quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Ensinamentos espirituais. Da demanda do Graal actual.

O ser humano pode ser visto basicamente como energia e consciência, corpo e personalidade, pensamentos e sentimentos, partículas e fotons, raios e vibrações...
A energia alimentar e respiratória, a solar e a cósmica, sob a forma de raios e partículas, são as fontes mais conhecidas, mas há muitas energias invisíveis e subtis que chegam até nós ou nos atravessam e que conhecemos mal, nomeadamente as radiações da terra, com os seus solos, rochas e cristais, as das árvores, dos ventos, das nuvens, ou mesmo as dos pensamentos e emoções, dos anjos e espíritos, estes fora de corpos terrenos e sem os cérebros que muitos julgam ser os exclusivos produtores da consciência, do pensamento e do ser...
Compreendermos ou realizarmos melhor o ser humano na sua dimensão subtil e espiritual sempre foi um desiderato prosseguido por indivíduos e grupos ao longo dos tempos, e podemos chamar a tal a demanda do Santo Graal, considerando que houve e há seres que são portadores já dele, ou seja, que conhecem o ser humano na sua realidade, visível e invisível.  
Esta demanda outrora feita em pequenos grupos, depois espalhada pela imprensa, modernamente com os meios informáticos há um aprofundamento e uma partilha bastante maior do que se conhece ou do que se pode e quer transmitir, intensificando-se as  possibilidades de conhecimento e de realização, embora esta seja do domínio interior e vivencial e não do virtual, nem sequer do intelectual, por muito seminários ao vivo ou on-line que se façam...
A dificuldade actual é até mais a da excessiva informação que nos rodeia e a falta de discernimento do que é o mais importante ou verdadeiro, pois há muita manipulação e simulação, distorções e limitações no que é apresentado como verdadeiro ou apropriado, para além de que muita transmissão é basicamente mental e realizada por quem não tem as qualificações espirituais necessárias e desse modo afectando os que a recebem
Podemos consideramos ser o mais importante da vida as pessoas estarem felizes harmoniosa e evolutivamente, ou seja, realizando-se humana e espiritualmente. Ora entre os muitos factores que podem apoiar tal desiderato, além da alimentação e trabalho que deveriam ser bastante mais apoiados pelas potências governamentais, o auto-conhecimento é fundamental e as escolas e universidades ou mesmo as religiões pouco o apoiam ou estimulam, ainda que certamente haja boas excepções...
          “Ser humano conhece-te a ti próprio e conhecerás as dimensões e seres subtis do                          Universo, ou os Deuses”, foi escrito no frontão do templo de Delfos, na Grécia.
Corpo, alma e espírito, eis a tripla divisão do ser humano, a trindade nele a ser investigada, cultivada e amada e de tal surgiu tanto a demanda das religiões, a dos cultos dos mistérios e a das  iniciações, no fundo, espiritual, de uma filosofia perene, ou ainda a dos Cavaleiro(a)s ou Fiéis do Amor, tal como hoje há a par dessa a das neurociências e das físicas quânticas acerca das dimensões últimas da matéria e do Cosmos e também da consciência...
Tentemos então equacionar  e intuir aspectos menos conhecidos desta tríade que vive na terra, nomeadamente algo da dimensão subtil electromagnética do corpo e do ser humano, a qual se revela ser quantitativamente uma infinitésima parte do que é o magnetismo da Terra.
Os ions, ou partículas carregadas electricamente, circulam no corpo, mas também os fotões disparam na frequência ultravioleta e produzem sons inaudíveis na divisão das células ou mitose. Somos seres compostos de milhares de partículas em vibração e em interacção constante com o que nos rodeia, campos abertos com o Cosmos, donde a Música das Esferas, que Pitágoras e a sua escola iniciática cultivaram e que ao longo dos séculos alguns místicos ou iniciados conseguiram sentir ou ouvir, ou hoje os cientistas confirmam nas notas sonoras produzidas pelas partículas subatómicas, e que nos constituem a vibrar... 
Praticar então a escuta do silêncio, do som sem som, da unidade vibratória e ondulatória do Cosmos e de nós próprios, que a todo momento acontece e se regista ritmicamente, é uma prática harmonizadora, serenizante mas sobretudo auto-consciencializadora, despertante, embora certamente difícil e só raramente desabrochando para níveis superiores, esses atingidos por tal meditação que o místico mogol Dara Shikoh, denominava o sultão das práticas espirituais...
Também quando nos entusiasmamos, apaixonamos ou nos elevamos, sentimo-nos mais leves porque o nosso corpo psico-energético é intensificado ou ampliado vibratoriamente: já não está só semi-fechado em nós e projectou-se para outra pessoa ou para outras actividades e níveis. e assim o peso da gravidade é menor, ao estar a ser distribuído por uma extensão maior, enquanto que a nossa consciência subiu de nível, tanto cerebralmente como vibratória e psico-espiritualmente...
