sábado, 31 de dezembro de 2016

Orar com as nuvens. Do último pôr-do-Sol de 2016 e seus augúrios para 2017.

      
Saber descer com humildade e subir na aspiração, ensina-nos o Sol no coração!
The movement of the Sun appears to us like a teaching of a balanced or harmonious mind and life...
Que perseverança a do Sol, que gratidão a Ele e à Divindade por tanta vida e beleza...
Religions and sacred monuments were projections of the human soul full of awe, wonder and gratitude to the Divine... 
As nuvens, por vezes modeladas pelos espíritos da natureza e os Anjos, fazem a sua última pintura da comunhão solar derradeira de 2016. Quantas vezes soubemos comungar das suas cores, energias e mensagens ao longo do ano e que frutos germinam na nossa aura e inconsciente? 
My heart is bowing and aflame with the Divine Love
Que estejamos mais conscientes do nosso coração espiritual irradiante... 
Entrar no coração do Sol só muito poucos conseguem mas expandir-nos aos céus e rumo a ele já é bom..
Os momentos do nascer e do pôr-do-Sol são verdadeiramente espirituais, mágicos, alquímicos e harmonizam a alma e intensificam as ligações superiores (espirituais e divinas), tão necessárias nos nossos dias de tanta dispersão e manipulação, crises e sofrimento... 
Varandas sobre o Infinito e seus planos coloridos... 
A balcony over the vast expanse of the Sunset energies and colors is a great lighter for our souls 
As reverberações dos actos, das palavras, das meditações elevam-se através dos planos e mundos e ligam a Terra aos planos mais subtis e espirituais. Ou mesmo Divinos...

Aos antepassados, aos grandes seres, à Tradição Espiritual Portuguesa (e a de cada país), aos Anjos e espíritos celestiais, aos Deuses ou faces da Divindade, a nossa profunda gratidão e saudação e pedidos e votos de um novo ano 2017 de muita paz e harmonia, amor e sabedoria... 
Para contemplação de boas ligações espirituais, pintura de Bô Yin Râ.
Contribuamos bem para um 2017 de mais paz e diálogo fraterno e iluminante entre os seres e os povos, em harmonia com a Natureza e o íntimo de cada ser.
Let us work with Love and Wisdom for better states of Mankind and Nature in 2017.

sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

Leonardo Coimbra e o seu "Camões e a Fisionomia Espiritual de Portugal". Ensinamentos sobre a Pátria, a Palavra, a Poesia, o Livro, a Biblioterapia.

