quinta-feira, 23 de março de 2017

A demanda dos Anjos e da comunhão com o Anjo da Guarda.

                                                                                                                                                          

Os Anjos e demais Espíritos Celestiais, têm uma percepção muito melhor ou mais perfeita da Divindade do que os seres humanos e conseguem portanto receber e conservar um influxo, uma comunhão e presença bem maiores e, logo, não se desviarem da Harmonia, Providência, ou Vontade Divina, servindo-a, passando-a e partilhando-a em termos energéticos e psíquicos em todos os multidimensionais Universos em que estarão presentes...
O mesmo não se passa com os seres humanos, bastante menos abertos aos mundos espirituais e ao Ser Divino, demasiado identificados em geral ao corpo físico, demasiados pressionados ou stressados pela vida moderna e só intermitentemente e em certos casos tendo mais consciência ou percepção de tais níveis e seres.
Os Anjos e Arcanjos vivendo no mundo e fluxo vital e psíquico de sintonização mais espiritual e divina tentam partilhar com os seres humanos tal correnteza de Luz e o Amor divinos, ajudando-os a saírem das limitações da sua personalidade terrena, relembrando-os que também eles são cidadãos do Céu, mesmo vivendo encarnados na Terra.
Ora quem ora, medita ou contempla pode impregnar-se mais de tal consciência e receber o influxo dos Anjos, ao desejar abrir-se, por exemplo, ao Anjo da Guarda (nossa subtil companhia), e tornando-se assim um ser mais alinhado e luminoso e capaz tanto de se sentir como espírito como de contemplar os mundos espirituais e divinos, comungando em alguma medida da Consciência Divina, caracterizada em geral pelo Amor e Sabedoria, mas que é também Beleza, Pureza, Força, etc, etc. Cem Nomes lhe dão os Islâmicos, Mil e uma pétalas de qualidades Lhe assinalam os antigos yogis ditos clarividentes, miríades de espíritos (kami) o manifestam no Shintoísmo...
Orar com o Anjo significa então abrirmos-lhe mais o coração, comungá-lo mais intensamente e deixarmos impregnar-nos de mais influxos do Ser e Vontade Divina. E, por vezes, mesmo receber alguma graça de visão da Hierarquia Celestial ou mesmo das Faces da Fonte ou do Sol Divino Primordial...
                               
Quando pedimos a Deus que Ele nasça mais em nós, ou que se faça a Sua vontade em nós, estamos também a sintonizar com a essência do Anjo e a permitir que ele nos passe algo da sua contiguidade ou proximidade divina, em termos de inspirações,  imagens,  amor, pureza, caridade, desprendimento, alegria, devoção, lucidez, coragem...
Quando uma pessoa nos pede para fazermos algo num dia, nós guardamos a mensagem e no dia aprazado ela é realizada. Assim também o Anjo da Guarda, quando oramos, passa-nos certas energias ou mensagens, e por isso eles são chamados Mensageiros (Angeloi, em grego) e, ainda que não estejamos conscientes delas, durante o dia a dia vamos estar expostos a esse campo de forças transmitido e poderemos inspirar-nos e realizá-lo, porque ele está dentro de nós, no nosso amplo corpo de consciência e de energia e em comunicação transparente (maior ou menor, conforme a pureza do coração e da vida, e a atenção e sensibilidade) connosco...
Interrogar-nos sobre as funções dos Anjos, as suas actividades, os seus fins,  quando temos algum tempo para nos  interiorizarmos mais,  é importante, pois vamos trabalhar com as energias subtis do pensamento e da imaginação, as quais fazem de intermediárias com eles, pois se não acreditamos, se não lhes falamos ou cantamos, se não temos ou desenhamos qualquer imagem ou ideia deles, é bem mais difícil recebermos a visão, as inspirações, as bênçãos.
A clássica distribuição dos Anjos por nove classes ou níveis, e cada um deles com certas funções, e que proveio de uma sistematização de dados soltos e até contraditórios  do Antigo e do Novo Testamento, realizada pioneiramente pelo pseudo-Dionísio Areopagita e pelo o papa Gregório Magno, ambos no séc. VI d. C., embora bela e muito ordenada não nos dá certezas pois quase ninguém teve vivências dos níveis mais elevados deles. Cada um tem de descobrir por si mesmo o que consegue ver e receber e intuir, pelo que vamos considerar apenas os Anjos, mencionando além deles o Arcanjo de cada país e que existem ainda espíritos celestiais que sob a designação de Arcanjos adquiriram grande nomeada e culto.
Ora, quanto ao nosso Anjo da Guarda, o que faz ele podemos admitir que em grande parte depende de nós. Se lhe ligamos, se oramos com ele, ou seja, se fazemos petições pelo bem de seres ou de causas, ele tem mais actividade.
Certamente que, quando oramos à Divindade e Lhe damos graças, a as energias levitantes da alma angélica intensificam-se, batem mais, em especial quando lhe pedimos que levem as nossas orações e aspirações até à esfera Divina. Aliás podemos orar exclamando ou ciciando, qual mantra:«Anjo, Deus// Anjo, Divindade». Mas o que parece mais evidente é que fica a haver mais luz entre e  nós...
Certamente que uma das melhores orações é a da quietude amorosa com ele, quando conseguimos não nos dispersarmos por múltiplos pensamentos e sentimos o  amor por ele e como que vêmo-lo sobre nós, ou mesmo descendo e fundindo-se connosco, o que pode culminar na graça de o contemplarmos subtilmente.
Há aqui um trabalho dos chakras (centros de forças, subtis) do coração, do 3º olho e do cimo da cabeça. Mantermos mais a consciência de que lhe estamos a abrir o cimo da cabeça  ou o coração pode ser bem importante e luminoso e cada um o deverá sentir por si mesmo.
Certamente que as outras funções clássicas de porem a mão sob nós quando caímos, protegerem-nos em caso de acidentes ou de perigos, ajudarem-nos a suportar ou vencer as dores e doenças, acontecem sempre que a Providência Divina o permite.
O tentar ajudarem-nos sonhos, o tentarem segredar-nos perante cada pessoa ou situação a resposta ou reacção adequada, o aconselharem-nos nos momentos de indecisões, são também tarefas que realizam no seu amor por nós.
Ou ainda inspirarem-nos a encontrar as pessoas afins e frutíferas, os livros adequados, ou mesmo a abri-los na página certa.
Ou ainda para nos ajudarem a não entrar em excessos, e nesta linha poderemos lembrar-nos do Anjo ou Génio (em grego, daimon) de Sócrates que lhe dava sinal do que ele não devia fazer (pelo menos, pois noutras versões gregas dizia também o sim), o que significa entre outros aspectos (tal como o de atrasar e cogitar mais a decisão) que nas alturas em que estamos com dificuldades de tomar a melhor decisão, ou de inverter ou transmutar uma marcha energética (na Índia explicada nos três gunas de tamas, rajas, satva), a ligação ao Anjo, ou a chamada dele, podem ajudar-nos...
Quantos dos nossos sentimentos ou pensamentos podem ser mais inspirados por eles será uma questão que ficará a vibrar entre nós e eles....
Pensemos então mais no Anjo ou no Arcanjo com o coração, o sorriso, a aspiração, o silêncio, ou tenhamos mais frequentemente momentos de recolhimento no nosso recanto meditativo para sintonizarmos  e abrirmos os canais comunicantes com eles e com o Bem, a Verdade e a Divindade... 
Amen, Om, Hum, Hri...

Sem comentários: