma eternal paixão,
Mas esse pouco é tudo, pois quem ama
Traz as chaves do Céu na própria mão!
Chaves com que eu irei abrir as portas
Do Céu, do Alem, de toda a Eternidade;
A fim de que aprendeis que as coisas mortas
São as coisas mais vivas em verdade!
…............................
Ficai atentos!... Preparai as almas
Para a divina comunhão da vista!
Se entenderdes, no fim, coroai com palmas
Não o autor, mas Deus: - o Único Artista!
E num rápido voo ascensional,
O Anjo excepcional,
Desaparece, abandonando o Mundo,
Num melódico gesto de harmonia;
Que, de tanto chispar, se fez clarão de Aurora.
A luz que não alcança a retina do astrólogo
E que só a Visão do Poeta, atinge e vê,
Corporizada aqui, neste proémio-prólogo,
Para vos vir dizer o que este poema é.
Há depois desta Vida outra existência,
Que é outra realidade mais real;
Em tudo quando existe há uma essência
Divina, eterna e sobrenatural.
É, pois, essa existência e esse outro Mundo,
Que ides ver perpassar, com pasmo e assombro,
Pisando o mesmo lodaçal imundo,
De braço dado, ou antes, de ombro a ombro!
Nada mais achareis que um simples drama
De um grande Amor, de uma eternal paixão,
Mas esse pouco é tudo, pois quem ama
Traz as chaves do Céu na própria mão!
Chaves com que eu irei abrir as portas
Do Céu, do Alem, de toda a Eternidade;
A fim de que aprendeis que as coisas mortas
São as coisas mais vivas em verdade!
…............................
Ficai atentos!... Preparai as almas
Para a divina comunhão da vista!
Se entenderdes, no fim, coroai com palmas
Não o autor, mas Deus: - o Único Artista!
E num rápido voo ascensional,
O Anjo excepcional,
Desaparece, abandonando o Mundo,
Num melódico gesto de harmonia;
O translúcido pano azul do fundo
Ergue-se e logo a peça principia.»
Como vemos, um magnífico proémio cheio de sensibilidade e conhecimento subtis, transmitindo uma intensificação da beleza no mundo pela sua espiritualidade divina imanente.
Ergue-se e logo a peça principia.»
Como vemos, um magnífico proémio cheio de sensibilidade e conhecimento subtis, transmitindo uma intensificação da beleza no mundo pela sua espiritualidade divina imanente.
E segue-se o belo e emocionante auto, em 3 Sonhos e nove Cânticas, em cerca de 170 páginas, tudo num belo livro de formato in-4º impresso em papel de linho e com desenhos e vinhetas de Eduardo Malta.
Este teatro lírico trata do amor do poeta Gabriel e da etérea Leonor e faz entrar em cena tanto o corpo astral de cada um como o Anjo de Guarda deles, e revela bastante sensibilidade e intuição ao mundo astral, com a sua dualidade, e à vida depois da morte, bem como aos Anjos, ao Amor, aos mundos espirituais e à Divindade.
Este teatro lírico trata do amor do poeta Gabriel e da etérea Leonor e faz entrar em cena tanto o corpo astral de cada um como o Anjo de Guarda deles, e revela bastante sensibilidade e intuição ao mundo astral, com a sua dualidade, e à vida depois da morte, bem como aos Anjos, ao Amor, aos mundos espirituais e à Divindade.
Não admira assim que Fernando Pessoa muito apreciasse Augusto de Santa Rita e depois de já ter colaborado na sua revista Exílio de Abril de 1916 (sobre a qual gravei uns vídeos para o youtube e escrevi em: http://www.revistas2.uepg.br/index.php/uniletras/article/view/9409), e de ter assinalado numa carta de Setembro do mesmo ano a Armando Côrtes-Rodrigues, após mencionar que Orpheu 3 em breve estaria nas bancas, que de importante literáriamente só havia a registar, além do Manifesto anti-Dantas de Almada Negreiros, a Luz Poeirenta de Silva Tavares, dedicado a ele, e as Praias do Mistério de Augusto de Santa-Rita (uma obra com bastante sensibilidade às subtis almas e Anjos), escrevesse em 1925, num texto inédito até hoje, e a que já me referi uma ou outra vez, um novo elogio forte de Augusto de Santa Rita.