Homenagem a Leonardo Coimbra no seu dia de anos... 
Em 1920, no emblemático dia 10 de Junho e a fechar um recheado programa abaixo reproduzido, que empalidece o civismo e a sinceridade patriótica das comemorações de fachada dos últimos anos, Leonardo Coimbra (30-XII-1883 a 2-I-1936) discursou, no seu modo eloquente e ardente, sobre Camões e a Fisionomia Espiritual de Portugal. 
A revista Águia, da qual era co-fundador, já voava alto e douradamente, com nove anos de publicação da 2ª série (1912), e afluira uma multidão ao teatro Águia de Ouro para ouvir a sua palavra flamejante e sugestiva. Quais dos seus discípulos estariam presentes (nomeadamente Sant'Anna Dionísio, com quem tanto dialoguei), que efeitos mais poderosos foram sentidos pelas pessoas e que consequências tiveram só aquele imaginal Livro dos livros Divino nos poderá dizer, mas são raros os que conseguem soletrar, intuir ou sonhar algumas linhas e imagens do que nele está ou estará registado...
Leonardo Coimbra,  contava então com 37 anos mas estava já ciente da nossa incapacidade actual de revertermos o curso do Tempo no Espaço Infinito, e escreveu então um texto que cremos ser, mais do que a base arquitectónica da sua conferência, uma escultura na lava arrefecida do seu discurso.
Como quer que tenha sido a génese do texto, Leonardo Coimbra e os tipógrafos deram à luz uma bela publicação, de que houve duas edições com pequenas diferenças, em 18 ou 14 páginas bem impressas, com o corpo do texto enquadrado em três belas tarjas avermelhadas com motivos florais, escudo de Portugal e cruz da Ordem de Cristo, e que fotografámos e partilhamos na versão da Separata de Camões. 
Este exemplar, consultado e reproduzido, tem a assinatura manuscrita: "A Afonso Guimarães oferece Leonardo Coimbra" e assim a mão quente dele pousou na folha e deixou na sua aura de memória alguns fótões de luz impressionada e registante...
Logo de início do discurso, ou texto, Leonardo enaltece e caracteriza os poetas, sábios e santos que são os descobridores desse continente semi-desconhecido que, vindo do Coração Divino, é conhecimento e memória e do qual nós só temos vislumbres fugazes na apressada existência tão coberta de névoa e mistério, mas que eles trazem mais à manifestação ou fixam melhor na consciência.
Há algumas frases bem profundas e belas:«O Santo é o homem do plano superior voluntariamente dado em sacrifício para que a luz divina, que o consome, guie e exalte os homens à transcendência de uma vida superior. 
O Santo vive, na labareda do momento, o incêndio da eternidade».
Numa visão órfica, ou seja, valorizadora da capacidade reintegradora e psicomórfica da Palavra e do som, na linha que, por exemplo, Bocage tanto sentiu e transmitiu na sua poesia, escreve:«O Santo é o Poeta praticante, as suas canções penetram-lhe e modelam os lábios, são seres vivos caminhando, humildes e amorosos, a cuidar das chagas que, em nós, fizeram as mordeduras da Morte.» 
Que extraordinária compreensão e valorização esta da Palavra, da Poesia e das canções que nos animam...
Como o tema é Camões e Portugal, poderíamos admitir que Leonardo Coimbra realçaria a capacidade de Camões sentir a ligação  da terra portuguesa com planetário mar, numa ânsia de universalidade de comunicação e conhecimento e, na sua intensidade de Fiel do Amor, o seu ir além do lírico e entrar no sublime e no místico unitivo, seja o da tão iniciática ilha dos Amores seja a  dos heróis, manes e santos,  para depois voltar à terra ou a Portugal na justiça e na coragem que melhoram a marcha evolutiva da humanidade. 
Mas não, Leonardo vai-se deixar empolgar pelas obras cuja riqueza é inesgotável nas leituras que se façam e e criacionista no aumento ou crescimento gerado no leitor e que «são fios subtis que prendem o homem aos planos espirituais superiores, são as flechas dardejantes do mistério apontado ao próprio coração humano. 
É neste sentido que há livros revelados e só legíveis na iluminação da própria luz espiritual que os embebe. 
É, neste sentido, que existem bíblias: vivas línguas de fogo, acrisolando o pensamento humano.
A Divina Comédia, D. Quixote, os Evangelhos: outras tantas línguas de fogo ligando a terra com o firmamento».
Leonardo intui e descreve aqui bem a essência e aura, possívelmente até divina, dos livros em geral e não só os religiosos: pode ter havido uma grande descida de Luz no seu autor a qual foi passada pelas palavras. Ou pode apenas desencadeá-la pela sublimidade do tema e
Que ensinamento: o nosso nível angélicou ou de comunhão com o Anjo, alimenta-e, fundamenta-se na elevação evolutiva que conseguirmos realizar abnegadamente...
E acrescenta logo em seguida, talvez numa linha de saudade como desejo de recuperação de algo da omnisciência do Ser e Seio Divino: «No rio do tempo vão fugindo as cousas, os seres, os mundos e o homem.// O Poeta é o seu redentor.// A única redenção é o grande baptismo no divino Oceano da Memória». 
Este Oceano Divino da Memória também teria muito para ser aprofundado e seria bom sabermos melhor se Leonardo referia-se a uma espécie de inconsciente colectivo, a uma Anima Mundi, a um Logos que permitisse a reminiscência e religação ao Oceano ou Seio Divino Original...
Teremos ainda de passar por uma página do discuro consagrada a Cervantes e ao D. Quixote, altamente apreciado como a Bíblia do Ideal, e onde escreve muito bem:«sob esse ponto de vista, todo o esforço para a consciência, que é a própria linha de evolução dos mundos, da vida e do homem, a ciência, a arte e a moral, é uma sedução quixotesca, é o influxo superior que uniu a alma de Cervantes às realidades espirituais transcendentes», antes de entrarmos nas referências invocadoras do génio de Camões e dos Lusíadas.... 
Talvez as ideias e imagens mais interessantes contidas na abordagem camoneana sejam estas: «Portugal encapela-se em ondas, a sua vida comunica-se e de praia a praia é um abraço cingindo o planeta.// A vida do planeta é convivência no infinito, a alma de Camões ligou, pelos fios invisíveis da memória, o Mar, a Pátria à vida espiritual do Universo.// As oitavas dos Lusíadas são eternos estremecimentos de Memória esculpindo no Infinito a fisionomia espiritual da Pátria.// O Homem pertence a vários planos de vida espiritual: é cidadão da sua pátria, membro da sua religião, parcela consciente no Universo.// E cada plano é atravessado pelo esforço do homem-consciência para a conservação e para a memória.»
Leonardo Coimbra tem uma visão do amor da Pátria muito criativa ou criacionista, divinizante mesmo e vai expô-la ou partilhá-la em frases sem dúvida ainda hoje fazendo muito sentido na luta pela diminuição do egoísmo e a melhoria do mundo: «Se o Universo desde o Sábio ao Poeta (e sem que prejulgue o problema do Mal) é convívio, a consciência do homem há-de procurar as relações cósmicas na companhia das consciências mais próximas.
Eis porque o homem, consciência no Infinito, é cidadão na sua Pátria e une a sua voz à voz de seus irmãos para erguer em coro a própria voz da Pátria. E como as almas só crescem pelo sacrifício dos desejos de separatividade que as forças da Morte nelas insinuaram, o amor da Pátria é a primeira e a mais concreta experiência religiosa das almas».
Talvez nos nossos dias este amor da Pátria como experiência religiosa ainda consiga brotar dos diálogos com os pais e professores e dos manuais escolares ou do conteúdo dos computadores para algumas almas infantes, mas receamos que tal esteja a diminuir progressivamente, até por instruções da direcção da União Europeia, escravizada à oligarquia transhumanista-infrahumanista, e a Pátria seja sobretudo sentida à volta do futebol ou de competições internacionais.
Para Leonardo Coimbra era diferente:«O Amor da Pátria será o amor dos homens e das coisas [provavelmente as pedras, as árvores (tão destruídas na actualidade camarária) e os monumentos], encerrando-se em eterno e renovado amor de Deus». 
E passa então a expor a qualidade e a unidade viva dos Lusíadas, começando com uma tirada bem forte a um lugar- comum dos comentadores da obra: «A crítica mais ou menos boticária entreviu nos Lusíadas uma mistura de maravilhoso pagão e do maravilhoso cristão.// É tempo de acabar com tanta incompreensão da obra, de dizer bem alto que uma obra de arte é um ser vivo, uma viva consciência salvando para a Memória o fluxo que transita. Jamais será a mistura de morte e quimeras»...
Destaquemos este grito de Leonardo: «uma obra de arte é um ser vivo» e deixemo-lo ecoar e brotar mais em nós, sentindo tal tanto num cristal de quartzo e num carvalho do Gerês, ou nos Painéis de Nuno Gonçalves e no pórtico sul dos Jerónimos, como no ser com quem trabalhamos ou convivemos fazendo da sua vida a sua obra de arte ou de religação ao Todo.
Passando depois a valorizar as religiões antigas, a harmonia da vida e da clarividência de então com a Natureza e com os seus seres subtis, dirá: «o simbolismo pagão é a grande concepção estética da Natureza e da Vida. As contradições entre o homem e a natureza resumem-se ainda às relações de silêncio e convívio, que o homem encontra e harmoniza na quase tangibilidade dos deuses mal escondidos ainda no seio de uma natureza amiga».
E prossegue com uma descrição repleta de belas expressões (tão fortemente sentimentais no seu poema de amor Adoração), hoje bem invulgares: «O murmúrio da floresta é quase o sopro, repousado e possante, duma respiração imensa; a tremulina de luz, que percorre o ribeiro quando um ruído se ergue do estremecimento do canavial é o próprio corpo da frescura a caminhar; o bulício das selvas multiplicando e fecundando a vida é a própria Vida espalhada e vagabunda juntando-se para crescer; o silêncio pontiluzente, meditativo e severo, da Noite estrelada é a própria serenidade da distância a olhar: sátiros, ninfas, hamadríadas, nereidas, faunos e deuses passeiam por entre os homens...». 
Realcemos esta, tão necessária nos nossos dias, «serenidade da distância a olhar» e a presença dos subtis espíritos da natureza, bem nomeados por Leonardo Coimbra,  que ao olho espiritual por vezes se desvendam e que tanto participam, com os Anjos, nas lendas e na Tradição Cultural e Espiritual Portuguesa...
E depois desta revisitação da Grécia, ainda naturalmente algo clarividente e que Fernando Pessoa ecoará na mesma época quando escreveu "Os deuses não se foram, nós é que os deixámos de ver", Leonardo concluiu, de novo na linha órfica, ou do poder mágico da Palavra proferida harmoniosa e conscientemente, falando do nível ou plano éterico por onde ela se propaga, algo bem estudado pelos Pitagóricos e a Antroposofia, da qual Leonardo Coimbra, Teixeira de Pascoais e Fernando Pessoa tiveram algum conhecimento: «Eis porque não há maravilhoso nem misturas de maravilhoso, há sim uma voz humana que é contemporaneamente estremecimento da alma e do ar, que fulgura, no éter interior e no éter envolvente, a mesma luminosa geometria». 
Certamente que teria sido bem que Leonardo tivesse desenvolvido mais o que ele via como a "luminosa geometria", a que psicomorfismos, a que formas geométricas e ideias-imagens-forças se queria referir mais especificamente. 
E será bom que nós estivéssemos mais conscientes deste nível subtil referido e demandado por Antero de Quental, quando fala do magnetismo e panpsiquismo na carta a Carlos Cirilo Machado, ou por Fernando Pessoa escrevendo como um dos graus da iniciação o conhecimento do lado etérico e divino das coisas.
E prossegue, referindo o grande amor e drama de Inês de Castro e de Pedro, o qual tão "assumido" foi pela Natureza e por Camões e que ainda hoje perdura vivo nas almas e na arte (como na da pintora Maria De Fátima Silva, com uma bela exposição sobre o tema em 2018, e que  agora uma nova mostra, na galeria do ISPA, a inaugurar em  14-II-2019).
«Nos Lusíadas há alegria campesina, boninas, prados e jardins, uma natureza inocente e sem máculas; mas há também águas que são já lágrimas de amor saudoso, há montes e ervinhas que andam a aprender no peito de Inês.// E a paisagem de Coimbra ainda vive hoje a repetir essas lições; na Quinta das Lágrimas ainda hoje, da fonte correm sem descanso, ressoando em eco, os versos desta oitava:
«As filhas do Mondego a morte escura
Longo tempo chorando memoraram;
E por memória eterna, em fonte pura
As lágrimas choradas em fonte transformaram:
O nome lhe puseram, que inda dura
Dos amores de Inês que ali passaram.
Vede que fonte fresca rega as flores,
Que lágrimas são a água e o nome amores».

