sexta-feira, 6 de junho de 2014

Em Morilhe, com o Padre Fontes, na véspera das III Jornadas de Letras Luso-Galegas de 2014

        III Jornadas de Letras Luso Galegas, véspera, Sexta-feira, 30 de Maio. Em Morilhe, a uns 20 Kms de Pitões de Júnias, muito bem recebidos pelo legendário e amigo anfitrião Padre António Lourenço Fontes, com visita ao hotel rural e capela, seguindo-se uma performance junto ao fogo pelo shaman ou bruxo Queiman e um jantar muito animado poeticamente e espiritualmente...
O belo ambiente envolvente do Hotel Rural de Mourilhe, animado pelo P. Fontes e aberto a estadias, retiros e eventos..
As vacas e bois gostam de ser conduzidos pelas crianças...
A bela capela de 1761, que foi dos Carmelitas e que está bem preservada, ainda ressoante do etér do som sagrado centenário...
Vista da zona interior e dos quartos deste magnífico Hotel Rural, todo construído por Galegos...
Na rota transmontana do caminho de Santiago, a vieira chama-nos a manter-nos abertos às energias do alto...
O óculo ou olho espiritual e o sino lembram-nos das técnicas da luz e do som que iluminam a alma e o templo que todos nós somos...
Um fio de ferro, um sutratma indiano, que liga os mundos e as vidas e que o Padre Fontes fez questão que eu tocasse com mais força...
Os panos sagrados, artefactos ou lavores das delicadas mãos femininas, sempre sacralizaram e diafinizaram os templos, casas e leitos...
O Padre Fontes mostra o menino, sob o olhar saudoso da senhora que doou a igreja a ele e à a comunidade, com a Maria Dovigo e o Hugo a apreciarem...
A belíssima Nossa Dama e Dona, com os Anjos e a esperança de Deus em cada ser...
Ave das redondezas ou descida do céu, esta, pelas mãos de um artista anónimo mas bem delicado, resolveu lembrar-nos do tecto que engana os olhos que há uma grinalda de inter-conectividade animica e florida de todos os seres e reinos da Natureza e na qual temos um biquinho a fazer, um Dharma  a cumprir, uma axialidade a reconquistar...
Um belo  altar com uma aura dupla bem poderosa à volta da Deusa Mãe, Maria, Nossa Senhora ou Dona, shakti toda poderosa... Ladeiam-na S. Francisco e S. António... E uma estrela de oito pontas lembra-nos da tradição templária e beatífica...
Belos paramentos desejosos de serem usados ou mesmo apenas tocados e apreciados. Lembrei-me do artista japonês Takesi Goto que também os faz em termos da tradição nipónica...
Fios dourados e lantejoulas, cozidos sobre cartão para animarem andores, igrejas e capelas, próximos dos que a Margarida Marcelino faz inspirada na tradição celta.  Em formas geométricas ou de símbolos auspiciosos que vêm da noite dos tempos... Aqui um vaso de abundância...
Janelas para o além, para o sid, celta ou o outro mundo, e que abrem  à luz  da natureza primordial ou subtil, espiritual ou divina...
O P. Fontes tenta pôr a funcionar o radio antigo com a ajuda do Hugo (mais...) e do Gonçalo
Finalmente, provocando a alegria espalhada nos rostos da Maria Dovigo, do Hugo Nóbrega Dias e do Gonçalo Teixeira da Mota, o Verbo radiofónico fez-se ouvir e o que decifrei dos tempos de infância foi: Rádio Moscovo fala a Verdade...
A noite nos campos e bosques fronteiriços ao centro do Padre Fontes, que está muito receptivo a dinamizações...
O fogo presta-se a erguer as suas salamandricas preces
Evocações de espíritos subtis do fogo...
O P. Fontes e o bruxo Queiman declaman poesias e diálogos inspirados...
P. Fontes, Bruxo Queiman, Rosa e Margarida Marcelino,  pouco à vontade sob o chapéu brúxico...
Os que participaram ou assistiram convivialmente...
Uma poetisa e vereadora de Montalegre, entre os dois esteios da performance e serão...
Uma tríade rija e bem disposta...
Na sala de jantar, uma antiga oração de gratidão pilra nos ares ainda tal melodia, sob uma forma quaternária bem fundadora e harmonizadora...
Um altar ou lar doméstico, abençoando os convivas talvez pouco atreitos a irem-no admirar, e encimada, é claro. pela estrela pentagonal que paira sobre a árvore ou eixo do Natal, sempre actual pois é o espírito... Aum jivatman...
Jantando em frente ao P. Fontes, ei-lo a declamar António Aleixo...
Mas também li um poema a Rosalia de Castro e discutimos do espírito e do além, e das mudanças teológico-dogmáticas que se poderiam esperar da Igreja verdadeiramente Católica (ou Universal) no séc. XXI...
As três Graças, Deusas ou Matres, que podem ser interpretadas como dar, receber e  ser, gratamente, inspiram-nos, abençoam-nos... Vive na Graça e dando graças.

Sem comentários: