sábado, 8 de fevereiro de 2025

Antero de Quental, desenhado por Domingos Rebelo, na Revista ilustrada Os Açores, de 1922.

              Na revista ilustrada Os Açores, nº 3, de 1922, encontramos um belo desenho e texto anteriano: 
         
O porto de Ponta Delgada, desenho da capa da revista, com 35 páginas, dirigida artisticamente por Domingos Rebelo (1891-1975), notável pintor, que se formou durante seis anos em Paris e conviveu com Santa-Rita, Amadeu Sousa Cardoso e &, prosseguindo depois uma carreira de grande criatividade, perfeição e sucesso.
                                                         

 O artigo, escrito em duas páginas,  sobre Antero de Quental, provavelmente foi escrito por Domingos Rebelo, e valoriza e elogia o culto dos antigos,nomeadamente dos gémio e o esforço de reapresentar o poeta aos seus conterrâneos. Destaquemos: "Interessar o público no preito de admiração que é devido às altas faculdades intelectuais de Antero de Quental, arrancar do olvido a sua figura de pensador e a generosa bondade do seu coração de poeta, lembrar que um dos maiores  e dos mais legítimos orgulhos destes ilhas é o prestígio do seu nome universalmente admirado, era uma campanha que se impunha porque o culto dos mortos é a lição dos vivos.
É com o culto dos mortos que se cimenta o sentimento nacional, porque a alma dos vivos é a continuação da obra dos que se foram e os sentimentos dos mortos perpetuam-se no coração dos que deles vieram e para eles caminham." 
Observemos a referência à grande alma portuguesa, fortalecida pelos sentimentos que acolhemos dos que nos antecederam e pelos sentimentos e pensamentos que se dirigem para eles, numa verdadeira comunhão no corpo mística da humanidade ou no campo unificado de energia-informação-consciência em que estamos entretecidos.
A segunda página do artigo, incluindo textos do Correio dos Açores.
 
E continua o articulista: "Esta gloriosa campanha de colocar em relevo os mortos ilustres do nosso arquipélago foi brilhantemente iniciada no diário micaelense Correio dos Açores. à pena incansável do seu ilustrado director snr. dr. José Bruno Tavares Carreiro se deve a vulgarização de tantos nomes notáveis  que um injusto esquecimento apagara da lembrança dos que os deviam admirar ou venerar."  

Ampliação ou recorte da homenagem ao Dr. José Bruno Carreira (1880-1957), que uns meses antes  celebrara os XXXI anos da desencarnação de Antero de Quental, no Correio dos Açores, ressuscitando-o para os seus conterrâneos um pouco, o que conseguiria mais plenamente com a sua incontornável obra Antero de Quental: Subsídios para a sua Biografia.
Do desenho  de Antero de Quental, por Domingos Rebelo, diremos: Antero puro, lúcido, desprendido, enfrentando os mistérios da vida e da morte!
 
 Esperemos que apreciem, tanto mais que o desenho não é facilmente visível na web. Que estejam Antero, Domingos e José bem luminosos e na comunhão Divina,  nos planos espirituais, e nos possam inspirar!        
Domingos Rebelo. Lux! Amor!

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