quinta-feira, 16 de janeiro de 2025

Alexander Dugin: Onde está Deus, e o Graal? Declaração de princípios filosóficos, religiosos e espirituais. Comentada por Pedro Teixeira da Mota

                        

Alexander Dugin (n.1962), transmitiu hoje através da sua página na rede social alternativa Vk.com,  uma declaração importante sobre os seus princípios, e visão do mundo, da divindade e da essência e missão crística da Rússia. Para muita gente, e por diversos motivos, é controversa, mas sendo tão verdadeira, elevada e sincera não podemos deixar de a admirar, quer concordemos ou não, com o todo ou as partes, e traduzi-la para português, partilhá-la e brevemente prefaciá-la e posteriormente (volte a reler o artigo, e confira no fim...) comentá-la. 


Alexander Dugin, o pai da filósofa e jornalista mártir Daria Dugina Platonova, uma neoplatonista de quem se esperava tanto, diz-nos então em três parágrafos fulminantes: 

«Eu sou platonista. Para mim, as ideias existem antes ou sem qualquer realidade adicional. A realidade é opcional, as ideias são seres eternos e necessários. Deus está acima de tudo e os seres que o rodeiam são ideias (Anjos). Nada mais realmente importa. A Rússia é a taça de Deus. Sophia.[Sabedoria]
Sendo a taça [ou graal] de
Deus, a Rússia é sagrada. Sendo apenas taça, sofre exílio, torturas, erros, pecados. A Rússia é santa pela sua natureza interior. Exteriormente pode parecer diferente. A Rússia pertence a Cristo, o nosso Deus, e a ninguém a não ser Ele. Lutamos por isso.
A imigração, a confusão e a mistur
a obrigatória impostas são as armas dos globalistas que tentam destruir as identidades, os povos, as culturas étnicas. Criam espécies pós-humanas que são fáceis de substituir por robots. O ser sem ethnos já é quase um robot... O Homem...».
Alexan
der Dugin...

Hagia Sophia, por Nicholas Roerich, protegendo a Humanidade.

No 1º parágrafo destaquemos "Deus está acima de tudo e os seres que o rodeiam são ideias (Anjos)"....
A palavra ideias, e
m grego eidos, pode assumir vários significados, Neste caso poderemos dizer A Divindade está rodeada de essências (oussia, seres que são), e tais seres conscientes da sua essência divina são os espíritos angélicos, os Anjos e Arcanjos. Ou ainda, mais humana e intimamente os Amigos de Deus, na linguagem de S. Sérgio de Ragotoneva, Ruysbroeck, Taulero, Herpio, Suso, S. Serafim de Sarov, Helena e Nicholai Roerich...

                      "A Rússia é a taça de Deus. Sophia.", S. Luz Divina.

Esta consideração optimista ou optimizante de Alexander Dugin que a Rússia é a Taça (ou Graal) de Deus, que vem já de anteriores elos da Tradição e Filosofia Perene, tais santos, filósofos e escritores, como Dostoievski, Tolstoi, Soloviev, Berdiaev e Pavel Florensky, pode ser aceite mais facilmente se considerarmos que outros países podem também ser taças de Deus, ou mesmo que todos os países estão convidados pela Divindade a que os seus governantes auxiliem os seus habitantes a serem portadores do santo Graal, o que infelizmente não sucede na maioria dos países. 

Adoração ao santo Graal eucarístico, sito no Museu do Azulejo, no sacrosanto Convento da Madre de Deus, em Lisboa

Tal tradição correu bastante pela França, Espanha e Portugal e há ainda hoje alguns seres que são  cavaleiros ou damas do santo Graal (não nas templarices externas), e que sabem receber o Espírito santo, o ungimento divino. Mas, é provável, que em termos interiores e históricos (pelo que sofreu) seja a Rússia o Graal principal actual mundial, e a sua liderança sacrificial na vivência e na luta pela justiça, fraternidade e multipolaridade indicia tal. Para tal contribui também a forte ligação a Cristo e à Divindade que a Rússia, o patriarca Kirill e o seu imenso clero e igreja, Putin, Dugin, Daria, e o seu povo abnegado e heroico conseguem cultivar, brilhantemente mesmo,  de modo adamante enaltecido por Dugin: "A Rússia pertence a Cristo, o nosso Deus"...

No 3º parágrafo, destaquemos o alerta quanto aos objectivos dos globalistas da Nova Ordem Mundial infra-humanista transhumanista, fomentada corruptamente  por Klaus Schwab, Soros, Biden, Ursula e seus apaniguados, o mais evidente ser o "destruir as identidades, os povos, as culturas étnicas", para mais facilmente poderem manipular, oprimir e robotizar os humanos. 

                                        

A luta da Rússia, de Alexander Dugin (e dos mestres e santas, e da fravashi persa ou musa-mártir Daria Dugina Platonova) e portanto nossa é esta: escapar e derrotar tais forças e tendências materializantes, mecanicizantes, e aspirar a comungar mais com a Divindade e as suas ideias-seres celestiais, de modo a vivermos e dinamizarmos a comunhão fraterna multipolar dos bens anímicos e materiais.

                          

Tenhamos pois atenção diariamente se estamos a ser manipulados, amilhazados, formatados, ou se pelo contrários conseguimos dominar tendências, paixões e sentimentos e, criativa, destemida e perseverantemente, comungarmos pela oração e a meditação com Deus e os seus Anjos, espíritos,  ideias, arquétipos, e vivermos sábia e amorosamente, escatologicamente optimistas (como Daria Dugina escreveu, muita luz e amor na sua alma) e invencíveis, tal como na demanda do santo Graal, do Homem ou Mulher integral em quem a Divindade viva brilha...

terça-feira, 14 de janeiro de 2025

14 de Janeiro de 2025, comemoração do aniversário de Ali, o 1º Imam Shia. Com a música Tasbeeh Al Zahra'a | Haj Mahdi Rasoli.

 Hoje 14 de Janeiro de 2025 comemora-se (intensa e ardentemente, e mais em Najaf) o dia de nascimento de Ali Ibn Tabu Talib (e no interior da Ka'aba, em Meca), o 1º mestre ou Imam, e mártir da linhagem Shia, ou Shiita, ou Xita, sem dúvida uma das "religiões" (vias de religação espiritual e divina) mais generosas, místicas e martirizadas da Humanidade multipolar. Ali, primo, íntimo, secretário e guardião de Maomé, recebeu a sua filha Fatimah (ou al-Zahra, em persa) como mulher, dando origem aos doze Imams (onze líderes, martirizados, e o último, o Madhi,  que há-de vir), mestres, sábios, corajosos e inspiradores da grande fraternidade Shiaa espalhada por todo mundo e dos que aspiram à verdade e à justiça, que são a base da sua vida ética. Desfrute uma bela música (Tasbeeh Al Zahra'a |  Haj Mahdi Rasoli)  de homenagem e invocação de Hazrat (piedoso ou santo) Ali e Fátima, e fortifique-se, religue-se mais com ou através deste mestre e desta tradição muito valiosa e bem viva, seja muito fortemente no Irão, Iraque, Líbano seja mais  subtilmente nos nossos sentidos internos e consciência espiritual...

Ali (600-661), ladeado pelos seus dois filhos Hassan (625-670) e Hussayn (626-680)

 Mas quem foi Ali Ibn Abi Talib, nascido em 17 de Julho de 607 e casado com Fátima ou Zahra, a filha do profeta Maomé, e que abriu o sulco da linhagem religiosa dos 12 Imans com que se configurou a religião Shia, dentro da religião islâmica mas tão perseguida pelos mais fanáticos sunitas?

Como ganhou ele tanto poder nas almas dos seus companheiro, discípulos e devotos, até ser martirizado pelos seus adversários do califado de Meca, que ele dirigira como o 4º califa desde 656 apenas por cinco anos, embora o profeta Maomé o quisesse logo como o seu sucessor e apenas a ambição e maldade de alguns o impediram de o ser, e assassinando-o depois a 28 de Janeiro de 661?

Ali era e é certamente  um espírito de uma qualidade imensa e intensa, sábia, e ainda hoje dotado de uma subtil omnipresença, que veio com uma missão e que foi, tal como a de Jesus, atalhada pelos elementos e forças do Mal, como aliás tem sucedido tantas vezes, como podemos recentemente ver acontecer com os assassinatos do general Soleimani ou da filósofa russa Daria Dugina, duas outras almas de grande luz, certamente mais incipientes na realização divina...

Passados quase 1500 anos, socorramo-nos das palavras do próprio profeta Muhammad acerca dele, para admirarmos a espantosa proximidade e unidade entre os dois: «Ali é como a minha própria alma", ou ainda «Tu procedes de mim e eu de ti»; «Ali está com o Corão tal como o Corão está com Ali. Não se separarão  um dos outro até regressarem a mim no lago primordial ou paradisíaco (al-hawd)»; «Três coisas me foram reveladas respeitantes a Ali: ele é o dirigente dos Muçulmanos, o guia dos piedosos e o chefe dos radiosamente devotos».

Estes ditos de Maomé apontam para um estado espiritual de unidade divina entre os dois grande seres, que foi assinalado pelo próprio Ali confessando como ele e a 1º mulher do profeta Khadija foram os únicos que estiveram na montanha sagrada de Hira, nos sucessivos anos em que o Corão foi escrito, «Eu via a luz da revelação e da mensagem e aspirava a fragrância da profecia», e como foi ungido por ele na função de guia ou mestre perene.

Até o profeta desincarnar em 632, Ali foi quem esteve mais próximo dele, o seu discípulo e companheiro, tanto mais que desde os 5 anos fora educado por Maomé em sua casa, já que eram primos direitos, e o pai de Ali, Abu Talib, protegera Maomé, filho do seu irmão e que morrera cedo, e assim quando este reuniu os seus familiares e amigos para lhes dizer que Deus lhe falara e os chamava, foi só Ali que exclamou logo «Ó Profeta de Deus, serei eu o teu ajudante nisto, ao que Maomé respondeu Este é o meu irmão, o meu executor e o meu sucessor de entre vós, Escutai-o e obedecei-lhe».

                                     

Na fase de passagem de Meca para Medina e nas batalhas que se seguiram Ali foi o herói invencível, com episódios memoráveis, tal como na batalha de Khaybar, em 629, tornando-se de facto após Maomé o chefe do Ahl al-Bayt, a sua Família (ahl) da Casa (bayt), e por extensão o povo da Casa descendente de Maomé. Mas além do guerreiro destemido, o Leão da Montanha, e do líder sábio e prudente o que o caracterizava mais era a sua ética viva e cavaleiresca de seguir a verdade com justiça e exercê-las sabiamente, manifestando uma generosidade e espírito de sacrifício imensos, características que passaram para a tradição e comunidade Shia, Shii ou Xiita, e em especial para o povo iraniano que tanto a acolheu e se impregnou...

Dos seus ensinamentos espirituais partilharemos apenas uns raiozinhos neste dia do seu aniversário em 2025, e a partir da minha vivência, conhecimentos e um livro bom, que encontra em português, Justiça e Recordação. Introdução à espiritualidade do Imam Ali, de Reza Shak-Kazemi, editado em 2009 pela Bizâncio, com boa tradução de Luísa Venturini e que recomendo.

Um deles é o da valorização da nossa capacidade de alcançar os níveis perenes pois o intelecto contemplativo das Verdades divinas que a sua fé lhe oferece pode senti-las e vê-las pelo olhar interior do seu coração, e sendo a busca e aquisição do Conhecimento profundo e da Realidade, e não das riquezas e posições, o que vale mais, pois enquanto as riquezas diminuem ao serem gastas, o conhecimento aumenta ao ser partilhado,  sendo a própria aspiração e apreensão do Conhecimento um acto de adoração a Deus.

É no discurso feito a Kumayil, extraído do Nahj al-balagha, a obra principal do seu diversificado ensinamento de pregações, cartas e ditos, que visualizamos o Imam Ali a ensinar ao seu discípulo, junto a um cemitério: «Ó Kumayl Ibn Ziyad, aqueles que acumulam  riquezas perecem mesmo enquanto vivem, mas os conhecedores perseveram enquanto o tempo subsistir; as suas formas [materiais] estão ausentes mas as suas imagens [espirituais] estão presentes nos seus corações. Ah! que abundância de Conhecimento [profundo e verdadeiro, haqiqa] existe aqui (apontando para o peito); que bom seria encontrar alguém que o recebesse», lamentando em seguida que um ou outro possível discípulo, que entendia tal riqueza espiritual e subtil transmissão, se deixara ora corromper pelos ganhos mundanos, ora, face a obscuridades ou dúvidas, perder a firmeza da visão sentida do coração.

Contudo  os amigos da casa do Profeta e de Deus, Ahl al-Bayt, a comunidade mística dos amante e conhecedores de Deus e da sua verdade e justiça, nunca deixarão de existir afirma em seguida no mesmo discurso:«Mas na Verdade, ó Deus, a Terra nunca estará vazia daquele que partilha ou estabelece as provas [da existência e presença] de Deus, quer abertamente com publicidade ou receosamente na obscuridade, a não ser que as provas e elucidações de Deus ficassem sem valer nada... Mas  como estes tais [discípulos da Verdade, e amigos de Deus] - quantos existem e onde? Por Deus, podem ser pouquíssimos em número, mas com Deus eles são os maiores em nível [hierárquico]. Através deles, Deus preserva  as Suas provas e elucidações, para que eles posam  confiá-las ou transmiti-las aos seus pares e semeá-las nos corações  que se lhes assemelham.»

Eis-nos com a essência da via Shia e de Ali (Ali, Ali...): o coração em acção seja a dar ou a receber, e atingindo a devoção e aspiração que torna o coração sensível, capaz de agir corajosa e justamente no mundo físico e alcançar-penetrar o mundo transcendente e sentir ou ver a Luz Divina, ou mesmo a Realidade Divina.

E Hazrat Ali continua exaltando ou apelando aos Amigos de Deus, aos companheiros da Casa de Deus: «Através deles, ou neles,  o conhecimento (haqiqa) alcança ou penetra (hajama) a visão íntima da realidade. Eles celebram na sua intimidade (com) o espírito da certeza; tornam fácil o que os superficiais  consideram difícil, e confraternizam  com o que o ignorante considera estranho. Com os seus corpos acompanham o mundo, mas os seus espírito estão ligados (ou vinculados) ao domínio ou plano transcendente.

São os vice-regentes (califas) de Deus na sua Terra, os que convocam para a Sua religião (do coração). Ah! Como anseio vê-los (ou encontrá-los)! Vai agora, Kumayl, e sê e age como deves.»

                          

sexta-feira, 10 de janeiro de 2025

Nicholai Roerich, Agni Vidya. 1ª p. Tradução comentada por Pedro Teixeira. Gravação em vídeo.

Oiçamos um pensamento do ensinamento do Agni Yoga, dado pelo casal russo Nicholai e Helena Roerich, extraído do livro Infinito I, pensamento 169 : «Como é que o conceito de paz é apreendido na consciência humana? As fundações são falsas e são manifestadas como a afirmação de uma direcção cheia de vontade. Quando o Senhor disse que trazia à Terra não a paz mas a espada, ninguém compreendeu esta grande verdade. A purificação do espírito pelo fogo é a espada».

Oiçamos a pequena gravação (e que continuarei) do texto de Nicholai Roerich intitulado Conhecimento do Fogo, Agni Vidya, e tentemos e consigamos viver o dia a dia cada vez mais invocando Agni, o fogo psíquico cósmico purificador.        Aum Agni Aum!

              

quarta-feira, 8 de janeiro de 2025

A Geórgia escapará aos planos destrutivos dos USA, do Fórum Económico Mundial e da sinistra Vitoria Nuland??

Monumento à amizade do povo e história da Geórgia com a Rússia, nas montanhas da Geórgia.

Extraído da  /TASS/,  canal russo ainda visível na internet ocidental (o que já não se passa com a RT, e outros), do dia  8 de Janeiro.

«Tbilissi conseguiu evitar o cenário ucraniano, mas a luta para manter a paz no país continua, afirmou o conselho político do partido Sonho Georgiano - Georgia Democrática, actualmente no poder [e após tentativas desesperadas da União Euopeia,  de Soros e Schwab e dos partidos europeus submetidos a estes, tal a A.D., I.L., Livre e PAN,   numa declaração:
“Com grandes esforços e através de uma luta intransigente, a Geórgia conseguiu evitar o cenário ucraniano. No entanto, a luta pela paz continua e esta batalha tem de chegar ao fim”, afirma o comunicado.
O partido recordou que, enquanto persistirem os combates na Ucrânia, haverá sempre esforços para estabelecer uma “segunda frente” na Geórgia. A este respeito, o conselho político do partido sublinhou que o povo da Geórgia deve lutar até ao fim para garantir a sua sobrevivência.
A declaração também faz referência às tentativas do chamado Estado Profundo de controlar Washington e a sua política externa. As autoridades georgianas acreditam que as actuais crises mundiais, incluindo a situação na Ucrânia, são o resultado de acções do Estado Profundo (Deep State, dos USA).

Vitória Nuland, dos principais responsáveis, com Biden, Ursula, Stoltenberg, Zelensky e Boris Johnson (que impediu o acordo de Ankara), pela morte de mais de um milhão de ucranianos, e cerca de 200.000 russos.

                                                       LUX  -    PAX.

“O Estado Profundo encenou as chamas da guerra em vários países do mundo. O efeito mais devastador das munições de guerra do Estado Profundo foi infligido ao nosso país amigo, a Ucrânia. Kiev tinha soberania, integridade territorial, paz e uma economia de quase 200 mil milhões de dólares antes de 2014, mas hoje está quase destruída, enquanto os conspiradores de Maidan (Nuland e &) não assumem qualquer responsabilidade por isso”, observou o Sonho Georgiano.

Uma fotografia que diz muito: Com o embaixador norte-americano na Ucrânia, Vitoria Nuland, a responsável da política norte-americana para Leste, em 22014, na praça Maidan distribui, provavelmente do MacDonalds, aos que participavam no golpe que iria desencadear a queda do governo eleito democraticamente e a chegada ao poder dos extremistas, que não descansarão da opressão dos russos ucranianos, até em Fevereiro de 2022 o Kremlin decidir que chegava... Ela hoje:

Irakli Garibashvili, um fiel do Amor, bem resistente

Em 25 de fevereiro de 2022, o então Primeiro-Ministro da Geórgia, Irakli Garibashvili, anunciou que não tinha planos para impor sanções à Rússia, invocando como motivo os interesses nacionais. No início de março do mesmo ano, Vladimir Zelensky chamou o embaixador ucraniano de Tbilissi em resposta à posição do Governo georgiano sobre as sanções. A decisão do Governo foi igualmente criticada pela oposição, que acusou as autoridades de colaborarem com a Rússia. Além disso, os líderes do partido no poder acusaram frequentemente as autoridades ucranianas e alguns políticos europeus de tentarem abrir uma segunda frente na Geórgia. Acreditam que certas forças estão a tentar provocar a Rússia para que esta lance operações militares paralelas no país.»

Russia libertando as províncias do Leste da Ucrânia, com muita more e destruição infelizmente e desnecessária. Demo graças a Deu que o Deep State falhou na BelaRússia e agora na Geórgia, que soube votar pela sua independência em relação à agenda da elite oligárquica ocidental...

segunda-feira, 6 de janeiro de 2025

Reis Magos: do seu culto, e hermenêutica espiritual duma gravura portuguesa do séc. XVIII. Um contributo no entardecer do dia dos Magos reis de 2025. Com um vídeo.

 A legenda dos  Reis Magos, ou  Magos reais, ou grandes seres que teriam vindo do Oriente, com várias peripécias, presentear e adorar (ou talvez melhor, abençoar, iniciar...)  Jesus, originada no Evangelho de S. Mateus, II, 2-12, recebeu no Cristianismo uma frutificação tão grande que permitiu  fixarem-se em três a partir dos três presentes, saberem-se os seus nomes, considerarem-se os seus corpos e túmulos como depositados na catedral de Colónia, estabelecerem-se as suas armas heráldicas, as suas roupas, as mitras frígias ou as coroas, cultuando-se assim a sua memoria por uma variedade de imagens, festividades e orações, e imaginando-se muito simbolismo no pouco que se escrevera no Evangelho e no que depois se foi acrescentando em comentários hermetizantes ou mesmo alquímicos. Oiçamo-lo:  «Tendo, pois, Jesus nascido em Belém de Judá, no tempo do rei Herodes, eis que magos vieram do Oriente a Jerusalém. 2: “Perguntaram eles: “Onde está o rei dos judeus que acaba de nascer? Vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo”.. 3A essa notícia, o rei Herodes ficou perturbado e toda Jerusalém com ele., 4. Convocou os príncipes dos sacerdotes e os escribas do povo e indagou deles onde havia de nascer o Cristo.. 5 Disseram-lhe: “Em Belém, na Judeia, porque assim foi escrito pelo profeta: 6‘E tu, Belém, terra de Judá, não és de modo algum a menor entre as cidades de Judá, porque de ti sairá o chefe que governará Israel, meu povo”.7 (...) 9Tendo eles ouvido as palavras do rei, partiram. E eis que a estrela, que tinham visto no Oriente, os foi precedendo até chegar sobre o lugar onde estava o menino e ali parou. 10 A aparição daquela estrela os encheu de profunda alegria. 11Entrando na casa, acharam o menino com Maria, sua mãe. Prostrando-se diante dele, o adoraram. Depois, abrindo seus tesouros, ofereceram-lhe como presentes: ouro, incenso e mirra. 12Avisados em sonhos de não tornarem a Herodes, voltaram para sua terra por outro caminho.»

Nesta descrição destaque-se o virem do Oriente, o serem magos, ou seja sacerdotes ou iniciados da tradição persa, seguirem uma estrela que se movia sobre eles, que desaparece, reaparece e estaca (causando grande alegria tal fixação...),  e oferecerem os seus presentes, oiro, incenso e mirra, que tinham certos significados, que poderemos resumir como a riqueza e poder, a devoção e sabedoria, e a resiliência à dor  e imortalidade.

Com tempo, os Magos (magi, plural) tornaram-se os três reis, do Oriente, que podia ir da Síria, ao Irão e à Índia, e chegou-se a atribuir-lhes  nacionalidades e os nomes, tal os de Baltasar, Gaspar e Melchior, não sendo porém fácil imaginar-se a devoção com que tais nomes chegaram a ser pronunciados ou invocados, nem os resultados inspiradores recebidos.

Foi então na arte que eles mais se desenvolveram historicamente,  desde o tempo da catacumbas, com as representações mais antigas do séc. II,  atingindo o seu ponto mais alto esteticamente no Renascimento, embora na Idade Média, época onde se fixaram os principais traços característicos também houvesse bastante devoção a eles, nomeadamente na literatura popular, nos autos e em festas populares...

