Comemoramos hoje, mais precisamente cerca das oito da noite, a desencarnação de Fernando Pessoa, elo bem importante da Tradição Espiritual Portuguesa. Sondemos então um pouco a sua demanda bem como alguns dos mantras, ou sílabas e palavras de poder, semeados por Fernando Pessoa na sua vasta floresta ora de alheamento e desassossego, ora de procura e de realização, como ele escreveu em inglês, quest and attainment, os dois estágios, numa linguagem ocultista inglesa, do caminho iniciático trilhado com a genialidade inata e estudos persistentes de ciências ocultas e de gnose dita iniciática, e que incluíram a astrologia, o espiritismo, a teosofia, a alquimia, o hermetismo, a gnose, a cabala, os mistérios, o Tarot, a magia e as vias esotéricas e simbólicas das religiões e dos mitos, em grande parte teoricamente por livros...
Se isto foi sendo estudado e aprofundado ao longo da sua vida, resta-nos saber, ou fica em aberto, o que terá sido mais útil à sua realização interna e o que foi busca e trabalho não tão directamente produtivo ou perene, sem grande valor para o seu ser espiritual quando entrou no além, momento este sempre bem importante, sinalizado, por exemplo, com Antero de Quental, quando ambos afirmam, seguindo da tradição Grega o dito da Antologia Grega, - Morrer é ser iniciado. Mas pouco sabemos acerca do seu estado interior nos últimos dias, além do crescente desprendimento terreno, ou mesmo desilusão e tristeza, que se podem notar nos seus últimos poemas...
A par (ou mesmo acima, e esta é uma avaliação importante...) da busca espiritual, a qual o terá levado a um certo progresso num caminho iniciático, esteve sempre a escrita, a poesia, a obra genial na Literatura e onde se empenhou de tantos e diversos modos que se tornou um mestre mundial da heteronímia, não só com os três mais perfeita e até astrologicamente configurados (Caeiro, Reis e Campos) e ele próprio, mas com as dezenas de heterónimos, ou pelo menos cerca de 120 semi-heterónimos, figuras menores de um grande dramaturgo e drama, rico na descaracterização pessoal em troca da infinita riqueza imaginável, ou talvez mesmo, como ele apontou em alguns textos, para se assumir prometaicamente como um Demiurgo, fazendo na sua obra criativa o que a Divindade gerara com a Manifestação ou com a fundação ou criação do Cosmos.
Contextualizemos simbolica e astrologicamente, que no embate no seu céu natal lisboeta de Mercúrio e de Vénus, ou da mente-comunicação e o amor-comunhão, foi o primeiro que triunfou bastante mais e por isso ele se auto-perpetuou pela escrita e não pela descendência física e o amor. E assim Fernando Pessoa, na sua única mais significativa e afectiva relação, aquela com a jovem e delicada lisboeta Ofélia Queirós, sua companheira de escritório, não a conseguiu plenificar, embora embora estivesse com Ofélia por duas vezes em estado de namoro. A justificação das duas separações foi afirmada com razões precisas...
Assim, algum tempo depois já do seu re-despertar espiritual dos anos 1914-15 (em parte o ano de 1915 sincrónico e em reacção à tradução encomendada que fez de obras de Teosofia), tendo passado pela aventura de Orpheu e das outras revistas modernistas onde colaborou, tal como a Exílio, de Augusto de Santa Rita (onde assina as últimas páginas magistralmente) e pela criação e doutrinação complexa dos heterónimos (nomeadamente António Mora e Rafael Baldaya), por vezes desgastantes nas suas divergências complementares, sem esquecer o desassossego de Bernardo Soares, mais precisamente em 29/11/1920, após oito meses de namoro confirmados pela correspondência, escreve à amada: «O amor passou. Mas conservo-lhe uma afeição inalterável, e não esquecerei nunca - nunca, creia - nem a sua figurinha engraçada e os seus modos de pequenina, nem a sua ternura, a sua dedicação, a sua índole amorável. Fiquemos, um perante o outro, como dois conhecidos desde a infância, que se amaram um pouco quando meninos, e, embora na vida adulta sigam outras afeições e outros caminhos, conservam sempre, num escaninho da alma, a memória profunda do seu amor antigo e inútil. Que isto de «outras afeições» e de «outros caminhos» é consigo, Ophelinha, e não comigo. O meu destino pertence a outra Lei, de cuja existência a Ophelinha nem sabe, e está subordinado cada vez mais à obediência a Mestres que não permitem nem perdoam».
