domingo, 2 de fevereiro de 2025

Uma carta e um apontamento sobre cartas poéticas. As amizades como manifestação do Amor divino, e o Lume perene da carta poética.

Do lume perene das cartas...

 Uma carta, mais precisamente um aerograma, uma relíquia nos dias de hoje, recebida de Inglaterra, em 1986, do padre Fisher, um amigo da bióloga  Joana Warden, uma senhora polaca de olhos verdes transparentes como a bondade  e espiritualidade da sua alma, pesquisadora na Faculdade de Ciências de Lisboa, no Jardim Botânico, muito dada ao naturismo e à espiritualidade, e que o fizera vir até Portugal para tentar curar uma comum amiga, a Maria Rosa, e conhecer mais pessoas, para isso contribuindo eu organizando no Porto  - no restaurante e centro Suribachi, no Porto, onde ensinava yoga e o caminho espiritual -,  possibilidade de  uma sessão de cura com ele, a que foram as alunas, como anotei no diário, a Teresa, a Zia, a Maria do Carmo, Maria Helena, Elisa enfermeira, Elisa Dantas e Madalena Leal. Ei-la:

                             The Rectory, Shirland. NR Alfreton, Derbshire,
20 June 1986.

      Dear Pedro
     Thank you for your friendship and love whilst I was in Porto those 2 days. Friends are God's way of showing his love to us on this pilgrimage of life.
      I hope you will enjoy your break of project and study and I hope we shall meet again.
      Everyone was glad to see me back and I start to work tomorrow. May God bless you.
                                                                         Fr. Fisher. 

        20  de Junho de 1986
            
Querido Pedro
         Agradeço-lhe pela sua amizade e amor durante os dois dias que estive no Porto. Os amigos são a forma de Deus nos mostrar o seu amor nesta peregrinação da v
ida.
        Espero que apro
veite bem a sua pausa de projeto e estudo e que nos voltemos a encontrar.
        Toda a gente ficou contente por ver-me de volta e começo a trabalhar ama
nhã. Possa Deus abençoá-lo.
                                                              P. Fish
er. 

Já o apontamento sobre cartas foi escritoem 2020, e resultou de ter trabalhado e descrito na leiloeira lisboeta Correio Velho um espólio de correspondência respeitante a João de Deus (8-III-1830 a 11-1-1896) e à sua família, e neste texto refiro a sua filha mais nova Clotilde Rafaela. É um bilhetinho escrito no meio da decifração e descrição, na conjunção auspiciosa de estar a findar a semana de trabalho e de segurar e ler a carta com um poema da jovenzinha Clotilde, nascida em 1882, e que se iniciava com extraordinária delicadeza, sensibilidade e amor, qual andorinha saindo do beiral algarvio do grande poeta e educador João Deus.   

                                  

«As maravilhas da escrita,
quando o amor da sexta-feira,
e fim duma semana de trabalho,
mais nos abençoa,
tocando nas cartas de João de
Deus e das suas filhas, limpando-as
dos fungos do tempo, beijando a
da jovem Clotilde.
E destes amores passados
fazemos o vulcão do nosso coração
explodir para Deus, para
o Sol Primordial Amor.»

                                                                                              17h. 24/7/20. 

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