                               

Os registos ou gravuras dos magos tornados reis santos, prosseguiu pelos séculos XVII e XVIII e assim encontramos belas estampas que eram vendidas nas feiras, festas, lojas e vendedores ambulante, por vezes baseadas numa imagem pintada que se venerava em alguma igreja, o que não é o caso da imagem que apresentamos, que tendo a sua sede de vendas na R. Nova do Almada, 45, Lisboa, era bastante misericordiosa para quem recitasse mesmo que apenas um só Pai Nosso e Avé Maria: 100 dias de indulgências dados pelo Cardeal Patriarca. Teria o Patriarcado direito a algumas estampazinhas, ou apenas procurava estimular a devoção a tais personagens menos cultuada nas devoções de fé curadora, em geral mais viradas ou dirigidas para Jesus e Maria e certos santos e santas, tal S. Rita de Cássia, advogada dos casos impossíveis e com culto ainda forte, por exemplo, na zona de Abrantes?

A gravura, que segundo o inventário de Ernesto Soares é de origem veneziana,  é singular na simbologia escolhida pois os magos reais, designados por "Os Santos Reis", oferecem os seus presentes ao Menino que se encontra no interior da estrela no alto do céus dentro de um estrela de pontas e no meio da nuvens, e que com a mão direita já abençoa quem o venerar por tal estampa, talvez incorporando alguma imagética e fé do culto do Menino imperador do Mundo, das festas do Espírito.  Com que sentimentos e colorações as pessoas conseguiam contemplar tal imagem durante o tempos das suas orações, e intensificarem as suas forças e esperanças, só podemos conjecturar...

Provavelmente o mais original e valioso é representar-se a criança dentro da estrela e com isso sugerir-se que Jesus, o Mestre, o Deus incarnado humanamente para o Ocidente, guia e inspira quem o demanda, mesmo que esteja fora do redil da Igreja e venha do Oriente por sua própria sabedoria, computagem astronómica ou mais veridicamente pela sua abertura e visão do olho espiritual, e que consiga portanto contemplar interiormente a sua luz, estrela e imagem.
A estampa
é realmente bem valiosa de ensinamento espiritual para quem a sabe sentir e contemplar com a alma em aspiração de vida à Divindade, pois os magos santos reis, ricos dos seus poderes e presentes, não estão ao mesmo nível que o Menino terrestre nem se prosternam por terra e o adoram, como comummente se desenham belamente, mas antes de joelhos e de pé se assumem como sacerdotes reais do corpo místico da humanidade, oferecendo as suas orações e energias para os mundos celestiais, onde no meio da estrela ou Sol se encontra visível, sob a forma do Menino divino, o Logos Solar, o Sermo, Palavra ou Verbo  referido ou enaltecido pelos discípulos, ou segundo S. João,  no prólogo do seu Evangelho, escrito em grego, ν ἀρχῇ ἦν ὁ Λόγος, En Arke en ho Logos. Ao Princípio era a Palavra.", e que irá encarnar em Jesus...
Anote-se que o discípulo S. João nada
tem a ver com o Apocalipse e que este não foi escrito por ele, ainda que seja num grego sofrível,  pois espelha praticamente só o Antigo Testamento, escrita na esperança do retorno do Messias, numa forma visionária profética e de escatologia arrepiante.
Os Santos Re
is, e já estava esquecida a original fonte dos Magi ou  sacerdotes-astrólogos-sábios da Pérsia (e investigar tal origem implicaria outro artigo), surgem então como uma imagem de concórdia entre o Oriente e o Ocidente, na esperança duma época de fraterna multipolaridade que se esperava com a vinda dum Salvador tanto na religião dos magos da Pérsia, o Saoshyant,  como no Judaísmo com o Messiah, que significa ungido, e que se traduz em grego por Christos, e que os dirigentes de Israel e o seu povo repudiaram, ficando por conta dos cristãos essa aceitação do enviado divino  e a divulgação da nova mensagem ou Evangelho que deveria ser de amor e sabedoria, mas que sabemos como por diversas circunstâncias chegou aos impasses e contradições actuais.

Após um Natal inexistente humanamente pelo genocídio em curso na antiga Terra Santa, ao menos que saibamos perseverar no culto das qualidades crísticas, ou dos Mestres e Magos, e que podem pelo menos aperfeiçoar-nos e salvar-nos  do Mal, que é tanto a crueldade e o assassinato tão vulgarizados por alguns regimes, como a aceitação passiva e amilhazada deles, como a nova Ordem Mundial infra-humanista do Fórum Económico Mundial procura impor na humanidade, através dos políticos, gestores e jornalistas a ela vendidos.
Esfo
rcemo-nos por preservar na invocação da Divindade e dos mestres, santas (e várias das nossas sorores tenho apresentado no blogue) e santos, e mormente Jesus, Maria e o Espírito Santo e, comungando nas nossas orações e meditações com eles, sermos o fogo do Amor e a Luz da Sabedoria Divina em acção, quais radiantes estrelas  no caminho da Verdade, mesmo que ad astra per aspera, ou no "optimismo escatológico" como vivia e deixou em testamento espiritual a mártir Daria Dugina Platonova.

