terça-feira, 12 de novembro de 2024

Do Mal actual. Da manipulação das mentes. Do Covid e da gripe, e dos conflitos e demandas actuais. Dos espanta-espíritos, e da sua eficácia na libertação das almas.

É o mal infecioso, contagioso, corruptor e é por isso que ele, se não é desmascarado, tende a crescer tanto, devendo nós denunciá-lo, confrontá-lo, corajosamente

Distingamos vários tipos de mal: os físicos, os energéticos, os psíquicos, os ideológicos, os morais e éticos e os espirituais. Uns são  contagiosos e outros não, uns pessoais e outros mais vastos regionais, nacionais e internacionais.

Do contágio e não contágio físico trata o bom senso e a medicina,  mas quanto aos males psíquicos, ameaçadores ou factuais, temos de ser nós a discerni-los e a tratá-los. Entre eles a mentira, a hipocrisia as falsas promessas, as corrupções rentáveis, são dos que conseguem agregar a si mais forças e logo seguidores, e na era da manipulação mediática em que vivemos sabemos como milhões de pessoas podem ser enganosamente informadas e logo abusadas e enfraquecidas, ameaçadas, compradas e arregimentadas, tanto mais que o pertencer-se ao rebanho dá uma certa segurança, ou permite mesmo fazer pensar e dizer: "- Somos muitos os que estamos no ódio e racismo, o logro e enganados (carneirinhos, mais os que nos manipulam e dirigem), logo podemos abafar, calar ou exterminar os que discordam e nós e dos quais diremos que não têm razão". E assim tem sucedido, muito visivelmente nos últimos tempos a propósito do Covid e das suas restrições das liberdades e a quase obrigatoriedade de vacinas inúteis e frequentemente nocivas ou mesmo mortíferas. Tal como aindaa manipulação  dos média a favor da Ucrânia neo-nazi anti-russa e de Israel sionista no seu genocídio e urbanocídio com vista ao extermínio dos palestinanos e à anexação da suas terras para o grande Israel sionista anti-semita.

                                                          

Uma das tarefas importantes é então discernir-se a falsidade, a manipulação, a crueldade, a extorsão, a violência, a opressão e denunciá-la para que ela não contagie mais pessoas, para que o mal não cresça assustadoramente, para que não haja mais tantas vítimas de mentiras, ganâncias, guerras, imperialismos e fanatismos. O que implica informar-nos, dialogarmos, discutirmos e simultaneamente harmonizar-nos com a  Natureza e o mundo espiritual e divino.

O mal psíquico pode ser desviado pela não exposição às imagens dele, ou às suas emanações transmitidas pela voz, os gestos, o corpo, as vestes, os escritos, as intenções, as possessões. Ou uma vez uma pessoa afectado, será necessário saber recolher-se e limpar-se e purificar-se, vencer-se, harmonizar-se, criar, amar, orar, meditar, contemplar, irradiar...

As pessoas têm muito pouca consciência de como as energias da mentira, do mal, da violência circulam entre os seres e os afectam. A exposição aos noticiários e comentadores televisivos é das mais frequentes fontes dos males psíquicos, mas também as redes sociais propiciam muito disso, e não é nada fácil não sermos enganados ou então por exemplo, não ficarmos desanimados perante a violência brutal exercida  por Israel nos povos, casas e infraestruturas do Médio Oriente, num verdadeiro genocídio e urbanocídio, embora inútil quanto à alma resistente palestinana...

Ora quando me detivera neste passo deste pequeno ensaio, eis que subitamente uma mensagem me chega no telemóvel, significativamente reveladora da circulação de um certo tipo de mentira, aliciamento e mal e por outro da eficácia dos caça ou espanta espíritos, que atraem as más entidades ou vibrações, e as prendem ou denunciam, e não as deixam afectar-nos. 

 Diz a mensagem do Serviço Nacional de Saúde, valioso em muitos casos mas neste vendido às ordens europeias da corrupta Ursula von der Leyen ou von Orgenesis: «Pedro, junte-se a mais de 1 milhão pessoas vacinadas contra a COVID-19 e contra a gripe. Proteja-se. Agende na sua farmácia ou unidade do SNS». Claro nem respondi, e estou de acordo (e por práticas naturistas e orientais de há muito) com o que esta sábia e delicada senhora diz:

O descaramento das autoridades sanitárias, já que em todo o mundo cada vez mais estão ser postos em causa os responsáveis pelas medidas contra o Covid, que mataram tanta gente, é pois enorme. Ignoram, ou fazem de conta?

