segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Plataformas em defesa das árvores lisboetas e os seus psicomorfismos. Entrecampos. 24/10/2016

Realizou-se hoje em Lisboa, em Entrecampos, uma pequena manifestação contra mais um abate municipal de árvores, previsto para a zona, e que levou alguns olisiponenses a imaginarem que existirá mesmo um matadouro ambulante, pelo menos imaginal, após várias árvores assassinadas na sua pujança vital (no jardim junto à Assembleia Nacional,  choupos na Fontes Pereira de Melo, e Tipuanas no Saldanha) ou então horrivelmente desfiguradas (por vezes em podas fatais), como aconteceu ainda há dias à histórica "Bela Sombra" do Limoeiro, donde séculos atrás algumas almas se envolaram para estados mais paradisíacos... 
Haverá ainda alguma possibilidade de consciencialização nos responsáveis e vereadores das Juntas ou da Câmara Municipal de que as árvores são seres vivo e dotados de sensibilidade e  consciência e que são absolutamente indispensáaveis à vida humana, mormente à já tão poluída citadina, ou o pragmatismo desumano que os parece animar fá-los pensar que basta à grande alma de Lisboa e aos cidadão apenas as vias e os circos dos Romanos ?  

Diante do edifício da Câmara Municipal, em Entrecampos, com as predestinadas vítimas por detrás, juntaram-se alguns membros da Plataforma em Defesa das Árvores, da Comissão dos Moradores do Campo Grande, do Forum Cidadania Lx, mais alguns amantes das árvores e fadas, bem revoltados com mais esta machadada nas árvores e almas...
Só um partido se fez representar mais graduadamente (o CDS, embora também estivesse um do PAN, António Lobo) e teve os seus momentos de diálogo televisível... 
                         
A Manuel Correia, Presidente da Liga dos Amigos do Jardim Botânico, a Ana Cristina Figueiredo, ex-dirigente da Quercus, que não esteve representada, e agora bem mais animada na Plataforma em Defesa das Árvores, e outros amantes da Natureza.

Alguns amantes das árvores, corações vivos que saíram das preguiças e comodismos, na alba lisboeta.
Pinto Soares, um dos clássicos do amor arbóreo nos séculos XX e XXI, da associação Lisboa Verde, e uma criança a ser iniciada pela Mãe a olhar com profundidade e holismo para o século XXII, com árvoredo...

Quem terá sido o master-mind do letreiro disfarçante do abate injustificado de árvores, para dar mais uns tostões de estacionamentos?

Pague, e cale-se...
Mortos famosos ou árvores vivas, removem-se ou matam-se...

A SIC e TVI estiveram presentes. A RTP estaria mais interessada se fosse bola e disponibilizaria então comentadores e doutores, serviço publico educativo, na visão alienante que a parece reger em vários sectores...

Diálogos entre conhecedores-amantes e jornalistas sensíveis e interessados
                      
Chá de Tília, quanto de nós não recolheram já e desfrutaram das flores tão perfumadas desta árvore medicinal tão benigna em Portugal?

Suzana Neves, boa conhecedora e escritora sobre as árvores, defendendo-as para uma jornalista televisiva.

                                       
A Tipuana, junto à Biblioteca Nacional, que tantas vezes toquei (ou me encostei) no caminho a pé do Metro para a consulta do espólio de Fernando Pessoa, ou de outras obras, parece que afinal vai sobreviver. Só pela proximidade desse grande centro espiritual de Portugal, formado de livros feitos de árvores, esta árvore, se fosse no Japão, estaria protegida por um shimenawa (isto é, envolvida por uma corda entrançada) e seria considerada sagrada, ligada ou habitada pela Divindade, pelos Kami, e como tal ora tocada ora cultuada, em especial dentro da cosmovisão e religião Shintoísta. 
Quando acontecerá tal em Portugal? 
Quando haverá mais do que meia centena de árvores consideradas de interesse público e protegida, o que é ridículo com o património fabuloso que temos, como por vezes tenha mostado na página do Facebook Culto das pedras, das árvores e das águas? 
Nem vale a pena contarmos as milhares que há no Japão... 
Eis um dos índices da qualidade anímica de um povo e dos seus governantes, o respeito, amor e relacionamento harmonizante e elevante com as árvores...

Há que ter cuidado com as promessas de transplante  destas árvores pois pode ser apenas um eufemismo de deixá-las morrer fora das vistas. 

Árvores sagradas, grande seres, dríades subtis. Será que a sua humildade gigante e natural faz sombra aos políticos da artificialidade e consumismo?

Alguns membros da candidatura cívica de Henrique Neto, tal como a Rosário Paulo Carvalho e o Rui Martins, estavam presentes e dialogantes.
Algumas das almas mais dinâmicas e empáticas com as árvores e a Natureza, tão menosprezada em geral pela política urbanística lisboeta e portuguesa. Porque não há consultas a grupos e a  mulheres sensíveis à Natureza, como a Manuela Correia e a Ana Cristina Figueiredo, a Rosa Casimiro e a Beleza Barreiros, estas almas axiais da Plataforma da Defesa das Árvores, com alguns milhares de pessoas já no Facebook?

Algumas das pessoas mais entusiastas, isto é, en Theos, em Deus, na Divindade, que une a natureza e o ser humano, também designada na Tradição Espiritual Portuguesa como o Espírito Santo, que aflui onde dois ou três se reunem em seu nome, isto é no Espírito da Verdade e do Amor...

Tudo vale a pena se a alma não é pequena, e portanto mesmo com poucos se a Verdade e Amor os anima, os resultados podem ser grandes. 
Assim consta que as árvores e os espíritos da Natureza de Lisboa estão gratos aos que deram algo do seu ser, para que elas e elas sobrevivessem e invisívelmente continuem a harmonizar-nos...

             
O PAN, o BE e os Verdes não estiveram, quanto a personalidades mais conhecidas, mas pelo menos o verde da Esperança está presente nos cartazes ainda vivos algures a esta hora, tanto mais que algum diálogo com o responsável Urbanístico (e da tragédia que se antevia)  parece que dará frutos para a vida senão eterna pelo menos mais prolongada de algumas árvores e seus espíritos da Natureza. E, claro, para a harmonia da grande Alma Lisboeta e seus seres..

A árvore interior de cada um, e a árvore cósmico-divina e eixo dos mundos agradecem, subtilmente...
                                 

2 comentários:

Inês B. disse...

Que belo e comovente texto. Só se esqueceu, talvez, de dizer que Pachamamma nos honrou, porque se previa uma intempérie que nunca chegou a haver. Obrigada, obrigada, obrigada. Abraços

Pedro Teixeira da Mota. disse...

Muitas graças, Inês B., pela sua tão profunda sensibilidade, ou elevada, já que me fala da deusa Pachamamma da cordilheira dos Andes e que eu desconhecia...
Sim, os espíritos da Natureza, os Devas, os Anjos, os Deuses e Deusas, como faces ou agentes da Divindade Cósmica, ainda nos abençoam por vezes...