quinta-feira, 19 de abril de 2018

Do Amor a Lisboa, e ao seu Céu. Ensinamentos de Augusto de Santa Rita e os elogios de Fernando Pessoa

Do céu azul e rosado matinal ao esbranquiçado, as metamorfoses, com Augusto de Santa Rita e Fernando Pessoa...
Realizando-se esta quinta-feira, 19-IV, com começo às 17:00, na Biblioteca Coruchéus, em Lisboa, uma conferência com Guilherme de Santa-Rita, sobre A Família e os irmãos Santa Rita, seguindo-se João MacDonald, sobre A vida e obra de Santa Rita pintor (1889-1918) e, depois, Pedro Teixeira da Mota, sobre O Ocultismo, a literatura e a espiritualidade que ligaram Fernando Pessoa (1888-1935) e Augusto de Santa Rita (1888-1956),  tomámos a liberdade de congraçar o céu azul de Lisboa, poetizado por Augusto de Santa Rita e por Fernando Pessoa, grande amante de Lisboa, acrescentando algumas nuvens fotografadas hoje entre as 7 e as 11 horas, convidando as pessoas a irem assistir e participar na Biblioteca dos Coruchéus às ligações entre os Santa Ritas e Pessoa
                                    
A barca que trouxe o santo moçárabe S. Vicente para Lisboa e se tornou o símbolo de Lisboa, e que nos convida a tratá-la bem...
   Céu azul de Lisboa, tão belo mas também tantas vezes riscado e acinzentado pelos rastos dos aviões a jacto...
Aurora, Ushas: lá vêm subindo das bandas do Oriente os raios solares fecundantes das nuvens e almas que se deixam tingir por ele, o Amor divino, Bhakti-Prema...
 
Qual explosão de fogo, ou mesmo um deva ou Anjo por detrás da forma
Riscos, voos, sopros, limpezas, cores que fortificam o nosso corpo e alma...
Mais configurada, a metamorfose da nuvem atingiu a sua plenitude
Os rouxinóis e melros da Lusitânia continuam a vir pousar sobre os telhados onde as crianças dormem e embalam-nas em ritmos imemoriais, que talvez depois as mães repitam cantando-lhes poemas de Camões, Antero, Pessoa. Assim nos disse Augusto de Santa Rita, na Justificação da sua revista Exílio, 1916.
 
   Varandas sobre as nuvens os ventos, os horizontes. Mantê-las abertas ao Divino, uma arte....
Voos e figuras de Bosh pairam sobre os sonhadores e os madrugadores ..
As metamorfoses das nuvens podem depender dos observadores no laboratório (labor+oratório) do Amor....
Poderosas mas tão subtis e auricas...
Seres, entradas, aberturas à contemplação e elevação...
«Divulgar a própria obra literária é um dever que se impõe pelos benefícios de ordem espiritual que ela espalha e que só descortinam os espíritos superiores, ou seja de esclarecida consciência». Augusto de Santa-Rita, Produções Literárias, 1952
«Fazer versos não é um simples entretenimento como, por exemplo, fazer ou decifrar palavras cruzadas. É uma nobre missão, um apostolado que se cumpre por uma imposição terminante da própria existência espiritual, depois de muito experimentado pelo sofrimento de sucessivas gerações ancestrais». Augusto de Santa-Rita, Produções Literárias, 1952
«Poesia é a exaltação da vida com todas as suas manifestações de dor e  alegria, de Passado e  Presente, de pecado e redenção. É uma forma de agradecimento a Deus pela divina dádiva do Amor, uma prova de gratidão e uma expressão de Humildade, que é a maior, a melhor e a mais bela conquista das criaturas humanas.» Augusto de Santa-Rita, Produções Literárias, 1952.
Seres que descem com as mãos abertas, eis os devas e anjos, imaginações e inspirações...
O Sol é Divino e a fonte de vida, calor, luz e amor!

Embora o céu já esteja esbranquiçado devido aos rastos dos aviões, as andorinhas não deixam de chilrear e esvoaçar alegres no movimento da vida, que é amor. Vence os obstáculos e flui harmoniosa e criativamente, tal como Fernando Pessoa e Augusto de Santa Rita realizaram nas suas vidas, mais ou menos longas e felizes. Sê tu próprio...
 
Do Auto da Vida Eterna, uma das duas obras de Augusto de Santa Rita que mereceram elogios por escrito de Fernando Pessoa, esta por apresentar pela primeira vez na literatura portuguesa a "infiltração ocultista", através de «vários elementos ocultistas, e designadamente a sua teoria do corpo astral». Eis o tema da minha palestra que me fez mover através da terra e dos céus, até ao palácio dos Coruchéus, e de que ficou este pequeno testemunho.

3 comentários:

Luama Socio disse...

Você nos faz acordar para a visão do sagrado naquilo que nos aparece como o fenômeno mais fugaz... nuvens, pássaros e poesia... isso nos comove...

Pedro Teixeira da Mota. disse...

Muitas graças pela sua sensibilidade e capacidade de reconhecer os vários níveis da realidade e como a natureza é de origem Divina e está permeada de seres e energias que nos encantam e ensinam, nutrem e intensificam. Muitas e luminosas inspirações e apoios, Luama, para a sua valiosa missão de artista e cantora, activista e espiritualista.

Pedro Teixeira da Mota. disse...

Ou como já lhe respondera no Face, e agora com alguns acrescentos:Na verdade, a Natureza é muito harmoniosa e sagrada e pode ainda ser consagrada por nós, e assim mais merecedora de protecção, amor, culto e levar-nos a evoluir melhor, a consciencializar-nos da grande Unidade e a vivê-la melhor.