Oiçamo-lo então em alguns extractos desse texto que fala do ocultismo de Fernando Pessoa, de Orpheu e de Augusto Santa Rita:
«O ocultismo, porém, como a todas as religiões transcende e excede, excede e transcende cada um per si através dela mesma. Não lhe diminui os símbolos, as lendas e os ritos, senão que os eleva, interpretando-os, para fora da materialidade que lhes impôs o baixo espírito, crédulo que não crente, da maioria dos seus fiéis.(...)
«Como se têm infiltrado na mesma substância da inteligência europeia, é de ver que as ideias teosóficas e ocultistas por toda a aparte aparecem na literatura. Aparecem de três modos distintos: com teorias formando parte da tese ou fábula da obra – o que se vê nos numerosos romances ocultistas que hoje se escrevem; como emoção profunda de mistério e de além permeando indefinidamente já a fábula, já o estilo, já ambas as coisas – como tanto consciente como inconscientemente se faz em Portugal (mais e melhor que em qualquer outro ponto) na corrente que surgiu no Orpheu; como novo modo de encarar os antigos ritos e lendas que constituem a substância aparente do cristianismo, e sobretudo da sua parte pagã, que é a religião católica.
Esta última espécie de infiltração ocultista é a mais rara de todas. É a ela que claramente pertence – e entre nós é, creio, a primeira obra distintivamente dessa espécie – o Auto da Vida Eterna, de Augusto de Santa Rita. Num enredo, ou fábula, formado directamente de elementos católicos e sentimentais, no pleno sentido tradicional entre nós, infiltra o poeta – sem contradição real e com verdadeira emoção sincrética – vários elementos do ocultismo, e designadamente a sua teoria do corpo astral. Não leva Santa Rita esta sua interpretação ao ponto herético de não afirmar claramente a imortalidade da alma, afirmando tão somente a sua sobrevivência».
***
Oiçamo-lo então em alguns extractos desse texto que fala do ocultismo de Fernando Pessoa, de Orpheu e de Augusto Santa Rita:
«O ocultismo, porém, como a todas as religiões transcende e excede, excede e transcende cada um per si através dela mesma. Não lhe diminui os símbolos, as lendas e os ritos, senão que os eleva, interpretando-os, para fora da materialidade que lhes impôs o baixo espírito, crédulo que não crente, da maioria dos seus fiéis.(...)
«Como se têm infiltrado na mesma substância da inteligência europeia, é de ver que as ideias teosóficas e ocultistas por toda a aparte aparecem na literatura. Aparecem de três modos distintos: com teorias formando parte da tese ou fábula da obra – o que se vê nos numerosos romances ocultistas que hoje se escrevem; como emoção profunda de mistério e de além permeando indefinidamente já a fábula, já o estilo, já ambas as coisas – como tanto consciente como inconscientemente se faz em Portugal (mais e melhor que em qualquer outro ponto) na corrente que surgiu no Orpheu; como novo modo de encarar os antigos ritos e lendas que constituem a substância aparente do cristianismo, e sobretudo da sua parte pagã, que é a religião católica.
Esta última espécie de infiltração ocultista é a mais rara de todas. É a ela que claramente pertence – e entre nós é, creio, a primeira obra distintivamente dessa espécie – o Auto da Vida Eterna, de Augusto de Santa Rita. Num enredo, ou fábula, formado directamente de elementos católicos e sentimentais, no pleno sentido tradicional entre nós, infiltra o poeta – sem contradição real e com verdadeira emoção sincrética – vários elementos do ocultismo, e designadamente a sua teoria do corpo astral. Não leva Santa Rita esta sua interpretação ao ponto herético de não afirmar claramente a imortalidade da alma, afirmando tão somente a sua sobrevivência».
