quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Da demanda do som, do ritmo, da Palavra, do Espírito, da Harmonia, da Divindade.

Fala-se, na tradição perene, da música das esferas, do ritmo primordial, do nome ou nomes de Deus, da palavra mágica   e procura compreender-se como se demanda tal mirífico e rítmico som, ou o seu eco, ou ressonância, por diferentes entendimentos, perspectivas e práticas. 
Uma de tais aproximações, pouco falada, e talvez das mais importante quanto  ao nosso ser,  é o do som ou nome verdadeiro de cada um de nós, algo que estaria na base do nome que os padrinhos, ou os pais intuiriam e escolheriam. Algo que está na base dos novos nomes, mais espirituais que são dados em certas iniciações, seja em ordens religiosas, seja de mestre a discípulo.
Outro nível de busca, mais elevado ainda, é o do Ser  Divino, e os seus Nomes ou as sonoridades com que Ele é sentido, ouvido, identificado (limitadamente, claro) ou referido e porventura os sons que nos tocam mais para dele nos aproximarmos vibratóriamente, ou até aquelas com que ele nos possa agraciar. 
Acalenta-se então o sonho que tal audição seja o abre-te sésamo da realização espiritual, ou o abraxas da iniciação, ou entrada e avanço, num caminhar mais consciente de uma vida mais acertada, harmoniosa e plena. 
Pensa-se por vezes que será fácil chegar ao nível da primordialidade e funda interioridade, repetindo a fórmula de um mantra ou oração, por vezes dado por alguém em iniciações mais ou menos superficiais e rápidas, e  assim se entrar no ritmo certo gerador do desabrochamento da visão interior, graças à qual logo se desvendaria a Divindade e se sentiria a vera Felicidade.
Pronunciar devota ou amorosamente orações e mantras e, depois,  deixar acalmarem-se as vagas de pensamentos e silenciar e escutar, tentando ouvir-se o som rítmico interno, ou as palavras orantes e espontâneas, certamente ajuda-nos a aprofundar a nossa autoconsciência e o nosso corpo espiritual e a harmonizar os seus órgãos tão indispensáveis na demanda que é a Vida toda...
                                
              Ihs, uma das sonorizações tidas como  nome de Deus. No claustro dos Jerónimos... 
De facto, antes de podermos chegar aos níveis mais espirituais e divinos, quanto trabalho de crescimento, de purificação, de iluminação e, sobretudo, de discernimento e esforço perseverante, pois não só o desabrochar consciencial é lento e a luta pela sobrevivência é desarmonizante, como há tanta desinformação e manipulação a ser lançada sobre as pessoas que muitas acabam por pouco conseguirem vivenciar de tais estados conscienciais silenciosos e expansivos. Pouca gente consegue ampliar espacialmente a sua consciência, pelo difícil e raro silêncio. no corpo espiritual e no cosmos envolvente
Sendo tantas as vibrações e ondas, desde as terrestres e humanas às cósmicas e espirituais, mais ou menos rítmicas, que nos são transmitidas e que nos movem e compõem, ou que connosco interagem, importará investigar melhor, por exemplo, como devemos lutar pelo desabrochamento interior do nosso  ser e com que  energias e ritmos trabalhar ou nos apoiar para descobrirmos e realizarmos mais a nossa essência e missão. E avançarmos em harmonia com os ritmos e as combinações mais afins criativos e luminosos trabalhos, interesses, investigações, locais, momentos, pessoas, amada ou amado, família, árvores, pedras, objectos, cores, formas, músicas, sons, etc, etc.
                  
                  A estrela de cinco pontas e o Sol, num microcosmo tão puro... 
Certamente que uma base importante desta demanda e alinhamento, além do estudo e da experimentação, do trabalho e da vida, será a meditação de manhã e ao fim do dia, na qual utilizamos a observação dos ritmos mais fáceis de ascultarmos:  respiração,  vibração sonora subtil interior, coração,  ondulações do pensamento, as imagens que se soltam da alma e da memória, a que acrescentamos sabiamente os nossos sons e orações, para que por fim a Luz se manifeste e clarifique e harmonize melhor todos os ritmos e níveis referidos...
Olhando para a Natureza, sem dúvida que os ritmos transmitidos pelo Sol, com a noite e o dia, são os mais fortes e decisivos, ainda que haja muita gente que pouco pode ligar a eles, obrigada a trabalhos que são, como muito sintomaticamente se diz, fora de horas... 
Ora a noite silenciosa e escura, sob a luz das estrelas, tem os seus efeitos harmonizadores rítmicos nos sonhos, nos neurotransmissores, e como tal devia ser mais acolhida, respeitada e aprofundada, sobretudo no silêncio, na luz das velas, na paz ambiental, considerando-se até o ideal  uma pessoa deitar-se às 23:00, para o funcionamento mais livre, de impressões sensoriais externas, do meridiano do fígado e da regeneração do organismo...
                   