Boris Johnson, um dos palhaços e histriões do mal, verdadeiramente desalmado (sobretudo ao impedir o acordo entre a Ucrânia e Rússia que teria evitado a morte de mais de um milhão de ucranianos e eslavos, como já o fora Tony Blair, marioneta da oligarquia imperialista ocidental e sionista.

O que os move? Lucros das farmacêuticas e dos seus avençados pagos para as propagandearem? O famigerado Almirante da tasca-força vai dar de novo a cara pelo bullying à liberdade das pessoas de não se quererem destruir pelas vacinas? Acreditam as entidades da saúde nacionais que é bom continuar a vacinar contra o Covid, e desconhecem portanto ou menosprezam os milhares de efeitos adversos? São corruptos ao dinheiro das grandes companhias farmacêuticas e fabricadores das vacinas, tal como o foi Ursula von der Leyen  que tem ainda contra si um processo registado na página oficial da União Europeia?

Que sintonia esta: um ensaio que estava a escrever após o tão valioso e agradável Colóquio em Oleiros sobre o encontro pioneiro do Padre António Andrade com a milenária civilização himalaica, onde a luta contra os males é assumida em tantos aspectos e formas, e em que iria inserir algumas dessas formas, e eis que uma das facetas do Mal actual veio ter à rede psíquica que eu erguia, qual armadilha de fios subtis e de longa data na tradição shamânica planetária.

                                     

Numa altura em que são tantos os relatos dos efeitos adversos  ou das mortes pela vacinas, com muitos casos já em tribunais, com muitas declarações da falsidade e manipulação da operação do Covid é realmente insultuoso ao bem do povo português que continuem a abusar das pessoas menos informada e mais amilhazadas pela comunicação social em prol dos lucros e dividendos das farmacêuticas e seus gestores, accionistas, políticos e jornalistas.


A recente eleição de Donald Trump nos USA, ajudado por Tulsi Gabbard, Elon Musk e John F. Kennedy, advogado que se tem notabilizado na luta pela exposição da verdade na operação covidesca e nas pseudo-vacinas, já provocou da parte do  director da Organização Mundial de Saúde, Tedros Adhanon, uma retratação do que fizeram e do que estavam a tentar  aprovar dum passaporte certificado de vacinas digital que, se não fosse a operação especial da Rússia no pântano da Ucrânia e da oligarquia infrahumanista provavelmente, já estaria em vigor. 

                                         
Vídeo: Tedros, director da Organização Mundial de Saúde,  retracta-se, mas, em Portugal, Desgraça da saúde e Almirante da Tasca Força contam com a ignorância dos portugueses para continuarem a facturar e a diminuir a população. Vejamos até onde irão...:

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Esteja mais ou mais sintonizado com o coração, o espírito, a Divindade, a Fraternidade multipolar, e o Amor, Compaixão, Adoração e Gratidão. Aum...

domingo, 10 de novembro de 2024

Colóquio internacional “𝗨𝗺 𝗢𝗹𝗲𝗶𝗿𝗲𝗻𝘀𝗲 𝗻𝗼 𝗧𝗲𝗰𝘁𝗼 𝗱𝗼 𝗠𝘂𝗻𝗱𝗼”, o Padre António de Andrade no Tibete. Imagens do encontro e das visitas. Organização excelente da Câmara Municipal de Oleiros.

Uma tanka com Sidharta Gautama o Buddha, as bandeiras de Oleiros, Portugal e União Europeia, o retrato do Padre António de Andrade e a oração tibetana Om Mani Padme Hum Hri, que o Padre António de Andrade comentou, bordada numa faixa avermelhada. Oleiros, 9.XI.2024, quatrocentos anos desde a sua 1ª carta-relação do Descobrimento do Tibete.
Miguel Marques, presidente da Câmara Municipal de Oleiros, que tem manifestado notável dinamismo no apoio  ao património cultural e humano de Oleiros e particularmente à vida e obra do P. António de Andrade, abre o Colóquio, vende-se ainda o co-organizador Joaquim Magalhães de Castro e Maria Manso.       
À esquerda, Marco Serote Roos, que proferiu a 1ª comunicação sobre as viagens terrestres e marítimas anteriores à descoberta do Tibete, intitulada "Os Descobrimentos na Ásia Central: antecedentes da missão de António Andrade", e à direita Maria de Deus Manso,  proferindo a segunda comunicação  sobre a devassa à morte por envenenamento do mártir Padre António de Andrade, intitulada: "Além dos limites: a Viagem ao Tibete do Padre António de Andrade e as controvérsias em torno da sua morte em Goa"
                                                              