 Daria Dugina, uma estudiosa da Filosofia Perene, da elevada Tradição espiritual desde a Antiguidade (nomeadamente de Platão, Plotino, Proclus, Juliano, do neoplatonismo), da qual o veio ou corrente dos Mestres ou Magos Reais que vieram abençoar e provavelmente instruir Jesus (como defendeu Bô Yin Râ), é uma manifestação que só por uma hermenêutica profunda e meditativa desvenda alguma Luz da Glória, essa que os cavaleiros Templários, que muito co-cultuaram  os santos Magos da Arte Real, cantavam no seu Non Nobis, Domine, non Nobis, sed Nomini tuo da Gloriam. E que eu entoei (com as minhas limitações) na madrugada de  6 de janeiro de 2025, entre outras orações, como pode ouvir. Anote-se um outro artigo  sobre os Magos santos: https://pedroteixeiradamota.blogspot.com/2016/01/dia-dos-reis-magos-ou-mestres-do.html

                       

terça-feira, 31 de dezembro de 2024

O coração espiritual nos seres, nos novos dias e anos.....

O coração, órgão físico e subtil, é um centro muito importante na vida de cada um de nós, e sabermos senti-lo quanto ao que ele sente, ou mesmo vê, é uma tarefa valiosa de se trabalhar numa direção, ou na intencionalidade, de auto-conhecimento, de aperfeiçoamento, de discernimento ambiental, de religação espiritual.

Um ensinamento que os seres na demanda afirmam é o coração ser como um espelho e nele se poderem reflectir e reagir não só as impressões quotidianas como o que mais desejamos e amamos ou mesmo algo dos aspectos dos mundos espirituais e dos atributos da Divindade.
                                          

Pode-se vê-lo como uma porta ou janela no peito, por ela se tendo acesso aos mundos subtis e espirituais e aos seus seres, ao mesmo tempo que de tais planos energias nos penetram e seres nos alcançam, embora em geral de modos subtis, fugazes, longínquos, 
A existência do coração espiritual, com uma configuração belíssima de raios, fios e circuitos de energias, ondas e partículas é de se lembrar pois volta e meia tal visão beatifica as meditações, orações e comunhões dos seres que não se deixam alienar, amilhazar e infrahumanizar pela comunicação social avençada às forças anti-amor, anti-verdade, anti-multipolaridade.
Os seres na demanda dizem que o 3º olho da visão espiritual está muito ligado ao coração e que se não vemos espiritualmente é porque o coração subtil dos nossos desejo e amores, ou aspirações e ideais, não está  bem limpo, purificado, alinhado e como muita poeira, distração, alienação se levanta dos ações e comunicações do dia a dia, a nossa vista fica toldada,o coração semi-cerrado, tal o sol tapado por sucessivas nuvens.
  É pela vida activa e relacional atenta, compassiva, criativa, abnegada, repudiando o mal e  harmonizando-se com a natureza e a verdade, e pelo conhecimento interior, silêncio, devoção e  adoração que vamos melhorando e intensificando o estado, estações e capacidades do coração espiritual.
Há assim tanto pessoas como práticas como paisagens, livros, pinturas e músicas que desanuviam o coração, ou intensificam as suas irradiações luminosas, que no fundo nos alinham e religam mais com ele, e que portanto nos fazem estar mais em fluidez natural na vibração do amor ou unitiva, permitindo que  a nossa consciência receba do universal Campo unificado de energia consciência as informação que lhe são necessárias ou úteis à sua inserção e participação, por vezes em insuspeitadas sincronias, com o desenrolar do plano evolutivo da Humanidade, e com o swadharma, o nosso dever, no meio da Ordem Cósmica e Divina..
De um modo mais simples e imediato, estarmos mais no coração significa sentirmos o coração espiritual no centro do peito irradiante como um sol, ou com a centelha do espírito,  e vermos e sentirmos mais e melhor o que estamos a fazer e como estamos no dia a dia, irradiando o calor do amor e a luz do Logos. E tal pode ser relembrado e actualizado ao juntarmos   mantras ou jaculatórias,  gestos e  exercícios,  desde o despertar e  criativamente ao longo do dia dedilhados. Os sons da guitarra ou harpa do coração podem ser tão subtis quão divinos, ora instrumentais ora vocálicos, e a música exterior que oiçamos deve remeter-nos nas nossas meditações para a audição e a pronúncia com o  coração das sonoridades mantricas harmonizadoras e iluminadoras.
Saibamos viver com optimismo escatológico, como recomendava Daria Duguina, os sucessivos novos dias, estações, anos, com o fogo do amor e da inteligência divina irradiando harmoniosa e corajosamente do nosso coração...

domingo, 29 de dezembro de 2024

Dos livros, marginália e capas belas, e o muito que nos podem transmitir, perenemente. Francisco Alves, Alfredo Ansúr e Manuel d'Arriaga.

                                Livros, capas e marginália.

Por entre a desilusão grande que sentimos perante os políticos e os meios de informação ocidentais avençados, lobotizados e russofobizados,  os livros, com as suas capas, são um meio de viagem e diálogo para além da mediocridade de tanta instituição, informação e publicação.

As capas do livros, realizadas com tanto engenho e amor, e as antigas com certas limitações, dizem-nos: - Não somos só para ser lidos e relidos, mas também para sermos contemplados. E frequentemente bem investigados, pois preciosidades podemos conter, tais como anotações posteriores à impressão e as dedicatórias, boias de amor-sabedoria lançadas  para o destinatário e dono do livro, ou para o futuro da Humanidade. Oiçamos:

Na 1ª folha branca vai a dedicatória de Francisco Alves, nascido em Proença-Nova, um vibrante pioneiro do são e cristão espiritismo entre nós,  à Câmara Municipal de Braga. É de 1918, mas tão actual face ao genocídio do povo da Palestina: "O Ouvi é uma revolução d'alma, é um acordar das consciências, perante a hecatombe que assola o mundo"..... O mal, o egoísmo, a ignomínia vêm de tudo o "que não é inspirado na obra da Igualdade, Humildade, Caridade, Verdade". Movido pela compaixão e o seu conhecimento psico-espiritual, por vezes ingénuo, Francisco Alves transmite a sua mensagem humanitária, doutrinária e despertante. As capas das suas obras foram dadas à luz multipolar da olisiponense Imprensa de Manuel Lucas Torres, à rua do Diário de Notícias, 59 a 61.

A obra foi assim dedicada: «Curvando-me perante o supremo altar da sublime Verdade, ofereço à Pátria, à República  e à Humanidade, culto de amor e de trabalho». No interior, dedicatória manuscrita valiosa: "Princípio do reinado do Espírito sobre a Matéria. Para o bem humano pede-se leia de vagar e com atenção. Offerece o Autor, 8-5-1921" 
Pela capa, o tão popular romancista Blasco-Ibáñez dir-nos-á do além: - Não te deixes inclinar demasiado, não percas a consciência da tua verticalidade. Alinha-te, recupera a auto-consciência frequentemente, e abre-te ao alto, ao Divino, à sua copresença. Sê uma torre, uma Casa de Deus justa, sábia.
A mais que popular Guimarães & Cª,Editores, que tanto animou a capital e o meio literário português, parece afirmar: - Sonhar na ventura amorosa a todos cabe na Fortuna da Vida, mas o acordo perfeito é mais difícil e raro. Todavia, poemas e cartas de Amor são imortais, tal como o Amor em si, ou mesmo a amizade divina que reina entre todos os espíritos de bem....
Hino à luz, ao conhecimento, à ciência, e à juventude para que esta aspire sempre à luz do conhecimento infinito, e frutifique em amor, justiça, fraternidade e multipolaridade. Em 1912, por Alfredo Ansúr (1849-1927), um genial jurista e escritor,  aberto à espiritualidade universal, nomeadamente oriental que conhecia bem, tendo escrito mesmo um livrinho sobre Confúcio nas edições A. M. Teixeira, de João Antunes, onde Fernando Pessoa também colaborou com traduções de Teosofismo. O livrinho, um in-8º de 64 páginas, dado à luz em 1912, no Centro Typ. Colonial (1.200 exemplares, com oito tipo de colorações nas capas, conforme os liceus e universidades a que se destinavam),  contém sobretudo poemas astronómicos e  três longos budistas (e um recorte de uma crítica de um jornal da época), é precedido duma carta de convivialidade e urbanidade de outro pensador e escritor apaixonado pela sabedoria e a justiça, e que foi amigo de Antero de Quental, Manuel d'Arriaga, um espiritualista e utopista presidente da República. Bons tempos de qualidade política... Não esmoreçamos, não desistamos, há uma tradição espiritual portuguesa, há uma philosophia perenis, um corpo místico da Humanidade, que conta connosco...

Extracto do longo e genial poema dedicado ao presidente da República  Manuel d'Arriaga, seu companheiro em Coimbra, e a sua mulher Lucrécia:
«Estrela dupla sois- a Sírio em candidesa.-
(Há lucernas assim no azul da imensidade)
Deslumbram a retina em sua esplendidesa,
Constituem faróis da culta humanidade.»