quarta-feira, 1 de junho de 2016

1º de Junho, dia da Criança e do início das festas de S. António...

O 1º de Junho de cada ano é o Dia da Criança e, poderíamos dizer que entre nós, ele pode ser tanto associado à carta ou arcano 1º do Tarot (um livro de símbolos ocidentais bem valioso) o Mago, como ao Santo António, português e europeu, segurando o puer eternus (a criança eterna e divina) no peito, sobre o livro da sabedoria perene e as mãos que trabalham e auxiliam, numa pintura de Maria de Fátima Silva. 
                                          
E para que estes arquétipos e seres nos possam inspirar ou  intensificarem-se bem em nós, iniciemos o momento,  o dia, o mês luminosamente, isto é, criativa e sabia, amorosa e expandidamente, já que para isso os éteres da terra aquecida nos propulsionam naturalmente e ainda por cima com o nosso azul lilás céu cristalino...
Arcano I, o Mago ou o Jovem criador.
Agora que  se caminha mais apressada ou sensivelmente para a noite e o dia de S. António, por toda a Lisboa, momentos celebrados de modos conviviais semelhantes (comida, música, dança, tronos e ladainhas), ainda que cada um os sinta à sua maneira e  participe neles de acordo ora com o seu estado exteriorizado ora com o seu ser interior,  demos um pequeno contributo para as pessoas participarem melhor, isto é mais consciente,  profunda ou harmonizadoramente nesta celebração,  festival ou festa popular dos santos.
Ou ainda um matsuri, tal como se diz no Japão, onde é grande e multifacetada a tradição de festivos momentos, quando o Céu e a Terra se unem mais por obra e graça dos antigos (costumes e seres) e dos presentes os quais, pela sua fé e adesão, fazem com que tais tradições brilhem ininterruptamente, tal como a cauda do dragão na noite dos tempos, a qual escuridão, embora já seja bem iluminada pelas diversas luzes modernas, ainda assim é pouco clara, sobretudo no interior da pessoas. em grande parte devido à banalidade, superficialidade e  alienação que jornais, conversas e televisão tantas vezes causam ou modelam nas mentes e almas individuais e colectivas...
Ora S. António, embora tendo nascido em Lisboa, há já quase 900 anos, em 15 de Agosto de 1191 (no signo do Leão...) e vivido talvez 30 anos pela pátria lusa, partindo depois para Itália,  para se juntar ao patriarca e fundador da sua segunda Ordem, a Franciscana, tornando-se assim um europeu precoce, de dupla nacionalidade, foi tão grande pela sabedoria, a palavra eloquente e a mística da natureza e do menino, que se na memória colectiva até agora permanece vivo e actuante nas orações e pedidos, costumes e auras populares,  também merece a nossa atenção de aprendizagem e amor...
                               
Certamente que as melhoras formas de comunicarmos com um grande ser, chamemos-lhe um santo ou um mestre, é lembrar-nos dele, é tentarmos sintonizar e comungar, seja na adoração Divina e  manifestação dos atributos divinos na nossa vida, seja estudando as suas obras, contemplando mais atenta e amorosamente as suas imagens, invocando as suas  inspirações e auxílios, desenvolvendo as suas capacidades, em especial as da consciência expandida ou não localizada que ele manifestou por mais de uma vez, com o chamado dom da ubiquidade...
Assim  S. António certamente não deixará de nos inspirar ou secundar, tanto mais que sabemos hoje melhor que há um Campo Unificado de energia-informação unindo todos os seres no Cosmos ou, se quisermos, pelo menos neste sistema Solar onde estamos a peregrinar, estando o Sol e planetas dentro da famosa Via Láctea, via de leite puro,  outrora chamada o Caminho de Santiago no céu e por onde se acreditava que as almas desencarnadas em certos casos continuavam a peregrinar...
Pois bem, segundo lendas antigas, quando S. António morreu e se preparava para ascender aos planos espirituais (talvez pensando ir por esse mar de estrelas a fora ou a dentro) e receber o descanso que normalmente se pensa ser o destino normal dos mortos, como ainda hoje reza a santa Madre Igreja na missa dos defuntos, deparou-se-lhe o  mestre Jesus que lhe lembrou que a seara era grande e os operários poucos, pelo teria que ficar na atmosfera invisível na Terra a escutar orações e preces e a inspirar e a ajudar pessoas....
E assim se tornou S. António num mestre vivo depois de morto, continuando a trabalhar com todos os que o invocam.
Com o tempo tornou-se um especialista de casamentos e de encontrar coisas perdidas, e a sua fama é não só de Lisboa e de Pádua mas é mundial e assim vemos bem tal num grupo do Facebook fundado pela Ana Farinha,  "Caminhos de Santo António", até com grandes devotas do Líbano (como a Rania Ferik) e outros países do Médio Oriente, ou não tivesse S. António estado em Marrocos em tentativas de diálogo de fiéis de Amor, só que com os métodos ineficazes para se realizar a verdadeira conversão de todos, ao Divino neles, como um dos últimos elos mais luminosos da Tradição Espiritual Portuguesa,  Agostinho da Silva, esclarecia e insistia...
Oiçamos então tal história do encontro e conversão de S. António (à Bodhisatva, dir-se-a numa visão oriental, ou seja, de ser que se devota a manter-se em serviço na Terra até ao último ser se libertar ou salvar...) no pequeno responso popular transmontano, recolhido por Arnaldo Moriz Roseira, e publicado em 1965 num opúsculo que enviou ao etnógrafo espanhol Castilho de Lucas, e que vim a trocar com um alfarrabista amigo espanhol, donde o poder partilhá-lo neste artigo...
"Santo António se alevantou,
Suas santas mãos lavou
Na sua varinha pegou.

E o Senhor lhe perguntou
- E tu, António onde vais?
- Ó Senhor, eu ao Céu vou.

- Tu comigo não virás;
Tu na Terra ficarás;
Quantas coisas se perderem,
Quantas tu encontrarás."

Depois desta deliciosa oração, tão cândida como mágica, pede-se a graça com a varinha de certas fórmulas bem pronunciadas, tais como : "Querido, ou Divino, ou Milagroso, Santo António, fazei com que.... haja mais paz e felicidade no mundo e que os Estados mais belicosos se acalmem...
Ámen....
"Amem, Sejam". E que Santo António e os santos Anjos da Guarda nos inspirem a estarmos mais ligados Divinamente, na Unidade do corpo místico da Humanidade e do Espírito.

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