      Sandhya,  transição, na tradição indiana. Os momentos mais auspiciosos para a meditação... 
Certamente que a regra geral é aproveitarmos a luz solar, para agirmos, e por ela somos alimentados tanto na pele (útil na fabricação da vitamina D) como nos olhos, como na vitalidade, denominada prana, ou átomos de energia, na Índia. Daqui a voga dos banhos de sol, na época das férias, altura certamente importante para nos recarregarmos de energias diferentes das vividas nos ambientes profissionais habituais, mas, diremos, com conta, peso e medida...
Ver, meditar ou contemplar o nascer-do-sol ou o pôr-do-sol é um acto despertante, um rito valioso, já que participamos de um ritmo multimilenário poderoso e por vezes belíssimo, ainda que os raios e partículas que nos vêm do Sol e que entram pelos chacras etéricos (segundo alguns, em especial o do baço) sejam ainda pouco reconhecidos, e menos ainda os raios ou correntes subtis e espirituais que do Sol se irradiam e até nós chegam, podendo contudo ser observados tanto na visão física como na subtil e espiritual, tudo contribuindo para o ser e corpo de luz desabrocharem mais...
Lembremos neste sentido as deidades solares em tantas tradições, desde Utu ou Babar na Suméria, Assur na Assíria, Râ ou Atum e Aton no Egipto, Surya na Índia, Mitra-Ahura e a glória de Xvarnah na Pérsia, ou ainda Helion e Apollon gregos, o Sol Invictus da Roma, de vários imperadores até Aureliano e por fim Juliano (filósofo, que via uma tríade solar: o Sol do Mundo Inteligível, o Sol do Mundo Intelectual e o Sol do mundo sensível), devendo-se ainda relembrar os filósofos estóicos com o seu Logos Spermatikoi, a Razão divina derramada pelo Universo, em Macróbio afirmado como o Sol mundos mens est, "o Sol é a mente ou inteligência do mundo", antes de muito destes cultos solares desaparecerem no Cristianismo, que ainda assim, destas deidades e aspectos do seu culto e concepções, assimilará algo em termos de concepções, arte, liturgia e calendário religioso, tanto mais que filosoficamente o Logos do Evangelho de S. João tem muito do Logos estóico e do Deus solar antigo.
                       