Assim, algum tempo depois já do seu re-despertar espiritual dos anos 1914-15 (em parte o ano de 1915 sincrónico e em reacção à tradução encomendada que fez de obras de Teosofia), tendo passado pela aventura de Orpheu e das outras revistas modernistas onde colaborou, tal como a Exílio, de Augusto de Santa Rita (onde assina as últimas páginas magistralmente) e pela criação e doutrinação complexa dos heterónimos (nomeadamente António Mora e Rafael Baldaya), por vezes desgastantes nas suas divergências complementares, sem esquecer o desassossego de Bernardo Soares, mais precisamente em 29/11/1920, após oito meses de namoro confirmados pela correspondência, escreve à amada: «O amor passou. Mas conservo-lhe uma afeição inalterável, e não esquecerei nunca - nunca, creia - nem a sua figurinha engraçada e os seus modos de pequenina, nem a sua ternura, a sua dedicação, a sua índole amorável. Fiquemos, um perante o outro, como dois conhecidos desde a infância, que se amaram um pouco quando meninos, e, embora na vida adulta sigam outras afeições e outros caminhos, conservam sempre, num escaninho da alma, a memória profunda do seu amor antigo e inútil. Que isto de «outras afeições» e de «outros caminhos» é consigo, Ophelinha, e não comigo. O meu destino pertence a outra Lei, de cuja existência a Ophelinha nem sabe, e está subordinado cada vez mais à obediência a Mestres que não permitem nem perdoam».
Pode-se legitimamente perguntar se ele estaria a ser sincero ou se mistificava um pouco o seu empenho no caminho espiritual, tão exigente por parte de uns mestres que deveriam ser na altura idealização e aspiração, embora seja de se realçar que tal afirmação cinco anos depois de ter entrado mais no caminho espiritual pode indicar que durante esses anos esteve com força e fé num certo caminho de discipulado e sob alguma luz superior.
Um texto significativo de 21/11/1914 mostra-nos já uma das aparições do famoso É a Hora que constantemente soou nele: «Hoje, ao tomar de vez a decisão de ser Eu, de viver à altura do meu mister, e, por isso, de desprezar a ideia do reclame, e plebeia sociabilizacão de mim, do Interseccionismo, reentrei de vez, de volta da minha viagem de impressões pelos outros, na posse plena do meu Génio e na divina consciência da minha Missão. Hoje só me quero tal qual meu carácter nato quer que eu seja; e meu Génio, com ele nascido, me impõe que eu não deixe de ser».
O segundo regresso afectivo a si mesmo asceta ou solitário, ou seja, a outra separação de Ofélia, sucede em 1929, após um relacionamento de quatro meses (Setembro de 1928 a Janeiro de 1929), e no qual a presença algo perturbante ou violenta de Álvaro de Campos surge mais fortemente, e justifica a sua recusa de continuar a namorá-la ou mesmo casarem-se apenas com o facto de ter uma obra literária para cumprir...
Seria interessante sabermos mais da consciência que Fernando Pessoa teria de já não serem os mestres a impulsioná-lo a tal separação e também a de estar a fechar a sua vida sentimental e amorosa e a afunilar-se numa vida mais solitária e provavelmente para ele já não necessitando de alegar os mestres e justificando apenas pela dedicação literária à sua obra, certamente um apelo, grito e ferida constante no seu quotidiano semi-cinzento dos escritórios comerciais da Baixa lisboeta.
Um texto significativo de 21/11/1914 mostra-nos já uma das aparições do famoso É a Hora que constantemente soou nele: «Hoje, ao tomar de vez a decisão de ser Eu, de viver à altura do meu mister, e, por isso, de desprezar a ideia do reclame, e plebeia sociabilizacão de mim, do Interseccionismo, reentrei de vez, de volta da minha viagem de impressões pelos outros, na posse plena do meu Génio e na divina consciência da minha Missão. Hoje só me quero tal qual meu carácter nato quer que eu seja; e meu Génio, com ele nascido, me impõe que eu não deixe de ser».
O segundo regresso afectivo a si mesmo asceta ou solitário, ou seja, a outra separação de Ofélia, sucede em 1929, após um relacionamento de quatro meses (Setembro de 1928 a Janeiro de 1929), e no qual a presença algo perturbante ou violenta de Álvaro de Campos surge mais fortemente, e justifica a sua recusa de continuar a namorá-la ou mesmo casarem-se apenas com o facto de ter uma obra literária para cumprir...
Seria interessante sabermos mais da consciência que Fernando Pessoa teria de já não serem os mestres a impulsioná-lo a tal separação e também a de estar a fechar a sua vida sentimental e amorosa e a afunilar-se numa vida mais solitária e provavelmente para ele já não necessitando de alegar os mestres e justificando apenas pela dedicação literária à sua obra, certamente um apelo, grito e ferida constante no seu quotidiano semi-cinzento dos escritórios comerciais da Baixa lisboeta.
A
par destes dois aspectos fundamentais da sua vida, a busca ocultista (nomeadamente no estudo da astrologia e das ordens mágicas) e espiritual e o amor afectivo a outro ser, um outro se ergue, e é o da sua inserção na contemporaneidade, na sociedade, em Portugal
e na Europa, com uma consciência e sentido crítico tão argutos que devemos a
tal a existência de milhares de páginas de análise
sociológica, histórica, cultural e política, grande parte delas consagradas a Portugal, culminando com
algumas publicações em vida muito significativas, entre entrevistas
e opúsculos, destacando-se por fim a Mensagem, onde
verte muito do seu conhecimento tanto esotérico como mítico para
iluminar, de acordo com a sua visão, sensibilidade e interpretação, os seres ou figuras, as forças ou momentos históricos tutelares de
Portugal e que ele, cultor da Tradição Espiritual de Portugal, ou como ele chamava, a grande Alma Portuguesa, queria que não fossem só passado, mas que, no presente tão enovoado, o iniciático É a Hora proferido no fim da Mensagem, fizessem erguer de novo a
grande Alma Portuguesa e os seus mais conscientes ou despertos Fiéis
do Amor e da Gnose.
Uma versão bem ilustrada por uma plêiade de artistas e que co-prefaciei. |
Por
motivos vários sabemos como Portugal foi entrando em sucessivas
crises e num afastamento da plenitude cultural que Fernando Pessoa
tanto sonhara, ou mesmo se embriagara e deixara entranhar, com Portugal a liderar um V Império, esfumando-se e sobrevivendo tal nuns poucos continuadores mas sem a genialidade, profundidade e força que conseguiriam movimentar tanto o compreender ou ver como o querer ser mais profundo dos Portugueses, aliás hoje ainda mais variado e disperso, manipulado e alienado, e que fora tão bem invocado e evocado magicamente na Mensagem...
Muitos
dos seus estudos astrológicos, de profecias, do sebastianismo e dos
mitos acabaram por soçobrar ou configurarem-se hoje por vezes como
mitificações ora incorrectas ora exageradas, incapazes de
produzirem o levantamento moral e ético, cultural e espiritual dos Portugueses e logo de Portugal, cada vez mais pressionado pelas crises
que uma classe política e financeira ainda demasiado avessa a tais
valores, e em especial ao ético, originou e continua frequentemente a causar.
Contudo,
há que não perder a esperança e, no vasto oceano de pensamentos e
compreensões, símbolos e intuições que ele nos deixou nos seus
escritos, ver que muitos continuam activos ou
operativos já que ele próprio pensava que seria num
futuro, apontando, por exemplo, na carta ao Conde Keyserling a data de
2130, para Portugal entrar numa terceira fase ou movimento de sua
alma espiritual profunda. Certamente que há aqui imaginação projecção profética de Fernando Pessoa...
Poder-se-a dizer que a
nossa missão, como elos da Tradição Espiritual Portuguesa que o
inspirou e protegeu no que pode, será então discernir quais são os
ensinamentos mais valiosos e perenes para nós, tanto cidadãos do
século XXI como Portugueses no caminho iniciático ou
espiritual, que possamos encontrar nas suas obras ou nas de outros instrutores ou mestres, ou ainda as que possamos nós próprios intuir ou gerar.
