terça-feira, 26 de maio de 2015

Jorge Ferreira de Vasconcelos, um Fiel do Amor: Ensinamentos extraídos da "Aulegrafia" com breve hermenêutica..

Ensinamentos do notável e esforçado cavaleiro e dramaturgo Jorge Ferreira de Vasconcelos (1515-1585), extraídos da sua comédia Aulegrafia. Utilizamos a reimpressão realizada por António A. Machado de Vilhena, em 1968, feita sobre a impressão lisboeta e única conhecida de 1619, embora a obra tenha sido escrita provavelmente na década de 1545 a 1555.
Uma reconstituição de Jorge Ferreira de Vasconcelos a partir das indicações da sua dedicada investigadora Silvina Pereira, e que em Março de 2022 dará à luz a 3ª edição da Aulegrafia,
 
Introdução - «Já entendeis quão preciosa, digna de grande estima, e necessária para o uso da vida e a recriação da alma, é a amizade em que se conserva toda a máquina do mundo»
(Comentário: Do amor como a essência da anima mundi, ou alma do todo e que nos abrange e inspira...)

«O animal mais inimigo do homem é o mesmo outro homem, por o desconhecimento que tem da pureza de seus corações: ca [porque] o bem e o mal conhecesse nas coisas, em que consiste, e o verdadeiro e o falso na alma, em que se encobre.»

«Nenhuma coisa destrói o mundo, como quererem muitos viver pelas leis do estado alheio, e fugir às do próprio...»
(Comentário: Sê tu próprio. Realiza a tua missão, o teu dever ou a tua ordem, Swadharma, na tradição indiana).

«Muito devedor é a seus fados quem emprega bem os pensamentos...»
(Comentário: Vigia e pensa  luminosamente os teus pensamentos, e a vida segui-los-á. Sê artífice do teu bom futuro dando graças por poderes criar ou desenvolver boas energias psíquicas...)

«E portanto forrai-vos para contraminar matantes roncadores, que andam feitos relógios...»
(Comentário: Precaver-se, resistir e lutar contra os inquisidores e repressivos. Visão já futurista, quase da inteligência artificial, de espiões ou das polícias desumanas altamente armadas e mecanizadas..)

«Tenho que o interesse o tem feito covarde, e esses sizos dos bons dá ousadia a ruins para tomarem liberdade em seus excessos, e caírem com eles. Eu não vos louvo ser soberbo, nem vos gabo ser sofrido, por não dar licença a cobardes. Entendo que o muito sofrimento acanha espíritos nobres, e dá fôlego aos fracos...»
(Comentário: Da necessidade de reagir ao mal e não deixar que os ruins cresçam em soberba e repressão...)

"De animoso espírito é seguir coisas altas, e desejar o dificultoso."
(Comentário: Da alma espiritual e de amor em aspiração e luta pelo bem, a amada, a justiça, o espírito, a Divindade...).

"Enxergo-vos sensual, e pesa-me: porque é uma seita de amor muito baixa, e pobre de gostos. Põem todo o seu no efeito breve e para brutos. E chegar ver o fim de nada, é triste sorte: pois é claro que no infinito está o mel, empresas atermadas (com termo brve no tempo] não podem ser gostosas."
(Comentário: Das seitas ou escolas do Amor e dos seus níveis. Não carnalizar excessivamente o amor.)

"Contemplando recebem os Espíritos contínuo contentamento contentando os desejos no que cuidam. E como as coisas segundo mais ou menos estão juntas [ou unificadas] da alma, assim lhe imprimem os seus bons ou maus efeitos. O pensamento que reside nela faz ver muito melhor com os olhos do entendimento a quem ama. (…) Mas a contemplação forra destes desaires em ausência, vos faz vente (ver) o que imaginais: o como, entende-o quem o sente. São segredos do amor, que se alcançam por graus de afeição..."
(Comentário. Das forças anímicas que são unificadas pelo ser espiritual na contemplação amorosa e como há graus de afeição secretos, íntimos.)

«Hisopo [Esopo] perguntado que fazia Júpiter [Deus máximo e óptimo], respondeu: abaixa altos, e levanta baixos.»
(Comentário: Do espírito divino da justiça e como tal se manifesta nos cavaleiros andantes...)

«Poucas vezes se viu mal, que não seja aviso de maior bem. … Nada deve esperar-se ou desesperar-se, sem experimentar ventura. Não vos deis ao sofrimento, que vos tolha buscar remédio: Nas coisas duvidosas vale muito o bom conselho, e ousadia, nada vo-la faça perder: que do mal que homem teme, desse morre. Sem perigo não se faz façanha."
(Comentário: Aborrecer o mal, suportando-o, ultrapassando-o, transmutando-o, ousando...)

"Formosura é pedra de cevar corações humanos: e amor um desejo do que bem parece, daqui se move nossa razão, vista e ouvidos, e se deleita: deleitando rouba, e roubando inflama: e quanto mais claro juízo, tanto mais se afeiçoa ao que lhe parece bem.»
(Comentário: Elogio do amor que rapta ou extasia e em que razão e coração estão despertos e em sinergia activa.)

"O tempo, porém, por mais tirano que ande de verdade, nunca pode tirar o preço ao bom: e sabei que contentamentos próprios, quando forem justificados, são gostos que regem a alma, e seguram o porto; triunfos injustos, e de má plumagem, por mais que reluzem, lá têm sempre o seu bicho que desassossega altamente o espírito.»
 (Comentário: Nada como se ter boa consciência, a de que pelo nosso trabalho fizemos o bem com meios justos, ao contrário dos que trapaceiam e roubam e depois sofrerão  a inquietação de que a verdade seja revelado.)

«Bem se mostra nisto como todas nossas diligências e imaginações são vento se lhe Deus não assopra. Donde tinha razão Sócrates, dizendo que não se devia pedir a Deus, salvo simplesmente [o] bem, zombando dos votos humanos, que mostram querer ensinar a Deus o que nos cumpre, sendo só ele o sabedor do bom, e repartidor do melhor: por o que, quando do Céu está ordenado, na mente Divina, o contrário do nosso desejo; por demais é pretendê-lo. Por isso siso, e regra infalível é entregar à vontade de Deus. Ter o cuidado de cipilhar a alma, conforme ao que manda a Lei que professamos. Tomar o leme do honesto trabalho, e deixar o cuidado da viagem a quem tem a cargo, e manda a nau.»
(Comentário: Jorge Ferreira de Vasconcelos, cavaleiro do Amor, amigo espiritual de Erasmo, aqui em ressonâncias das mesmas verdades que circulavam na república das Letras: que não seja o nosso ego a querer isto e aquilo mas que saibamos intuir e cumprir a vontdade divina ou do bem e do amor.)
"Na boca do cavaleiro não deve haver vituperar seu inimigo, e deve sempre defender o nome das mulheres, como faziam os da Távola Redonda, antes louvá-las, e tratar do próprio e não desfazer do alheio. E, então, como dizia o outro, chame-se Alexandre deus: quero dizer, tenha-se cada um na conta em que quiser e lá se avenha com sua vaidade, que se não é prejudicial, pode ser proveitosa...»
(Comentário: Dos esforçados cavaleiros andantes, cuidadosos no maldizer e sempre prontos a defender as mulheres, e pouco intromissivos nas vidas dos outros, algo que no séc. XXI da internet e das redes sociais se torna bem difícil)

"Como se converte a necessidade em razão. Assim nas adversidades é mais eficaz remédio a necessidade que a razão. A discrição consiste em saber sofrer com animo, o que nos sucede contra nossa esperança, e gosto, esperando sempre socorro Divino, que nunca faltou aos bons, e que o bem pedem, e aplicar nosso espírito ao sofrimento, e remédio, pois Deus nos deu razão, e virtude, e juntamente ânimo, para podermos desviar, e vencer todo o movimento, e tempestade adversa, e senhorear nossos sentidos, e apetites: e portanto ganhai-vos a vós: Cá não é bom, nem cumpre ser sempre um em todo o tempo, [pois] a idade, o lugar, ocasião e sucesso requerem sua vez. Perdoa-se o passar pelos vícios, mas querer estar neles, é torpíssimo: os homens hão-de viver da razão pois por ela se diferenciam das bestas, que vão após seu apetite.»
(Comentário: Da prudência e da resistência face às adversidades. Do controle dos apetites  pela razão que discerne as normas e limites que se devem aplicar aos seus actos)