                            Rumo ao Sol espiritual e primordial da Divindade... Por Bô Yin Râ... 
Os cultos e rituais de saudação e celebração do Sol, realizados como vimos numa continuidade ininterrupta através dos séculos e da religiões, ora diariamente (nos templos ou nas casas) ora em épocas especiais, como nos solstícios, deram origem a tanta festividade e simultaneamente a tanta sacralização de pedras e estátuas, árvores e construções, a qual ainda nos nossos dias a podemos ver e aprofundar, ligando-a com o mistério do Sol divino interno.
Quantos conseguiriam ver clarividentemente os seres espirituais, ou solares, ou a provável entidade divinal do Sol, ou comungar profundamente com a Sua Luz, Poder e Amor não sabemos, mas algumas descrições de visionários ou místicos, bem como os locais, grutas, templos e monumentos, continuam presentes e podem ser assim trabalhados e reactualizados por nós.
Destaquemos então os solstícios e equinócios, marcando esses ritmos de passagem mais importantes da Natureza, hoje em dia ainda celebrados, embora a vivência e compreensão humana, ao urbanizar-se e informatizar-se demais e ao estar rodeada pela degradação dos eco-sistemas naturais, acaba por sentir e comungar menos de tais circulações energéticas, ciclos e seres subtis da Natureza, nomeadamente seja os descritos como  as fadas, gnomos devas, seja os mais elevados dos Anjos e Arcanjos. 
Rudolfo Steiner, o fundador da Antroposofia, foi um ocultista com certa clarividência que deixou muitas páginas valiosas, ainda que por vezes demasiado complexas ou até imaginativas, sobre este ciclo anual e sobre outros ainda mais longos, os das civilizações e épocas.
Quem poder nestes dias de transição estar mais na Natureza e saudar, meditar e comungar com a terra, as árvores, os ventos, as águas, as estrelas nocturnas e os espíritos da Natureza fará bem e será beneficiado... 
E como houve diferentes compreensões e realizações ao longo do tempo  nos vários povos, em Portugal, pela tradição Celta, nomearemos as celebrações valiosas do Samahin, Belaine, Lugdsad e Imbeloc...
Falar de ritmos implica lembrar outros ciclos ainda, tal como o dos sete dias da semana, ligados com os planetas, o das quatro idades da vida ou ashramas indianas, ou ainda os do mês, do ciclo anual, tanto individual como geral, do ciclo de sete em sete anos (que rege o crescimento físico, etérico, emocional e psíquico, numa ascensão em espiral), ou ainda o ciclo das explosões e protuberâncias solares, de doze em doze anos, ou ainda o da órbita de Saturno de vinte e oito em vinte e oito anos. 
Mas talvez o mais importante ainda seja o dos 28 dias da Lua, com as suas fases crescente e decrescente, que tanto afecta a sensibilidade, as emoções, a mulher, o feminino, as plantas, a água e que tem na Lua Cheia um momento de grande intensificação energética, trabalhado por muitas pessoas e grupos para se inspirarem e meditarem, receberem e irradiarem.
Todos estes ritmos envolvem-nos e deveremos saber adaptar-nos a eles e à Natureza exigente, que selecciona, por exemplo, em cada Inverno mais rigoroso as plantas, árvores, animais e pessoas que podem passar mais um ano de vida, e que merecem participar na grande dança vital, feita certamente de alternância de características ou polaridades e portanto passando pela ondulação alternada de ritmos mais frios ou quentes, lentos ou acelerados, interiorizados ou exteriorizados e que caracterizam a polaridade básica Verão Inverno.
                        
                                          A gruta milenária, útero da Terra e das almas... 
Saber-nos adaptar pelo trabalho e descanso, alimentação e jejum, exercício e práticas que fortaleçam as zonas mais expostas ou em esforço é então fundamental, bastando lembrar-nos como o frio e a humidade, o desânimo e a tristeza, podem ser energias ambientais perversas, desequilibrando e adoentando os corpos e as psiques humanas.
Realcemos o valor de uma alimentação baseada em alimentos produzidos biologicamente, o pouco uso do açúcar ou lacticínios, bem como a utilização de roupas o menos artificiais possíveis.
E quanto aos exercícios, para além dos desportos, ginásticas e andar a pé ou nadar, dos hatha yogas e tai chis, aikidos e chi-kungs, realcemos ainda o contributo da medicina oriental em relação ao conhecimento dos rítmicos fluxos energéticos que circulam de duas em duas horas (por exemplo, o do fígado das 23:00 à 1:00, e essencial para a desintoxicação, que não se fará tão bem se estamos ainda a trabalhar a essa hora) através dos meridianos e dos órgãos, estes relacionados ainda com as estações do ano e os Cinco Elementos, donde nasceram certos exercícios, seja de massagem, de estimulação, de respiração, de sons, de visualização ou de movimento benéficos, muito recomendáveis e praticáveis...
Todo o nosso ser é composto de biliões de células, átomos, neurónios, com milhares de ritmos, mas neles destacaremos, além da respiração já referida, o do coração, que impulsiona o sangue e a temperatura, mas que também pensa e sente, e que, no seu ritmo subtil de sístole e diástole, de compressão e de expansão, se conseguirmos verdadeiramente senti-lo, facilita a entrada no nosso coração espiritual, certamente um dos objectivos do Caminho pois nele ou no seu estado de Amor que sentirmos é que estaremos mais próximos do nosso ser profundo, ou ainda do Amor Divino ou mesmo da bênção, influxo ou graça do seu Ser...
Certamente que o ritmo da respiração é muito importante, ao permitir a vida e a purificação e vitalização do organismo, e é por isso o que mais tem sido trabalhado, ao ser voluntário, nas práticas psico-energéticas de muitas das tradições. Assim, além da meditação matinal, fazermos de vez em quando algumas respirações profundas, ou consciencializar-nos do ritmo respiratório em nós, é sempre benéfico. Mas também os rins e o fígado, o estômago e os intestinos têm os seus ritmos de funcionamento, os seus horários, que deveremos respeitar e até cuidar, não os perturbando demasiado...
Num nível mais subtil, tanto a nossa corporalidade física como a psíquica, na nossa aura invisível, precisam de ser alimentadas, sacudidas, limpadas e estimuladas, e daí os banhos, os jejuns, os exercícios, as danças, as contemplações, as peregrinações, os ritos e gestos, etc.
Harmonizarmos os nossos ritmos mais internos, isto é, não deixarmos que se introduzam frequentemente arritmias, ou energias em excesso e nocivas, que se possam tornar quase crónicas e logo causadoras de doenças, é então importante.
Para isto é fundamental uma auto-atenção, uma constante tomada de consciência do nosso estado vibratório, psíquico e postural, para que em nós haja a fluidez correcta e necessária, no estar, no fluir e nas acções e reacções que a vida suscitará em nós.
                       
