Quem são os reis Magos? Que Estrela nos pode guiar?
Adoration of Magi. Star of the Magi and of the Spirit.
Possam o Espírito Divino, Jesus e os Mestres do Oriente íntimo, os Magos (Magush) do Irão, do Iraque e os sábios da Síria antigos, abençoarem a tua abertura ao Graal e ao Ser Divino, e o teu despertar no corpo glorioso que podes vivenciar e irradiar, mais ou menos, conscientemente ou não, no dia a dia, corpo de luz ou glória na Pérsia antiga denominado de Xvarnah.
May you find, under or with the benedictions of the Angels, Masters and Magi, in the heart of the Holy Grail, the star of the Spirit and the face of God. And to be always, creative and harmonious in love and bliss...
Há anos escrevera para esta gravura: «Dia dos Magos reis, ou dos mestres e do nascimento e crescimento espiritual: "Abre-te sésamo"...
On the tradition of the Magi or Masters of the East, and of the birth and spiritual growth, we can say: "Open sesame"...
For the symbolist and historian of art there is some very interesting hints: specially the Baby's hands positions and meanings...
Para o historiador de arte, o simbolista e o místico as mãos do Menino estão muito significativamente postas sobre o Graal do coração e do Amor e sobre o terceiro olho do Discernimento e Clarividência...
Nesta dita festa da Epifania de Jesus (que significa "impressionação ou manifestação, tal como o conceito de Kami, nipónico), o que é histórico e o lendário está de tal modo tão inextricavelmente entretecido que pouco se poderá dizer com certezas e é mais no plano simbólico que se podem apresentar algumas leituras espirituais, já que as contextualizações históricas são incomprováveis, pois só o evangelista Mateus, por volta de 90 d. C., é que nomeia a tradição, referindo apenas "Magos do Oriente", a lenda dos nomes de três crescendo depois...
Dois dos Magos, com barretes mitraicos, podem interpretar-se como uma transmissão de testemunho de uma religião, a do Sol Invictus, ou Mitra, para outra, a do Jesus ungido e ressuscitado espiritualmente. Sarcófago do séc. III, da iconografia mais antiga sobre o tema, Museu do Vaticano.
O conhecimento dos religiosos ou sacerdotes zoroástricos da Pérsia estava generalizado, e o seu deus Mitra, que significa amigo e é um dos nomes do Sol, Surya, em sânscrito (e que se cultua ainda hoje ao fazerem-se as Surya namaskar, as saudações ao sol, antecedidas pela pronúncia dos diferentes nomes do Sol) era cultuado fortemente pelos próprios militares romanos, levado pela Europa a fora, chegando a Portugal, nomeadamente a Tróia e a Beja. Em 66 d. C., ao tempo do imperador Nero, uma grande embaixada do rei Tiridates, com guerreiros e magos visitou o imperador Nero e Roma, impressionando imenso o imaginário colectivo da época.
Três persas, sábios, sacerdotes e príncipes, de um sarcófago do séc. IV, museu Pio Christiano, Roma. Ecos da embaixada? Iniciados Mitraicos? Ou mestres do Oriente íntimo que acompanharam Jesus subtilmente?
É possível que tenha sido este acontecimento a influenciar o evangelho segundo S. Mateus (II, 1-12). Mas também pode ser que estes Magos ou Sábios do Oriente fossem mestres da Pérsia ou de mais longe ainda, tal a Índia, que tenham estado com Jesus, quando ele já estava pronto para ser espiritualmente instruído e que ficaram assim ao de leve referidos nas entrelinhas que só os mais investigadores e agraciados é que intuem e aprofundam. Neste sentido afluiu Marcel Bataillon, no seu excelente Erasme et l'Espagne, ao citar o erudito humanista trilingue e erasmiano Brocense, 1523-1560) segundo o qual os reis magos só teriam estado com Jesus bastante depois do seu nascimento. Já Bô Yin Râ considera-os os instrutores espirituais de Jesus que o despertaram e prepararam para a sua alta missão, tragicamente cortada pelo Sinédrio judaico.
Quanto a esta gravura do séc. XVII um sentido que irrompe dela poderosamente para mim, é o seguinte: o que nos é apresentado por quem a desenhou é um tipo de primeiro baptismo de Jesus, seja em que idade for. Antes de João Baptista o baptizar com a água do Jordão, já os Mestres ou portadores da Tradição Perene o tinham abençoado ou baptizado.
Diz-se que vieram guiados por uma estrela. Desistam os astrónomos, astrólogos ou ufólogos de procurarem a identificação da Estrela (stella) no exterior, pois ela é a estrela do Espírito visível no interior da alma e da mente, clarividentemente....
Estes sábios do Oriente vêm-nos então abençoar, e o que a gravura transmite é mostrado no espelho interior do nosso coração.
Ou seja, a criança sempre pura e espiritual (puer eternus) que abençoa, aquela que os mestres têm viva dentro deles, sob a estrela, ou como a estrela.
E ajudam, com o Anjo da Guarda, a despertá-la ou a crescer em cada um de nós...
-Tu, vós, diz o Anjo. Em Autun, no portal ocidental da igreja de S. Lazáro, o que ressuscita, o Anjo desperta (mudra do índex no dedo no meridiano do coração...) os peregrinos, reis ou magos para a estrela do Espírito, para a meditarem e contemplarem, seguirem, serem...
Saberemos nós acordar de noite, ou cedo, e tentarmos ouvir ou sentir o Anjo ou ver a estrela?
Eis o desafio principal dos Anjo e Magos ou Mestres da arte Real, provavelmente nestes últimos tempos horrorizados com que os israelitas mais sionistas têm estado a cometer de crimes contra a humanidade e contra Cristo ou os possíveis Cristo. Não desanimenos, perseveremos, meditemos, e tentemo comungar com a Hierarquia ou Comunidade do Corpo místico da Humanidade!
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