sexta-feira, 10 de junho de 2016

Dia de Portugal de 2016. 10 de Junho. Reflexões sobre a crise e esperanças e votos...

                                                           PORTUGAL
No século XXI, no ano de 2016, a 10 de Junho deveremos dizer nós algo sobre Portugal, quando o país está há tanto tempo tomado em grande parte por diversos grupos de pressão e partidos que se apropriaram do Estado e tanto o têm retalhado e corrompido?
Não valerá a pena referir nomes para o quadro de honra dos que mais envergonharam ou roubaram o Estado Português e Portugal. Encontrá-los-emos ora ainda em funções públicas nacionais ou internacionais, ou já bem instalados seja nas parcerias publico-privadas que tanto têm roubado a nação, seja nas grandes empresas, nacionais ou multinacionais, que vivem bem com todos os governos e todas as crises.
Ponhamos uma pedra sobre este nível, ainda que certamente as recentes eleições, com um governo de esquerda e teoricamente de ecologia e defesa dos animais e um novo Presidente anos de luz acima dos anteriores na velocidade e capacidade de diálogo, nos dêem algumas esperanças que diminuirá a corrupção e a sujeição ao capitalismo neo-liberal internacional, que comanda a maior parte das instituições europeias, desde a União Europeia à Nato (sempre em bulying com a irmã Rússia muito mais europeia que os USA), até às Nações Unidas, como há dois dias o próprio secretário Geral Ban Ki-moon afirmou em relação à Arábia Saudita e aliados...
Cumprimentemos então os Portugueses, sobretudo os que não desistiram de perseverar seja na sobrevivência difícil, seja na solidariedade generosa, seja na múltipla criatividade artista, cientifica, industrial, empresarial, cultural, ou ainda no activismo pelas minorias, doenças graves, animais, natureza, etc...
Tornado finalmente um país invadido pelo Turismo mundial, há que proteger os monumentos nacionais da sua entrega de mão beijada a empreendimentos turísticos, há que velar pela protecção das costas e reservas territoriais de mais atentados, e há que valorizar todos os que tentam resistir à invasão conquistadora das grandes casas ou marcas e das importações massificadas que tomam conta ora das melhores lojas ora das múltiplas lojinhas de gente séria que sobrevivia com dificuldades e que foi varrida do mapa, empobrecendo-se assim as almas locais tradicionais.
Sabermos apresentar a nossa tradição agrícola, artesanal, industrial, cultural e espiritual com produtos de qualidade, sem destruirmos o que é são as nossas especificidades, é então o grande desafio que temos diante de nós, vigiando-se e denunciando-se seja a alteração inestética, seja a delapidação, seja a privatização do património público a que temos vindo a assistir em tantos aspectos, diminuindo-se, por exemplo, lamentavelmente o contacto da população portuguesa com muitos dos seus locais de culto.

