quarta-feira, 29 de novembro de 2017

Endovélico. O mistério, os ensinamentos, a perenidade na Tradição Espiritual de Portugal.

         Aproximações aos mistérios de Endovélico e do seu santuário, culto e ensinamentos.

Gravação de um satsang ou discurso espiritual na demanda de verdade em ou acerca de Endovelicus, pronunciado na manhã de 29-XI-2017, umas horas antes da mesa redonda, com Filomena Barata, Amílcar Guerra e Mário Soares, a realizar na Comuna de Teatro de Lisboa, organizada pelo "Codex: Chaves da História", da Sandra Barros Simões, Luís Resina e Henrique Caetano. Gravação destinada a quem não poderá participar e igualmente oferecida à demanda de verdade quanto aos mistérios de Endovélico e da sua inserção na Tradição Espiritual Portuguesa...
Seguem-se algumas imagens de Endovélico e do que nos chegou de monumentos do seu culto, obtidas no Museu Nacional de Arqueologia, ao Jerónimos, a antecederem a ligação ao vídeo. Gravei ainda um 2º vídeo, de 15 minutos, sobre as eventuais questões que seria bom conseguirmos clarificar, tendo em conta em especial a presença de Amílcar Guerra, provavelmente o arqueólogo mais conhecedor, e em trabalho de campo,  do culto de Endovélico...
Alma consagrada oferecendo o vinho do amor e a ave da liberdade espiritual
Uma das aras mais belas, com todas as faces do fuste trabalhadas com palma, coroa de louro e javali, e a menção de ser oferecida por Marcus Fannius Augurinus, para que o Deus Endovélico lhe seja propício... Assim seja...
Uma Cariátide, em meio corpo, esvoaçante no vento da beleza e da sacralidade, ainda hoje unindo a Terra e o Céu ou os mundos espirituais e divinos...
Uma das epígrafes mais valiosas: uma consagração pelo cavaleiro romano Sextus Cocceius Craterus Honorius, perenizando certa caracterização de Endovélico: subtilmente presentíssimo e excelentíssimo, no fazer bem, no satisfazer...
Oferecer do coração
O oferecer, o sacrificar a bola ou brinquedo da criança que é iniciada na juventude e ao divino se consagra
Anamnese sobre as energias anímicas que ergueram ao céu e à Divindade estas aras, pedestais e fragmentos do provável hino mântico e mantrico entoado na época no santuário...

Numen
Palma da perenidade, sempre viva ou verde, comunhão eterna...
Oráculo e graças recebido das profundezas avernais: sonho, visão ou audição espiritual...

Endovelicus sorridente e benigno...

                          

sexta-feira, 24 de novembro de 2017

Os melhores e últimos sonetos, espiritualmente, de Antero de Quental, comentados. Com vídeo.

Suportando nas mãos a edição organizada, prefaciada e anotada por António Sérgio dos Sonetos de Antero de Quental, de 1956, li algumas das suas palavras preliminares, apresentei a ordenação e a divisão em oito ciclos que António Sérgio fez em contra-corrente a todos os comentadores e, em dois vídeos, li e comentei os melhores sonetos, dum ponto de vista espiritual e actual. 
No 1º vídeo, ou 1ª parte, li alguns dos sonetos dos últimos ciclos: do sétimo ciclo (Metafisica) e do oitavo (Da voz interior e do Amor puro, sempiterno), realçando então os momentos mais luminosos ou fulgurantes deles, tal como no soneto Ad Amicos o maravilhoso terceto:
"Filhos do Amor, nossa alma é como um hino
À luz, à liberdade, ao bem fecundo,
Prece e clamor dum pressentir divino;"

Ou do soneto Com os Mortos, os dois tercetos finais:
"Mas se paro um momento, se consigo
Fechar os olhos, sinto-os a meu lado
De novo, esses que amei: vivem comigo,

Vejo-os, ouço-os e ouvem-me também,
Juntos no antigo amor, no amor sagrado,
Na comunhão ideal do eterno Bem."