"O estado acanhado abate o saber"

"A grandeza do ânimo faz possível impossibilidades"

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Eis um pequeno contributo introdutório ao colóquio Internacional "Jorge Ferreira de Vasconcelos: Um homem do Renascimento", Fundação Calouste Gulbenkian, 28 e 29 de Maio de 2015. Entrada livre, prévia inscrição. Participarei.
Mais informação: http://vcentenariojfv.weebly.com/

                                             

sábado, 23 de maio de 2015

Manifestação contra a Monsanto, a Bayer e o TTIP. Lisboa, 2015

Manifestação contra a Monsanto, a Bayer e o TTIP, ou Tratado Transatlântico, 23/5/2105 Lisboa.
                                         
                             "Venha a nós o vosso reino, biológico e orgânico, Pai Nosso, Mãe Terra"
                                         
                                           A qualidade e a independência alimentar em risco na Europa...

Do Largo do Camões rumo ao Rossio, algumas imagens, dos poucos seres despertos, ecológicos e activistas que a nossa população lisboeta, mais interessada em futebol e rock em rio (se ao menos ligassem às Tágides e golfinhos..), proporciona ou gera...
E contudo as criminosas Monsanto,  Bayer, Sygenta esfregam as mãos e enchem os bolsos com os seus pesticidas e herbicidas, sementes geneticamente modificadas e agroquímica, pouco se importanto com os efeitos colaterais na saúde ou nos agricultores e muito menos nas aves e abelhas, cada vez maiz dizimadas...
O Não ao Tratado Transatlântico (TTIP) fez-se ouvir bastante pois, a ser aprovado pelos "corruptíveis" deputados europeus, permitiria a entrada na Europa de toda a agricultura norte-americana e seus alimentos, baseada em hormonas e antibióticos, fertilizantes químicos e pesticidas, daninha à saude mas tão apreciada ou cultivada pelos cultores dos Mac Donalds ou da obesidade...
Assine  no www.nao-ao-ttip.pt , para se chegar aos 2 milhões de assinaturas e proteger assim não só a saúde e a soberania alimentar, como para proteger as sementes e especificidades portuguesas e europeias, prestes a serem inundadas do lixo norte-americano
                                      


Uma das grandes almas desta manifestação, muito conhecedora dos problemas que o Tratado Transatlântico causará às populações europeias se mais uma vez os lobbies das multinacionais agro-químicas e farmacêuticas exercerem as suas pressões sobre os deputados europeus e o lixo modificado norte-americano, e não etiquetado, chegar até nós...
Só dialoguei com ela e com o Álvaro, da Democracia Participativa,  com este mais demoradamente, e companheiro e dialogante dos outros anos...
"Venha a nós o Vosso reino, biológico e orgânico, Pai Nosso, Mãe Terra"

quarta-feira, 20 de maio de 2015

Nuvens, rastos de aviões e pôr do sol, bem colorido, mesmo sublime, em Lisboa.

20 de Maio e as nuvens, rastos de aviões e pôr do sol, bem colorido e sublime, em Lisboa.
Das maravilhosas e misteriosas nuvens, neste caso lisboetas, que nos nos abençoam do nascer ao pôr do sol e que tantas mensagens nos dão, tantas cores, energias e inspirações derramam.
Quem as provoca, quem as sopra, quem as modela, quem as recebe, quem as ama, isso seria um livro imenso. Partilhemos apenas as que neste dia 20 se dignaram honrar-nos com o seu darsham, ou visão, a sua graça. As primeiras quatro são de manhã cedo, cerca das 8 horas, as três do meio, de um par abraçado, são da tarde e, por fim, as muitas do pôr do sol.....

Os tais riscos de escapes de aviões que se vão tornar nuvens e neblinas e que nos surjem misteriosas pois não sabermos de onde vem nem para onde vão estes avioeszinhos ou jactos que circulam fora de todas as rotas comerciais... Chemtrails or not comtrails, that is the question...

Avião a sobrevoar o rio Tejo numa rota jamais usada por aviões comerciais e deixando mais uns rastos químicos suspeitos

Fases iniciais e intermediárias dos rastos químicos dos jactos...

As famosas grelhas, triângulos e quadriculados foram hoje bem visíveis: que raio de rotas são estas que se cruzam a fazer habilidades?