Estamos de facto em interconectividade com todos os seres e vivemos num microsistema aberto, o qual pode estar em maior ou menor harmonia com o ambiente ecológico, social, planetário, cósmico...
É portanto bom fazermos com regularidade a auto-consciencialização, interna e do que nos está mais a tocar ou a faltar, do que devemos mais dar ou participar, o que podemos investigar ou descobrir, num exercício de constante auto-avaliação, discernimento, sinceridade....
Por exemplo, o que está bloqueado, traumatizado, ferido, oprimido, sem respiração, sem circulação necessária, seja a de sangue, seja a da energia-prana-ki, seja ainda de sentimentos ou de ideias, e que precisa de ser ouvido, desbloqueado, expresso, musicado, massajado, dissolvido a fim de se libertarem energias e se extrair a lição e o impulso ascendente, de modo a que a vivência da unidade e do amor aconteça mais. 
É o "aqui e agora" tão propugnado: como estamos quanto à postura corporal, como estão os pés, as mãos, a respiração, quais são as tensões orgânicas, que sentimentos e emoções predominam em nós e quais deveremos introduzir mais, como está a qualidade do fluxo ondulante dos pensamentos, o equilíbrio entre o inconsciente e o presente, como está o fio e o canal para o mundo espiritual, para os antepassados e mestres, o que sentimos da beatitude da nossa auto-consciência pura, eis alguns auto-diagnósticos correctivos que faremos ao longo do dia...
Quando chegamos a casa, depois do trabalho, estamos em geral um pouco desgastados pelos esforços mentais, oculares, musculares, ou pelo que foi mais trabalhado, mas nada que não se possa recuperar com um bom banho, algum exercício ou mesmo massagem, leitura, música, diálogo, ou o cuidar e tocar as flores ou as árvores, ou mesmo contemplar as estrelas, as pinturas, e ainda o sentar, orar, meditar, ou o simples conversar, cozinhar e estar em amor com a família e os amigos, estes não só virtualmente pois, embora a Internet possa trazer alguns, conviria que eles se actualizassem em encontros e amizades reais.
Podemos interrogar-nos, quanto ao eixo da ligação vertical ou ascendente, se ele  esteve muito presente no dia a dia, se será suficiente lembrar-nos da Divindade ou fazermos uma curta oração e dar-lhe graças, aspirando a Ele, ou se deveremos praticar mais e consciencializar melhor para fortalecer-se a visão e a ligação permanente com o Espírito Divino?
                      