Numa segunda parte e 2º vídeo, li e comentei alguns do quinto ciclo (Da Morte), em especial os seis sonetos do Elogio da Morte (já publicados em 1875 na Revista Ocidental e cada um com o seu título),  o qual muito significativamente leva como epígrafe inicial o mantra Morrer é ser iniciado, invocado e bem "ocultizado" também por Fernando Pessoa no seu famoso poema a Iniciação, tendo-o muito certamente recebido de Antero de Quental, embora Joaquim de Araújo  tivesse sido sentido e dedilhado tal mantra no seu belo poema (e livrinho) à morte do seu amigo e mestre Antero de Quental, em 1891, na aura do momento trágico, como pode ler em:  https://pedroteixeiradamota.blogspot.com/2017/09/na-morte-de-antero-joaquim-de-araujo.html
Ora este mantra ou frase poderosa de auto-conhecimento é por António Sérgio localizada também em  Ernesto Havet, transcrevendo-a, embora confesse que não consegue compreender a razão de ser dela no poema de Antero de Quental. Todavia, ela está no último dos seis sonetos, quando Antero afirma o seu destemor perante a morte e o não-ser: «minha alma humilde, mas robusta/ entra crente em teu átrio funerário»..., terminando com o «Talvez seja pecado procurar-te, Mas não sonhar contigo e adorar-te,/ Não-ser, que és o Ser único absoluto». Ora este Ser e não-Ser tanto pode ser lido negativamente como positivamente, e alguma indicação foi dada até numa citação que António Sérgio faz de uma carta de Antero a João de Deus: «Deus, ou é nada, ou é a plenitude do Ser, o Absoluto, a Perfeição».
Este quinto ciclo "Da Morte" termina com o famoso e belo poema Mors-Amor, no qual Antero vê e ouve um negro corcel «que cruzou  regiões sagradas e terríveis»,  com um cavaleiro de expressão potente que «cavalga a fera estranha sem temor:/ E o corcel negro diz: «Eu sou a Morte!»/ Responde o cavaleiro: «Eu sou o Amor!». Compreende-se então que Antero Quental tenha dito em cartas que escrevera estes sonetos sem pessimismo nem tristeza, e que sentia que transmitia uma filosofia «confortativa idealista», o Amor triunfando da morte, sem dúvida uma batalha para todos nós a todo o momento, face a todos os tipos de morte que nos ameaçam...
Do sexto ciclo "Pensamento de Deus", referi alguns aspectos da  crítica de Antero às limitações do Cristianismo, patentes nos sonetos e em cartas, lendo também as leituras ético-espirituais que António Sérgio fez corroborando Antero  e passei por fim para o último soneto do oitavo e último ciclo, na ordenação de António Sérgio, o intitulado Solemnia Verba, que transcrevemos:
«Disse ao meu coração: Olha por quantos
Caminhos vãos andámos! Considera
Agora, desta altura fria e austera,
Os ermos que regaram nossos prantos...

Pó e cinzas, onde houve flor e encantos!
E noite, onde foi luz de Primavera!
Olha a teus pés o Mundo e desespera,
Semeador de sombras e quebrantos!»

Porém o coração, feito valente
Na escola da tortura repetida,
E no uso do penar tornado crente,

Respondeu: Desta altura vejo o Amor!
Viver não foi em vão, se é isto a vida,
Nem foi de mais o desengano e a dor.» 
 
Possamos nós despertar e estar sempre em Amor, embora certamente ondulando, harmonizando tal fogo divino com o momento e a actualidade. Corajosamente, na Verdade, na Divindade...
 
1ª parte ou vídeo está aberto neste artigo do blogue.
Da 2ª parte deixo a ligação: https://www.youtube.com/watch?v=VMdOQdDfoYg
                             

segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Herdade do Freixo do Meio, 6º Encontro d'Outono, 12 Novembro de 2017. Imagens, sobreiros e pessoas.

Realizou-se na graça da Natureza harmoniosa no Domingo 12 de Novembro de 2017 na Herdade do Freixo do Meio, não longe de Montemor, mais um encontro de convívio Outonal, o 6º, com os burros, as árvores (em especial os sobreiros), as pessoas, as comidas, e os cogumelos, este ano  bastante raros pelas lastimáveis razões que todos sabemos. Mas não houve incêndios nesta região, pois os eucaliptos não existem e a agricultura é amada nesta grande herdade cultivada de modo biológico e em muitos aspectos exemplar, orientada de modo cooperativo pelo Alfredo Cunhal Sendim e os seus, a quem agradecemos mais esta bela jornada...
       Algumas imagens do encontro: 
                                                          Regressemos aos ritmos naturais
Embora cada um virado para o seu lado, trabalha-se em equipa...
Nossos irmãos meigos...
Árvores sagradas, mães, mestres...

Da espiral e do entrelaçamento ascendente na natureza e em nós...
Oliveira multicntenária

Espíritos da Natureza que bramem por vezes...

O Alfredo com uma parte do mundo às costas, mas de modo leve, ou não fosse ele um amigo de S. Francisco de Assis e de Agostinho da Silva, e um adepto do Espírito santo entre nós...
 

Duendes que nos espreitam...
Dos conúbios entre as pedras e as árvores
Dos tamanhos dos seres e das suas auras subtis, e do Amor que deveria ser mais vivido entre todos
 

Tanta energia serpentina e espíritos da Natureza crepitando do mundo etérico para o nosso olhar e fotografia
 

A casca da árvore  e a pele humana e do animal ao serem acariciadas, amadas, harmonizam os seus seres...
Ligarmos a terra e o céu mais incessantemente, tal como as árvores, é orar, amar, ajudar, partilhar...
Seres muito calmos, terapias naturais livres...
A Isabel sintonizando, orando, harmonizando-se comunicando...
 
Um sábio discreto...
Perfil de duende trabalhado nos fungos esverdeados-amarelados
Camadas, níveis da casca, pele ou aura...
Folhas crepitando de luz, calor e amor que do Sol chegam a elas e a nós...
Árvores, eixos dos mundos
Espíritos da natureza que nos sorriem...
Conjunções de forças e seres: onde 2 ou 3 se reúnem sob ou em busca da Verdade, a Luz e o Amor estarão presentes...
Água, Chuva, Oremos...
 

Uma dríade bem disposta sorri-nos. Olá...
Água, poço, canavial, arvoredo, agricultura, oásis...

As novas estufas, bem maiores e com boas combinações de aromáticas e flores com os legumes...

Cavalo lusitano
 
                       
Brincar com a água, lavar a aura no azul e branco...
 
                                     
Os passeios com os cavalos são sempre apreciados pela petizada...
Amor, mãos e corações abertos e ultrapassando as barreiras, aproximando da Unidade Divina...