Das nuvens modeladas, quem sabe se um par de silfides ou anjos, ou mesmo uma sincronia ou uma homenagem a uma amizade ou namoro entre dois seres...

Passavam pela janela subtis formas, misteriosos seres enquanto eu ia lendo e anotando uma bela obra quinhentista recheada de cavaleiros animosos, damas gentis e ninfas, centauros e dragões: o "Memorial das Proezas da segunda Távola Redonda", de Jorge Ferreira de Vasconcelos, de 1567, na edição de 1867, a 2ª.

Hipogrifo ou dragão, silfides ou anjos, projecções e modelações subtis de alma

Uma tromba de água-nuvem-rosa a chamar-nos a atenção e a fazer-nos sair de casa e ir ao encontro dela
 
Já na rua, a nuvem mais solta e ampliada ao alto, mas ainda muito cortada pelos prédios vizinhos

Subindo a rua e a colina, eis que uma ruela para o poente nos oferece esta bela visão...

Arcos para e no infinito Amor... Despertêmo-lo mais em nós...

Pontes para o Belo Infinito e que por vezes ligam as pessoas ou os prédios, as almas e os mundos

A ti, a ti, a luz e arco da claridade

Noutra ruela, o velho candeeiro já está acesso, lembrando-nos de acendermos as nossas melhores luzes sempre que seja necessário ou possamos..

Planos sobre planos, cedros da verticalidade e imortalidade apontam o Céu. Como está a tua coluna vertebral e a tua aspiração a Deus?

Aviões normais entram e saem do aeroporto de Lisboa por rotas e corredores muito delimitados e não deixam rastos...

Braços e gavinhas que se estendem para o sol e suas energias

O casario lisboeta vai-se entenebrecedno enquanto os ventos sopram céleres

Fios de ligação, ventos, brisas e comunicações, na Alma Mundi...

Árvores que se agigantam para o Sol e a Lua e que se banham constantemente nas suas tonalidades e energias auricas, e que nos lembram de nos mantermos direitos e ligando a terra e o céu harmoniosamente
Da abundância do vaso do coração falam as palavras e os sentimentos e resulta o que vemos e fazemos...
Mantem então o fogo do teu coração sempre acesso...

quarta-feira, 13 de maio de 2015

"DA ALMA AO ESPÍRITO". Apresentações..

                                                             DA ALMA AO ESPÍRITO                                                                                                                         33 ensaios espirituais.
         No dia 9 de Maio, no Porto, no restaurante SURIBACHI, na rua do Bonfim, pelas 16:30, fiz uma palestra e pré-apresentação da minha última obra, constituída por 33 ensaios, intitulada Da Alma ao Espírito, impressa pelas publicações portuenses Maitreya... 
No dia 15 de Maio acontecerá em Lisboa, no restaurante e centro alternativo Espiral, à Estefânia, a partir das 19:00, no ciclo Espiritualidade nos dias de hoje, uma outra ocasião de falar do conteúdo do livro... 
E a 23 ainda de Maio haverá uma apresentação, dupla pois a investigadora e professora Ana Chora participará, no mítico Martinho da Arcada, em Lisboa, ligando o livro com a alma e o espírito em Fernando Pessoa. 
A 6 de Junho será, finalmente, na Feira do Livro ao Parque Eduardo VII, o lançamento formal, pelas 16 horas...
Estão convidados a participar e coloquiar...
      A excelente capa da autoria da Alice Batista - Produções Cilea, com a sua filha Cristiana Batista, o modelo da alma espiritual...
Títulos dos capítulos....




                  Aspectos da apresentação no restaurante Suribachi.
Com Manuela Morais, a fundadora e directora das edições Tartaruga...
Com a Teresa, antiga aluna das aulas de Agni-Raja Yoga
Algumas das pessoas: em 1º plano a Elisa, antiga aluna das aulas de Agni Raja Yoga, ocultando a Teresa Mester, professora de Yoga
Um sacerdote franciscano que interveio sabiamente...
Margarete Barbosa, professora e artista brasileira, à minha direita, e a Madalena Leal, pintora e professora, também antiga aluna de Yoga. 
Da grande Alma Portuguesa, em terras de Basto.
O Sol é um ser e centro bem forte da Divindade...