No último ano da sua vida as cartas e notas autobiográficas, escritas na linha de Antero de Quental, que foi ao longo dos anos e sobretudo ao princípio uma referência para ele muito importante, ajudam a compreendermos que o que ele publica ou pode afirmar na altura de mais esotérico, o mais interno ou íntimo até à Mensagem é bem pouco (à parte alguns poemas bem importantes e espirituais na revista Presença ou ainda em alguns prefácios), algo bem expresso ainda no facto de ter posto mesmo reservas às perguntas do seu amigo Adolfo Casais Monteiro respondendo-lhe a 13-I-1935 ("Quanto a «iniciação» ou não, posso dizer-lhe só isto, que não sei se responde à sua pergunta: não pertenço a Ordem Iniciática nenhuma").
Será pouco depois que a polémica com a proibição das Sociedades Secretas (e da Maçonaria sobretudo) o força a abrir mais o seu jogo, até então bem interior, redigindo a famosa nota autobiográfica de 30 de Março de 1935, oito meses exactos (e dos quais na sua evolução interior se sabe ainda pouco...) antes de desencarnar, e escrevendo bastante contra Salazar e a Igreja Católica (que estavam a apoiar o tal Projecto de Lei, contra a liberdade de associação das sociedades ditas secretas, do deputado José Cabral, bem zurzido por Fernando Pessoa em textos então inéditos), e afirmando-se iniciado, ao finalizar tal carta auto-biográfica:
«Posição religiosa: Cristão gnóstico, e portanto inteiramente oposto a todas as Igrejas organizadas, e sobretudo à Igreja de Roma. Fiel, por motivos que mais diante estão implícitos, à Tradição Secreta do Cristianismo, que tem íntimas relações com a Tradição Secreta em Israel (a Santa Kabbalah) e com a essência oculta da Maçonaria.
Posição iniciática: Iniciado, por comunicação directa de Mestre a Discípulo, nos três graus menores da (aparentemente extinta) Ordem Templária de Portugal.
Posição patriótica: Partidário de um nacionalismo mítico, de onde seja abolida toda infiltração católica-romana, criando-se, se possível for, um sebastianismo novo, que a substitua espiritualmente, se é que no catolicismo português houve alguma vez espiritualidade. Nacionalista que se guia por este lema: «Tudo pela Humanidade; nada contra a Nação».
Posição social: Anticomunista e anti-socialista. O mais deduz-se do que vai dito acima.
Resumo de estas últimas considerações: Ter sempre na memória o mártir Jacques de Molay, grão-mestre dos Templários, e combater, sempre e em toda a parte, os seus três assassinos - a Ignorância, o Fanatismo e a Tirania»...
Foi a última grande explosão órfica, gnóstica e templária de Fernando Pessoa, doa a quem doer, na altura ou agora, mas bem compreensível pelo ambiente que o rodeava, os vários lados de que sofria ataques ou desilusões e as suas crenças e conhecimentos.
Fica como um testamento espiritual (no aspecto iniciático ainda hoje não bem discernido ou compreendido...) e ético bem actual nos nossos dias de injustiças e crises, manipulações e opressões, tão constantes e fortes que sem dúvida apelam e nos impelem «a combater, sempre e em toda a parte, os três assassinos do Mestre em potencial em cada ser - a Ignorância, o Fanatismo e a Tirania»...
Será pouco depois que a polémica com a proibição das Sociedades Secretas (e da Maçonaria sobretudo) o força a abrir mais o seu jogo, até então bem interior, redigindo a famosa nota autobiográfica de 30 de Março de 1935, oito meses exactos (e dos quais na sua evolução interior se sabe ainda pouco...) antes de desencarnar, e escrevendo bastante contra Salazar e a Igreja Católica (que estavam a apoiar o tal Projecto de Lei, contra a liberdade de associação das sociedades ditas secretas, do deputado José Cabral, bem zurzido por Fernando Pessoa em textos então inéditos), e afirmando-se iniciado, ao finalizar tal carta auto-biográfica:
«Posição religiosa: Cristão gnóstico, e portanto inteiramente oposto a todas as Igrejas organizadas, e sobretudo à Igreja de Roma. Fiel, por motivos que mais diante estão implícitos, à Tradição Secreta do Cristianismo, que tem íntimas relações com a Tradição Secreta em Israel (a Santa Kabbalah) e com a essência oculta da Maçonaria.
Posição iniciática: Iniciado, por comunicação directa de Mestre a Discípulo, nos três graus menores da (aparentemente extinta) Ordem Templária de Portugal.