Em seguida Leonardo entra na missão do poeta, de cada país, mormente de Portugal, e sem dúvida poderemos lembrar-nos de novo de Fernando Pessoa que iniciou a sua actividade literária pública na revista Águia, de Teixeira Pascoais, Jaime Cortesão e Leonardo Coimbra, já que na Mensagem esculpe ou talha também a fisionomia espiritual da Pátria, que muito amou, por diversos modos, por vezes ainda pouco reconhecidos, Fernando Pessoa, cinco anos mais novo que Leonardo e a quem escrevera um dia o seguinte passo: «eu conhecia já de sua obra-base, as grandes qualidades e os (a meu ver) alguns defeitos do seu espírito, o mais alto, porventura, porque plenamente lúcido e intelectual, que a nossa Raça hoje reveladamente possui».
O discurso ou texto de Leonardo Coimbra concentra-se depois na viagem de Vasco da Gama e os seus nautas (já que «Viajar é compreender: por ignotos rumos procurar e levar companhia aos seres e às coisas da distância, alargar, dilatar a alma para além dos horizontes, ampliando o convívio, contactando por maior superfície a grande zona do Mistério») no descobrimento do caminho marítimo para a Índia, com bastante originalidade até na interpretação do Adamastor como um Prometeu, amado e sublimado pelas ondas do mar e nos seus desejos sempre se renovando.
E termina assim o seu certamente flamejante e levitante discurso, como me contaram ser habitual alguns familiares e amigos que ainda o ouviram num ou noutro improviso relampejante: 
«É a grande Viagem: o Gama ao leme, o Poeta fazendo do seu canto o próprio Oceano em que vogamos, e nós, reconciliados com Ele, em êxtase, cantando a beleza profunda e eterna das almas...
Faça cada português as suas pazes [e através também das suas Rimas] com Camões e, de novo, no Infinito, radiosa e feliz, a Pátria há de sorrir...// Disse». 

