Certamente as alterações podem ser para o bem, para o aumento da criatividade e do amor, da esperança e da abnegação e há encontros entre as pessoas em que a intensificação vertical é bastante forte e luminosa. Mas noutros casos não, e somos centrifugados, expostos a correntes adversas ou superficiais, mais ou menos ignorantes, de acordo com o tipo e estado anímico da outra pessoa e da harmonia energética e astral do ambiente em que as pessoas se encontram ou dialogam.
As pessoas em geral tendem a considerar como certas, firmes ou garantidas as suas posições morais, filosóficas e espirituais, ou mesmo políticas, mas só se vivêssemos num sistema fechado de crenças e ideias, dogmatismos e auto-sugestões é que tal sucederia, já que a nossa ligação com as pessoas e mesmo a subtil mentalidade colectiva envolvente condiciona-nos, e a ela aderimos ou resistimos sem nos apercebermos bem da passividade ou, então, da luta férrea que acontece quando tentamos não ser manipulados nem controlados pelas forças instintivas, sociais, partidárias, mediáticas dominantes. Nos sonhos, por vezes, observamos fortes reflexos, repercussões, reacções e repulsões resultantes de tais interacções.
Ora a um nível psico-espiritual as nossas ligações com os mundos subtis, arquétipos e espirituais dependem da solidez das nossas fundações, as quais se enraízam ou assentam em actos, leituras, sentimentos, pensamentos, meditações, contemplações, os quais não são assim tão facilmente mantidos ou conduzidos espiritualmente, ou fluindo para tal pelo menos na intencionalidade, a não ser que desenvolvamos uma auto-consciência forte, lúcida e o mais constante possível, discernindo bem as forças ou emanações ou intenções subtis envolventes
Ora quando nos envolvemos demasiado horizontalmente, seja na exteriorização factual ou virtual com muitas pessoas, seja no diálogo ou relação mais demorada ou prolongada com alguém, temos de tentar discernir se não estamos a perder as nossas linhas de força e realização próprias, ou a dificultar e enfraquecer as das outras, e se estamos realmente a contribuir para o verdadeiro bem dessas pessoas e de nós.
As pessoas discernem pouco os efeitos das conversas, das palavras e dos sentimentos (confessados ou expressos ou não) nas almas, nos campos psico-somáticos dos outros. Discernem pouco as trocas de energias vitai e psíquicas que estão acontecer constantemente e sobretudo entre as pessoas que se dão mais, ou se amam, ou vivem juntas e assim não se conseguem iluminar reciprocamente, não desenvolvem o seu corpo de glória ou de imortalidade, que poderia ser desperto, reconhecido e intensificado nas amizades, no amor, na relação amorosa unitiva.
Teria que haver mais silêncio, mais paz, mais contemplação nos diálogos e nas relações humanas em vez da rapidez, superficialidade, distração e competição com que em geral se caracterizam. Mas muitas pessoas, como já é difícil conseguirem acalmar o frenesim das redes sociais, superficializam-se e dissolvem-se mais ou menos na massa consumista e manipulada por tanto desinformador e alienador profissional, avençado aos grupos de pressão da oligarquia ocidental, e tornam-se uma energia colectiva obcurecedora das melhores potencialidades que deveríamos desenvolver na curta passagem terrena.
Talvez a melhor solução para sairmos deste estado de sítio será reforçarmos a oração-meditação matinal, mas também a outras horas, pois por ela verticalizamo-nos e abrimo-nos ao Logos, à Inteligência divina que permeia o Universo e que nos pode então inspirar pessoalmente, de tal modo que, no seu nível mais elevado, a pessoa se torna uma aspiração, uma comunicação, uma comunhão com o espírito e a sua luz, com o mundo espiritual e as suas ideias e formas geométricas, com a Divindade e o seu Amor.
Nas, ou após as, orações e cantos, meditações e contemplações podemos ser banhados pela luz espiritual em sucessivas vagas ou frentes luminosas, podemos contemplar os raiozinhos subtis, e vamos sendo harmonizados e recarregados pelo coloridos raios cósmicos e a Luz e Amor divinos, e deste modo a nossa alma e canais interiores de comunicação são limpos, clarificados e fortificados e podemos então ser mais fiéis a nós próprios, ao nosso dharma ou dever, e à própria Ordem multipolar do Universo, que sempre depende de cada um de nós, pelo menos na Terra, Gaya, para que ela se torne menos terra e árvore seca mas mais Boddhi Gaya, Gaia iluminada...

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