Assim, com estas práticas meditativas, alquímicas ou transmutadoras, simultaneamente, ficaamos mais fortes e as vibrações negativas ou inferiores não conseguem penetrar nas superiores enquanto que as partículas afins do que amamos chegam até nós e nos inspiram de diversos modos e fortalecem-nos para resistirmos às adversidades ambientais que nos rodeiam e desafiam a manter-nos incólumes, lúcidos e livres, na graça Divina invocada com regularidade...
Quando amamos alguém quase levitamos não só por esse assumir mais plenamente do corpo subtil vibratório mas também por estar a haver uma correspondência maior entre o nosso verdadeiro ser (espiritual e de amor) e a nossa personalidade e ainda o outro ser, numa interacção que chama as correntes do Amor, dos nossos seres e do Cosmos, e que age sobre os outros e o ambiente...
Nas nossas meditações, por vezes, é a nossa aspiração ou amor ao Espírito e a Deus que nos eleva e podemos sentir algo do que foi chamado de Gloria in excelsis Deo, numa claridade vibratória de ligação entre a nossa consciência na Terra e algo da que é a do nosso espírito, ou do mundo espiritual, ou mesmo do Amor divino e dos que o conhecem e vivem...
Quando há esta harmonia tripla, entre o eu e Deus, ou no eu-tu, ou com eles ou ambiente, então a felicidade é maior ou grande, irradia e não se limita mas transfigura, contagia e se em nós faz descer a Luz no olho espiritual, na Natureza pode atrair seja nuvens especiais ou ainda as fadas e gnomos, que tornam a terra ou a "árvore seca" reverdejante, ou vermos que o “green man”, o deus Pan, ou “as Fadas de mão verdes” estão vivas nos mundos subtis...
Ora quando o nosso coração dardeja mais os seus raios e a sua chama alteia-se em aspiraçõ de amor com alguém ou com Deus, sentimo-nos mais altos, expandimo-nos e vamos fortificando o nosso coração ígneo, modelando no fundo o cálice, o Graal em nós...
Um bom Graal para se contemplar...
Mas se somos cavaleiros ou cavaleiras, peregrinas ou peregrinos do santo Graal, se tenho de erguer a minha taça com firmeza e perseverança, para que a Luz do alto desça e do íntimo brote e se transmute em visão e sensação, não podemos perder muito as forças interiores que configuram ou criam o cálice e que são aquelas em que nós estamos a vibrar ou a dar coesão ao corpo-alma, nomeadamente quando estamos a fazer o que devemos, auto-conscientemente e amorosamente, estabelecendo a ligação com o espírito, com a grande Unidade informativa da Alma-Mundo e com a Divindade, a qual é a Fonte do Bem, Amor e Verdade. 
A demanda do Graal é uma constante batalha contra muitas forças dispersantes ou mesmo destrutivas e que surgem ora como amigas ora como inimigas mas muitas vezes apenas as absorvemos inconscientemente nas relações e informações que constantemente recebemos e nos vão enfraquecendo ou desviando...
Termos a espada da vontade e do destemor bem treinada e activa para cortarmos ou desviarmos as partículas que não nos são convenientes, cortar com televisão e seus noticiários amedrontadores, ou com as conversas repetitivas. inúteis e superficiais e não nos deixarmos  manipular nem corromper, é fundamental. 
Quanto à famosa, querida ou famigerada, plataforma de comunicação que dá pelo nome de Facebook há que seleccionar ou discernir bem em que amizades ou grupos entrar, e o que se deve comentar ou partilhar, para que os efeitos sejam luminosos e benéficos, dentro do equilíbrio do corpo e da mente e sob uma consciência espiritual, reservando-se sempre mais tempo para a escrita, leitura, oração, meditação, contemplação...
Em verdade, é ainda a meditação, certamente apoiada pela oração e o canto, a dança ou o gesto ritual ou bem consciente, a prática mais importante, nela e nas consequências próximas e longínquas que irradia e causa luminosamente...
Assim em cada meditação abrem-se calmamente, ou mais forte e fugazmente, as ligações superiores e tanto as partículas subtis como o equilíbrio dos neurónios, hemisférios e chakras, das emoções e dos pensamentos vai-se realizando.
Mas também os antepassados, o espírito da natureza, o Mestre, o Anjo ou o Arcanjonos podem surgir, por entre as práticas ora respiratórias, ora de auto-observação silenciosa, ora de entrada no coração,  tal como  a de sentir o movimento de entrada e saída, tanto do sangue como da consciência, com algum mantra: Deu-us, A-mor. 
Sejamos trabalhadores criativos e mais abnegados da causa comum da Verdade e do Bem, cavaleiras e cavaleiros do santo Graal da Natureza harmoniosa e amada, nomeadamente pela agricultura e alimentação biológica ou orgânica, para que  que o santo Graal do Divino em nosso coração, chama de Amor-Sabedoria, brilhe e irradie mais.
Que frutifiquem as nossas melhores aspirações e que a Luz Divina brilhe mais em Portugal, nomeadamente a do seu Arcanjo sendo mais sintonizada por nós, de modo a dispersarem-se as trevas, protegendo-se a Natureza e as árvores, bem como o Património,  e aclarificarem-se as mentes e o ambiente geral,  intensificando-se assim  a comunhão com os seus grandes Seres e o Santo Graal.

31-12-2014. Melhorado em 10-01-2021

2 comentários:

José Manuel Morão disse...

Bom ano de 2015, Pedro! Que a graça aumente em nós, por Cristo Nosso Senhor.

Pedro Teixeira da Mota. disse...

Pax tibi! Gratias.