Em 1º lugar podemos consciencializar-nos da nossa situação corporal, e temos a consciência postural, corporal e vertebral: se está mais ou menos alinhada, direita, tensa ou descontraída, com problemas ou dores aqui ou acolá, podendo mesmo acontecer descontrairmos ou harmonizarmos pela consciência e respiração tais zonas.
Em 2º lugar temos a consciência respiratória: ou seja, sobre a respiração lançamos ou deixamos cair a nossa consciência ou consciencialização (num ver e sentir interior) e observamos, concentramos-nos nela e desfrutamos dos seus efeitos benéficos mais acentuadamente, que vão desaguando na energetização global e na diminuição dos pensamentos dispersivos que em geral ocupam a mente...
Em 3º lugar passamos para a consciencialização energética e vibratória: sentimos o nosso corpo a vibrar, sentirmos-nos mesmo num corpo subtil vibratório.
Em 4º lugar, começamos a observar melhor os pensamentos, ou mesmo a sentir ou até ver as imagens vivas que estão em nós e à nossa volta, mais ou menos provenientes de pensamentos, emoções, desejos, em suma caminhos reais ou fantasiosos, nossos e dos outros. São de certo modo os planos astrais e psíquicos, evanescentes, mutáveis, e nos quais não nos devemos deter demasiado, se não para desanuviar e dissolver, de modo a prosseguirmos pondo mais a consciência, o olhar interior e a alma no mundo espiritual e divino...
Em 5º lugar começamos a ter mais presente a consciência da auto-consciência, ou seja, ao estarmos conscientes de nós próprios, num corpo físico, utilizando um cérebro e uma alma, com os seus órgãos de percepção que estão mais ou menos harmonizados, começamos a sentir a consciência pura em nós e a intuir o mundo espiritual, a consciência infinita ou divina que perpassa por nós, e começamos a desfrutar a sua paz clarividente..
E tal como sabemos que as redes neuronais se desenvolvem com o exercício mental a que as submetemos, assim também a luminosidade do nosso ser ou os órgãos de percepção e irradiação da nossa entidade espiritual, chamados chakras em sânscrito, ou rodas de energia, se desenvolvem ou harmonizam nestes momentos de maior auto-consciência e ligação divina...
Quais as melhores práticas de trabalharmos e desenvolvermos tanto o nosso ser espiritual como os seus órgãos de percepção e comunicação, tanto mais que os vamos utilizar ou depender deles com a saída do corpo físico na morte, é então uma questão importante e em grande parte a Religião deve facultar e estimular tal despertar interno psico-espiritual...
E assim com o tempo, quando fechamos os olhos e meditamos ou oramos, por vezes conseguimos logo sentir a sua Graça, isto é, a Sua presença no nosso peito, ou o Seu omnipresente espírito harmonizando-nos. Ou podemos sentir um dos órgãos espirituais a trabalhar, o coração, com a abertura, invocação, adoração, amor e por fim certa unificação e irradiação divina...
Podemos avançar então mais para o mistério do divino e em especial de Deus em nós. Donde vem a presença de Deus, ou de onde emanam os seus eflúvios? Do Cosmos infinito, do centro do Sol, do centro do Cosmos, do mais íntimo de nós? Não será a simultaneidade, a instantaneidade, a plenitude que melhor o caracterizam, mas só no nosso mais íntimo vivenciável?
Como podemos aumentar a receptividade a Deus, para além de levarmos um modo de viva harmonioso, justo, puro, elevado? Que aspiração e chama de amor acesa são necessárias em nós?
As nossas utilizações dos pensamentos e sentimentos e as nossas práticas espirituais poderão levar a quantificações possíveis, de tal forma que podemos dizer que às 11:00 tenho quatro unidades de presença, amor ou luz Divina e que às 12:00 isso aumentou? Sim...
E finalizemos este pequeno escrito saudando e invocando a Divindade enquanto Espírito Primordial, da qual uma imagem material evocadora será o espaço infinito, e que é em nós mais perceptível quando estamos numa frequência mental de consciência não-dual, quando saímos de uma meditação ou de um recolhimento, ou perante um horizonte imenso...
Aprofundar este sentir é certamente uma outra prática importante não só para inspirarmos e expirarmos beneficamente por entre os prédios citadinos, as tensões das sociedades, as opressões e os sofrimentos da Humanidade, mas também para cultuar e trazer mais à dimensão humana a (ou algo da) Unidade cósmica Divina não só salvífica mas também salutar...
Saibamos pois resistir à crise mantendo a nossa ligação vertical com o Divino, fortalecendo o nosso sistema imunitário e desenvolvendo um relacionamento horizontal de compaixão e justiça, amor e sabedoria com os seres que vamos encontrando no Caminho da Vida, presencialmente ou virtualmente...
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