sexta-feira, 13 de dezembro de 2024

O líder do Islão na Rússia, o Grande Mufti Tadzhuddin, explica a luta actual e valoriza a missão da Rússia multi-étnica, multi-religiosa e multipolar

Talgat Safich Tadzetdinov, o Grande Mufti (jurista religioso) da Rússia, proferiu um discurso bem pensado e inspirado, poderoso mesmo,  durante uma cerimónia de homenagem aos indivíduos de vários sectores que se notabilizaram, no serviço público, religioso e governamental, e que foram condecorados por Vladimir Putin. 


Talgat Safich Tadzetdinov (n. 1948) começou por saudar o "respeitado e querido" Vladimir Putin, realçando uma frase pronunciada por este há poucos dias numa homenagem aos heróis da luta actual, na qual captara bem o espírito da nossa sociedade e do nosso tempo: «é impossível conquistar ou quebrar a Rússia», considerando-a bem provada ao longo dos séculos, tal como a frase  de que «temos o poder das armas e a força do espírito do nosso lado». «Todos nós  habitantes da Rússia, islâmicos e adeptos de várias religiões sentimos que venceremos de certeza, pois a verdade é nossa, e a força do espírito é nossa», disse em seguida. E interrogando-se acerca da proveniência da Verdade, explicou que cada ser tem a sua verdade, mas nós de qualquer religião na Rússia, herdamos e seguimos os valores morais e espirituais, recebidos do Deus de todo universo, e não estamos só a reclamar as terras que são nossas, pois o nosso país é vasto, englobando dois contimentes, tendo os Urais como coluna vertebral. 


 "A verdade vem de Deus", disse, e congratulou-se com tal realidade estar agora reconhecida na constituição russa. Considerou que estão protegidos por Deus  e salientou como a pedra angular da Rússia são de facto os valores espirituais e morais da nação, enraizados nas fés tradicionais das diversas religiões existentes na Rússia e que com pequenas diferenças, secundárias ou terciárias, estão unidas no culto da Divindade Original e da Mátria e Pátria, como recentemente salientara o patriarca Kirlov. E a força do nosso espírito vem de Deus pois é dele que veio a nossa alma [explicação numa visão religioso-espiritual não muito exacta...]

 Salientou a unidade de todos os cidadãos russos, incluindo os muçulmanos, na defesa da sua terra e da sua cultura,  com as armas, e abordando  as tensões mundiais, manifestou confiança em que a Rússia perseverará contra qualquer ameaça externa, num mundo em torvelinho, afirmando que para além da Rússia corajosamente estar  a defender a sua terra, campos, rios e populações onde estão todos a crescer, assentes sobre o pó dos pais, avós e antepassados, está também a defender a multipolaridade justa mundial e que chefe ou país algum conseguirá destruir a Rússia ou fazê-la perder a sua paz interior e soberania. Criticou o que se passa na Palestina e realçou o perigo do terrorismo absoluto brotar agora (destruição do estado Sírio pela Turquia e Israel e os rebeldes ocidentais) do Médio Oriente para a Ásia central e o resto do mundo. 

E respondendo à pergunta de muitos se haverá um Apocalipse ou uma III grande Guerra afirmou que como crentes sabemos que  o fim dos dias  é uma experiência individual: diariamente amigos, familiares e bem amados morrem e passam para o mundo sempre presente ou eternidade,  mas um Apocalipse global só pode ser arranjado por Deus não pelo colectivo ocidental ou a América, não importa quão grande seja a sua arrogância.

«Um mundo multipolar existe e a grande maioria das pessoas e nações que aspiram a valores morais e espirituais, à fé e à moral ética, olham para a Rússia unida. O   BRICS e o recente encontro Kazan, bem como maioria dos países islâmicos, manifestam-no claramente. O patriarca Kirlov disse recentemente num encontro internacional: «Nós não temos medo do Apocalipse», e não devemos  tremer quando se fala do Apocalipse nos noticiários da Televisão. Os cientistas discutem o universo em expansão e que um dia colapsa. Nenhum mensageiro do Todo Poderoso, incluindo o profeta, Maomé disse que haverá um apocalipse enquanto houver um ser na Terra que creia verdadeiramente em Deus e  se volte para ele e o chame: "- Meu Deu, meu Deus";  mas mesmo se ele viesse, se tiveres  uma semente na mão, planta-a e isso ser-te-á contado.   

No campo da batalha, nenhuma força colectiva, nem sob a liderança de quem se imagina o faraó do mundo,  nos poderá derrotar. Isso tem sido provado ao longo dos séculos. O nosso multi-étnico e multi-confessional país preservar-se-á internamente e não sucumbirá a qualquer provocação. A nossa tarefa mais importante e sagrada  é manter paz e tranquilidade dentro do nosso país e preservar  a unidade, liberdade e soberania da nossa terra natal. Graças...»

No fim do seu discurso, depois de dar glória à Divindade Toda Poderosa, realçou que entramos no novo século, e que é um século em que a Rússia crescerá bem e que a actual Operação especial providencia um tremendo exemplo  e experiência para a juventude,  concluindo com o: - Que Deus vos abençoe...

                             

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