***
Como todos sabemos, se ambos os poetas nasceram no mesmo ano de 1888, Santa Rita uns meses antes, outra seria a longevidade de Augusto de Santa Rita que publicaria ainda em vida de Fernando Pessoa vários contos infantis e juvenis (além de fundar e dirigir desde 1925 a famosa revista infantil Pim Pam Pum) e o Poema de Fátima (1928), no qual insere no proémio um veio pagão e islâmico de uma princesa de nome de Fátima convertida ao amor de um cavaleiro cristão e logo ao Cristianismo, desenvolvendo depois a hagiografia mariana dos três pastorinhos.
Vinte e dois depois do poeta da Mensagem ter partido deste mundo físico, em 1957, era a vez de Augusto de Santa Rita desprender-se, sem que nesse ano não fosse publicado postumamente pela Câmara Municipal de Lisboa o seu belo livro O poema de Lisboa, mas será em 1952, que sai à luz o Caderno nº 1 Produções Literárias d'Augusto de Santa-Rita, onde um testamento de ideias e espiritualidade se transmite (nomeadamente as Coisas que convém saber e dedicado ao pai do nosso companheiro e alma desta homenagem, Guilherme de Santa Rita), do qual destacaremos os dois últimos parágrafos do Preâmbulo e depois uma proposta-realização semi-pessoana. Oiçamo-lo então:
«Fazer versos não é um simples entretenimento como, por exemplo, fazer ou decifrar palavras cruzadas. É uma nobre missão, um apostolado que se cumpre por uma imposição terminante da própria existência espiritual, depois de muito experimentada pelo sofrimento de sucessivas gerações ancestrais.
Poesia é a a exaltação da Vida com todas as suas manifestações de dor e alegria, de Passado e Presente, de pecado e de redenção. É uma forma de agradecimento a Deus pela divina dádiva do Amor, uma prova de gratidão e uma expressão de humildade, que é a maior, a melhor e a mais bela conquista das criaturas humanas.»
Quanto à proposta, e já na época de certo modo realizada, e com qual encerramos este artigo de homenagem aos irmãos Santa Rita e a Fernando Pessoa, na véspera do debate de 18-X-2017 que a Casa Fernando Pessoa acolhe e homenageia, intitulado Os irmãos Santa Rita e Fernando Pessoa. Dos cafés do Chiado às tertúlias no Estoril (com a participação do Guilherme de Santa Rita, João MacDonald e eu), foi a seguinte, que conclui um texto de Santa Rita intitulado Iniciativas particulares. «Imaginar, sonhar, tentar, executar e apresentar»: «Alguém se lembrou já entre nós, de construir na rua Coelho da Rocha uma série de estúdios para artistas plásticos (...)»
E eis-nos imaginalmente numa humanística domus studium de Fernando Pessoa, sob a égide dele e dos Santa Rita ou, quem sabe, dos misteriosos Génios ou Anjos...
Poesia é a a exaltação da Vida com todas as suas manifestações de dor e alegria, de Passado e Presente, de pecado e de redenção. É uma forma de agradecimento a Deus pela divina dádiva do Amor, uma prova de gratidão e uma expressão de humildade, que é a maior, a melhor e a mais bela conquista das criaturas humanas.»
Quanto à proposta, e já na época de certo modo realizada, e com qual encerramos este artigo de homenagem aos irmãos Santa Rita e a Fernando Pessoa, na véspera do debate de 18-X-2017 que a Casa Fernando Pessoa acolhe e homenageia, intitulado Os irmãos Santa Rita e Fernando Pessoa. Dos cafés do Chiado às tertúlias no Estoril (com a participação do Guilherme de Santa Rita, João MacDonald e eu), foi a seguinte, que conclui um texto de Santa Rita intitulado Iniciativas particulares. «Imaginar, sonhar, tentar, executar e apresentar»: «Alguém se lembrou já entre nós, de construir na rua Coelho da Rocha uma série de estúdios para artistas plásticos (...)»
E eis-nos imaginalmente numa humanística domus studium de Fernando Pessoa, sob a égide dele e dos Santa Rita ou, quem sabe, dos misteriosos Génios ou Anjos...
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