Pátria, Fisionomia anímica e espiritual, Tradição Espiritual Portuguesa, Arcanjo de Portugal, diremos no eco subtil a que todos somos chamados a responder e a cooperar...
Lisboa, 30-XII-2016, dia do 133º aniversário do nascimento de Leonardo Coimbra. E aperfeiçoado a 11-II-2019.
Que a Luz, o Amor e as bênçãos dos Manes e Mestres, Anjos e Arcanjos e da Divindade estejam nele e em nós!

quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Da invocação do Anjo da Guarda... Com novo poema final, de Novembro de 2021.

A invocação do santo Anjo da Guarda e da ligação com a Divindade, através de orações, meditações e contemplações, é valiosa e louvável pois cria campos de força mais subtis na nossa aura e na atmosfera terrena, harmoniza os nossos instintos e desejos e abre janelas e canais para que o nosso espírito e o mundo angélico, ou mesmo arcangélico, nos possam inspirar.
Se é bom saudá-lo de manhã, abrindo-se ou trabalhando-se um pouco os canais com ele, tanto subtis como de sinapses neuronais, também no final do dia, da semana, do mês e do ano, é bom dar-lhe graças, e tanto ao Anjo da Guarda como ao Arcanjo de Portugal, pelas suas inspirações, bênçãos ou até desvendações subtis, raras, valiosas, maravilhosas...
Consigamos nós ter de cor tais momentos e ensinamentos, possa o pecúlio do nosso coração ser tanto um poço (ou oceano) de gratidão e devoção como um tesouro de pedras semi-preciosas e bem trabalhadas e facetadas pelas nossas meditações, esforços e reminiscências, para que, como sementes, cresçam e dêem frutos de vida inteira, isto é, perenes, ou seja, que se conservem e nos abram mesmo a sobrevivência consciente e luminosa no além, no post-mortem físico, na comunhão com os seres celestiais...
  Possa ainda este nosso amor ao mundo espiritual e angélico, chama de devoção que consegue ser mantida sob tanta alienação e manipulação social e mediática, estender-se a pessoas amigas vivas ou já desaparecidas, pedindo aos seus Anjos que as estejam fortificando e curando, guiando e iluminando.
 Possa o nosso amor aos Mestres, aos Anjos e Arcanjos e demais seres celestiais, e em especial à Divindade, aumentar sempre, numa circulação osmótica nos dois sentidos, e assim se melhore tanto a nossa realização interna como a relação com a Humanidade, o ambiente, a Terra  e o Cosmos, tornando-nos mais sóbrios e plenos, libertos e corajosos, compassivos e alegres...
E fiquemos com mais algumas orações, cantos, poema ao Anjo da Guarda, a escrita sob o santinho, e uma final já de 7.XI.2021
 
   Santo Anjo da Guarda,
Minha querida companhia,
Dai-me firme a vossa mão
Para que vos sinta no coração.

Faz com que as tuas asas
E o resplendor imenso de Deus
Influam na minha aura
E a façam brilhar em arco-íris,
Na auréola da comunhão constante
Dos bom pensamentos e sentimentos
E da essência espiritual feliz e pura.

Ó Divindade, ajuda-me a caminhar
com o bordão ou vara da virtude
e no eixo dos mundos que infundes,
para que a Tua visão nos sorria,
para que a Tua presença nos anime,
no interior do peito e do coração
e seja sob que invocação ou face
em que Tu, oh Divindade inefável
nos agracies subtilmente
e a quem tantas graças damos e daremos!
                                                   AMOR.

sábado, 24 de dezembro de 2016

Antero de Quental e o seu ensinamento espiritual. Vídeo, 1ª parte

Antero de Quental e o seu ensinamento espiritual. 1ª parte, de uma gravação em vídeo.




A demanda filosófica e espiritual de Antero é neste vídeo aprofundada a partir do seu último texto, ensaio ou testamento, publicado na revista Portugal nos primeiros meses de 1891: Tendências gerais da Filosofia na segunda metade do século XIX, através da leitura de algumas partes comentadas por Pedro Teixeira da Mota, na manhã de 24-XII-2016, na Madragoa lisboeta...
Seguiram-se mais três gravações ou partes, tendo sido percorrido esse notável texto filosófico e espiritual, não só perene como actual e desafiante, conforme realcei em alguns passos..
                         

segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Antero de Quental visto por Manuel Bandeira, no centenário do seu nascimento, 1842-1942.

