Acerca da evolução da Humanidade e do desenvolvimento intuitivo.
Neste século XXI, em que a evolução da Humanidade se encontra, como é costume, pressionada por diversas forças, cada vez mais poderosas e exigentes, e basta ver como a alta finança mundial explora miseravelmente muitos povos e milhões de seres, para não falarmos do imperialismo Ocidental no Médio Oriente, há que sabermos resistir a elas e simultaneamente desenvolver as qualidades próprias e mais nobres do ser humano: a sua criatividade e sabedoria, a fraternidade e o amor.
Podemos mesmo dizer que as qualidades intuitivas e espirituais estão a desabrochar naturalmente na evolução da humanidade, na passagem do ser sentiente, perceptivo e racional para um estado em que a libertação em relação a muitos mitos, crenças e ilusões, e a integração maior do corpo e cérebro com o eu espiritual, gera na alma ou psique por vezes capacidades, fenómenos ou manifestações que, apesar da sua excepcionalidade, devem ser assumidos sem medos, sem comercializações, sem perdas da unidade de consciência.
Estamos todos interligados num campo unificado de energia-informação e é a intensificação da sensibilidade da nossa consciência que captará mais informação através de modos supra-sensíveis e de supra-racionalidade analítica, os quais a ciência moderna mais avançada, isto é, a um nível ou entendimento quântico, consegue compreender, estudar ou acolher designando tal, por exemplo, como o emaranhamento das mentes (conforme Dean Radin), ou o Campo unificado de informação cósmica e os seres mais sensitivos a ela. Mas já na Antiguidade o conceito de Anima Mundi, a Alma do Mundo, cobria estes aspectos ainda que não detalhados ou precisos em termos quânticos, embora o mundo das partículas de energia já lhes fosse conhecido.
As pessoas mais sensíveis e psíquicas, muitas das quais naturalmente mulheres, tornam-se assim actrizes ou palco de manifestações inusitadas de poderes psíquicos os quais frequentemente são tratados como distúrbios e sujeitas a medicamentos, dos quais podem ficar , quando o acolhimento compreensivo de tais capacidades e a sua orientação criativa e harmoniosa faria florescer a personalidade rumo a uma integração espiritual maior ou mais elevada, pois tais pessoas têm uma sensibilidade consciencial mais vasta ou mais profunda, uma comunhão maior com o Campo unitário de energia informação consciência, donde esse brotar maior de fontes de energia ou informação, algumas certamente disruptivas, nomeadamente as involuntárias, ou mesmo derivadas da actuação de forças ou seres exteriores, que por vezes certas leituras, exercícios, grupos ou seitas provocam desequilibrdamente. Pelo que teremos de discernir muito bem o que está a desequilibrar e a desestruturar a personalidade, é o que é natural e harmonioso ou mesmo o que é uma graça ou um carisma, instrumento evolutivo e benfazejo para a Humanidade...
Há que sabermos ser mestres de nós próprios, ligando-nos ao Espírito, num modo de vida harmonioso ou justo, e estarmos atentos às meditações, aos sonhos, às telepatias, aos pressentimentos e intuições, compreendendo-se que vivendo nós num Oceano de energias-informação-consciência universal, com múltiplos planos ou realidades, por certas afinidades, merecimentos ou aspirações, seja com pessoas, assuntos ou coisas, será natural conseguimos intensificar com originalidade descobertas, no grande diálogo evolutivo sábio e amoroso da Humanidade com o Cosmos e a sua Fonte, o qual se quer mais profundo e luminoso, harmonizador e libertador.
Perguntar-se-á: Mas como poderemos desenvolver mais a intuição, como sairmos de um estado geral de pensamento tão horizontal e limitado para um estado em que brotem mais as intuições do futuro, do interior dos seres e das coisas, do que é mais apropriado ou acertado para nós, dos mundos e seres espirituais e divinos?
Certamente por um modo de vida mais justo e harmonioso com os seres humanos, com os ritmos e leis da Natureza, e que se torne luminoso pelas consciencializações e práticas que trabalhem a fluidez de circulação das energias e informações entre o campo unificado cósmico, e os seus seres e arquétipos, e o nosso ser, nomeadamente na visão e auto-consciencialização espiritual.
Práticas como movimentos e respirações mais conscientes, escrita e pintura mais atenta e receptiva, meditação e contemplação e estar o mais atento e desperto a cada momento, o que Erasmo, numa linha tradicional cristã, chamava de oração incessante.
O discernimento de símbolos e arquétipos no que nos rodeia facilita o nosso acesso aos planos subtis e espirituais que envolvem a Humanidade e logo a intuirmos e acolhermos energias e informações desses planos...
A oração diária às linhas de força espirituais ou divinas que nos são mais afins ou amadas deve ser praticada, com momentos seja de movimentação dos braços, posturas e danças seja de pleno silêncio receptivo para que sejamos harmonizados pelo alto e para que eventualmente as intuições mentais ou clarividentes aconteçam.
A concentração do pensamento em certos seres, assuntos, símbolos, formas geométricas, mandalas, sons, permite tanto uma intensificação vibratória como uma capacidade de atrair resposta do Campo unificado de consciência e dos seus particulares psicomorfismos ou, se quisermos, campos mórficos, como Rupert Sheldrake tem estudado, invocados mais especificamente pela concentração-meditação.
Também como a consciencialização espiritual trabalha com níveis ou planos subtis, de certo modo ela aproxima-nos do Infinito em que todos temos o nosso ser, pelo que ela acede, sobretudo clarividentemente, à quarta dimensão na qual a profundidade e a unificação do dentro e fora brilham e na qual a noção de tempo e espaço é bem menos rígida e portanto intuições desvendantes se nos oferecem.
Fundamental então mais momentos de sintonização vertical, interior e de harmonização do psicosoma para que o psico espiritual universal nos inspire e ilumine...