terça-feira, 3 de abril de 2018

As últimas visitas a Agostinho da Silva e as visitações oníricas e angélicas seguintes. Diário de 1994, Março.

Registo do meu diário de Março de 1994 (e ao longo dos anos são dezenas), que passo a transcrever: «Terça, ida a Lisboa. Visito Agostinho da Silva. O velho leão marinho está sentado na sua última lunação. Já não tem rivais à volta a invejarem-no. Pode morrer sozinho, com dignidade. O cérebro lentamente vai-se desagregando, ficam os olhos perfeitos, ora vazios, ora calmos, ora ainda prescrutativos: visitara-o há dias, uma semana provavelmente, mas por pouco tempo, pois estava cansado, fraco. Uns dias antes visitara-o também e aí transmitiu-me as forças de “ter o inteiro amor na vontade” e “é preciso querer para ser.”
Deu-me como dois mantras, duas iniciações, dois presentes.
“Estás a pedir sabedoria? Duvidas da minha capacidade de transmitir ainda?
Estás a estimular-me? Então toma um presente, acolhe, recebe com amor porque com amor te dou!”
Foi a última conversa com o velho e ilustre professor.
Agora cada vez mais o corpo vai-se inclinando, enfraquecendo e ele retirando-se...
Dizem as duas governantes, ou mulheres que o tem ajudado nos últimos tempos, como «ele acordava nos últimos tempos todo preocupado com o trabalho, o trabalho... Sempre foi um grande trabalhador. Há dias já doente, ainda se inquietava pelo trabalho que se fazia.»
O Círculo dos Leitores publicou as suas traduções de Virgílio e enviaram-nas. Li-lhe umas páginas, com ele atento.
Velho capitão-mór, estás-te a libertar.
Longos minutos de mão dada.»
Eis o registo do diário....
Segue-se: «Casa da mãe. Manhã. Nascer do Sol belo. Hora de missa, boa elevação junto ao mar. Se cada pessoa tivesse uns trinta minutos por dia de comunhão com a Natureza pura que gostar, que melhorias na sociedade. Mas não, está quase tudo muito artificializado e alienado.
Agostinho piora, diz-me pelo telefone Luísa de Carvalho, e comunico a Dalila Pereira da Costa.
Anjos da Guarda, Anjos custódios
estai vós em todos os seres
diferentes e de acordo com eles?

Ou sobrevoais a terra e seus mortais
míseras formigas, atarefadas abelhas
que somos nós na nossa ignorância?

Ó quanto custa esta errância
em que só a alma arde
e aspira à visão de vós?
 
Porque ficamos tanto tempo
perdidos na fé e na lembrança
porque não se repetem as visões
que alegraram os nossos corações?

Anjo, quero o que tu queres
calo-me para que tu fales
no silêncio e telepaticamente.

Tanto tempo que clamo por ti
Há quantos anos sem te ver
Mas eis que vem o Natal
A melhor quadra para vos ver
E redobra a esperança
de enfim comungarmos.

Sei que o véu e a separação
são meras ilusões e aparências.
Não estou só, grande é a comunidade,
Ah adoro a Santa Unidade.

Nasça esta luz ardente
no peito de todo o ser fremente
E que as limitações e prisões
se estilhacem em mil clarões,
Porque a Aurora está em nós
Que a Divindade, no íntimo,
esteja a crescer em ti, amigo (a).
«Alguns sonhos ou visões interessantes após meditação prolongada às 5 horas da manhã, com forte aspiração ao anjo e a Cristo. Surgia uma caminhada [ou caminho vivido...] e o aproximar de um arco donde se destacavam uns dois bustos no frontão, cujas figuras ou figura subitamente se animaram tanto para mim como para um companheiro, o que nos regozijou pois não éramos só um a ver a comunicação com o alto. Poetizei o sonho ao acordar:

Caindo os véus nos sonhos
nossa alma avança
passando pelos arcos
onde as assinaturas
desvendam o mistério.

O anjo falou e incendiou-me:
Nós que os petrificáramos
teremos de os despertar das pedras
por ardente e perseverante invocação.

São bustos de religiosos ou anjos
os que subitamente se animam
e revelam num trocar de expressões
que do alto seguem as nossas aspirações.

Esquecemo-nos por vezes
do preço das colheitas.
É preciso tempo e trabalho
e mais devoção para que se
verifique a revelação.

Vestidos de burel da simplicidade
eu e outro peregrino surpreendemo-nos,
participantes de uma mesma comunicação
que do Alto alegrou e alumiou
nossas almas agora em exaltação.

Vou agora mais firme
no dia quotidiano
pois levo no peito o sorriso
que o Anjo trocou comigo.»
 
Post scriptum: O que aqui escrevi sobre o Anjo serve também para os seres que amámos e nos amaram, ou amamos, o caso de Agostinho da Silva e que hoje 13 de Fevereiro 2022 me confirmou a sua sobrevivência espiritual individualizada como sábio da Tradição Espiritual Portuguesa e Universal, e Cavaleiro ou Fiel do Amor...
A Rússia é mais europeia sem qualquer dúvida de que os Estados Unidos da América e a NATO e, actualmente, de que o Reino Unido, uma vez saído da União Europeia... Esses é que são os anti-europeus, diria provavelmente ou mesmo certamente Agostinho da Silva...

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