Antero de Quental recebeu em 1942 as merecidas comemorações do centenário do seu nascimento em algumas partes do mundo, nomeadamente no Brasil, onde uma sessão com Manuel Bandeira (1886-1968) e Jaime Cortesão (1884-1960) decorreu no Rio de Janeiro, no palácio da Associação Brasileira de Imprensa, tendo ainda  sido lidos alguns dos seus poemas por Margarida Lopes de Almeida. Um ano depois, Jaime Cortesão fez publicar os textos das duas conferências numa pequena brochura de 47 páginas, nos Cadernos da Seara Nova, em Lisboa. 
Manuel Bandeira discursando na Academia Brasileira de Letras, em 1940.
Ao lermos a conferência de Manuel Bandeira, poeta modernista e cronista, tradutor e jornalista, e já então laureado com o acolhimento na Academia Brasileira de Letras (1940), observamos como ele tendeu a ver Antero de Quental sobretudo como poeta e se, por vezes, vê bem o seu interior anímico, tal como quando refere a tal voz da consciência por Antero muitas vezes referida, escrevendo: «Na crise de consciência, em que, diante de um mundo deserto de deuses, só via a ilusão e o vazio universais, aquela pequenina voz que protestava e afirmava o Bem, inclinou-o, cada vez mais de modo absorvente, a meditar sobre o destino do homem e o fim do Universo», já noutras vezes perde-se, tal como lemos, logo em seguida, menosprezando a dimensão filosófica de Antero:
«Esse poeta, que confessou por escrito nunca ter pretendido ser poeta; que nos últimos anos da existência, verdadeiramente só prezava meia dúzia de sonetos, dos últimos, os únicos que lhe pareciam ter "a nota exacta e sã", esse poeta, esse imenso poeta julgava-se, candidamente porque era um puro, julgava-se um filósofo, e que filósofo! o que teria divisado "a direcção definitiva do pensamento europeu, o Norte para onde se inclina a divina bússola do espírito humano"». 
Destacaremos que essa "nota exacta e sã" da meia dúzia de sonetos será sempre algo subjectiva, nomeadamente para nós hoje no séc. XXI, mas não na altura para o seu autor em intensa e dramática demanda filófico-existencial, e com a sua geometria auditiva, rítmica e formal. E se em relação Antero é difícil sabermos ao certo quais os sonetos que ele considerou  os mais perfeitos estética, filosófica e espiritualmente, embora tivesse recomendado alguns, posteriormente uns poucos de pensadores apresentaram as suas escolhas, tal como Jaime Cortesão indicando como os mais belos O Convertido, Espiritualismo, Quia Aeternus, Homo, Logos, À Virgem Santíssima, na conferência acima mencionada e sobre a qual escreveremos brevemente. Todavia, sem considerar apenas o critério da beleza, estou de acordo com a cifra de meia dúzia, apresentada até mais por Bandeira que por Antero (que falava de uma dúzia...), pois de facto a nota pessimista e a falta de manifestação do espírito e do Divino só em meia dúzia de sonetos é verdadeira e luminosamente transcendida e preenchida.
Se Antero de Quental realmente divisou a direcção definitiva do pensamento moderno ou europeu, o Norte para onde se inclina a bússola do Espírito humano ou não, é uma questão importante de se cogitar e, mau grado a tendência para alguns desvalorizarem as Tendências Gerais da Filosofia na segunda metade do século XIX, em Portugal tanto, por exemplo, Sant'Anna Dionísio e Eduardo Lourenço muito apreciavam tal ensaio, e intuímos que tanto Leonardo Coimbra como Fernando Pessoa tiveram bastante em conta tal obra, nomeadamente o primeiro  comentando-a extensamente num livrinho, enquanto Fernando Pessoa exprimiu elogios  e traduziu para inglês vários dos Sonetos.  
Ora esse "Norte" em parte era o panpsiquismo, a ligação íntima entre a matéria-energia e a consciência e informação, a omnipresença da energia psíquica e a comunhão crescente dos seres nessa noosesfera da Verdade, com o concomitante desenvolvimento de capacidades psico-espirituais, ou mesmo de religação ao Bem moral e à fonte Divina. É contudo certamente uma área ainda hoje muito desconhecida e sobre a qual cientistas, psicólogos e espirituais tentam fazer avançar a luz do conhecimento...
Manuel Bandeira já vê bem que em Antero de Quental se encontrava no mais alto grau essa característica dos poetas «que é pensar por imagens» e que na sua «imaginação soberanamente plástica as ideias mais abstractas se transmudavam, como por encanto, ao toque da emoção, em radiosas visões arquitecturais e esculturais; plasmavam-se subitamente os fantasmas em matéria palpitante».
Mas já vê menos bem quando pensa que Antero queria «na sua razão filosófica aniquilar o mundo natural, ou pela negação pura e simples, na fase pessimista, ou na fase final de serenidade, pelo que ele mesmo chamou de panpsiquismo, processo de evolução, segundo o qual o Universo gravitaria obscuramente, inconscientemente, para um estado psicológico puro». 
Este panpsiquismo de Antero é certamente dos campos mais profundos e menos discernidos pelos comentadores anterianos e que tanto corresponde à Alma do Mundo, à Noosfera, ao moderno Campo Unificado de energia informação consciência e que de um ponto de vista científico e de dinamismo energético consciencial está a ser mais cada vez mais sondado, consciencializado e explorado e do qual o magnetismo e a telepatia eram já sinais para Antero, como ele refere algumas vezes... 
Erra ainda, ou dá uma interpretação sobrevalorizadora  da poesia quando se interroga: «Donde partiu Quental para chegar à solução que o deixou liberto e adormecido na mão de Deus, - na sua mão direita? Não foi da razão de filósofo; foi sim, daquela voz interior - " não sei que voz que eu mesmo desconheço" assim se exprimiu em verso, e em carta a seu amigo Fernando Leal: «No fundo do coração há uma voz humildade mas que nada faz calar, a protestar, a dizer-lhe que há alguma coisa por que se existe e por que vale a pena viver". Voz do subconsciente, voz da poesia nesse homem...» 
Erra neste ponto, parece-me, porque não chegou Antero a essa solução que o deixou liberto e como que adormecido na mão direita de Deus, uma imagem algo passiva que tanto foi do agrado de Oliveira Martins, que a pôs mesmo no fim da edição final e completa dos Sonetos, nem foi pela poesia ou voz interior, que não são aliás sinónimos, embora certamente haja poesia que é verdadeiramente Voz da Consciência ou Música das Esferas ouvida ou intuída e passada para palavras e para o papel. Erra ainda Manuel Bandeira porque não é voz da subconsciência mas sim da superconsciência, ou do espírito.
Foi tal imagem do descanso do coração na mão de Deus uma forma apenas sensível e religiosa de terminar um dos seus sonetos de modo suavizante e trabalhando a sua tendência fantástica pessimista, como por alguns se costuma caracterizar. 
Como poeta e cultor da identidade do ser poeta, um fiel da Poesia, diremos nós, Manuel Bandeira dirá com alguma justificação que «das suas cartas aos amigo se percebe como a sua alma atormentada se dilatava com serenidade toda vez que o espírito conseguia formular em verso as soluções intelectuais morais e sentimentais a que ia chegando», mas creio que isso se passou tanto ou mais na sua demanda de escritor e de filósofo em demanda da verdade e da claridade, e algo que partilhava sábia e amorosamente na correspondência, tal como Erasmo quatrocentos anos antes, mas que não sabemos que efeito psicológico interno tinha nele esse confessar, desabafar ou até mais aprofundar sentidamente e em diálogo de partilha com quem era seu amigo ou companheiro de ideais e de jornada e luta. Mas, claro, é um facto que quase todos os que escrevem sentem a expansão de consciência, de alegria ou gratidão que ocorre quando  finalizamos uma poema ou texto bom. 
