João de Sequeira da Costa, militar, nascido na Praça de Mazagão, Marrocos, na sua obra Exercício de Predestinados e cutelo de vícios. Tratado de oração e modo de orar, publicada em Lisboa, em 1732, transmitiu a sua visão e vivência do caminho da salvação, pelo Cristianismo, citando muito poucos autores, e deu tanto indicações como orações valiosas, que passamos a transcrever dado o sabor e ou mesmo eficácia perene que algumas encerram.
A obrazinha, in-12º de 116 páginas, rara pois não se encontra na base de dados das bibliotecas nacionais, a Porbase, contém uma dedicatória a Fernão Telles da Silva, Marquês de Alegrete, onde explica ao seu mecenas e protector, que se singulariza sobre tantos "Heróis da Fama e Corifeus da Virtude", a razão principal de ter escrito o "pequeno volume": não perder o tempo desocupado, tal como os monges antigos que no espaço entre as suas orações dedicavam-se a trabalhos manuais, assim juntando ele este ramalhete de ensinamentos e orações sobre o modo de orar.
Após a dedicatória, João de Sequeira da Costa dirige-se Ao Devoto Leitor estimulando-o ao santo exercício da Oração, lembrando que o Amor de Deus é o princípio e fim de todas virtudes, e que devemos pôr com amor os olhos da alma em Deus, a fonte de toda a formosura, para sentirmos a bem-aventurança da ligação à Divindade e aos seus bens.
Nas licenças da obra, destaca-se a de Frei Simão António de Santa Catarina, que valoriza ele ter sido soldado da guerra santa em Mazagão, e agora a estar a lutar contra os seus defeitos-vícios em Belém (que pode ser o mosteiro dos Jerónimos), e ainda a de Frei João Baptista Troiano que afirma: embora haja «muitos livros místicos que dirigem os Fiéis ao perfeito modo de ter oração mental e vocal para conseguirem o espiritual aproveitamento de suas almas», este não desmerece e tem até uma linguagem simples.
| Quem reza ao Anjo, ou com o Anjo, acede à sua natureza angélica.. |
Seguem-se algumas orações, as primeiras ao
Anjo da Guarda:
«Anjo de Deus, que sois dado para minha guarda, com piedade superior, alumiai-me hoje, guardai-me, defendei-me e governai-me. Amen.
«Sagrado Aio, e Angélico companheiro, dado por meu Deus para minha guarda, assiste-me nesta hora, livrando-me das astúcias do infernal dragão, e ajudai-me a servir, e amar a meu Deus.»
Para invocar a graça do Espírito Santo, exprime-se assim João de Sequeira da Costa, pleno de aspiração à luz e amor Divinos:

2 comentários:
Caro Pero Teixeira da Mota, Muito apreciei a sua publicação.
Na verdade, estou a fazer uma pesquisa sobre a vida dos Sequeira e Costa e este Livrinho foi uma autêntica surpresa. Pode dizer-me em que biblioteca ou arquivo pode ser consultado?
Os meus sinceros agradecimentos!
Maria João Castilla Janz
maria_janz@outlook.pt
Muitas graças, Maria João. Já lhe respondi. Lux.
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