As Cartas de Amor são sempre perenes, pois os sentimentos vividos são ainda hoje ensinamentos vivos, vivenciáveis...
Nem sequer importa muito a qualidade literária, mas sim o que emana animicamente delas, o que vai ressoar em nós e impulsionar-nos ao amor e à música das suas esferas: dó, ré, mi...
Eis uma carta que subitamente me saltou dum opúsculo, e que me projectou para esta notícia e texto, para esta comunhão com almas já partidas da Terra mas que deixaram sinais que permitem comunicações subtis e iluminantes....
A carta, simples, anónima, ou seja, não assinada, é verdadeiramente um bilhete de amor, uma sorte grande sentida e saída com toda a simplicidade, para o ZéZé, e proclama:
«Meu querido Zézé
O ver-te foi um mero acaso, porém amar-te foi uma coisa muito simples. Pela primeira vez que te vi, o meu coração fez dó ré mi fá sol la si »
Está ainda animada por duas flores, rosas rosadas me parecem, outrora fragrantes, agora apenas com grande esforço de concentração, com sucessivas respirações profundas e de olhos fechados, é que deixarão desvendar-se alguma subtil imagem ou sensação da origem, colheita, tratamento, envio e recepção. Pétalas que miraculosamente, na sua fragilidade, atravessaram mais de um século para nos chegarem às almas, com o seu amor e perfume secreto, com tudo que se associou a esta pequena folha florida amorosa, ainda irradiante, ondulante, como as pétalas denotam...
Não podia deixar de homenagear este amor misterioso e as duas almas que o encarnaram, e a esta mensagem lançada no oceano agitado da manifestação, de Maya e de Narayana, adicionei a minha hermenêutica e saudação:
2 comentários:
Guardar, conservar cartas de amor é um balsamo muito especial para quem amou , ama e nunca esquecerà.
Certamente. Um bem perene.
Enviar um comentário