Da Estrela que guia os Magos da Pérsia ou do Oriente... |
Vai realizar-se um seminário ou curso de Iniciação ao caminho Esotérico e Espiritual de Fernando Pessoa no Espaço Salitre-Amaro, em Lisboa, no Sábado, 4 de Fevereiro, orientado por Pedro Teixeira da Mota. No fim está previsto, se houver inscrições, um jantar no tão pessoano Martinho da Arcada...
Inscrições em espacosalitre@sapo.pt ou pelo telefone da Prof. Alexandra Belo Marques: 917203960
Programa geral:
�O contexto da época. A Tradição Espiritual Portuguesa.
�O génio inato e as primeiras influências, leituras, escritos e colaborações.
�Os conhecimentos e especulações sobre as Religiões, os Mistérios, as Ciências Ocultas.
�O Ocultismo e o Esoterismo na revista e no grupo de colaboradores da Orpheu
� O Esoterismo dos heterónimos.
�As Ciências Ocultas e o Esoterismo, os seus estudos, escritos e experiências.
�A evolução psico-espiritual de Fernando Pessoa: da Filosofia e da Moral às Regras de Vida e condições de Iniciação. Do Paganismo ao Gnosticismo iniciático.
�A Grande Alma Portuguesa. Movimentos e Ordens. V Império. Templarismo. Missão.
�A Mensagem.
�A polémica sobre a proibição das Associações Secretas.
�Os textos mais espirituais de Fernando Pessoa, biográficos e iniciáticos.
� Meditações segundo os ensinamentos espirituais de Fernando Pessoa.
Bela edição ilustrada da Mensagem que co-prefaciei com Anabela Rita, da Prelo Editora, do amigo Zé Maria Roumier (muita luz e amor na sua alma!),
Um dos textos que aprofundaremos será a famosa carta à tia Anica, irmã de sua mãe, e com quem se dava melhor animicamente, de 24-VII-1916. E extraímos esta parte:
«Começo a ter aquilo a que os ocultistas chamam «a visão astral», e também a chamada «visão etérica». Tudo isto está muito em princípio, mas não admite dúvidas. É tudo, por enquanto, imperfeito e em certos momentos só, mas nesses momentos existe.
Há momentos, por exemplo, em que tenho perfeitamente alvoradas de «visão etérica» — em que vejo a «aura magnética» de algumas pessoas, e, sobretudo, a minha ao espelho e, no escuro, irradiando-me das mãos. Não é alucinação porque o que eu vejo outros vêem-no, pelo menos, um outro, com qualidades destas mais desenvolvidas. Cheguei, num momento feliz de visão etérica, a ver na Brasileira do Rossio, de manhã, as costelas de um indivíduo através do fato e da pele. Isto é que é a visão etérica em seu pleno grau. Chegarei eu a tê-la realmente, isto é, mais nítida e sempre que
quiser?
A «visão astral» está muito imperfeita. Mas às vezes, de noite, fecho os olhos e há uma sucessão de pequenos quadros, muito rápidos, muito nítidos (tão nítidos como qualquer cousa do mundo exterior). Há figuras estranhas, desenhos, sinais simbólicos, números (também já tenho visto números), etc.»
Outro texto valioso é um dos mais luminosos a aflorar na sua famosa “produção doentia”, como chamou ao Livro do Desassossego, o qual ainda assim contém algumas revelações dissipando as visões e descrições tão lúcidas quão por vezes tão cinzentas, melancólicas e depressivas que o caracterizam, tal como quando Bernardo Soares-Fernando Pessoa escreve ou regista «não saber de si é viver. Saber mal de si é pensar. Saber de si, de repente, como neste momento lustral, é ter subitamente a noção da mónada íntima, da palavra mágica da alma».
Sem comentários:
Enviar um comentário