Também é valiosa e discutível a visão final que dá de Antero: «Formulado em imagens nos sonetos da última fase o seu panpsiquismo, o seu misticismo, o seu budismo, a sua chamada teoria da santidade, o poeta calou-se. Calou-se porque compreendeu que já dera a expressão exacta do seu íntimo e definitivo sentir. A poesia já se podia retirar daquele ser doente, e de facto se retirou. O filósofo ainda pensou em pôr por escrito o seu sistema. Muitas vezes falou em tal, mas no íntimo sentindo a impossibilidade de se exprimir por outras vozes que não fossem as da poesia. Lamentando-se disso, é certo, mas sem grande convicção».
Um poema de Manuel Bandeira que Antero nunca assinaria, pela sua grande sensibilidade anímica e abertura à fraternidade das almas...
 Perante os factos biográficos temos de discordar que Antero de Quental, quando pôs fim à sua actividade de poeta, já tivesse chegado à formulação por imagens do seu panpsiquismo e misticismo, e que já dera portanto expressão exacta do seu íntimo e definitivo sentir, pois então teria de viver cerca de 15 anos em estado fossilizado ou estagnado psiquicamente. Ora ele conseguiu passar o seu sistema em grande parte para a escrita (mal grado a sua tendência socrática e maiêutica)  nas Tendências Gerais da Filosofia na segunda metade do século XIX, texto dado à luz na Revista Portugal em artigos datados de 1890, um ano antes de partir, e trabalhado mais intensivamente nos últimos anos da sua vida. 
Aliás a referência que Manuel Bandeira faz inicialmente, e já transcrita, algo menosprezando as Tendências Gerais da Filosofia na segunda metade do século XIX, e a que faz a meio do seu livro, parecem-nos incorrectas: «Ainda quando tentou esboçar em prosa o sistema das suas ideias, como em Tendências Gerais da Filosofia na segunda metade do século XIX ou em cartas a amigos, fê-lo por meio de comovidas afirmações de poeta, por meio de imagens do poeta. Já o notara Adolfo Coelho ao escrever que «a exposição do escritor não seguia de modo nenhum o teor da demonstração: é um credo que se enuncia, e esse credo tem em parte o aspecto de poesia em linguagem de prosa". A filosofia de Antero é a de um ser moral por excelência, muito bem definido por Oliveira Martins como um poeta arrebatado pela visão inextinguível do bem".» 
Discordamos nesta parte pois são muitas as expressões perfeitas em prosa de aspectos valiosos e profundos do seu sistema ou, diremos melhor, tentativas de visão compreensiva do mundo e do Ser, e que não se tratam de comovidas afirmações de poeta, mas antes escritas na característica até da tradição espiritual portuguesa  do sentir e pensar unidos, a união da cabeça e do coração, para além de tentarem cingir, abraçar e incluir os domínios mais subtis da existência e da essência íntima.
Também não são nada indicados para apreciar de modo "definitivo" Antero de Quental, seja Oliveira Martins, que nunca compreendeu bem os aspectos mais profundos da espiritualidade de Antero e menos ainda o positivista Adolfo Coelho, que anos mais tarde atacou fortemente os modernistas de Orpheu, certamente por não seguirem o teor da demonstração racional que ele Adolfo Coelho quereria na poesia... 
O final da conferência de Manuel Bandeira é belo, embora possamos questioná-lo: «O corpo doente ainda sofreu muito, e tanto que procurou remédio na morte voluntária. Mas alma, essa estava apaziguada, porque já havia cumprido o destino com que viera marcado de berço - destino de grande poeta, intérprete dos anseios humanos mais fundos e mais puros». 
Questionamos esta conclusão pois ela aponta para uma falha no estoicismo de Antero: este ter-se-ia matado porque sofria muito no corpo doente, já que a sua alma estava apaziguada, pois cumprira o seu destino de grande poeta, e assim subentende-se que poderia descansar, ele ou o coração, na mão direita de Deus, que não à esquerda... 
Pensamos que embora houvesse sofrimentos da dispepsia, nervos, insónia, bastante se passou  no campo psíquico e aí Antero não estava apaziguado plenamente, nem pela poesia que escrevera nem pela filosofia que alcançara, nem pela sociedade política em que vivia, faltando-lhe ainda provavelmente a base dum ambiente familiar ou humano amoroso que o apoiasse, ou mesmo uma relação amorosa forte com uma mulher, e sobretudo o coração vivo e o olho espiritual mais aberto na relação pessoal com o seu espírito,  com o Anjo da Guarda ou o Mestre e maxime com a Divindade, embora sem dúvida o que o precipitou para o suicídio foi o falhanço do seu regresso final aos Açores e a perda do contacto com as duas suas protegidas Ermelinda e Beatriz, a quem se afeiçoara.
Mas já é possível que Manuel Bandeira tenha certa razão no aspecto de Antero de Quental ter entendido que já dera o que podia dar e que preferia abreviar a existência do que continuar em certo sofrimento, desilusão e frustração, pois em verdade já tinha uma certa idade, a vida não lhe estava muito agradável em vários aspectos e, sentindo que já cumprira a sua missão nos aspectos principais, e no que lhe fora possível no meio que o rodeou, porque não entrar voluntariamente no reino da Morte, ele que tanto fora atraído por ela, invocando-a e chamando-a de irmã e equiparando-a ao Amor, Mors-Amor
A morte de Antero de Quental, ainda que possa ter sido causada por certo desequilíbrio momentâneo nervoso decorrente do que se estava a passar de desilusão nos Açores, nomeadamente a separação das suas jovens protegidas, pode ainda assim ter tido certa serenidade. E estaria ele acompanhado invisivelmente nessa sua cruz final, que ele já em carta uma vez dissera que não largaria? 
Quanto ao que ele não conseguiu desenvolver, outros vieram e virão para o cumprir e assim  se insere ele numa Tradição Espiritual Portuguesa, tal como nós hoje no séc. XXI o meditamos. Nesse sentido escrevera até Fernando Pessoa, altamente devedor de Antero de Quental, em especial nos seus primeiros tempos da revista da Águia: «Por que característicos, por assim dizer, exteriores se pode conhecer o sentimento transcendentalista? Nas duas formas menos complexas do transcendentalismo, o materialista e o espiritualista, o indivíduo sente-se, como o panteísta, parte de um Todo, mas com a diferença que, para ele, esse Todo é sentido como irreal, como ilusório. Decorre daqui que o poeta transcendentalista (materialista ou espiritualista) fatalmente será um poeta pessimista. Mesmo que, transcendentalista espiritualista, conceba como vagamente espiritual o Transcendente, esse Transcendente, por sua própria, concebida, natureza, é sentido como Mistério, e mesmo onde levanta abate. - Percorrendo todo o Romantismo não encontramos este sentimento; apenas, em Alfred de Vigny, e nos seus descendentes, já pós-românticos, há um vago arremedo dele. Mas, ao atentar bem nos característicos que deduzimos como devendo ser os da poesia transcendentalista, revela-se-nos imediatamente que estamos em Portugal e em plena descrição da poesia de Antero. Concluímos, pois, que especiais condições de raça fazem do sentimento transcendentalista apanágio de Portugal. Se o transcendentalismo sob forma de emoção começou entre nós, entre nós deve continuar. Vejamos, pois, se a sua forma mais alta e complexa, o transcendentalismo panteísta, foi, acaso, atingida já.» 
E será esse transcendentalismo panteísta que Fernando Pessoa, neste ensaio escrito para a revista Águia em 1912 esboça e demonstra (e tendo bastante na mente Antero, poeta e filósofo), e que desenvolverá com os heterónimos, para depois os deixar e, como ele próprio, chegar aos poemas mágicos e iniciáticos, os quais em vários aspectos poderemos considerar na filiação espiritual aprofundante do panpsiquismo e da bússola divina entrevista por Antero de Quental e que hoje ainda nos desafia seja na nossa psique seja no nosso íntimo mais profundo e sagrado. 
Visão da montanha espiritual da realização e da Terra, em pintura do alemão Bô Yin Râ.  Que ela tenha substituído em Antero a do "Palácio Encantado da Ilusão"...

quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Leituras das nuvens. Lisboa 15-XII-2016


     As nuvens da Aurora (Ushas) dão-nos os bons dias e as do pôr-do-Sol as boas noites. Sabermos acolher e assimilar tais energias e cores em estados de consciência luminosos e frutíferos, eis uma prática espiritual valiosa...
Tornar mais o cimo da aura uma clarabóia: bóia de vidro claro que discerne e atrai as bênçãos do Oceano Celestial
Tal como as árvores, as nuvens estabelecem a ligação entre a terra e o céu, o solo e o Sol, e tocam-se e amam-se por vezes 
O Tejo e as Tágides nossas, de Camões e Bocage até aos dias de hoje, amam imitar as reverberações solares que os Zéfiros e Anjos desenham e afeiçoam nas ondulações nebulosas... 
Stupas e espirais subtis e ascensionais: mantêm-te vertical
Voo rápido na aurora que tinge as nossas almas... 
Sobre as altas pirâmides e torres as nuvens desafiam-nos esfingicamente ao auto-conhecimento 
Focar o fugaz voo introduz-nos na transitoriedade e na aspiração do mais perene.... 
Voos ascensionais na aspiração da Luz do Sol Divino, peito e asas bem abertos... 
Danças e grinaldas, sereias e mensageiros rodeiam a cabine do navio... 
Terra, água, ar, fogo, éter, mente, consciência, espírito 
A Grande Deusa, em serpentina espiral 
Deusas, génios, dragões... 
Simorg, a ave mística dos Persas e de Attar, sobrevoa Lisboa 

Birds of Fire, Agni... 

Encontros de Hermes 
Segunda série: Riscos e frontes alongadas... 
Última série: Os grandes Deuses gregos e romanos ainda se vêm nas nuvens: 


Orar e aprofundar a entrada no mundo espiritual