domingo, 14 de dezembro de 2014

Jardim Botânico de Lisboa e suas maravilhas, das árvores às dríades. Do Espírito na Matéria.

A alameda que conduz ao paradisíaco Jardim Botânico... Ao fundo, fundo,  podemos imaginar a miragem do Paradesa...
Uma das árvores mais antigas e úteis, o Ginko Biloba, desfaz-se outonalmente em folhas amarelas que trazem o sol até aos nossos olhos (e fazem bem, em chá), pés e almas...
Elegante, esguia, abrindo braços e asas para o céu, em fraternidade com o ambiente, que dríade a habita?
Duas jovens peregrinam expressamente até ao Ginko Biloba
Do forte tronco, as conhecidas folhas emergem, dando um ar da sua graça ou quem sabe sinalizando um ponto energético ou consciencial mais importante para o contacto com o seu ser...
Uma só rosa resistente ergue o seu perfume aos pés de um mestre botânico...
A róseacruz no Outono floresce, ou sempre no Fiel do Amor...
Patos coloridos, um par, prontos a mais uma dança aquática amorosa, relaxante ou criativa...
A velha escola Politécnica, onde tantos cientistas passaram e trabalharam, com as janelas desejosas de serem mais abertas para as fragrâncias inspiradoras do Jardim mágico, supra-temporal.
Dos espíritos das velhas árvores abatidas até ao altos pináculos ensoleirados, a unidade perpassa...
Lembranças do Oriente ondulam ao vento solar. inflamando-nos pelo Sol Divino, pelo brilho maior da Divindade interior...
Cascatas de luzes coloridas derramam-se e entrevêem-se subita e extaticamente...
Um Acer ou Momoji do Japão estende as suas folhas pentagonais lembrando-nos que também somos estrelas de cinco pontas..
Ligações entre o céu e a terra poderosas, umas folhas que se desprendem, outras que se conservam perenemente...
Tronco fortes. musgosos, onde assentamos a cabeça e deitados comungamos com a terra e o céu, ou da união dos dois...
Uma das mais belas entradas no mundo do maravilhamento, as cores fabulosas do Outono oferecem-se de tal modo que entram na nossa aura e inflamam-na na gratidão e amor ao Ser Divino
Palmeiras que se erguem e resistem a tudo, alimentando-se e banhando-se no cor de rosa celestial...
Há ramos que descem dos troncos como braços que se oferecem ou que nos partilham as cores, raios e inspirações do pôr do sol diário...
Os ventos tingidos de violeta, as danças dos elementais e dos ramos, o canto dos pássaros, tudo se move harmoniosamente...
Por vezes de frestas inesperadas do bosque chegam-nos raios de luz que  ultrapassam todos os enquadramentos e chegam até aos nossos corações, ou mesmo a este espaço branco virtual...
Arbustos, troncos, copas, espíritos da Natureza e nós, todos oramos ao pôr do Sol, que por vezes se alonga maravilhosamente...
Os momentos últimos do pôr do Sol são por vezes verdadeiras epifânias ou desvendações do Divino, e de uma forma muito acessível ou sensível as cores que tingem os nossos olhos e auras marejam-nos de algumas gotas do Oceano Divino do Amor...
A noite vai caindo e as árvores recuperam a sua cor verde antes de caírem na obscuridade nocturna em que tudo se funde no grande abraço universal...
Uma fada, leve, suave, delicada, dançante, planante, pressente-se...
O tempo vai esculpindo os troncos abatidos e formas milenárias afloram de um inconsciente colectivo que anões e duendes bem gostam de trabalhar ou então apenas habitar...
A fada mais bela e evidente talvez se desvende depois a ter abraçado na árvore e sentido mais plenamente..
Fada ou Faia de cobre, quase de cobra ou serpe verde, que se ergue, tal como algumas almas bem conhecem..
Faia de cobre purpúrea é o seu nome, e talvez sejam as folhas que chorando a sua efémera condição criam uma aura purpúrea no chão e que ao pisarmos nos projecta para a aceitação dos ciclos da vida, morte e  renascimento, e assim destilamos em nosso ser em vida terrena ainda o elixir da imortalidade...
A copa da Faia fada, da sua luminosidade tão intensa quão subtil, mesmo no crepúsculo brilha e extasia-nos...
De coroas tecidas naturalmente ornamos as cabeças dos seres que mais amamos e assim as árvores amam os que as amam, mormente as  faias e suas fadas...
Noite caída, prestes a fecharem-se os portões, partimos lançando os últimos olhares sobre os que ficam para trás e a enorme árvore da borracha, um grande ser, olha-nos calmamente na sua centenária longevidade e maturidade...
Se focarmo-nos mais nela há um desfocar que realça as suas particularidades formas subtis...
E vai-se metamorfoseando num ser elemental, numa dríade de energias fluidicas...
E emerge claramente o espírito da natureza dela e partimos mais expandidos no nosso corpo energético e luminoso... 
Até à próxima, digo-lhe, e ela responde: - Vem, vem...

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