O último dos três oradores da manhã, o sacerdote jesuíta António Trigueiros, apresenta a sua comunicação: "O Padre António de Andrade na documentação jesuíta romana", acerca das cartas e assinaturas de António Andrade, partir do fundo ou arquivo da Companhia de Jesus, hoje disponível online na sede da revista Brotéria, e ainda as avaliações que lhe foram feitas internamente na Ordem, sobre os seus aspectos psicosomáticos,
A assistência interessada, que chegou a ser de 80 pessoas no início, destacando-se na primeira fila o Presidente da Câmara Miguel Marques, o vereador da Cultura e a co-organizadora do colóquio Inês Martins, sempre presente na sua claridade.
O homenageado, o heróico e santo missionário António de Andrade, nascido em Oleiros em 1580 e desencarnado em 1634, em Goa, pioneiro da ligação entre Portugal e a Europa e o Tibete.
O excelente pavilhão Multiusos em que decorreu o colóquio, numa arquitectura fortemente assente nos dons naturais de Oleiros: a madeira e o xisto. 
Parte da tarde: Maria João Coutinho profere a sua comunicação acerca da "Arte e Cultura na Assistência portuguesa no tempo de António de Andrade, s.J." e à direita António Graça de Abreu que falará sobre "O P. António de Andrade na prosa exuberante de Aquilino Ribeiro."
O Padre António de Andrade e a Maria João Coutinho.

Dia 10, Domingo, manhã, após a palestra de José Raimundo Noras, "António de Andrade e as cartas do Tibete -  urgência da Redescoberta", em que abordou as cartas no seu conjunto e a sua recepção, a Inês Martins tece algumas considerações antes de subirem ao estrado os outros comunicantes presentes, Maria João Coutinho, António Graça Abreu, Marco Serote Roos e Pedro Teixeira da Mota, que tiveram oportunidade para realizarem uma última intervenção conclusiva e valiosa.
Alguns dos objectos sagrados tibetanos expostos na homenagem ao encontro do Padre António de Andrade com o Tibete e com a sua diversificada tradição cultural, artística, religiosa e espiritual.
O cartaz do programa do Colóquio recria bem o encontro fabuloso do Padre António de Andrade com a civilização Tibetana, perenizado pelas suas tão valiosas quão emocionantes cartas.
 

 

No espaço galeria da Câmara Municipal de Oleiros a exposição temporária de esculturas em pedra de Luís Alenquer, com algumas peças de grande beleza.
Luís Alenquer e a instalação de um portal.
Início da visita guiada por uma das animadoras do Colóquio.

A forte representação do Padre António de Andrade realizada por José Leitão de Paula e inaugurada e benzida em 2020, no centro da Vila de Oleiros evocando bem o seu mais ilustre conterrâneo.
Um dos conferencistas, sobre a espiritualidade ecuménica das missões da corte mogol e do Tibete, sentindo grato o coração espiritual, sob a invocação ou sintonia do heróico e santo padre António de Andrade.
Símbolos religiosos comuns: a mitra tibetana, e o pendente do rosário cristão.

A casa onde viveu o P. António de Andrade, e que se encontra bastante degradada à espera de se tornar a casa museu e centro Padre António de Andrade, talvez para ser inaugurada no quarto centenário da sua morte em 1534.
A guardiã e dona da casa, que ouviu muito interessada as comunicações, conversa com dois dos participantes do colóquio e da visita guiada, um deles muito feliz por ter-se mudado para Oleiro há dois anos, e participar nas múltiplas actividades organizadas pelo Município, onde destacou as da Universidade Sénior de Oleiros.

Nave da matriz dedicada a Nossa Senhora da Conceição e onde o Padre António de Andrade foi baptizado em 1580. Começada construir-se em 1532 e já terminada no século XVIII, tem belas esculturas, talha e azulejaria.
O tecto da nave central, bem ornado de caixotões, pintados no séc. XVIII com  frases das Escrituras e seus símbolos alusivos aos predicados da Maternidade Divina....

A Inês Martins, a co-organizadora e coordenadora do Colóquio interrogando qual a melhor designação da tão bela quão invulgar escultura em pedra de ançã, ainda do séc. XV. se Nossa Senhora do Rosário, se Senhora da Rosa, mística.
A belíssima imagem de Nossa Senhora do Rosário, ou da Rosa irradiando a admiração como via de aproximação ao Divino, tendo ao lado um S. João Baptista (séc. XVII-XVIII), de excelente lavor.
Bela imagem de Santa Margarida, domadora do dragão, padroeira de Oleiros, num dos altares laterais e junto a S. Miguel.
A cruz da Ordem de Malta, a quem foi entregue a área de Oleiros no início do seu desenvolvimento urbano, no tecto da nave central.
No adro da Igreja, junto a uma pintura recente de Nossa Senhora da Conceição, e ao Freixo recentemente datado com seiscentos anos, Daniela Hengeller, Inês Martins, José Luís Santos e José Raimundo Noras em conversas.
Meias faces no Freixo multicentenário, sob o qual certamente a criança António de Andrade brincou.
Junto ao curso de um riacho, a um quilómetro da vila, o belo espaço rústico dos "Refúgios do Pinhal" que acolhe excelentemente os seus hóspedes.
O co-organizador e moderador do Colóquio, Joaquim Magalhães de Castro, notável expedicionário moderno do Tibete, de manhã, no Refúgio do Pinhal, e com uma pilha de livros sobre o Tibete que o António Graça de Abreu trouxe para a biblioteca de Oleiros e quem sabe se para a futura casa-museu e centro Padre António de Andrade.
A bela vista sobre a serra do Muradal, de um dos bons restaurantes que acolheram os participantes, o Apalaches Trail House, avistando-se ainda o Miradouro do Zebro traçado por Siza Vieira e recentemente inaugurado no 25 de Abril.
Uma pequena tanka, com Sidharta Gautama, o Buddha, perfumada pelas belas rosas de Oleiros...
Nam mk'a, um amuleto protector de ameaças a vários níveis, cruciforme, em fio de lã colorido, trazido de um mosteiro tibetano já há uns anos, mas ainda vivo e que esteve em exposição, e que prova algumas das afinidades que o Padre António de Andrade observou entre o imaginário religioso himalaico e cristão. Rodeia-o um rosário com a particularidade de conter ainda algumas contas com pedaços de ossos, que o Padre António de Andrade refere nas suas Cartas perenes e que merecem ainda ser bem aprofundadas e divulgadas.

sexta-feira, 8 de novembro de 2024

O P. António de Andrade e a descoberta do Tibete. Reflexões introdutórias ao colóquio "Um Oleirense no Tecto do Mundo.", 9-10-Novembro, em Oleiros.

                                                                   

O Padre António de Andrade e o Tibete.
Ensaios de caracterização, de compreensão psíquica, deste português nascido em Oleiros em 1580 e que peregrinou até até às nascentes do Ganges e ao Tecto do Mundo, por entre dificuldades pasmosas, são valiosos de realizarmos, para compreendermos melhor que forças físicas, psíquicas e espirituais detinha ele para ter triunfado durante os seus 54 nos de vida, partindo do centro de Portugal, de Oleiros, formando-se em Coimbra, Lisboa e Goa, missionando na corte mogol em Agra durante quatro anos e lançando-se ao Tibete em duas viagens audaciosas, a segunda numa permanência de mais de quatro anos.
                                              
Sabemos pouco dos seus pais (Margarida Andrade e Bartolomeu Gonçalves), das suas características físicas e da educação inicial, apenas que era de família importante na vila, já que o jurisconsulto e conjurado de 1640 Francisco de Andrade Leitão, o confirmaria anos depois como seu parente, nem com quem conviveu e aprendeu e terá ser pelas descrições das suas viagens que poderemos deduzir a sua constituição psico-somática e o que tinha ou levava consigo para arrostar tantos perigos movido por uma aspiração religiosa imensa, bem patente sobretudo na 1ª carta que o tornará mais famoso, escrita em 1624, já com vinte e quatro anos de permanência na Índia, e publicada em Lisboa, em 1626, num folheto de 16 páginas, onde descreve a sua arrojada exploração missionária ao Tibete Ocidental, ao reino de Guge e a sua estadia na capital Chaparangue.

                                                         
Noviço em Coimbra desde os 15 anos, formado depois em Lisboa como irmão jesuíta, chegado em Outubro de 1600, com mais companheiros, a cidade de Cochim, na nau S. Valentim, numa das armadas enviadas regularmente de Lisboa para a Índia, António de Andrade sabia bem ao que ia e o que deveria contar: esforços, sacrifícios, sofrimentos, na esperança de apostalizar, de salvar almas, de servir Jesus Cristo e a Igreja.
Este aspecto de dedicação religiosa e abnegação era comum nos arrojados missionários, que por si mesmos, ou porque sentiam que participavam na gesta portuguesa dos Descobrimentos, se ofereciam e lançavam mares a fora para evangelizar, assim talvez justificando melhor a empresa dos Descobrimentos como missão religiosa portuguesa. Haveria portanto bastante patriotismo em alguns, e menos noutros, até porque vários jesuítas estrangeiros lançaram-se também na gesta, e certamente não será fácil equacionarmos em termos percentuais de intensidade as motivações vibrantes em cada um dos missionários, nomeadamente em António de Andrade: como e quando lhe nascera a vocação e com que causas principais?
A carta-relação datada de 8 de Novembro de 1624, de Agra, e portanto já da missão dos Portugueses na corte mogol do imperador Jahangir, onde regressara após cerca de sete meses da 1ª viagem ao Tibete, é antecedida de um prefácio do editor  Mateus Pinheiro, muito patriota e atento ao que se passava na gesta mundial portuguesa, afirmando contudo que a razão mais elevada dela era o serviço de Deus.
Tal fé na missão divina da evangelização, comum a quase todos os missionários, é plenamente partilhada pelo P. António de Andrade na sua carta e este acreditar num Deus, numa doutrina, numa religião quando estamos entre fiéis e amigos é fácil, mas em viagem em terras estrangeiras, com religiões diferentes, pode ocasionar choques, despiques violentos e mesmo perigos de prisão e de morte.

Muito dependia do tacto, empatia-amor e sabedoria do missionário, mas também da sorte ou azar das circunstâncias, da bondade ou maldade dos actores que os rodeavam, do espírito da época, mas observaremos como o P. Andrade era dotado de um sentido arguto dos perigos e de um bom tacto diplomático, embora se mantivesse firme nas suas doutrinas e decisões, sabendo contudo adaptar-se.

Akbar no diálogo ecuménico em busca da religião da Verdade, Din-I-Ilahi.
Aconteceram contudo momentos de grande diálogo intereligioso como ele sabia na própria corte Mogol desde 1579, ao tempo do genial imperador Akbar (1556-1605), uns anos antes de ele chegar a tal corte esplendorosa em 1612, também como missionário enviado de Goa, e algo desse ambiente dialogante ainda sobrevivia no seu filho Jahanguir, com quem o P. Andrade dialogou e depois em Shah Jahan e finalmente com Dara Shikoh, o malogrado místico e aproximador da filosofia Yoga Vedanta e do Islão.
A segunda viagem, descrita em carta enviada do Tibete com a data de 15 de Agosto de 1626, relata bem os diálogos e discussões com os lamas e partilha o começo da Tibetologia ocidental (e em especial o Om Mani Padme Hum), certamente com as limitações do pouco domínio da língua e da cultura tibetana. Fora enviada para os seus superiores, mas só será publicada entre nós e algo modificada pelo P. António Franco em 1717, em 24 páginas da sua obra Imagem da Virtude no Noviciado da Companhia de Jesus na corte de Lisboa. É porém só em 1921, quando Francisco Esteves Pereira  publica as duas cartas e as contextualiza, que se patenteia publicamente o grande valor do Padre António de Andrade.
Após a sua vida abnegada, sábia e heróica, seja na corte mogol, seja nas duas árduas viagens e estadias em Chaparangue no Tibete Ocidental, seja nos vários anos como sacerdote, professor e Provincial da Companhia de Jesus em Salcete, Rachol e Goa, quando se preparava em 1634 para partir de novo para o Tibete, acabará, ao apoiar a investigação de suspeição de judaísmo num irmão jesuíta, por morrer envenenado, mas com tal aura de santidade que a breve trecho o seu túmulo foi considerado miraculoso, bem como a sua imagem. Mas não foi canonizado, apesar das várias atestações da sua virtude e santidade em curas.

Será apenas agora 400 anos exactos depois da redacção da sua primeira carta, 8 de Novembro de 1624, que a Câmara Municipal da sua terra natal, Oleiros, organiza um colóquio, com bons participantes e moderado pelo experiente viajante do Oriente e do Tibete, Joaquim Magalhães de Castro, nos próximos dias 9 e 10 de Novembro, no qual se homenageará e aprofundará o seu espírito e obra de diálogo, tanto missionário como ecuménico, com o povo e a civilização tibetana, numa intereligiosidade pioneira entre o Ocidente e o Oriente, que certamente de novo frutificará...

Símbolo ou amuleto protector, cruciforme e em losango, no meio do rosário com que se pronunciava o famoso mantra Om Mani Padme Hum Hri, ao qual o P. António Andrade ousadamente acrescentou nova hermenêutica: Deus, separa-nos e purifica-nos dos nossos pecados ou faltas...