Posição patriótica: Partidário de um nacionalismo mítico, de onde seja abolida toda infiltração católica-romana, criando-se, se possível for, um sebastianismo novo, que a substitua espiritualmente, se é que no catolicismo português houve alguma vez espiritualidade. Nacionalista que se guia por este lema: «Tudo pela Humanidade; nada contra a Nação».
Posição social: Anticomunista e anti-socialista. O mais deduz-se do que vai dito acima.
Resumo de estas últimas considerações: Ter sempre na memória o mártir Jacques de Molay, grão-mestre dos Templários, e combater, sempre e em toda a parte, os seus três assassinos - a Ignorância, o Fanatismo e a Tirania»...
Foi a última grande explosão órfica, gnóstica e templária de Fernando Pessoa, doa a quem doer, na altura ou agora, mas bem compreensível pelo ambiente que o rodeava, os vários lados de que sofria ataques ou desilusões e as suas crenças e conhecimentos.
Fica como um testamento espiritual (no aspecto iniciático ainda hoje não bem discernido ou compreendido...) e ético bem actual nos nossos dias de injustiças e crises, manipulações e opressões, tão constantes e fortes que sem dúvida apelam e nos impelem «a combater, sempre e em toda a parte, os três assassinos do Mestre em potencial em cada ser - a Ignorância, o Fanatismo e a Tirania»...
Será
então nos textos e poemas esotéricos, muitos deles só publicados
postumamente, que encontraremos as mais duradouras pérolas que
depositou ou germinaram no seu oceano tão criativo quão complexo, e
que urge portanto estudar, meditar e aprofundar e nós neste dia comemorativo
iremos agora transcrever apenas dois mantras ou palavras de poder, para que possamos de quando em quando provar, rectificar ou
aprofundar os sentidos ocultos, internos ou luminosos deles, tal como
recomenda o anagrama hermético por ele conhecido e referido VITRIOL ("Visita o interior da terra e rectificando descobrirás a pedra oculta").
Lembremos então um importante mantra da Tradição Ocidental e perene, e que ele muito estudou ou glosou, desdobrando as letras latinas escritas sobre a cruz da Gólgota, INRI, Iesus Nazarenus Rex Ieodorum, entre outras variantes, em In nobis regnat Ignis, ou seja, "Em nós reina o Fogo" do conhecimento e do amor, a luz ardente do espírito e da Divindade. Das outras variantes podemos nomear In nobis regnat Iesus, ou ainda In nobis regnat Ille, com um Ele muito polisémico, ou aberto ao Ele (ou Eu) superior que mais sentirmos, aspirarmos ou amarmos...
Esta prática orativa-meditativa profunda e interiorizada ajuda a talhar ou a desenvolver o corpo de Luz ou de Glória, Xvarnah na tradição Persa, ou o Augoeides dos Gregos, entre outras designações e tradições...
O outro mantra da Tradição
Espiritual Portuguesa que vamos transmitir, por ele muito valorizado, é o Talant de bien
faire, o lema do Infante D. Henrique, Talante de fazer o Bem, ou Vontade de fazer o Bem, ou ainda Fazer o Bem com talento, habilidade, adaptabilidade, inspiração. Invocarmos e fazermos o Bem...
Saibamos
nós no nosso dia a dia termos momentos de prática espiritual repetindo estes ou outros mantras ou sílabas de poder, e criando estados interiores de paz e claridade mental e intuição espiritual, no vasto corpo místico da Humanidade ou Campo Unificado de energia informação consciência, como hoje diz na ciência moderna, no qual estamos todos inseridos.
E saibamos agir dinamizados por tais estados e orientados pela presença interior solar e o desígnio do Bem (comum e divino), expresso pelo Infante D. Henrique, o qual desagua numa navegação diária de se comunicar e logo criar crescentemente a manifestação da harmonia, do Bem, da plenitude, da dimensão universal, angélica e Divina nas nossas vidas e relacionamentos, pensamentos, sentimentos e actos.
E saibamos agir dinamizados por tais estados e orientados pela presença interior solar e o desígnio do Bem (comum e divino), expresso pelo Infante D. Henrique, o qual desagua numa navegação diária de se comunicar e logo criar crescentemente a manifestação da harmonia, do Bem, da plenitude, da dimensão universal, angélica e Divina nas nossas vidas e relacionamentos, pensamentos, sentimentos e actos.