Entremos então mais regularmente nas práticas da oração, da meditação, da contemplação, do canto, do estudo, da revelação, da integração, da auto-consciencialização permanente, algo que contudo nos seus resultados está dependente da nossa vida moral e ética e também da graça, espiritual ou divina...
Cada pessoa terá de descobrir como equilibrar a sua alma em cada aspecto que a perturba e vencer também as tendências obscurecedoras, que tentam-na tendencialmente a  adormecer, desistir, abandonar, esquecer. A luta é para o conseguir receber, elevar-se e permanecer mais na Luz Divina, na ligação com o Espírito, o Anjo, o Mestre, o Amor, o Sol interior, o Divino...
Será útil referirmos aqui a tradição indiana (do darshana Samkya) dos três estados da matéria, gunas e como nela, a modalidade da matéria mais densa ou lenta,  guna tamas, a inércia ou obscuridade, exige uma actividade forte e dinâmica (o guna rajas, ou rajoguna) para ser transformada, impregnada de ritmo e logo permitir ou revelar a luz, a fluidez, a expansão de consciência (satvoguna), nesta grande unidade natural e cósmica da qual fazemos parte...
Daqui termos falado há pouco do canto, dos exercícios respiratórios, dos mantras ou nomes divinos que podem ser activados (de preferência silenciosamente) para se chegar aos estados mais elevados de meditação ou contemplação, passando-se assim do adormecido (Tamas), para o activo (Rajas) e, por fim, o harmonioso, rítmico e luminoso (Satva).
No fundo estamos a valorizar ou realçar a ligação vertical-horizontal-total, algo frágil ainda na nossa sociedade actual, reservada para uns minutos na missa católica ou nos rituais das outras religiões, e em geral mais desenvolvida nos momentos de oração e meditação, calma e alegria criativa que algumas pessoas conseguem dedicar e realizar...
Esta ligação vertical implica então uma sincronização de nós com o nosso espírito, e é a partir dele que nos aproximamos mais íntima e conscientemente do Divino. Daqui que quem não conhece o seu espírito, não conhece bem Deus... 
Ora, quantas pessoas conhecem o seu espírito, ou ainda o seu nome vibratório, a sua essência, a centelha que, unida às múltiplas forças anímicas que a rodeiam ou envolvem, constitui o nosso ser interno e perene?
A dimensão do nosso espírito, a forma do nosso espírito, as suas capacidades, as afinidades com outros espíritos, eis grandes mistérios, que pouca gente sabe, à excepção de alguns mestres, certamente fora do grande barulho mediático, mesmo cultural ou religioso em que proliferam os pseudo-instrutores ou gurus, ou as canalizações, segredos e cursos de milagres... 
Daqui a grande dificuldade das pessoas encontrarem verdadeiros guias que, unidos ao espírito e ao Divino, possam catalisar tal harmoniosamente nas outras pessoas
Claro que há seres já com mais realização interior e, graças a Deus, com a globalização da informação, tudo pode circular e surgir mais facilmente, mas saber discernir com quem poderemos trabalhar melhor o despertar e o plenificar interior é sem dúvida uma grande demanda, dificultada aliás pela concorrência desleal de muitos dos  modernos líderes ou gurus da humanidade e que, de todos os campos das actividades humanas, disputam o cérebro e o coração das pessoas.
Muito se decide neste mundo e palco, diariamente  alterado por nós na nossa pequena escala de receptores ou emissores de frequências vibratórias, ou então de centelhas conscientes e irradiantes, já mais unificadas com a matriz do grande Campo de informação cósmica ou Anima Mundi, a grande alma do mundo, o Logos spermatikoi dos estóicos, a Inteligência Divina... 
Meditar então com certa regularidade é fundamental, repetimos, e devemos esforçar-nos por diariamente conseguirmos chegar a estar num certo nível de sensibilidade interior e essencialidade, de forma a estarmos mais conscientes da nossa dimensão espiritual e mais receptivos às energias e mensagens subtis e espirituais, não importando o tempo que despendemos de quando em quando para nos religarmos a tal estado mais harmonioso ou unificado...
Claro que sentirmos razões e motivações especiais para tais meditações é importante e, portanto, luas novas ou cheias, solstícios ou equinócios, festividades, feriados e fins de semana devem ser aproveitados para meditações as quais, mesmo em pequenos grupos, mesmo solitárias, podem ter uma força irradiativa grande...
                              
                                                   Aum, Rumo à Luz, pintura de Bô Yin Râ. 
Procuremos então conhecer, harmonizar, despertar e unificar mais o nosso próprio ser psicoespiritual, e o dos próximos, e sejamos verdadeiros e compassivos, justos e destemidos, de acordo com os ritmos e tradições que mais sentirmos, com a justiça e necessidades do planeta, e em sintonia de aspiração ou união com o Ser Divino, numa cooperação criativa na Grande Obra Cósmica de Sabedoria e Amor...  Revisto a 25-XI-2018. E a 26.IX.2020.

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