A Régia Oficina Tipográfica, aquando da sua fundação em Dezembro de 1769, sedia-se no palácio de D. Fernando Soares de Noronha, à rua da Escola Politécnica, aqui num modelo de reconstituição pelo chefe de oficina de fundição (em 1909) Francisco António dos Reis Pinto.
Exemplar do alvará da fundação da Impressão Régia, ou Régia Oficina Tipográfica, na véspera do Natal em 1768, assinado e dado pelo rei D. José.
Da entrada na exposição "Indústria, Arte e Letras. 250 anos da Imprensa Nacional", vista da 1ª sala do 1º núcleo, dos dez da totalidade, consagrado à Régia Oficina Tipográfica, expondo-se o alvará da sua criação em 1768, livros impressos a partir de 1769, com 23 tipógrafos e operários e os prelos vindos da oficina de Miguel Manescal da Costa, um dos impressores régios da época e que seria dela o seu 1º administrador. Também a tipografia do Colégio dos Nobres lhe foi incorporada, estando esta exposição erguida no vetusto Picadeiro do Colégio dos Nobres, defronte da Imprensa Nacional.
Uma boa exposição dos 250 anos de história da Imprensa Nacional, com as principais
vicissitudes, efemérides e impressões bem explicadas ou mostradas, com
um bom jornal catálogo da exposição, num in-fólio de 16 páginas,
muito ilustrado. Coordenação científica de Inês Queiroz, pesquisa de Diogo Ferreira, Inês José e Tiago Mendes.
Um dos primeiros livros impressos, religioso, claro, do ano da fundação, 1769, com dois carimbos de posse da Imprensa Nacional.
As cartas de jogar desde o século XV circulavam em Portugal mas só em 1769 foi criada a Real Fábrica das Cartas de Jogar, em zona bastante espaçosa e será uma boa fonte de receita, dinamizada por um genovês, Lourenzo Salesio. O privilégio do fabrico e venda durará até 1832. Fotografias de matriz em madeira, punções em aço e uma folha com ases, reis e damas.
Qual dragão serpente e o Graal... |
Uma das 15 gravuras e uma vinheta, de diferentes artistas portugueses, no começo das Noites Jozephinas de Mirtilo, sobre a infausta morte do serenissimo senhor D. Jozé, principe do Brazil..., obra de Luis Rafael Soyé, belamente impressa na Régia Oficina Tipográfica em 1790.
Sob o manto diáfano da Santa Sofia virginal, a biblioteca ao tempo dos anos finais da Impressão Régia, no interior do palácio Soares de Noronha. Ao longo dos anos foi sendo enriquecida e será só em 1923 que se inaugura a nova biblioteca, ao estilo antigo, preservando-se hoje em boas condições um excelente acervo de obras desde o século XVI, servindo ainda o espaço para vários fins culturais.
O artista e gravador Joaquim Carneiro da Silva (1727-1818) dirigirá a Oficina de Gravura, responsável pelas finas ilustrações em obras de história, religião, literatura e ciência. Foi o autor do Breve Tratado Theorico das Letras Typographicas, em 1803. A Escola de Gravura, que já existia com ele é oficializada e impulsionada em 1802, sob a direcção do célebre e profícuo gravador florentino Bartolozzi (1727-1815), sucedendo-lhe em 1817 o seu aluno e notável gravador Gregório Francisco de Queiroz (1768-1845).
A matriz e a estampa de um jogo da Glória da Tipografia Régia.
A entrada no centro e cume da mandala é em espiral, há então a coroação de louros do vencedor, no olimpo ou céu dos vencedores ou bem aventurados. Ad astra per aspera, como disse Paracelso.
O muito popularizado método de ensinar o alfabeto, de António de Araújo Travassos, com 432 estampas, Ensaio de um novo modelo de ensinar a ler e a taboada, de 1822. As estampas eram também dadas na aprendizagem e coleccionadas e assim chegaram também em pequenos conjuntos até aos nossos dias.
Diploma da Exposição Internacional do Porto de 1865 (parcialmente fotografado). A História e os seus heróis, a Tipografia e os seus prelos, sustentam o resplendor das armas de Portugal.
Diploma da Exposição Universal de Paris, de 1878, em reconhecimento da qualidade dos trabalhos enviados. (Fotografia parcial). Na Exposição de 1867 recebera a medalha de Ouro.
Moldura ornamentada com várias tarjas a ouro e a azul para o poema Manhã Redentora.
Punções em aço para diversos trabalhos.
Imagem da sala da composição no final do séc. XIX. É possível que nesta sala tenha trabalhado durante uns meses Antero de Quental, antes de partir no Inverno de 1866 para a França como tipógrafo aprendiz e poeta da Revolução.
Durante o período da reedificação da Imprensa Nacional, de 1895 a 1913, em 1903 dá-se a a inauguração do iluminação eléctrica do exterior, face à rua da Escola Politécnica, numa vista ainda muito próxima da actual.
Maquinaria de impressão do começo da República
Luiz Derouet, o profícuo director da Imprensa Nacional, de 1910 a 1927 (quando morre assassinado por um tipógrafo desempregado e tresloucado), fotografado com o presidente da República, General Carmona, em 1926, junto a uma máquina geradora.
1ª exposição de Ex-libris Nacionais e Estrangeiros em
Portugal, em 1927, na Imprensa Nacional, que lançou também um concurso
para escolha daquele que passaria a ser o seu ex-libris, e que seria colado nos seus
livros, ganhando a conhecida desenhadora Raquel Roque Gameiro.
Oficina de composição, meados do séc. XX.
O 25 de Abril e a conquista da Democracia, graças ao Movimento das Forças Armadas, comemorado num cartaz em prol da cultura livre pela Imprensa Nacional.
O activismo político, republicano, socialista ou de anarquismo e livre pensamento, com o associativismo, sempre foram apanágio de muitos dos tipógrafos e trabalhadores da Imprensa Nacional....
Último, ou primeiro, expositor com as algumas das muitas obras impressas, de bastante valor e de grande representatividade portuguesa, da Imprensa Nacional-Casa da Moeda: o livro projecta-se ainda luminosamente para o futuro, formando e esclarecendo muitos leitores da lusofonia...
Segue-se um breve vídeo, nascido espontaneamente de uma observação mais reminiscente de uma fotografia da Imprensa Nacional em 1913, passando depois ao resto da sala nº V consagrada à Impressão Republicana [1910-1926], com comentários leves...
Sem comentários:
Enviar um comentário