domingo, 3 de junho de 2018

Feira do Livro de 2108. Imagens e pensamentos de uma ida como visitante e como palestrante.

Visitar a Feira do Livro quando éramos crianças ou adolescentes era um sonho tornado realidade: poder ver tantos livros e trazer alguns poucos bem acolhidos nas mãos e no coração e que iriam depois alimentar noites e sonhos, aprendizagens e valores.
Com o tempo, e com tanto livro já lido e "bibliotecado", somos bem mais parcimoniosos seja na apreciação seja na aquisição, ainda que o discernimento tenha-se apurado e rapidamente o olhar foca-se no livro bom ou que vale a pena folhear...
Para quem trabalha e vive no meio de livros, a feira até mais do que as obras e compras é  a descoberta, o prazer, o encanto de ver pessoas que gostam de livros, encontrar centenas de pessoas unidas pelo amor dos livros e não pela bola, o partido, a comezaina e só isso já é purificante, gratificante, solidarizante na aspiração a mais cultura que ainda move tanta gente e que o Sistema dominante oprime e diminui pelas suas intenções massificantes e alienantes. Visitar assim uma feira do Livro é um hino de esperança numa Humanidade melhor e com mais possibilidades de cultura e auto-conhecimento harmonizador e libertador.
Também é bom descobrirmos faces especiais, que nos remetem para almas semi-visíveis, ou que nos estimulam a tentar intuir que tipo de leituras fizeram mais, ou que interesses demandam nas bancas e de que níveis brotam delas. 
Por vezes sentimos sabedorias realizadas, maduras, especialistas até neste ou naquele sector da vida, quem sabe se bem nutrido por leituras. Nas almas  jovens vemos mais a beleza em aspiração, e nas crianças o deslumbramento da curiosidade pelo livro ou pelas formas e cores do balão grátis, e até observamos os cães felizes por andarem num ajuntamento ou aura popular culta que eles só muito intuitivamente captam mas que os olhos e as caudas sinalizam.
E como encontramos uma amiga, a Filipa van Uden, aí fomos com ela conversando, convergindo e tirando algumas fotografias. Por fim esperavam-me várias pessoas amigas que vinham para assistir a palestra de apresentação dos livros de meu irmão João, A Espada, e o meu Da Alma ao Espírito, das Publicações Maitreya, o que se cumpriu, com cerca de 40 pessoas na hora de de pico, e para agrado geral, seguindo-se um diálogo de perguntas respostas animado pela artista Filipa Silveira e o curador de Arte, Mário Caeiro, o dinamizador do Projecto Vicente.
Ficam algumas imagens da passagem pelos corredores e stands, com poucos e breves comentários, embora gravações tenham sido feitas e possam vir a ser partilhadas...
                                                                   
A Esquerda e a Direita ideológicas de mãos dadas só na feira: os livros da editorial comunista Avante e os da Loja da Bíblia, numa aliança evangélica... Evangelho que significa Boa nova, anúncio, sempre necessário: a de que deve haver mais justiça e igualdade, mais estudo e amor...
 
A Dalila Pereira da Costa, de quem fui muito amigo, é ainda na livraria portuense Lello um filão sempre a atrair novos leitores. De lá trouxe a Corografia Sagrada,  ainda nunca lido, e  Os Mundos contíguos, muito bom, lido e emprestado-dado, e assim recuperado. Só comprei mais um livro, noutro stand, da Maria Gabriela Llansol. Alimentar a minha anima, ao comprar obras só de mulheres...
Personalidades valiosas: Luís Sepulveda, mas que nunca li..

Personalidades valiosas: Vasco Lourenço, um dos capitães de Abril mais duradouro e firme.

Livros fofos, almas macias, ductéis, receptivas...

 
Consulta de um livro de uma amiga há muito não vista, Helena Carvalhão Buescu, pois falava de Antero de Quental...
Barretes, que nem como novidades deveriam ser vendidos, invocando o nome de Deus em falso: Donald Walsh. Uma das grandes mistificações da New Age actual norte-americana....
Activismo pela Língua Portuguesa verdadeira ainda apareceu nas ruas da amargura pois entre os stands já muitos se deixaram levar na enxurrada do Acordo Desortográfico, e tanto a Filipa como eu assinámos.


Personalidades valiosas: João Amaral e um cantor...

Bom design e bom carregamento, ou o coração ainda é o mais importante: AMOR. Entre os seres e com os livros abertos, inspirando...
Um livrinho anteriano, vindo dos Açores: alguns poemas e imagens...
A valiosa editora Livros de Bordo, bem dedicada ao Oriente, com o tradutor Rui Zink e uma jovem macaísta também nessa linha, tão importante para uma globalização cultural fraterna...
A Pérsia eterna, o Irão corajoso e indomável, grande lutador pela justiça no mundo, bem representado por um livro sobre a mágica cidade de Isfahan, na editora Argumentum, especializada em arquitectura, desde os tempos megalíticos...
A livraria  da simpática amiga "Ana Cruz alfarrabista", junto à Santiago, do Comandante Palma e à Histórica Ultramarina, destacou-se pela sua oferta multifacetada e a preços acessíveis...
Parte da assistência inicial. Pelo meio da sessão compôs-se bastante, com pessoas atraídas talvez por um não sei porquê, subtil, órfico, espiritual.
Paula Alcarpe, Carlota Mantero, Nadia Badgioli, José Sousa Machado e Pedro Veiguinha. 2ª fila, a Filipa Silveira, notável pintora e escultora. Mais atrás a Filipa e a Helena Galis, com a  Filipa van Uden e a Sara Aguiar da Silva. Mais atrás ainda o Tiago Mendes...
O Nuno e a Maria de Fátima Silva, a notável pintora do Amor de Inês e de Pedro, exposição a inaugurar em Alcobaça em 7 de Julho, e o Duarte Braga, da Literatura e da Índia poética goesa e indo-portuguesa. Que continuem a haver livros a circularem e feiras a animarem...

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