Muitos são na realidade os casos que mostram como a ganância do lucro tem estado a enfraquecer paulatinamente a cultura geral em Portugal: os Museus que deviam estar abertos livremente para as crianças, jovens e reformados, passaram dos quatro Domingos em que se podia entrar gratuitamente até às 14 horas, para uma mera entrada mensal gratuita e em que tudo se acotovela perante a mesma tela...
O claustro dos Jerónimos, onde tantas vezes meditei diante do túmulo de Fernando Pessoa, implica hoje em dia um pagamento substancial se alguém quiser fazer tal acto de culto, comunicação ou inspiração, para além do contacto com Alexandre Herculano e todo o simbolismo e carga vibratórias que as pedras esculpidas conservam.
O castelo de S. Jorge, que sempre fora gratuito, foi tomado de assalto há uns anos por uma das tais entidades público-privadas de qualidade suspeita e geradas no âmbito do retalhamento da túnica crística nacional, e assim um português ou mesmo um lisboeta que já não resida em Lisboa tem de pagar bastante para entrar. A falta de empatia por quem lá passa é tal que há poucos dias fui escorraçado porque não consegui, apesar de ter o bilhete de identidade, provar que morava em Lisboa, apesar de terem internet, estarem bem instalados e poderem confirmar o que eu alegava e que ficou registado no Livro de Reclamações...
É caso para dizer-se: - Bons tempos quando os ditos Infiéis controlavam Lisboa e o castelo de S. Jorge, ou mesmo a Sé então mesquita, pois esses não eram infiéis nem aos seus, nem aos cristãos, nem a si próprios.
Lisboa Antiga
O que se passa nas outras cidades e vilas do país a este nível não sei, mas tudo isto contribui para a incultura geral, para a desilusão e deve estar em sintonia com o lixo televisivo e a bebedeira de futebol e de doutores da bola que impingem aos incautos que ainda têm televisão em vez de a criarem por si mesmos, selectivamente, com a internet.
O que poderemos desejar mais para Portugal senão que o capitalismo financeiro nacional e internacional não continue a sangrar a população em geral com as negociatas túrpidas e as gestões e falências fraudulentas dos bancos, sejam os privados seja o Central, em tantas ocasiões conivente com o que se passou e pagando a factura quem nada a ver tinha ou lucrara, ao contrário dos que arrecadaram os milhões por fora ou pelo Panamá... E que a Justiça melhore, não usando dois pesos e duas medidas e não permitindo tanta impunidade dos altos quadros e dos políticos...
A falta que faz o rei D. João II e o seu lema: "Pela Lei e pela Grei"
Deixando essa zona tão minada, triste e revoltante, desejemos mais apoio às pescas e à construção naval portuguesa, tão abatida com a entrada na UE, mais apoio à agricultura biológica e mais controle das sinistras actividades da Monsanto, da Sygenta e da Bayer, no fundo da indústria agro-química, em tantos aspectos destruindo as terras e a saúde dos utilizadores e consumidores, valorizando-se e implementando-se antes a Harmonia com o Planeta que a agricultura orgânica, saudável, biológica e respeitadora das nossas sementes proporciona, como podemos ver em algumas explorações modelares no Alentejo, tal como a Herdade do Freixo do Meio, ou o Pedro Baptista no Vale do Tejo,  dentro de uma política de preservação e fomento das características próprias do montado e do olival, da mata e do bosque nacional, como tanto tem falado o arquitecto Gonçalo Ribeiro Teles.
Burros na Herdade do Alfredo Cunhal Sendil, em Freixo do Meio, Montemor, Alentejo
Bastante mais investimento no ensino público, menos burocracia para os professores, maior adaptação ao conteúdos necessários nos tempos presentes e mantendo-se uma cultura humanista, parecem também evidências...
Protegerem-se os direitos dos trabalhadores e reduzir-se ao mínimo as situações de precariedade;  apoiar-se mais a saúde pública, a rede hospitalar e os seus profissionais, investindo-se mais na prevenção e na educação; controlar-se o lobie cimenteiro e eléctrico para que não destrua mais rios e eco-sistemas; e maior apoio ao teatro, à literatura, às artes, à música, ao culto do Espírito Santo, com que tanto poderemos evoluir e dinamizar a consciência colectiva, serão ainda desejos sinceros de todos nós...
Peregrina, pacificadora e devota do culto do Espírito Santo, tão valorizado por Jaime Cortesão e Agostinho da Silva, ainda hoje nos inspirando... 
E, finalmente, formulemos os votos que os Portugueses não se deixem enganar por tantas organizações e pessoas nas yogas, curas e espiritualidade e aprofundem o auto-conhecimento de si próprios enquanto corpos, almas e espíritos e vivam mais harmoniosamente uns com os outros e com a Natureza, inseridos na Tradição Espiritual Portuguesa onde tantos grandes seres já brilharam e que nos mundos espirituais continuam a acompanhar-nos e a inspirar-nos, sob a égide do Génio da Nação ou do Arcanjo de Portugal, e que neste dia se comemoram como eixos exemplares de ligação com a Humanidade e a Divindade, A qual invocamos e evocamos dando graças...
S. António e o menino do Espírito Santo, por Maria de Almeida
Lisboa, 10 de Junho. 13.34 m, junto ao Tejo e às nuvens e céus de Portugal...

Sem comentários: