Uma breve visitação outonal do mosteiro dos Jerónimos (em Belém, Lisboa), erguido a partir de 1502 em memória e agradecimento pela fortuna ou sucesso da viagem de descoberta do caminho marítimo entre Portugal e a Índia, iniciada em 7 de Julho de 1497, com uma vigília nocturna numa capelinha acima do local do onde partiria no dia seguinte a frota comandada por Vasco da Gama, na nau S. Gabriel, seu irmão Paulo da Gama capitaneando a nau S. Rafael e Nicolau Coelho liderando a nau Bérrio, com cerca de cento e sessenta navegadores, marinheiros e frades. Pensa-se que nos medalhões do claustro do Mosteiro ficaram assinalados tais capitães, enquanto que na coluna espiralada do eixo do portal sul o Infante D. Henrique, o iniciador persistente dos Descobrimentos e da ligação à Índia, com a ponta da espada em terra, assinala a força invencível de concretização da vontade justa ou "dharmica" inspirada.
O mosteiro de Santa Maria de Belém, cheio de ícones exteriores e interiores (e que continha ainda uma bela, pequena e poderosa estátua seiscentista de Nossa Senhora dos Navegantes, desaparecida há pouco anos), foi entregue por D. Manuel à Ordem de S. Jerónimo, donde o seu nome, Mosteiro dos Jerónimos, estando o santificado escritor bem representado no tímpano do pórtico, com os dois leões (quem sabe Shu e Tefnut, provindos do Egipto, aonde S. Jerónimo esteve) a dardejarem na base da coluna da entrada no unificador templo...
O pórtico sul, edificado entre 1517 e 1519 por João Castilho e a sua campanha, que dá para a praia (outrora) donde partiram as naus, tal como o do poente, este já de Nicolau de Chanterene, estão esculpidos com grande arte, simbolismo, geometria sagrada, sabedoria e religiosidade, e a visitação breve feita e gravada no vídeo partilha algo do que se pode sentir e orar n entrada e contemplação do portal axial. Lux!
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